Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
domingo, 18 de agosto de 2013
Orwell: ainda e sempre...
Um comentário:
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Por falar em tendências totalitárias, acabamos de voltar do cinema onde assistimos ao filme Hannah Arendt.
ResponderExcluirE certamente por estar ainda profundamente impactada com o pensamento desta brilhante filósofa, não entendo que o pior na política seja a distorção da verdade, a estupidez ou a incompetência. O pior, o irremediável, na política é a recusa determinada, sistemática, de se pensar criticamente, e, por extensão, assumir a responsabilidade pelos próprios atos.
O mal, para Arendt, não era algo tenebroso diretamente associável ao fáustico Mefisto. Não. Para ela, o mal era derivado do homem banal, trivial, comum. O homem que não se atreve a exercer o atributo ôntico que lhe caracteriza: o ato de pensar e assumir as consequências dos seus atos.
Penso que no Brasil vige exatamente este gênero de banalidade, não só entre os políticos como também entre todos os cidadãos. Há "esquemas" a serem seguidos em todos os ambientes e na hora de se apontar culpados ou inocentes a desculpa dos acusados são sempre as mesmas: ou ele não sabia de nada, ou era "apenas" uma peça numa engrenagem contra a qual não valeria a pena se revoltar e tentar alterar.
Esta recusa terminante ao ato de pensar quanto se apossa, por exemplo, da casta dos intelectuais (vide Marilena Chauí) dá, inexoravelmente, em tragédia. E o holocausto foi o resultado direto disto.