Sobre Impérios e sobre um Grande Império:
Grandes Impérios são ambivalentes: produzem ordem e segurança em vastos territórios para permitir o avanço das trocas comerciais e da interdependência global, mas nas interfaces com Impérios vizinhos podem provocar rupturas e conflitos de grandes proporções. São mais resilientes do que os Estados nacionais, ainda que possamos concordar com Duroselle em que “tout empire perira”.
De fato, todos os Impérios históricos pereceram, alguns depois de centenas de anos.
O da China renasceu, mas sob uma forma totalmente diferente do antigo Império do Meio, fragmentado em duas dúzias de dinastias, tendo atravessado um longo período de declínio, de meados do século XVIII à segunda metade do século XX. Sua resiliência se explica pelo fato de que ele nunca foi apenas uma dominação política sobre povos e culturas muito diferentes entre si. Ele sempre foi um arco civilizatório dotado de uma forte cultura própria e de uma escrita basicamente permanente, o que permitiu poderosos fatores de agregação societária. Talvez seja o único na história do mundo com tais caracteristicas, hoje moldadas por um partido leninista-confuciano-weberiano, se ouso arriscar.
Paulo Roberto de Almeida
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