Blog do Augusto Nunes, 06/05/2013
REYNALDO ROCHA
O Bolsa Família completa em 2013
dez anos de existência nos moldes em que foi criado. Ao longo desse tempo, foi
vendido como o programa de inserção social mais exitoso do mundo. O degrau para
a ascensão social de classes menos assistidas. A grande obra que permitiu retirar
da miséria milhões de brasileiros.
Os que ousaram criticar a falta
de uma “porta de saída” eram rotulados de insensíveis ou defensores da
desigualdade social ou coisas muito piores. Como sempre, demonizavam quem se
dava ao trabalho de raciocinar. Não entenderam sequer que os opositores
tucanos não poderiam ser contra o programa. Afinal, foi invenção deles. Criação
de Ruth Cardoso. Em outro modelo.
Há sempre uma componente que o
PT não consegue falsificar nem controlar: o tempo. Que, por vezes, é mais lento
do que gostaríamos. Mas é implacável.
O Bolsa Família já tem a segunda
geração de dependentes! Netos de mulheres atendidas são hoje a condição para
que filhas passem a receber o benefício.
São famílias dependentes. Avó,
mãe e netos. Uma cadeia de horror, uma prova irrefutável da falência das
políticas sociais do lulopetismo. A miséria preservada.
Foram dez anos (e haverá mais
dois!) de nenhuma alteração no quadro social do Brasil. Mesmo para os
dependentes dos auxílios federais.
Qual o nome que pode ser dado a
isto, senão fracasso?
Lula e Dilma criaram uma classe
média de fantasia. De cenário de filme, onde só existem as paredes dos sets de
filmagem. Alavancada por um crédito fácil. Que se acabou. Ou pelo imenso
endividamento de quem acreditou no paraíso petista ou pelo juro excessivo
embutido em suaves prestações. Um novo “milagre brasileiro”. Que, como os
outros, não levou ao céu. O inferno era previsível. O outro nome dele é
inflação.
A imensa massa de dependentes
(financeiros e eleitorais) criada pelo PT com o Bolsa Família é humilhante para
o país. Não há porta de saída! Não há incentivo para que se abandone este
auxílio que um dia Luiz Gonzaga chamou de esmola: “Mas doutô, uma esmola a um
homem qui é são, ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão!” O que seria um
suporte para um futuro é hoje o bilhete de permanência no passado.
Não fazíamos criticas.
Gritávamos alertas! E apoiamos o amparo aos menos assistidos, pobres e
miseráveis. E pedíamos um passo além! O resgate da dignidade. A ajuda que não
seria nunca, permanente, mas temporária. E sabíamos que este auxílio era um fim
em si mesmo. Para aumentar um imenso curral de miseráveis manobrados por quem
descobriu na miséria um dos eixos (o outro é a corrupção) do projeto de poder
aloprado e criminoso. Mas sempre maléfico ao Brasil. E ao ser humano.
O resultado aí está. Não é
opinião. São fatos.
O que dizer de um regime que por
10 anos deteve mais poder que qualquer outro (nem mesmo a ditadura militar
chegou a tanto, pois lhe faltava apoio de civis engajados na loucura) e se
sustenta na permanência da miséria como combustível eleitoral?
Que não teve a mínima
competência para criar uma ponte e preferiu construir um muro? Com gente
dentro…
Vejam este trecho de reportagem
do Globo: “Grávida de seis meses, Danielle estuda à noite, no 1º ano do
ensino médio, e diz que só espera a criança nascer para solicitar o benefício.
– Ela está fazendo a família dela e vai ter o próprio Bolsa Família, diz a
mãe”.
Não é só uma jovem que fez da
maternidade o acesso ao que “vicia o cidadão”. São 50 milhões de brasileiros
beneficiados. Sem porta de saída. Sem saber de onde vem o dinheiro. Sem ter a
noção que a dignidade está na educação e na efetiva inclusão social.
Jamais houve um náufrago que,
sobrevivendo num bote de emergência, quisesse nele permanecer.O PT criou a
profissão em que não se trabalha mas se tem a paga pelo que não se fez.
Já não são só os miseráveis que
se beneficiam. São brasileiros (famílias na segunda geração) que preferem
receber sem produzir. São incentivadas pelo governo do PT, que prefere
miseráveis dependentes a cidadãos informados e produtivos, na totalidade.
Não estou criticando quem
necessita do Bolsa Família. Nem do próprio programa de amparo. Mas ACUSO o
governo do PT de instrumentalizar a miséria, perder 10 anos de nossa história,
usar miseráveis como combustível desta máquina de compadrios e corrupção,
ignorar a educação (que nunca valorizou) como a ÚNICA porta de saída do
programa assistencialista e deturpar o sentido da palavra DIGNIDADE.
Nada deu errado. Esse era o
plano. Deu certo.
Para eles, uma massa eleitoral
sob controle. Para nós um passo da manutenção do projeto de poder que nos
envergonha!
Em 10 anos,
perdemos 10 anos.
é lastimável professor um programa que não tem uma perspectiva de saída apenas de entrada.
ResponderExcluirestes planos deveriam ser transitórios e com uma finalidade se saída.
e o governo afirma, que já somos majoritariamente classe média. gostaria de saber como?
e quando as organizações internacionais criticam nossa educação e o IDH, todos gritam.
abs