Meu amigo
Luiz Olavo Baptista, horrorizado, como eu, com o espetáculo de ódios
disseminados em todos os meios, com o cenário de divisão do país, e de
fundamentalismo político (o religioso há muito existe) que tomou pé em nosso
país desde algum tempo, faz estas reflexões que tenho o prazer de reproduzir
aqui.
Paulo
Roberto de Almeida
Coxinhas, mortadelas e a psicose coletiva
Experienced and Independent Arbitrator and
Jurisconsult
Este texto, como outros que postei
neste site contém anotações rápidas sobre coisas que chamam a minha atenção e
não aspiram à dignidade dos textos acadêmicos, meros registros de sentimentos
que são.
Pouco a pouco o país foi
ensandecendo, dividindo-se fracionariamente, em polos opostos. Um conhecido me
disse com cara séria e ar de quem acredita no que está dizendo que seu sonho
era ver mortos todos os palmeirenses – ele é corintiano. Outro queria que se
eliminassem os muçulmanos, ele integra um grupo que se intitula cristão (acho
que há um novo significado para o termo) fundamentalista.
Nas mídias de comunicação social –
aparentemente concebidas para congregar e aproximar pessoas, - alguns dirigem
insultos a outros, os quais coroavam com a expressão coxinha; recebem respostas
com agressões verbais de igual teor sendo e eram tachados como mortadelas. As
mensagens de uns e outros exalam ódio exacerbado.
O ódio por razões políticas não é
novo na história do Brasil. Antes de 1930, no Rio Grande do Sul, maragatos
degolavam ximangos e vice versa. De novo os apelidos e o ódio assassino são
coletivizados.
Essa atitude, para as pessoas não
contaminadas pela psicose coletiva que ora grassa, é inaceitável. Não consigo
aceitar ou compreender o desrespeito ao direito de cada um pensar, falar
e votar como quiser e suas manifestações, pacificas e ordeira serem respeitadas
por todos mesmo que com elas não estejam de acordo. A Declaração Universal dos Direitos
Humanos diz clara mente que:
Artigo 18 - Toda
pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este
direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de
manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e
pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.
Artigo 19 - Toda pessoa tem
direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de,
sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações
e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.
A psicose coletiva leva aos
diferentes tipos de totalitarismo e desrespeito que ameaçam os direitos de cada
um e das minorias.
Por isso é preciso voltar à
sanidade, e lembrar que na origem da ideia de republica, lançada pela Revolução
Francesa, o lema era liberdade igualdade e fraternidade. Com essa tríade,
teremos de volta aquilo de que mais necessitamos para superar as dificuldades por
que teremos que passar nos próximos anos.
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