sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Equador: chantagem economica com o mundo nao funcionou...

POLÍTICA AMBIENTAL NO EQUADOR

Raphael Correa e o ambientalismo de guerrilha

Presidente Rafael Correa quebra promessa de não explorar reservas de petróleo em parque nacional e culpa Ocidente

fonte | A A A
“Impecável”. Foi assim que o presidente do Equador, Rafael Correa, descreveu a lógica por trás de um plano para deixar cerca de 920 milhões de barris de petróleo cru intocados no campo Ishpingo-Tambococha-Tiputini (ITT) em troca de US$ 3,6 bilhões. Ao pagar tal quantia, países ricos evitariam a liberação de 470 milhões de toneladas de dióxido de carbono na atmosfera, preservariam a intocada floresta tropical do parque nacional de Yasuní e protegeriam tribos indígenas “não contatadas”. A proposta caiu por terra, no entanto, e em 15 de agosto, após esperar por três anos, Correa ficou farto. “O mundo nos deixou na mão”, ele afirmou em um discurso feito em horário nobre em estações de rádio e TV.
De modo igualmente absurdo, o Equador dedica a subsídios à gasolina e ao diesel um valor semelhante ao que o programa geraria. E, dada a reputação de “caloteiro serial” do país, os doadores poderiam muito bem se perguntar se o governo não voltaria atrás em sua promessa de nunca explorar o ITT. Com efeito, ao mesmo tempo em que fazia uma campanha intensa para que o programa fosse adiante, o presidente rascunhava um plano para acessar as reservas do campo de petróleo.
Este plano agora será posto em prática. O Equador, insistiu Correa, precisa desesperadamente dos US$ 18,3 bilhões que se prevê que o ITT gerará para acabar com a pobreza. Levará anos até que o petróleo cru do ITT comece a jorrar, mas grupos indígenas e ambientalistas, já experientes devido a uma tentativa do presidente no início do ano de conceder o direito de exploração de uma área igualmente intocada no sul do país para empresas petrolíferas estrangeiras, convocaram protestos.

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