Concordo com os argumentos de Rubem Novaes.
Paulo Roberto de Almeida
Os 2
Grandes Males do PSDB
Rubem
Novaes
1- A vaidade incontrolável dos tucanos de alto
coturno, ou pavões.
Eles nunca
se apóiam de verdade. Alckmin tem quase 50% dos votos em São Paulo, Serra já
tem uma vantagem confortável sobre Suplicy na disputa pelo Senado, mas Aécio
está num terceiro lugar longe de Marina e Dilma. O mesmo aconteceu quando Serra
e Alckmin precisaram do prestígio de Aécio para desempenhar bem em Minas. Deu
PT na cabeça e ficou famosa a dobradinha Dilmasia, folgada na dianteira. Mais
recentemente, um novo fenômeno corroborou a tese: Aécio escolheu para seu vice
um candidato ligado a Serra, esperançoso de de obter seu apoio entusiasmado. E
o que vemos? Marina dá a entender que Serra poderá vir a compor sua equipe de
governo e Serra deixa o boato correr esperando dele tirar vantagens eleitorais.
É cada um por si e ninguém por todos. FHC parece querer ficar na história como
o único do Partido a bater Lula e seu PT. E por duas vezes. Serra e Alckmin,
por seu lado nunca defenderam os governos de FHC. Os líderes que se seguiram a
FHC muito pouco ou nada fazem uns pelos outros. Parecem estar contentes em ver
que os outros também não ganharam nem ganharão o cetro presidencial.
2- O complexo de rejeição pela esquerda.
Os tucanos
não se conformam de terem perdido o voto da esquerda e estão sempre sonhando em
reconquistá-lo. Em diversos momentos, como agora, tiveram a chance de engrossar
substancialmente suas fileiras com o voto conservador/liberal e não o fizeram.
Toda a direita torcia para que Aécio escolhesse para ser seu vice alguém com o
perfil de um Ronaldo Caiado, capaz de bater duro nas teses da esquerda. Mas
Aécio foi buscar como companhia Aloísio Nunes, um ex militante da esquerda
armada, sem qualquer charme e possibilidade de agregar votos. A verdade é que o
espaço à esquerda no espectro político já está plenamente ocupado: PT, PSD,
PDS, PDT, PSOL, PCO, PSTU etc. se bastam. É no espaço a sua direita que o PSDB
pode crescer, mas resiste. O país já mostrou com Carlos Lacerda, Jânio Quadros,
Collor e Maluf que, com candidatos assertivos, a direita pode ter força
eleitoral capaz de ganhar eleições majoritárias. Mas, o que fazer com o
complexo? O que pensarão os professores da PUC e os jornalistas ainda simpáticos
ao Partido? No way.
Conclusão:
O PSDB prefere manter a sua pose de Partido Social Democrata europeu a correr
atrás de um voto que seus líderes intelectuais desprezam. Teve, nestas
eleições, a grande chance de vencer, considerada a crise econômica e a fraqueza
da candidata petista, mas preferiu vestir as luvas de pelica que o caracterizam
e contentar-se com os aplausos minguados de um segmento da população que talvez
nunca mais lhe permita vôos mais altos.
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