Minha pequena introdução a esta importante matéria:
Obrigado a engolir o protagonismo do "chanceler de fato", o "chanceler acidental", diz que se sentiu representado pela presença do Bolsokid no encontro reservado com Trump. Não é verdade que, não estando o Secretário de Estado, o chanceler brasileiro tampouco poderia estar, não é verdade. TODOS os encontros de cúpula têm a presença de um note-taker, que pode ser o chanceler, o embaixador, qualquer um. Essa coisa de encontro a dois (Trump-Putin, Trump-Kim) isso é ANTI-DIPLOMÁTICO, alguém precisa fazer o registro do que é dito e acertado. Portanto, o chanceler brasileiro, ou o embaixador Sérgio Amaral DEVERIAM estar no encontro entre Bolsonaro e Trump. Essa mania de diplomacia familiar, ou diplomacia twiteira, é profundamente IRREGULAR e INDESEJÁVEL!
Não foi o Itamaraty que ficou incomodado com isso, e sim o chanceler acidental. O Itamaraty ficou, sim, profundamente irritado com as ofensas da família Bolsonaro aos brasileiros honestos que trabalham duramente nos EUA para ganhar a vida, e só foram para lá porque políticos como esses negam aos brasileiros oportunidades de crescimento e de emprego dignas. É uma vergonha o que disseram os dois da foto sobre essa comunidade especialmente trabalhadora nos EUA, que aliás votou maciçamente pelo capitão. Acho que terá sido a primeira e última vez.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 21 de março de 2019
Protagonismo
de Eduardo Bolsonaro nos EUA incomoda Itamaraty
O presidente da Comissão de Relações Exteriores da
Câmara tem atuado como chanceler informal
Marina
Dias
Washington
Folha de S.Paulo, 21.mar.2019 às 2h00
Como uma espécie de chanceler informal, Eduardo participou da reunião
reservadaentre Bolsonaro e o
presidente americano, Donald Trump, na terça-feira (19) na Casa Branca.
Sua presença no Salão Oval causou surpresa entre
membros do governo e do Itamaraty e fez o deputado divulgar mensagem em rede
social para dizer que aquilo “não se tratava de uma competição” e que todos os
seus passos na área internacional são dados sob a orientação de Araújo —ausente
no encontro.
Na quarta (20), assim que desembarcou no Brasil, foi a
vez do chanceler baixar a temperatura. Ele convocou a imprensa para defender sua atuação à
frente do Itamaraty e
dizer que foi sim importante para os resultados alcançados na viagem.
Araújo disse ainda que tem “uma visão extremamente
coincidente” com a de Eduardo sobre a relação com os EUA e a posição do Brasil
no mundo. “Nós fazemos parte da mesma equipe. O deputado me ajudou muito na
construção dessa parceria”, disse.
Suas declarações sobre determinados temas, como
imigrantes por exemplo, causaram polêmica recentemente, refletindo um
comportamento menos diplomático do que o esperado. Ele disse que os brasileiros ilegais
são “uma vergonha” para
o país.
A retórica anti-imigração é alinhada à de Trump, de
quem Eduardo é admirador.
O filho de Bolsonaro disse que foi a convite do presidente
americano que participou
da reunião privada na Casa Branca —de praxe, o encontro envolve apenas os
presidentes e os intérpretes, quando necessário.
Antes da reunião, Eduardo era o único acompanhante do
brasileiro durante o primeiro encontro dos líderes. Já do lado americano,
estavam presentes o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, a
porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, e Kim Brier, do Departamento de Estado
dos EUA.
Trump fez deferências públicas a Eduardo, ao dizer que
o deputado fazia um “trabalho fantástico”. O deputado tem atuado para se
aproximar de Washington desde o fim do ano, após as eleições.
Na ocasião, encontrou-se com autoridades como Jared
Kushner, conselheiro-sênior e genro de Trump, além de lideranças conservadoras.
Além da CIA e do Salão Oval, Eduardo cumpriu agendas
paralelas à do pai ao lado de Filipe Martins, assessor para assuntos
internacionais do Planalto.
Araújo, por sua vez, disse que não estava prevista sua
presença no Salão Oval, assim como não estava presente o secretário de Estado
americano, Mike Pompeo.
Nos bastidores, porém, o chanceler se irritou na frente de outros ministros por causa da
participação de Eduardo no encontro privado.
Segundo pessoas descreveram à Folha,
Araújo ficou especialmente irritado após ler o blog da jornalista Míriam Leitão,
do jornal O Globo, que afirmou que o Itamaraty saiu rebaixado com a ida do
filho de Bolsonaro ao encontro. Se Araújo tivesse “alguma fibra”, ela escreveu,
pediria para deixar o cargo.
O Itamaraty reforçou que, após a bilateral, houve
reunião ampliada com todos os ministros que estavam na comitiva, incluindo
Araújo.
Já no Brasil, o chanceler disse que achou excelente a
participação de Eduardo no encontro reservado porque ele reforça o alinhamento
entre ambos. “Eu me senti distinguido pela participação do deputado, ele
comunga das mesmas ideias que eu”, concluiu.
J apprécie votre franc parler , virulent, objectif et pertinent
ResponderExcluirEn tant qu ancien diplomate français a Brasilia, j en fesais autant.
Vous ne maché pas vos mots.
Félicitations