terça-feira, 1 de outubro de 2013

O triunfo de Paulo Freire no aumento do analfabetismo: ou o Brasil acaba com as sauvas, ou...

Nos tempos botocudos de Monteiro Lobato, quando o Jeca Tatu morria de doença do pé, ele dizia, a propósito da nossa única "indústria"  produtiva, a agricultura: "Ou o Brasil acaba com as saúvas, ou as saúvas acabam com o Brasil", indicando estar nos famintos insetos o principal mal da principal, única, e atrasada atividade econômica brasileira.
Pois bem: o Brasil acabou com as saúvas, ou melhor, modernizou a agricultura, adotou defensivos e métodos para a produção acrescida no setor primário, sendo hoje um campeão mundial, absoluta e relativamente, na produção agrícola competitiva, isto é, em condições de mercado, sem subsídios e sem proteção (a que existe são para as saúvas do MDA, o ministério do MST, que vive sugando recursos públicos sem produzir nada).

Mas as saúvas não morreram: elas estão vivinhas da silva, fortes e cada vez mais prósperas, desde que se mudaram todas para o MEC, desde os anos 1960, aliás, quando uma outra praga, muito mais poderosa, se instalou no Brasil para nunca mais largar e nunca mais ser combatida, aliás, até promovida pelos ignorantes que fazem de líderes deste país do nunca antes: refiro-me à pedagogia do oprimido, essa idiotice absoluta de um dos grandes idiotas da nação, Paulo Freire.
Todas as saúvas freireanas campeiam soltas nas faculdades de pedagogia e dominação a educação brasileira, do pré-primário ao pós-doc. São elas que estão enterrando o Brasil no abismo da ignorância, da estupidez, da burrice consumada. São elas as responsáveis por esse quadro lamentável refletido no editorial do Estadão.
Paulo Roberto de Almeida

Editorial de O Estado de S.Paulo, 1/10/2-13

Depois da universalização das matrículas no ensino fundamental, que foi uma das principais conquistas do país das décadas de 1990 e 2000, era de esperar uma significativa melhoria na qualidade das escolas nos últimos anos. Mas, em vez do desenvolvimento natural rumo a uma educação básica mais eficiente, capaz de assegurar ao país a formação de capital humano de que necessita para poder crescer e passar para níveis mais sofisticados de produção, o Brasil está retrocedendo.

Essa é uma das mais importantes ─ e preocupantes ─ conclusões que podem ser extraídas da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2012, divulgada pelo IBGE. A pesquisa é realizada desde 1967 e traz informações sobre população, migração, trabalho, rendimento e domicílios, além de educação. A partir de 2004, ela passou a cobrir todo o país. Para realizar a Pnad de 2012, os técnicos do IBGE consultaram 147 mil domicílios.
Segundo os indicadores da Pnad na área de educação, o analfabetismo ─ que vinha em queda constante desde 1998 ─ voltou a crescer no ano passado. Os técnicos do IBGE identificaram 13,163 milhões de pessoas que não sabiam ler nem escrever ─ o equivalente a 8,7% da população com 15 anos ou mais. Em 2011, o número de analfabetos era de 12,866 milhões. Em termos absolutos, o aumento foi de 297 mil analfabetos e se concentrou no Nordeste ─ especialmente nos Estados da Paraíba, Pernambuco, Bahia e Alagoas. A taxa de analfabetismo na região passou de 16,9%, em 2011, para 17,4%, em 2012. O Nordeste concentra 54% do total de analfabetos do País. Ou seja, um em cada dois analfabetos é nordestino.
No Centro-Oeste, a taxa de analfabetismo passou de 6,3%, em 2011, para 6,7%, em 2012. Na Região Norte, ela foi de 10%, no ano passado. As menores taxas foram registradas nas regiões mais desenvolvidas. No Sul, a taxa de analfabetismo foi de 4,4% da população com 15 anos ou mais. No Sudeste, ela chegou a 4,8%. Santa Catarina é o Estado com a menor taxa de analfabetismo do País, com 3,1%.
Os números da Pnad também mostram como o analfabetismo incide sobre a população mais velha. Entre os que têm 60 anos ou mais de idade, 24,4% não sabem ler ou escrever. Na faixa dos 49 aos 59 anos, a proporção é de 9,8% do total. Já na faixa dos 30 aos 39 anos, 5,1% são analfabetos. As menores taxas ─ de 2,8% e 1,2% ─ estão nas faixas de 25 a 29 anos e de 15 a 19 anos, respectivamente.
Os técnicos do IBGE também constataram uma melhora na taxa de analfabetismo funcional, que passou de 20,4%, em 2011, para 18,3%, em 2012 ─ uma queda de 2,1 pontos porcentuais. Em termos absolutos, isso significa que o país tinha no ano passado 27,8 milhões de pessoas de 15 anos ou mais de idade com menos de 4 anos de escolaridade ─ um número muito alto de brasileiros incapazes de ler e compreender um simples manual de instrução de equipamentos. O levantamento do IBGE mostra ainda que 11,9% da população com 25 anos ou mais de idade não tinha qualquer instrução ou tem menos de um ano de estudo. Em 2011, a proporção era de 15,1%.

Os números da Pnad mostram, no entanto, que, em vez de aumentar o número de pessoas preparadas para enfrentar o ambiente competitivo de um mercado de trabalho cada vez mais sofisticado em termos tecnológicos, a educação brasileira está no caminho inverso. E, com isso, o Brasil permanece com um importante segmento da população à margem do processo econômico, por falta de instrução, o que agrava a desigualdade. Esse é o atestado do fracasso da política educacional adotada nos últimos anos. Ela agitou bandeiras politicamente vistosas, como a adoção do sistema de cotas raciais, a democratização do ensino superior e a criação de universidades. Mas revelou-se incapaz de alfabetizar e preparar milhões de brasileiros para o mercado de trabalho, negando-lhes com isso as condições para que possam se emancipar econômica e socialmente.

Um comentário:

  1. Quem dera houvesse saúvas freireanas soltas nas faculdades de pedagogia para acabar com a “atividade econômica” na educação brasileira... Não sei se vc já passou perto de um programa de pós-graduação em educação no Brasil, porém é mais fácil ver Freire em outros ambientes do que num curso de pedagogia.
    Na verdade, existem outras espécies de formiga que minam a educação brasileira: são do tipo doceiras. Enxergam a educação de forma romântica e positivista - confundem sujeitos com números. Com seus doces métodos cartesianos creem melhorar algo. Vemos um discurso de gestão impregnando o cenário educacional e causando desastrosas políticas educacionais. O problema reside na atuação de profissionais alheios à educação no "comando" das respectivas pastas. O Ministro da Educação e o Secretário de Educação do Estado do RJ são economistas, a Secretaria do Município carioca (onde resido) é uma administradora. Usam paradigmas que alhures funcionariam bem, todavia nas escolas não são coerentes, mas sim estéreis. Se pelos menos se baseassem em Freire - que, no geral, é jogado no ostracismo pelos acadêmicos educacionais brasileiros - talvez a situação não seria tão desastrosa.

    ResponderExcluir

Comentários são sempre bem-vindos, desde que se refiram ao objeto mesmo da postagem, de preferência identificados. Propagandas ou mensagens agressivas serão sumariamente eliminadas. Outras questões podem ser encaminhadas através de meu site (www.pralmeida.org). Formule seus comentários em linguagem concisa, objetiva, em um Português aceitável para os padrões da língua coloquial.
A confirmação manual dos comentários é necessária, tendo em vista o grande número de junks e spams recebidos.