Reflexoes esparsas, manifestadas a dois correspondentes de uma postagem anterior neste blog, e que tinha a ver com a situação atual do Brasil:
Países e sociedades são contraditórios, erráticos,
equivocados e ingênuos quanto ao itinerário que devem seguir nas
políticas mais apropriadas para combinar o máximo de prosperidade com o
máximo de liberdade.
O caminho da primeira, a prosperidade, pode parecer mais rápido com
um pouco de autoritarismo e foi o que tivemos durante a ditadura
militar.
O caminho da segunda, a liberdade, pode nos conduzir a mais inflação e
desorganização da vida nacional, e foi o que tivemos na "nova
República".
Estamos sempre tentando, mas não somos melhores do que
outros povos, que também enfrentaram frustrações e recuos.
Eu não penso
nos casos de sucessos, em geral dos países anglossaxões, que souberam
combinar liberdades com desenvolvimento, por um conjunto feliz de
características e circunstâncias, mas nem os EUA, o país mais bem
sucedido em toda a história da humanidade, escapou de uma terrível
guerra civil, e de outros horrores menores, por envolvimento em guerras e
guerrilhas aqui e ali.
Penso nos casos de desastres totais, como alguma
recuperação posterior, em sempre bem acabada: a China decaiu por mais
de dois séculos, até se recuperar no caminho da prosperidade, mas
permanece uma autocracia como foi durante toda a sua história, uma
tirania de imperadores e agora de mandarins do PCC.
A Grã-Bretanha
decaiu durante bastante tempo, até se recuperar parcialmente com uma
estadista corajosa, que soube enfrentar as máfias sindicais.
A
Argentina, infelizmente, continua a decair, pois continua a ser dominada
pelas máfias sindicais e partidarias do peronismo criminosos. Nós
estamos provavelmente nesta última trajetória, mas nosso peronismo não
tem nem doutrina, é pura máfia.
Não acredito em projeto nacional,
isso é coisa de engenheiros sociais, que acham que podem reformar a
sociedade segundo projeto pré-fabricados. Isso não existe.
Existe a obra
de estadistas de valor, ou na falta deles, de cidadãos conscientes do
que deve ser feito, e acredito que estejamos chegando perto dessa fase.
Convêm persistir na resistência democrática, e continuar a luta, mesmo num quilombo de resistência intelectual.
Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 5/11/2014
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