segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Corrupcao: aqui um verdadeiro heroi do povo brasileiro

O foco da imprensa, ou da mídia, como diriam os companheiros, vai sempre para os bandidos. Destes, existem dois tipos: os frouxos, de partidos burgueses, que ao maior problema apelam logo para a delação premiada, incriminando a todos para escapar da cadeia. Depois tem os companheiros, que pela lei da omertà não falam nada contra o partido totalitário. Eles são considerados herois pelo partido corrupto, mas são apenas vermes da política brasileira.
O verdadeiro heroi está aqui. 
Paulo Roberto de Almeida 

PETROLÃO
‘PERDI TUDO’, RECLAMA O PRIMEIRO DENUNCIANTE DO CASO LAVA JATO
SUAS PRIMEIRAS REVELAÇÕES, ANÔNIMAS, CHEGARAM À POLÍCIA EM 2008
Publicado: 13 de outubro de 2014 às 10:27 - Atualizado às 10:32
Por: 
jose janene e hermes magnus cópia
José Janene, ex-deputado já morto, e Hermes Magnus, que denunciou o esquema do Petrolão
“Eu perdi tudo, não devo nada para o governo do PT, mas o Brasil me deve muito”, afirma o empresário Hermes Magnus, que denunciou à Polícia Federal e à Procuradoria da República em Londrina (PR) o esquema de lavagem de dinheiro sob comando do então ex-deputado José Janene (PP-PR), morto em 2010, e do doleiro Alberto Youssef.
Suas primeiras revelações, ainda em caráter anônimo, chegaram aos investigadores em 2008. Ele mandava documentos e mensagens para as autoridades, relatando movimentos de Janene e Youssef.
Naquele ano, em busca de investidores que aportassem recursos na Dunel Indústria e Comércio Ltda., que criou para atuar no fornecimento de equipamentos, ele encontrou-se com o político na sede da CSA Project Finance, espinha dorsal da Lava Jato. Logo, afirma, descobriu que Janene usava a CSA para lavar dinheiro, mas não se afastou porque firmara memorando de entendimentos, que previa pesada multa por rompimento contratual.
Por meio da CSA, Janene e Youssef expandiram suas ações para a Petrobras, onde se associaram a Paulo Roberto Costa, diretor da estatal entre 2004 e 2012. “Naquela reunião, me foi apresentado o Claudio Menti, pupilo e testa de ferro do Paulo Roberto”, narra o empresário. “Na CSA encontrei pelo menos três vezes o Paulo Roberto.”
Segundo ele, Janene lhe ofereceu R$ 1 milhão para injetar na Dunel – segundo a Procuradoria, dinheiro do mensalão que foi lavado pelo político. “Eles queriam me usar como laranja. O dinheiro rodava livre na CSA. A partir das minhas informações, a Lava Jato foi ganhando corpo.”
Entre 2011 e 2012, a Justiça Federal autorizou medidas cautelares, interceptação telefônica e de e-mails. Descobriu-se, então, as ramificações do grupo e surgiram detalhes das relações com o então diretor da Petrobras e indícios de propinas a políticos do PT, do PMDB e do PP.
Celeridade
As investigações ganharam celeridade quando o investidor Enivaldo Quadrado, operador de Janene, foi preso em dezembro de 2008 no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, com 361,4 mil em espécie na cueca e nos bolsos que, segundo Magnus, era destinado à ex-mulher de Janene.
“Eu quebrei, um prejuízo de pelo menos R$ 2 milhões. Éramos 32 funcionários, somos quatro”, desabafa Magnus, que diz levar uma vida de dificuldades, sob desconfiança do mercado, que raramente lhe dá uma oportunidade de negócio.
Telefonemas anônimos o aterrorizam. Ameaças vêm de todo jeito, a qualquer hora. Teme uma emboscada. Ou uma bala perdida. “A militância vai cuidar disso”, dizem. “Meu plano é ir embora do Brasil. As pessoas me veem como um bandido que desertou, mas não é verdade. Eu denunciei tudo, desde 2008. Eu não sou um deles.”
Magnus afirma ver uso eleitoral da PF e não acha justas as críticas de políticos à condução do processo pelo juiz Sérgio Moro. “Não há nenhum interesse político na investigação.” (Fausto Macedo e Ricardo Brandt, AE)
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