Para oposição venezuelana, apoio de Lula a Chávez foi ato de desespero.
A oposição venezuelana fez duras críticas neste sábado ao apoio expressado pelo ex-presidente Lula a Hugo Chávez, às vésperas das eleições presidenciais do país, marcadas para outubro.
Em nota, a coalizão de partidos opositores na Venezuela, a Mesa de Unidade Democrática (MUD) classificou as palavras do ex-presidente brasileiro de "infelizes", comparando-as às de um "mercador".
"O Brasil é um grande país e os brasileiros um grande povo. Não o julgamos (Lula) por essas palavras infelizes que mais que de um estadista, parecem com as de um mercador", disse a nota.
A crítica fazia alusão às declarações de solidariedade que Lula transmitiu a Chávez na última sexta-feira em um vídeo gravado durante o término do 18º Fórum de São Paulo, realizado em Caracas, capital da Venezuela.
"Chávez, conte comigo, conte com o PT, conta com a solidariedade e apoio de cada militante de esquerda, de cada democrata e de cada latino-americano. Tua vitória será nossa vitória", disse Lula no vídeo.
Edmundo González, membro da comissão internacional da coalizão opositora, afirmou à imprensa venezuela que o apoio do ex-presidente brasileiro causou mal-estar entre a oposição do país. Segundo ele, as palavras de Lula pareciam ter sido proferidas "por um agente comercial meloso, e não por um ex-governante".
"De verdade, deu pena vê-lo (Lula) prestar-se a esse papel, que revela mais interesse do que amor (à política)", afirmou González.
Crítica
O deputador opositor Juan Carlos Caldera fez coro com González e disse que apoio de Lula foi uma "intromissão" nos assuntos venezuelanos.
Ele afirmou ainda que a atitude do ex-presidente brasileira revela o "desespero" de Chávez.
"O ex-presidente Lula não está no registro eleitoral dos venezuelanos. Ele não vai decidir a eleição presidencial. Quem vai fazê-lo são os venezuelanos e qualquer ato de solidariedade que tenha com Hugo Chávez ficará para a história, uma vez que ele (Lula) terá de se retratar com o perdedor", disse Caldera.
Depois de destacar "o respeito à soberania e aos venezuelanos", Caldera também criticou o apoio dado a Chávez por políticos de esquerda de diferentes países reunidos em Caracas para o 18º Fórum de São Paulo.
"Foi um ato de campanha do Partido Socialista Unido da Venezuela (partido de Chávez) e um compromisso claro do presidente com uma agenda comunista que nós, venezuelanos, vamos rechaçar no dia 7 de outubro", acrescentou Caldera.
Cerca de 19 milhões de venezuelanos devem comparecer às urnas nesta data para eleger o novo presidente do país.
Chávez, que está no poder desde 1999 e se recupera de um câncer, lidera entre os sete nomes de seu partido para concorrer à reeleição. O único candidato opositor é Henrique Capriles, de 39 anos, da MUD.
Se quiser um respaldo jurídico para as ações do Brasil contra o Paraguai, basta que leia o Protocolo de Ushuaia para entender os procedimentos adotados pelo Brasil. Com certeza essa lição de casa, sendo diplomata, o Senhor já fez...
ResponderExcluirCertamente, o Paulo Roberto de Almeida do diplomatizzando não é o diplomata a serviço da República Federativa do Brasil, mas sim o Paulo Roberto de Almeida, intelectual liberal e formador de opinião. Este infelizmente se esquece de que a cláusula democrática é condição sine qua non para que o Brasil atue como líder de uma integração regional que busque um modelo que vai além da agressiva e “pragmática” política externa estadunidense no subcontinente. É importante lembrar que a trajetória desta é, em boa parte, responsável pela instabilidade política, fragilidade econômica e principalmente pelo surgimento de cruéis ditaduras (de direita ou esquerda) na região. Quem diz isso não sou eu, mas sim um livro organizado por um de seus historiadores preferidos: Francis Fukuyama. (1)
Enfim PRA, admiro muito suas ideias e seu blog. Quanto a este último, a apresentação que consta logo após o nome do mesmo parece bem fidedigna, pois se trata de um blog de "ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes”.
Não fossem algumas “posturas”, como as apresentadas pelo senhor sobre o momento político do Paraguai, certamente seu blog seria de “ideias inteligentes, para pessoas inteligentes”.
(1) Refiro-me ao artigo de Enrique Krauze presente no livro “Ficando para Trás”.
Não vou aqui repetir o que o senhor, cuja intelectualidade admiro, deve conhecer: os argumentos que levam à caracterização do ocorrido como puro golpe. Esses são claros e estão longe de qualquer cunho ideológico. Eles estão estampados em artigos tais como o do professor Pedro Serrano, publicado na Carta Capital da semana passada, ou nas posições do professor britânico Peter Lambert, especialista em Constituição paraguaia, em entrevista à revista Época. Como pode ver, em revistas de diferentes perfis ideológicos.
ResponderExcluirNão sei o que o Senhor chama de “clara lição de Direito dos paraguaios”, tampouco o que entende por “lição dos brasiguaios”. Na verdade não sei o que o Senhor realmente quer dizer com suas posições acerca do tema. Ou melhor... acho que sei...
Sempre ataca em seu blog, com ferocidade, governos eleitos democraticamente como os de Morales, Correa e Chávez, acusando-os de corromperem a democracia de seus países. Contraditoriamente recebe com grande “alegria” a deposição de Lugo, não pelas urnas, não democraticamente, mas por uma sabotagem legal. Critica o processo de aniquilação legal que Chávez faz da democracia venezuelana e aceita com bom tom o que foi feito no Paraguai. Bem, de fato aceita e ainda apela para um pragmatismo brasileiro em suas relações com o Paraguai.
A postura do Brasil e do MERCOSUL nada tem de incoerente. A nossa própria história nacional comprova que democracia não se constrói da noite para o dia e que um dos seus principais fundamentos é a estabilidade. Estabilidade que só pode ser conquistada com uma oposição que atue dentro dos quadros do Estado Democrático de Direito, sem sabotá-lo ou pervertê-lo a fim de satisfazer interesses particulares.
ResponderExcluirO presidente Fernando Lugo foi eleito em pleito popular e o seu impedimento não foi apenas baseado em alegações altamente subjetivas como também por um processo de claro desrespeito à própria Constituição, orquestrado pelo Congresso e pela Corte Suprema de Justiça.
Equiano,
ResponderExcluirVoce está completamente enganado ou então não leu esses documentos.
Sugiro a voce ler o TA, o POP e Ushuaia, para constatar que os tres países agiram de forma completamente ilegal ao suspender o Paraguai.
O pais vai recorrer ao sistema de solução de controversias, que se não lhe der ganho de causa vai se desacreditar tanto quanto as demais instituicoes do Mercosul.
Leia antes e se informe para não se pronunciar de forma tão equivocada sobre os fatos, não sobre opiniões.
Paulo Roberto de Almeida