Mas, vejamos primeiro os headlines:
Ação da OGX, de Eike Batista, acumula queda de 60% no ano
Governo estaria preocupado com a possibilidade de disseminação da crise para outras empresas do grupoBem, a primeira parte é comum e frequente: capitalistas bem sucedidos e outros mal-sucedidos acontecem todos os dias numa economia de mercado. Cada um assume suas responsabilidades pelos seus próprios negócios.
A segunda parte é que nos deixa preocupados. Se o governo está preocupado, parece que ele vai perder alguma coisa, e talvez queira evitar, colocando dinheiro público numa empresa privada.
O meu, o seu, o nosso dinheiro, como diria Arminio Fraga.
Por que, como, com quais intenções e motivos?
Assim é esse novo governo, tão carinhoso com os seus capitalistas preferidos...
Mas a razão existe, e ela é deveras preocupante. Muito preocupante. A explicação vem logo abaixo, por um economista que foi do Banco Central...
Paulo Roberto de Almeida
Ação da OGX, de Eike Batista, acumula queda de 60% no ano
5 de abril de 2013 | 13h30
Agência Estado
As ações da petrolífera OGX, do grupo do empresário Eike
Batista, mantinham nesta sexta-feira o comportamento de queda dos
últimos dias e renovavam suas mínimas históricas.
No início da tarde, a ação perdia 12,6%, a R$ 1,73, renovando a mínima histórica do dia, de R$ 1,95, registrada no pregão anterior.
A OGX registrava a maior queda do Ibovespa, que recuava 0,6% no mesmo horário.
No mês de abril, as ações já apresentam queda de 24,24% e no ano o tombo vai a 60%.
Ontem, o papel caiu mais de 10% e encerrou cotado a R$ 1,98, após a agência de classificação de risco Standard & Poors reduzir o rating de crédito corporativo da OGX de “B” para “B-”, com perspectiva negativa, por conta do fraco desempenho operacional da companhia.
Outras ações de empresas de Eike Batista seguiam o movimento de baixa. A mineradora MMX perdia 2,63%, enquanto a empresa de logística LLX caía 0,50%.
Fora do Ibovespa, a companhia de construção naval e serviços para o setor de petróleo OSX perdia 7,75%, enquanto a empresa de energia elétrica MPX tinha queda de 1,39%.
A crise que se abateu sobre a petroleira de Eike é acompanhada com preocupação pelo governo que, segundo fontes do Planalto, considera “ruim” a disseminação para outras empresas do grupo. Mas, não há intenção de uma operação de salvamento que envolva o governo.
Mercado
O retrato da OGX na Bolsa hoje difere bastante daquele do seu ingresso no mercado, quando a demanda pelos papéis superou em dez vezes a oferta, diante da grande expectativa dos investidores com as promessas de sucesso de Eike. Na época, a captação de R$ 6,7 bilhões em oferta pública de ações foi a maior já realizada no Brasil. Passados cinco anos, o mercado castiga os papéis por motivo oposto: a frustração com estimativas de produção não confirmadas desencadeou um ceticismo generalizado com relação à capacidade de Eike de captar recursos necessários à continuidade da operação.
“Uma coisa é emprestar para empresa que está folgada. Outra é para quem está com necessidade de caixa. É muito mais caro e difícil”, afirmou o economista do Banco Espírito Santo (BES) Oswaldo Telles. A percepção do mercado é que, após o relatório da S&P e diante da indisposição do governo com Eike, o empresário terá dificuldade de captar recursos e também de cumprir a promessa de aportar US$ 1 bilhão até 30 de abril de 2014.
A desvalorização das ações da OGX vem ocorrendo desde junho do ano passado, data em que a empresa anunciou resultados para o campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos, bastante inferiores às estimativas. A primeira grande desvalorização aconteceu em junho daquele ano, quando a empresa recalibrou de 50 mil para 5 mil barris por dia a vazão dos dois primeiros poços na área.
Na quarta-feira, houve o rebaixamento da nota de crédito pela Standard & Poor’s de B para B-. E, hoje, a pá de cal veio com a notícia divulgada pela colunista Dora Kramer, de O Estado de S.Paulo, de que o governo não está disposto a ceder aos apelos de Eike por um socorro financeiro.
“Destacamos em relatórios há algum tempo a necessidade de a OGX receber o US$ 1 bilhão de Eike, além do dinheiro de caixa previsto para até o fim do ano. Mas é preciso que acreditar que o controlador terá esse dinheiro disponível”, afirmou Telles.
Depois da associação com o banco BTG Pactual (também credor do grupo em mais de R$ 1,5 bilhão), Eike iniciou, por sua empresa de energia, a MPX, uma reestruturação, com venda de 24,5% de sua participação ao grupo alemão E.ON, por R$ 1,4 bilhão. O bilionário reduziu sua fatia na empresa de 53% para 28,5% e agora prepara uma oferta pública para elevar o capital da empresa. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que também é acionista da MPX, com pouco mais de 10%, não deve acompanhar o aumento, disseram fontes ao Broadcast. O mais provável é que o banco estatal tenha sua participação diluída.
Analistas
No fim de março, o Bank of America Merril Lynch havia rebaixado o preço-alvo das ações da OGX a R$ 1, após o anúncio de que a produção em Tubarão Azul em fevereiro ficou aquém da de janeiro. A resposta do presidente da petroleira, Luiz Carneiro, foi que “são bastante grandes os desafios para uma jovem empresa de petróleo e gás. O campo de Tubarão Azul estabilizou antes do esperado”, como afirmou, em teleconferência de apresentação do resultado financeiro de 2012.
Para Ricardo Correa, diretor da corretora Ativa, que seguiu hoje o fluxo de venda das ações da petroleira de Eike, a informação de que a presidente Dilma não está disposta a abrir concessões ao empresário foi lida pelo mercado como uma confirmação dos temores de que Eike está em dificuldades financeiras.
Para acalmar o mercado, uma saída seria a empresa levar adiante a promessa de venda de ativos feita por Carneiro aos investidores, durante a apresentação do resultado do ano passado. A avaliação é que, com essa medida, a empresa conseguirá gerar caixa e reduzir a sua necessidade de investimento.
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Eike Batista vira fator de risco para toda a economia
4 de Abril de 2013
Sem petróleo, sem minério e sem crédito, o bilionário brasileiro já fica a ver navios. Consta que ele e seu novo parceiro, André Esteves, do BTG Pactual, pediram socorro à presidente Dilma Rousseff e receberam um rotundo não como resposta. Com dívidas bilionárias, o "império X" começa a ser rebaixado por agências de risco e contamina projetos de outras empresas brasileiras que tentam captar recursos internacionais.
Um dos principais problemas da economia brasileira, e, por tabela, do governo Dilma Rousseff, hoje tem nome e sobrenome. Chama-se Eike Batista, rebaixado ontem pela agência de risco Standard & Poors para o nível B-, com perspectiva negativa, equivalente ao de um pré-calote. Eike prometia petróleo e entregou poços secos aos seus investidores. Prometia uma nova Vale e entregou morros inoperantes. Prometia o maior complexo industrial e portuário da América Latina e no seu porto do Açu há apenas um pier construído. Prometeu um grande estaleiro e, na prática, é ele quem começa a ficar a ver navios.
Aparentemente, este seria um problema de natureza apenas privada. Ocorre que Eike hoje deve mais de R$ 10 bilhões ao BNDES e outros bilhões a bancos como Itaú, BTG Pactual e Bradesco. Sua quebra poderia desencadear um risco de natureza sistêmica. No seu relatório, a Standard & Poors avisa que, se nada for feito, a OGX, principal empresa de Eike, queimará todo o seu caixa em 2013. Ou seja: não terá mais fôlego para rodar. E os bancos não parecem mais dispostos a colocar dinheiro nos projetos do empresário.
Como o risco é real, o bilionário e seu novo parceiro, o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, decidiram pedir a ajuda, é claro, ao governo federal. Receberam da presidente Dilma um rotundo não como resposta, como informa a jornalista Dora Kramer, na nota publicada nesta quinta-feira no Estado de S. Paulo:
Nem pensar. A presidente Dilma Rousseff ouviu, e negou socorro do governo ao empresário Eike Batista. Da reunião-apelo participaram representantes do BNDES, Itaú, Bradesco, BGT-Pactual e o próprio Eike, em dificuldades para honrar as dívidas com todos eles.
Dilma ainda alertou que se algo de pior vier a acontecer aos negócios do empresário símbolo (pelo jeito com pés de barro) da prosperidade nacional, isso afetará ainda mais a disposição interna e externa do setor privado para investir no Brasil.
Dilma tirou o time de campo e avisou a Eike e Esteves que eles devem se virar por conta própria, o que fará com que o bilionário comece a liquidar seus ativos e suas concessões. Até porque um envolvimento ainda maior do governo tem potencial para gerar grande confusão. Recentemente, o embaixador brasileiro em Cingapura disse ter sido pressionado pelo ministro Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, a transferir um estaleiro do grupo Jurong, já em construção no Espírito Santo, para o Rio de Janeiro.
Ciente dos riscos, o governo Dilma parece querer distância de Eike, mas o problema é que a má experiência de investidores com o grupo EBX ameaça projetos de outras empresas. "O investidor simplesmente cansou de ser roubado", disse ao 247 um diretor de um grande banco de investimentos. Outro empresário, que pretendia captar recursos para projetos de infraestrutura, disse que a janela do mercado internacional se fechou. "Eike conseguiu contaminar o Brasil", afirma.
Leia, abaixo, um trecho de reportagem do Valor Econômico sobre o rebaixamento de Eike:
SÃO PAULO - A Standard & Poor’s rebaixou a nota de crédito da OGX de ‘B’ para ‘B-’, devido a preocupações com a maturação dos projetos da companhia e de seu perfil de liquidez restrito. A perspectiva é negativa, o que indica que a agência de classificação de risco vê possibilidade de novos rebaixamentos no médio prazo.
“Apesar de a companhia não ter vencimentos de dívida significativos até 2018, esperamos que ela queime todo seu caixa durante 2013”, afirmaram os analistas da S&P em nota. Ao fim do ano, a OGX tinha US$ 1,6 bilhão em caixa, valor que, na avaliação da agência, deve ser consumido em investimentos e pagamento de juros.
Com isso, alerta a S&P, a OGX precisará exercer o aumento de capital de US$ 1 bilhão mediante exercício de opção de compra do controlador Eike Batista, ou vender alguns ativos para reduzir a pressão sobre o caixa no próximo ano e manter seu nível atual de investimentos. “Não esperamos que a produção gere um fluxo de caixa operacional suficiente para continuar financiando os projetos e o pagamento de juros”, afirmam.
No início da tarde, a ação perdia 12,6%, a R$ 1,73, renovando a mínima histórica do dia, de R$ 1,95, registrada no pregão anterior.
A OGX registrava a maior queda do Ibovespa, que recuava 0,6% no mesmo horário.
No mês de abril, as ações já apresentam queda de 24,24% e no ano o tombo vai a 60%.
Ontem, o papel caiu mais de 10% e encerrou cotado a R$ 1,98, após a agência de classificação de risco Standard & Poors reduzir o rating de crédito corporativo da OGX de “B” para “B-”, com perspectiva negativa, por conta do fraco desempenho operacional da companhia.
Outras ações de empresas de Eike Batista seguiam o movimento de baixa. A mineradora MMX perdia 2,63%, enquanto a empresa de logística LLX caía 0,50%.
Fora do Ibovespa, a companhia de construção naval e serviços para o setor de petróleo OSX perdia 7,75%, enquanto a empresa de energia elétrica MPX tinha queda de 1,39%.
A crise que se abateu sobre a petroleira de Eike é acompanhada com preocupação pelo governo que, segundo fontes do Planalto, considera “ruim” a disseminação para outras empresas do grupo. Mas, não há intenção de uma operação de salvamento que envolva o governo.
Mercado
O retrato da OGX na Bolsa hoje difere bastante daquele do seu ingresso no mercado, quando a demanda pelos papéis superou em dez vezes a oferta, diante da grande expectativa dos investidores com as promessas de sucesso de Eike. Na época, a captação de R$ 6,7 bilhões em oferta pública de ações foi a maior já realizada no Brasil. Passados cinco anos, o mercado castiga os papéis por motivo oposto: a frustração com estimativas de produção não confirmadas desencadeou um ceticismo generalizado com relação à capacidade de Eike de captar recursos necessários à continuidade da operação.
“Uma coisa é emprestar para empresa que está folgada. Outra é para quem está com necessidade de caixa. É muito mais caro e difícil”, afirmou o economista do Banco Espírito Santo (BES) Oswaldo Telles. A percepção do mercado é que, após o relatório da S&P e diante da indisposição do governo com Eike, o empresário terá dificuldade de captar recursos e também de cumprir a promessa de aportar US$ 1 bilhão até 30 de abril de 2014.
A desvalorização das ações da OGX vem ocorrendo desde junho do ano passado, data em que a empresa anunciou resultados para o campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos, bastante inferiores às estimativas. A primeira grande desvalorização aconteceu em junho daquele ano, quando a empresa recalibrou de 50 mil para 5 mil barris por dia a vazão dos dois primeiros poços na área.
Na quarta-feira, houve o rebaixamento da nota de crédito pela Standard & Poor’s de B para B-. E, hoje, a pá de cal veio com a notícia divulgada pela colunista Dora Kramer, de O Estado de S.Paulo, de que o governo não está disposto a ceder aos apelos de Eike por um socorro financeiro.
“Destacamos em relatórios há algum tempo a necessidade de a OGX receber o US$ 1 bilhão de Eike, além do dinheiro de caixa previsto para até o fim do ano. Mas é preciso que acreditar que o controlador terá esse dinheiro disponível”, afirmou Telles.
Depois da associação com o banco BTG Pactual (também credor do grupo em mais de R$ 1,5 bilhão), Eike iniciou, por sua empresa de energia, a MPX, uma reestruturação, com venda de 24,5% de sua participação ao grupo alemão E.ON, por R$ 1,4 bilhão. O bilionário reduziu sua fatia na empresa de 53% para 28,5% e agora prepara uma oferta pública para elevar o capital da empresa. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que também é acionista da MPX, com pouco mais de 10%, não deve acompanhar o aumento, disseram fontes ao Broadcast. O mais provável é que o banco estatal tenha sua participação diluída.
Analistas
No fim de março, o Bank of America Merril Lynch havia rebaixado o preço-alvo das ações da OGX a R$ 1, após o anúncio de que a produção em Tubarão Azul em fevereiro ficou aquém da de janeiro. A resposta do presidente da petroleira, Luiz Carneiro, foi que “são bastante grandes os desafios para uma jovem empresa de petróleo e gás. O campo de Tubarão Azul estabilizou antes do esperado”, como afirmou, em teleconferência de apresentação do resultado financeiro de 2012.
Para Ricardo Correa, diretor da corretora Ativa, que seguiu hoje o fluxo de venda das ações da petroleira de Eike, a informação de que a presidente Dilma não está disposta a abrir concessões ao empresário foi lida pelo mercado como uma confirmação dos temores de que Eike está em dificuldades financeiras.
Para acalmar o mercado, uma saída seria a empresa levar adiante a promessa de venda de ativos feita por Carneiro aos investidores, durante a apresentação do resultado do ano passado. A avaliação é que, com essa medida, a empresa conseguirá gerar caixa e reduzir a sua necessidade de investimento.
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Eike Batista vira fator de risco para toda a economia
4 de Abril de 2013
Sem petróleo, sem minério e sem crédito, o bilionário brasileiro já fica a ver navios. Consta que ele e seu novo parceiro, André Esteves, do BTG Pactual, pediram socorro à presidente Dilma Rousseff e receberam um rotundo não como resposta. Com dívidas bilionárias, o "império X" começa a ser rebaixado por agências de risco e contamina projetos de outras empresas brasileiras que tentam captar recursos internacionais.
Um dos principais problemas da economia brasileira, e, por tabela, do governo Dilma Rousseff, hoje tem nome e sobrenome. Chama-se Eike Batista, rebaixado ontem pela agência de risco Standard & Poors para o nível B-, com perspectiva negativa, equivalente ao de um pré-calote. Eike prometia petróleo e entregou poços secos aos seus investidores. Prometia uma nova Vale e entregou morros inoperantes. Prometia o maior complexo industrial e portuário da América Latina e no seu porto do Açu há apenas um pier construído. Prometeu um grande estaleiro e, na prática, é ele quem começa a ficar a ver navios.
Aparentemente, este seria um problema de natureza apenas privada. Ocorre que Eike hoje deve mais de R$ 10 bilhões ao BNDES e outros bilhões a bancos como Itaú, BTG Pactual e Bradesco. Sua quebra poderia desencadear um risco de natureza sistêmica. No seu relatório, a Standard & Poors avisa que, se nada for feito, a OGX, principal empresa de Eike, queimará todo o seu caixa em 2013. Ou seja: não terá mais fôlego para rodar. E os bancos não parecem mais dispostos a colocar dinheiro nos projetos do empresário.
Como o risco é real, o bilionário e seu novo parceiro, o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, decidiram pedir a ajuda, é claro, ao governo federal. Receberam da presidente Dilma um rotundo não como resposta, como informa a jornalista Dora Kramer, na nota publicada nesta quinta-feira no Estado de S. Paulo:
Nem pensar. A presidente Dilma Rousseff ouviu, e negou socorro do governo ao empresário Eike Batista. Da reunião-apelo participaram representantes do BNDES, Itaú, Bradesco, BGT-Pactual e o próprio Eike, em dificuldades para honrar as dívidas com todos eles.
Dilma ainda alertou que se algo de pior vier a acontecer aos negócios do empresário símbolo (pelo jeito com pés de barro) da prosperidade nacional, isso afetará ainda mais a disposição interna e externa do setor privado para investir no Brasil.
Dilma tirou o time de campo e avisou a Eike e Esteves que eles devem se virar por conta própria, o que fará com que o bilionário comece a liquidar seus ativos e suas concessões. Até porque um envolvimento ainda maior do governo tem potencial para gerar grande confusão. Recentemente, o embaixador brasileiro em Cingapura disse ter sido pressionado pelo ministro Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, a transferir um estaleiro do grupo Jurong, já em construção no Espírito Santo, para o Rio de Janeiro.
Ciente dos riscos, o governo Dilma parece querer distância de Eike, mas o problema é que a má experiência de investidores com o grupo EBX ameaça projetos de outras empresas. "O investidor simplesmente cansou de ser roubado", disse ao 247 um diretor de um grande banco de investimentos. Outro empresário, que pretendia captar recursos para projetos de infraestrutura, disse que a janela do mercado internacional se fechou. "Eike conseguiu contaminar o Brasil", afirma.
Leia, abaixo, um trecho de reportagem do Valor Econômico sobre o rebaixamento de Eike:
SÃO PAULO - A Standard & Poor’s rebaixou a nota de crédito da OGX de ‘B’ para ‘B-’, devido a preocupações com a maturação dos projetos da companhia e de seu perfil de liquidez restrito. A perspectiva é negativa, o que indica que a agência de classificação de risco vê possibilidade de novos rebaixamentos no médio prazo.
“Apesar de a companhia não ter vencimentos de dívida significativos até 2018, esperamos que ela queime todo seu caixa durante 2013”, afirmaram os analistas da S&P em nota. Ao fim do ano, a OGX tinha US$ 1,6 bilhão em caixa, valor que, na avaliação da agência, deve ser consumido em investimentos e pagamento de juros.
Com isso, alerta a S&P, a OGX precisará exercer o aumento de capital de US$ 1 bilhão mediante exercício de opção de compra do controlador Eike Batista, ou vender alguns ativos para reduzir a pressão sobre o caixa no próximo ano e manter seu nível atual de investimentos. “Não esperamos que a produção gere um fluxo de caixa operacional suficiente para continuar financiando os projetos e o pagamento de juros”, afirmam.
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