Até hoje, quarta-feira, 7/10/2020, o caso era mais patético e de malandragem – incremento do currículo, aliás até mais grave do que o da Dilma, pois nem CV Lattes ele tem – em casos tópicos de "pós-doc" inventados, o que já é suficientemente grave. Agora, é um crime, senão no Código Penal, pelo menos deontológico, pois significa que ele copiou, inclusive preservando erros do original, trecho de artigo de colega.
Até a Janaina Paschol, insuspeita, pois que simpática ao bolsonarismo, se espantou com a revelação.
Sei que nem o presidente nem o Centrão estão preocupados com esses aspectos, pois o que interessa a eles é desconstruir a Lava Jata, o ex-juiz Moro, a luta contra contra a corrupção, mas não se trata mais de aceitar um sujeito que toma tubaína com o capitão, e sim da honestidade intelectual do candidato.
O General Heleno tomou conhecimento do CV do sujeito? Tem algo a dizer?
Paulo Roberto de Almeida
Crusoé acusa Kassio Nunes, indicado ao STF por Bolsonaro, de plágio em mestrado
Revista Fórum, 7 out 2020 - 14:48
Reportagem de Rodrigo Rangel e André Spigario nesta quarta-feira (7) na revista Crusoé, ligada ao grupo O Antagonista, acusa o desembargador Kassio Nunes Marques, indicado por Jair Bolsonaro à vaga de Celso de Mello no Supremo Tribunal Federal (STF), de cometer plágio na dissertação de seu mestrado na Universidade Autônoma de Lisboa.
Os jornalistas dizem ter analisado o trabalho, que foi disponibilizado na internet e garantiu ao juiz o título de mestre, e encontrado trechos inteiros copiados do advogado Saul Tourinho Leal, piauiense que integrou a banca de advocacia do ex-ministro do STF Carlos Ayres Britto.
“A dissertação repete até um erro de português contido em um dos artigos do advogado – o que indica ter havido, na elaboração da dissertação, um ‘copia e cola’ a partir dos textos de Saul Tourinho Leal”, diz o texto dos jornalistas, que dizem ter usado a ferramenta “Plagium”, disponível na internet, para cruzar as informações e detectar o possível plágio.
Porta-voz do lavajatismo, o grupo Antagonista é ligado a Sérgio Moro, que foi alçado ao Ministério da Justiça com a promessa de que Jair Bolsonaro o indicaria a uma vaga no Supremo. Moro, no entanto, deixou o governo acusando Bolsonaro de interferência na Polícia Federal e tornou-se inimigo do presidente.
Na última edição, a Crusoé classifica Nunes Marques como “o avesso de Moro” na reportagem de capa.
Janaína Paschoal
Nas redes sociais, a deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP) classificou a reportagem como “denúncia muito grave”.
“Amados, essa denúncia é muito grave! Estou, há dias, procurando a tese de doutoramento e os trabalhos de pós doutoramento do indicado ao STF, sem sucesso! Localizei a dissertação de mestrado, li e, como disse, apesar de não concordar, achei o trabalho tecnicamente muito bom!”, afirmou.
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