Os militares brasileiros só colocaram diesel nos tanques: os que guiaram e comandaram todas as trajetórias foram os agentes da CIA, como se sabe...
Paulo Roberto de Almeida
Universidades dos EUA exibem 'O Dia que Durou 21 Anos'
Documentário trata da influência americana na ação militar de 1964
Felipe Resk
O Estado de S. Paulo, 31/03/2014
O premiado documentário "O Dia que Durou 21 Anos", de Camilo Tavares, que aborda a influência do governo americano no golpe militar de 1964 no Brasil, vai realizar uma temporada de exibição em universidades renomadas dos Estados Unidos. Entre os dias 1 e 15 de abril, os produtores ficam no país para divulgar o filme em cinco grandes centros acadêmicos: Columbia, MIT, Yale, Brown e Princenton.
Em outubro de 2013, o documentário foi apresentado no Palácio da Alvorada, em Brasília, com a presença da presidente Dilma Rousseff. A repercussão abriu espaço para que o filme chegasse no mesmo mês a Harvard, onde a Rockfeller Foundation sediou um debate sobre o papel americano durante a ditadura no Brasil, com a participação de professores e estudantes universitários dos Estados Unidos.
"Nós queremos levar consciência ao ninho da serpente", brinca o diretor Camilo Tavares. O objetivo não é só retratar a participação dos presidentes John Kennedy e Lyndon Johnson, e do embaixador americano no Brasil, Lincoln Gordon, na ação militar que deu início à ditadura, há exatos 50 anos. "O Dia que Durou 21 Anos" também pretende problematizar o modelo político dos Estados Unidos. "Espero que eles reflitam sobre a democracia e sobre o conceito de Freedom, que parece estar sempre relacionado a um viés militar no país", diz Tavares.
O documentário já recebeu o Prêmio Especial do Júri em Festival em Nova York - 29º Long Island Film Festival, o Prêmio Especial do Júri no 22º Arizona International Film Festival, ambos nos Estados Unidos. Na França, recebeu o prêmio de melhor documentário estrangeiro no St. Tropez International Film Festival. Também faturou o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte, em 2013.
Agora, a produtora Pequi Filmes, que pretende fazer uma sequência do documentário, procura levantar fundos por meio da Lei Rouanet, Lei do Audiovisual, do Programa de Ação Cultura de São Paulo e da Lei Mendonça. Segundo Tavares, a viagem aos Estados Unidos serve também para buscar patrocinadores privados e estabelecer contato com possíveis financiadores. Como está em processo de captação de recursos, ainda não há previsão para o lançamento do novo filme.
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