China rechaza propuesta de Brasil sobre desequilibrios bancarios en la OMC
Infolatam/Efe
Ginebra, 26 de noviembre de 2012
Ginebra, 26 de noviembre de 2012
Las claves
- "Brasil no es la única víctima de la volatilidad de las monedas", sentenció China en su intervención, admitiendo el problema, pero rechazando de plano que éste deba resolverse en el marco de la OMC.
En la reunión de este lunes del Grupo de Trabajo sobre Comercio, Deuda y Finanzas de la OMC se discutió el documento “Desalineamientos cambiarios y remedios comerciales: una nota conceptual de Brasil”, en el que se denuncia que la devaluación artificial de divisas como el dólar, el euro o el yuan provocan la valorización de la moneda brasileña, el real, y por tanto perjudican sus exportaciones.
“Brasil no es la única víctima de la volatilidad de las monedas”, sentenció China en su intervención, admitiendo el problema, pero rechazando de plano que éste deba resolverse en el marco de la OMC.
Agregó que, “además, sería aún más erróneo intentar arreglarlo aplicando medidas comerciales. Aplicar medias comerciales, entiéndase un aumento de los aranceles o la imposición de medidas de compensación, no tendría ningún efecto positivo y sería un problema para varias normas básicas de la OMC”.
Brasil había aclarado previamente que no estaba proponiendo ninguna receta para crear el mecanismo que permita establecer cuándo un país podría adoptar medidas arancelarias a causa del impacto de los desequilibrios cambiarios, sino que sólo pretendía incluir la discusión en la agenda del organismo que rige el comercio mundial.
No obstante, como con anterioridad Brasilia sí que había planteado la posibilidad de aplicar medidas compensatorias, varios de los participantes fueron claros y categóricos.
“Suiza considera que las restricciones al comercio y las medidas compensatorias no son la respuesta adecuada a los problemas ligados a la volatilidad de los tipos de cambio”, afirmó la Confederación Helvética.
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Chineses criticam proposta brasileira sobre câmbio
Assis Moreira | De Genebra
Valor Econômico, 28/11/2012
A
China foi o país que reagiu mais negativamente ontem na Organização
Mundial do Comercio (OMC) à proposta do Brasil sobre câmbio. O país
sugeriu que os parceiros comecem a examinar a necessidade de um
instrumento de desafogo para casos de valorização cambial excessiva, que
autorize a um país impor sobretaxa na importação para proteger a
indústria nacional.
O Brasil reativou
a iniciativa na OMC, porque considera que os atuais instrumentos de
defesa comercial não parecem adequados para tratar dos efeitos macro e
microeconômicos do desalinhamento cambial sobre as trocas
internacionais.
O embaixador do
Brasil na OMC, Roberto Azevedo, que na ocasião considerou que o valor da
moeda brasileira é uma anomalia, propôs aos parceiros considerar a
necessidade de defesa comercial nas situações de desalinhamento, sob
estritas condições.
Em reunião do
Comitê de Finanças da OMC, ontem, a China reconheceu que o real
brasileiro teve “valorização dramática” nos últimos anos, mas alegou que
o país “não é a única vítima” da volatilidade cambial. E o culpado,
para Pequim, é a política de afrouxamento quantitativo (QE) dos Estados
Unidos, que considera “irresponsável e aos custos dos parceiros.”
Os
chineses se sentem ameaçados com o risco de novos instrumentos de
defesa que podem frear suas exportações, quando os parceiros em geral
costumam acusá-los de continuar manipulando sua moeda para favorecer e
subsidiar as exportações.
Para a
China, câmbio é para ser tratado no Fundo Monetário Internacional (FMI) e
o país considerou ainda mais errado tentar o resolver o problema com
medidas comerciais. Para Pequim, elevar a tarifa questionaria a própria
essência da OMC, de liberalização, facilitação de comércio e abertura de
mercados.
Sem surpresa, Pequim
insistiu que o único consenso até agora na OMC sobre câmbio, trazido
pelo Brasil, é que o tema é “extremamente sofisticado e que há numerosos
fatores que podem causar volatilidade cambial”.
Pequim
insiste que a discussão sobre câmbio na OMC “pode desviar as atenções”
sobre a combalida Rodada Doha para maior abertura comercial, que já dura
11 anos.
Por sua vez, os EUA também
não quiseram entrar na discussão sobre um novo mecanismo, alegando que o
tema continua sendo examinado em Washington. Mas sua delegação sugeriu
diferenciar as moedas que são manipuladas daquelas que flutuam, num
recado aos chineses. Os americanos acham que o tema cambial deve
continuar sendo discutido na OMC.
A
União Europeia (UE) também acha que é preciso uma avaliação completa do
impacto do desalinhamento cambial no comércio, ainda mais num contexto
global pautado por cadeias de valor, em que um produto é montado com
peças originárias de vários paises e afetado por diferentes taxas de
câmbio.
A surpresa veio da Suíça que,
como a China, manipula a moeda. Diante da valorização excessiva de sua
moeda, os suíços estabeleceram um teto para a subida do franco contra o
euro, a partir do qual intervêm no mercado. Mas ontem, na OMC, os suíços
deram uma lição de liberalismo e insistiram que um novo instrumento de
defesa comercial pode “frustrar importante e necessário ajuste
estrutural numa economia”. Para os suíços, campeões do protecionismo
agrícola, o uso de barreiras já é amplo no comércio mundial e eles
consideraram que a proposta brasileira deve ser vista como “meramente
acadêmica”.
O Chile foi na mesma
linha de ceticismo e de inquietação com o que poderia ser “uma nova
forma de protecionismo comercial”. Cobrou do Brasil os compromissos
assumidos no G-20 e na Unasul para evitar medidas protecionistas. Para o
governo chileno, o tipo de medidas descritas pelo Brasil poderia gerar
“uma volatilidade ainda maior no câmbio, em razão de possíveis
distorções no equilíbrio do mercado e grande incerteza, tudo que seria
percebido de maneira negativa por investidores externos”.
Já a Turquia e a Austrália mostraram mais simpatia pelo desenvolvimento da proposta brasileira.
A
presidência do grupo da OMC vai agora convidar o FMI para discutir o
tema com os países, numa próxima reunião do Comitê de Finanças.
Para
o embaixador brasileiro, Roberto Azevedo, o resultado do debate foi
“ótimo”, pois, segundo ele, ficou clara a disposição dos países de
continuarem a discussão do tema e “sobretudo, a disposição de diálogo
com o FMI”.
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