Dessa minha distância distante, e não querendo ser redundante, olhando bem de longe, e só vendo, ouvindo e lendo o que essa imprensa demente, alucinada (deve ser proposital) transmite, transcreve, filma e divulga, eu, sinceramente falando, acho que não tem jeito não.
Não tem como ter, não há nenhuma chance de ter jeito, nem agora, nem depois, nem mais adiante...
Vocês já ouviram o que andaram falando presidentes, presidentas, projetos de presidentes, passarinhos, ministros, caolhos, tercos, remediados, neurônios em delírio, cavalgaduras, antas, jumentos e outras espécies dessa fauna variada que pulula em nosso continente?
Juro que estou quase desistindo (aliás, acho que já desisti).
Vou me refugiar numa universidade (não numa das nossas, claro, que também não sou patriota a esse ponto; ops, sem alusão...), vou me tornar eremita, refugiar-me numa gruta, desaparecer numa biblioteca à la Umberto Eco, perder-me num labirinto borgiano, andar por caracois cortazianos, buscar Macondo no Google maps, juro que farei de tudo, até voltar a lavar pratos, mas não posso voltar agora, não consigo voltar agora, não me façam voltar agora, não me convidem, por favor.
Meu pobre coração não resistiria...
Só com tapa ouvidos, sem ler, amarrado, manietado, amordaçado, sem laptop, sem iPhone...
É o único jeito...
Paulo Roberto de Almeida
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