Estou preocupado com a sorte do Império
(quem sou eu, para tal aflição?)
Se tem uma coisa que me tem surpreendido nos últimos cinco anos, pelo menos, é a loucura dos best and brightest, dos melhores e mais brilhantes acadêmicos da costa Leste dos EUA, aqueles que sempre deram o tom da política externa americana, por vezes mais internacionalistas – ou "liberals", ou seja, os mais abertos aos institucionalistas - por outras mais republicanos, ou seja, realistas imperialistas em estado puro.
Pois todos eles, ou quase todos, se deixaram contaminar pela paranoia anti-China dos generais "peter-sellianos" do Pentágono, que são doidos por necessidade e por definição, par excellence. O exemplo mais gritante é o Prof. Graham Allison, autor do brilhante The Essence of Decision, sobre a crise dos foguetes soviéticos em Cuba, em 1962, e que desde 2015, pelo menos, vem disseminado sua tese maluca da "armadilha de Tucídides", o enfrentamento fatal entre os dois impérios da atualidade, o estabelecido e o ascendente.
Este, eu considero, é o problema NÚMERO UM da geopolítica do século 21, o que vai determinar o sucesso e a miséria dos países do Terceiro Mundo pelo resto do século. Se os EUA se recompuserem, e abandonarem a paranoia maluca, o mundo será mais calmo e mais próspero. Se eles continuarem com sua postura alucinada e paranóica, eu só recomendo a leitura de Edward Gibbon (século XVIII), sobre a decadência e a queda do Império Romano do Oriente (o bizantino, pois o do Ocidente já tinha acabado em 476 DC.; essa decadência demorou 1.000 anos).
A decadência americana demorará 1.000 anos?
Não acredito, dou 100 anos, no máximo (mas ainda acredito na racionalidade dos homens...).
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 20/03/2021
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