In the times of state capitalism
Jorge Arbache *
Special to The BRICS Post
May 27, 2013, 4:13 am
In January 2012, the Economist published a provocative special report on State capitalism, which, according to the magazine, is a model that “tries to meld the powers of the State with the powers of capitalism.” Since then, the issue has gained attention around the world and has contributed to the debate on the recent economic crisis and the models of economic development.
The growing clout of the emerging economies on the world stage and their resilience to the financial crisis are, however, the drivers of the buzz that has been generated around ‘state capitalism’.
State capitalism manifests in several ways and it can be complex as well as sophisticated, such as the public policies aimed at supporting the private South-Korean conglomerates, or the setting up of sovereign wealth funds from Asia and Gulf States with growing influence on capital markets and investments.
There can however be no overlooking the fact that ‘State capitalism’ in emerging countries is mirrored by equally aggressive ‘State intervention’ in the economy in developed countries. The Norwegian State-owned oil company, Statoil, and American and European policies for subsidies in the agricultural sector are familiar examples.
The very large-scale, unprecedented government interventions in the economies of countries at the epicentre of the financial crisis via quantitative easing, bailouts, and other measures have brought about massive repercussions in the allocation of resources and the formation of prices not only on a domestic level, but also internationally. Several other interventionist policies were put in place more recently, such as the reinstatement of the ‘Buy American’ Act by President Obama, the very aggressive Swiss intervention in the exchange rate, and the recently introduced new Japanese economic policy, the “Abenomics”, in reference to prime minister Shinzo Abe, which seeks to undervalue the yen to boost exports.
Indeed, these policies have been impacting the production mix and the external accounts of several developing and emerging countries. In Brazil, for example, the exchange rate appreciated extensively and the import penetration increased rapidly, thus driving the government to raise the IOF, a tax levied on financial foreign operations aiming at reducing the level of speculative inflow of foreign currency into the country.
Experiences with different hues of ‘State capitalism’ suggest there is a common tension, of varying levels, between pragmatism and ideology.
Using ‘State capitalism’ policies seems to be becoming popular around the world as the economic crisis and uncertainties grow. The failure of the ultra-liberal economic policies, such as some employed by the United States prior to the crisis, and China’s State capitalism, help us understand why one of the likely legacies of the financial crisis for politicians is the lesson that governments should not limit their role in the economy.
While the attractiveness of State capitalism is understandable within the context of economic crisis, its multiplication on a global scale has harmful implications. In fact, it seems to be highly unlikely that many countries will, simultaneously, benefit from State capitalism owing not only to the fallacy of composition, but also to the negative externalities brought on by them, which tend to upset the economic system, encourage trade and currency wars and raise political tensions between countries.
To mitigate the proliferation of State capitalism and its potential risks to the world economy, and to trade in particular, renewed support to the multilateral trade and more transparent rules on currency manipulation will be critical.
The recent election of Mr Roberto Azevedo to the World Trade Organisation reignited the hopes that the Doha Round can still provide the world with a reasonable and fair trade agreement. But that won’t be easy, especially under the current uncertainties of the global economy and the prolonged crisis in the Eurozone.
Large economies, especially the United States, the European Union, China, and Japan, will also have to acknowledge the interdependence of national micro and macroeconomic policies and their impacts on other economies, especially the developing nations. It will also be necessary to double the efforts in coordinating policies and managing conflicting interests.
The views expressed in this article are the author's own and do not necessarily reflect the publisher's editorial policy.
* Jorge Arbache is an economist with large experience in the areas of government, academia, international organisations and private the sector. He is an expert on the Brazilian economy with several dozen academic articles and books published. Jorge is currently senior economic advisor to the president of the Brazilian Development Bank (BNDES).
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Agora, meus comentários, mais no plano filosófico do que no plano prático:
Capitalismo de Estado é uma contradição nos termos. Se é capitalismo, não pode ser de Estado. Se é Estado, não pode ser capitalista.
São duas realidades completamente distintas, que se situam em dois universos distintos da mesma esfera societal, ou seja, sociedades e povos organizados possuem ambas as dimensões, mas cada uma se pauta por regras completamente diferentes, objetivos totalmente diversos, por mecanismos e instrumentos completamente distintos, embora possa haver certo overlapping em determinadas funções.
Estado é uma dimensão das relações sociais que pode, ou deve, abarcar toda a sociedade.
O capitalismo é apenas uma forma das economias de mercado que não necessariamente abarca toda a sociedade, mas apenas uma parte dela, que tem a ver com o modo (mercantil) de produção e distribuição de bens de mercado, ou seja, de consumo.
O Estado é muito mais do que isso, e pode, pelo menos pretende, disciplinar o capitalismo e colocá-lo a seu serviço, mas sendo suas lógicas completamente diferentes, os resultados podem ser altamente indesejáveis.
Por exemplo: a lógica do Estado é a concentração do poder, o total monopólio da força física de constrangimento individual, alegadamente em defesa da propriedade (o que o capitalismo agradece) e da segurança dos cidadãos, o que nós todos agradecemos.
A lógica do capitalismo (se existe alguma, mas não atribuo nenhuma dimensão metafísica a ele, e sim prefiro falar de capitalismos e de capitalistas) não é a concentração de poder, e sim a atomização dos poderes das empresas capitalistas individuais, atuando em concorrência, sempre.
Por isso mesmo, a colusão entre capitalismo e Estado é uma das coisas mais nefastas e perigosas que existem, pois significa dar a capitalistas (que compraram dirigentes estatais) mais poder do que eles deveriam ter, e dar ao Estado poderes de captação de renda dos cidadãos-consumidores que ele não deveria ter; essa osmose é potencialmente nociva a todos, capitalistas, Estados, mas principalmente aos cidadãos, que se tornam indefesos.
É evidente que o Estado também pode fazer coisas que estão além e acima da capacidade do capitalismo, ou do conjunto dos capitalistas, como são as grandes obras de infraestrutura, defesa, relações exteriores, capacitação geral e elementar da mão-de-obra, enfim, essas funções típicas do Estado que nenhum capitalista pode fazer se não existir um mercado muito bem determinado para sua atuação. Ou seja, o capitalismo pode desempenhar algumas das funções do Estado, mas sempre de modo parcial, regulado, específico, se as formas mercantis se apresentarem de modo satisfatório, pois o capitalismo tem de se basear no lucro, no retorno, nos resultados positivos, coisas que o Estado não precisa, ou não tem como prioritário.
Empresas estatais são invariavelmente mal administradas, e nocivas ao próprio Estado e aos cidadãos, pois se apoiando em mecanismos não mercantis para buscarem seus resultados, o que pode, e deve, ser antieconômico, do ponto de vista dos cidadãos, ou da simples eficiência e racionalidade econômica. Como elas servem a objetivos políticos, invariavelmente seus resultados são menos eficientes do que aqueles que seriam obtidos numa pura relação mercantil.
Agora no plano prático: os EUA são o maior país capitalista existente na face da terra, certo?
Quantas empresas públicas possui o Estado americano?
Ou melhor, qual é o capitalismo de Estado nos EUA?
Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 27 de maio de 2013
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