segunda-feira, 15 de julho de 2013

Economia brasileira: BC tem festival de noticiais ruins (Focus, Julho 2013)

Bem, não se pode dizer que os "mercados" -- essa palavra sempre tão negativa, aos olhos dos companheiros -- estejam otimistas com o Brasil, ao contrário.
O importante é que o Banco Central também ficou mais realista, ainda que ele não seja isento de culpa, também.
Lembro que, em meados de 2011, quando a inflação já estava acima da meta central (4,5%), o presidente Alexandre Tombini prometeu, formalmente, em audiência no Congresso, que em 2012 a inflação já teria convergido para o centro da meta.
Não cumpriu em 2012, e não vai cumprir em 2013.
Se fosse nos EUA, já teria sido convocado pela Comissão de Economia da Câmara e do Senado para dar explicações, e se os parlamentares não estivesse contentes, seria dispensado do cargo.
No Brasil, todos são amigos... da inflação...
Paulo Roberto de Almeida

BACEN (15/07/2013) – BOLETIM SEMANAL FOCUS. PREVISÕES DO MERCADO.

MERCADO FINANCEIRO BAIXA PARA 2,31% PREVISÃO DE ALTA DO PIB DE 2013. EXPECTATIVA PARA O IPCA DESTE ANO PASSOU DE 5,81% PARA 5,80%. MERCADO SEGUE PREVENDO NOVA ALTA DE JUROS DE 0,5 PONTO EM AGOSTO. Os economistas do mercado financeiro baixaram, na semana passada, sua expectativa pra o crescimento do PIB de 2013 de 2,34% para 2,31%. Para o IPCA, que serve de referência para o sistema de metas de inflação, a estimativa do mercado financeiro para este ano caiu de 5,81% para 5,80% neste ano. Esta foi a nona queda consecutiva deste indicador. Para 2014 a previsão de crescimento da economia brasileira ficou estável em 2,80%. No primeiro trimestre deste ano, segundo o IBGE, o PIB avançou somente 0,6% na comparação com os três últimos meses do ano passado - valor que ficou abaixo da previsão dos economistas. O MF informou recentemente que a meta do governo para o crescimento é de 3% neste ano, abaixo do que ainda consta no orçamento federal - que prevê uma alta de 3,5%. No mês passado, o BC baixou de 3,1% para 2,7% sua estimativa de expansão do PIB em 2013.
MERCADO REDUZ PREVISÃO DE CRESCIMENTO DA ECONOMIA PELA 9ª VEZ SEGUIDA. Economistas de instituições financeiras elevaram sua projeção para a Selic em 2014, prevendo que o Banco Central seguirá com o aperto monetário no ano eleitoral, ao mesmo tempo em que mantiveram a perspectiva para a taxa básica de juros neste ano e reduziram as de inflação e crescimento. Os analistas consultados mantiveram a projeção de que a Selic encerrará este ano a 9,25% depois de o BC ter dado continuidade, na semana passada, ao ciclo de aperto monetário elevando a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, a 8,5%. Para a reunião de agosto do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, os analistas esperam nova alta de 0,5%, mantendo o ritmo de aperto monetário. Mas para o final de 2014 elevaram a perspectiva a 9,5%, ante 9,25% na pesquisa anterior. O mercado agora aguarda a divulgação na quinta-feira da ata da reunião da semana passada, em que a decisão de elevar a Selic foi unânime, em busca de mais indícios sobre os rumos da política monetária. Por sua vez, o Top 5, com as instituições que mais acertam as projeções no médio prazo, mostra que a estimativa para a Selic é de 9,5% neste ano, inalterado ante a semana anterior. Para 2014, por outro lado, a projeção foi reduzida a 9,5%, ante 9,75%.
FOCUS APONTA PARA MENOR CRESCIMENTO DO PIB NESTE ANO E MAIOR SELIC EM 2014. PROJEÇÃO DE CRESCIMENTO ECONÔMICO CAIU DE 2,34% PARA 2,31% NESTE ANO; SELIC DEVE ATINGIR 9,50% NO PRÓXIMO ANO. As expectativas econômicas brasileiras divulgadas, projetam piora no crescimento econômico, com o PIB (Produto Interno Bruto) em 2,31% ao final deste ano, ante expectativa anterior de 2,34%. Para 2014, a expectativa de expansão manteve-se em 3,00%. Também projeta menor produção industrial, com expansão de 2,23% em 2013, ante 2,34% apresentados na semana anterior. Já a mediana de projeções para a Selic manteve-se em 9,25% neste ano. Para 2014, no entanto, os analistas consultados pelo BC acreditam em uma taxa maior do que o previsto anteriormente, em 9,50%. Para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), o relatório indicou leve queda nas estimativas para 2013, com a inflação em 5,80% neste ano, ante perspectiva de 5,81%. Para 2014, a projeção manteve-se em 5,90%.
INFLAÇÃO. Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de referência para o sistema de metas de inflação, a estimativa do mercado financeiro para este ano caiu de 5,81% para 5,80% neste ano. Esta foi a segunda queda consecutiva deste indicador. Para 2014, a previsão permaneceu estável em 5,90%. O BACEN afirmou que a inflação teria queda neste ano frente ao patamar registrado em 2012 (5,84%) e no ano de 2014. Embora acredita na desaceleração da inflação neste ano, o mercado continua prevendo, entretanto, crescimento da inflação em 2014. Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o IPCA. Para 2013 e 2014, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. O BC repetiu o argumento de que esse movimento de elevação da Selic colocará a inflação para baixo. Em relação ao IPCA, os agentes econômicos consultados no Focus reduziram a expectativa neste ano a 5,8%, ante 5,81% na pesquisa anterior. Para 2014, a projeção permaneceu em 5,9%. Já a expectativa para a inflação nos próximos 12 meses foi ligeiramente elevada a 5,68%, ante 5,67%. O nível elevado de preços continua preocupando ainda mais diante da fraqueza da economia brasileira, o que ficou evidenciado na queda de 1,4% do Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) de maio, ante abril. O indicador é considerado uma espécie de sinalizador do PIB. Frente a esse cenário, os economistas baixaram pela nona semana seguida a expectativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano no Focus a 2,31%, ante 2,34% anteriormente. Para 2014, a projeção foi mantida em 2,8%.
TAXA DE JUROS. Após o aumento nos juros para 8,5% ao ano na semana passada, o mercado segue acreditando que, em agosto, haverá uma nova alta de 0,5 ponto percentual, para 9% ao ano. Para o fim deste ano, a estimativa permaneceu estável em 9,25% ao ano. Para o final de 2014, porém, a previsão subiu de 9,25% para 9,5% ao ano na última semana.
CÂMBIO. A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2013 continuou em R$ 2,20 por dólar. Para o fechamento de 2014, a estimativa dos analistas dos bancos para o dólar subiu de R$ 2,22 para R$ 2,30. O Focus mostrou ainda que os economistas mantiveram a expectativa para o dólar no final deste ano em R$ 2,20.
BALANÇA COMERCIAL. A projeção dos economistas do mercado financeiro para o superávit da balança comercial (exportações menos importações) em 2013 ficou estável em US$ 6 bilhões na semana passada. Para 2014, a previsão de superávit comercial permaneceu em US$ 8 bilhões na última semana.
INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS. Para 2013, a projeção de entrada de investimentos no Brasil ficou inalterada em US$ 60 bilhões. Para2014, a estimativa dos analistas para o aporte de investimentos estrangeiros continuou em US$ 60 bilhões na última semana.

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