segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Coleções Especiais da Biblioteca do Itamaraty Antônio Francisco Azeredo da Silveira : notas biográficas

 Coleções Especiais da Biblioteca do Itamaraty

Antônio Francisco Azeredo da Silveira

 

Transcrição efetuada da página da Biblioteca: 

https://www.gov.br/mre/pt-br/biblioteca/colecoes 

Em: 9/12/2024, por:

Paulo Roberto de Almeida

 

Coleções:

 

Álvaro Teixeira Soares

Celso Luiz Nunes Amorim

Dário Moreira de Castro Alves

Jayme Azevedo Rodrigues

José Sette Câmara Filho

Mario de Pimentel Brandão

Miguel Ozorio de Almeida

Paulo Roberto de Almeida

Ronald de Carvalho

Samuel Pinheiro Guimarães Neto


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Nota introdutória, PRA: 

De todas essas coleções, a mais importante do ponto de vista diplomático é a de Álvaro Teixeira Soares, seguindo-se a de Mario de Pimentel Brandão e a de Samuel Pinheiro Guimarães. Do ponto de vista literário, destacam-se a fabulosa coleção de Ronald de Carvalho e a de Dário de Castro Alves. Sobre Política Internacional e Economia destacam-se as coleções de Jayme de Azevedo Rodrigues e de Miguel Ozorio de Almeida (não é meu parente). José Sette Câmara foi juiz na CIJ e tem muita coisa em Direito Internacional.

 

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Dados dos doadores

 

Álvaro Teixeira Soares

Publicado em 28/02/2023 16h03 Atualizado em 01/03/2023 12h20 

 

Álvaro Teixeira Soares nasceu no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, no dia 10 de outubro de 1903.Bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro em 1925. 

Em 1929 ingressou na carreira diplomática por concurso como terceiro-oficial. Em 24 de outubro de 1930, o presidente Washington Luís foi deposto por oficiais da alta hierarquia militar, que passaram a integrar uma junta governativa provisória. Ainda no dia 24, essa junta nomeou Afrânio de Melo Franco ministro das Relações Exteriores e designou Álvaro Teixeira Soares seu auxiliar de gabinete. Com a vitória de Getúlio Vargas, que liderou a Revolução de 1930, este tomou a chefia de governo e manteve Melo Franco em seu ministério. Em janeiro de 1931, foi classificado como cônsul de terceira classe, ficando à disposição da Missão Especial Canadense, em sua visita oficial realizada em abril. Em outubro de 1932, tornou-se novamente auxiliar de gabinete do ministro Melo Franco, sendo promovido a segundo-secretário em novembro de 1933. 

Em dezembro de 1933, é removido como encarregado de negócios para a embaixada em Lisboa, onde permanece até janeiro do ano seguinte. Em outubro deste último ano foi removido para Washington, lá permanecendo de janeiro de 1937 a março de 1939. Em janeiro de 1940, tornou-se auxiliar de gabinete do ministro das Relações Exteriores, Osvaldo Aranha. Em abril de 1942 deixou a Secretaria do Itamaraty e o gabinete de Osvaldo Aranha, sendo transferido para Montevidéu. Ali foi várias vezes encarregado de negócios até 1948, quando retornou à Secretaria de Estado. Em fevereiro de 1949 foi promovido a ministro de segunda classe. Removido para a Organização das Nações Unidas (ONU) como delegado substituto em abril de 1950, em julho seguinte foi delegado suplente do Brasil à Conferência Especial de Assistência Técnica da ONU e de setembro a dezembro foi delegado à V Sessão da Assembleia Geral da ONU. De volta à Secretaria do Itamaraty em outubro de 1952, ainda nesse mês integrou a comissão de reparações de guerra e, de novembro a dezembro, foi chefe interino da Divisão Política do Departamento Político e Cultural. Em abril desse ano tornou-se embaixador do Brasil em La Paz, onde permaneceu até agosto de 1958. 

Em julho de 1958, Álvaro Teixeira Soares foi transferido para Atenas, na Grécia, como embaixador extraordinário e plenipotenciário, lá servindo de outubro de 1958 a junho de 1959. Em novembro de 1959 foi transferido para Bogotá, na Colômbia, como embaixador extraordinário e plenipotenciário. Permaneceu no cargo de janeiro de 1960 a dezembro de 1964. Em novembro de 1964 foi removido para Tóquio como embaixador extraordinário e plenipotenciário do Brasil no Japão, onde permaneceu de abril a dezembro de 1965. 

Publicou Diplomacia no império do Prata (até 1865) (1955), O gigante e o rio — ação de Mauá no Uruguai e Argentina (1957), Petróleo Roboré — La Paz, dinâmica da negociação Brasil-Bolívia em 1958 (1958), Marquês de Pombal (a lição do passado e a lição do presente) (1961), O Brasil no conflito ideológico internacional 1937-1979, Noite de Calibam, Vida dramática e Roteiro de uma viagem (ensaios). 

Obras:

O marquês de Pombal : (a lição do passado e a lição do presente): 

CDCA 929(Pombal, M. de) S676po (ex. 2 da CATS tem dedicatória) 

Afrânio de Melo Franco: diplomata e internacionalista: CSPG  341.71(042.5) S676am 

Amazônia: a exploração econômica do espaço geográfico e a integração do homem: 330.34 (811.3 A/Z) S676am 

O Barão do Rio Branco e a segurança nacional: F  355.45  S676b 

O Barão do Rio-Branco e a diplomacia brasileira: 929 ( Rio Branco, B.do) S676ba

327(81)  S676b 

Diplomacia do Império no Rio da Prata: (até 1865): CATS 94(81) S676di 

O gigante e o rio: ação de Mauá no Uruguai e Argentina (1851-1878)327(81:899) S676g 

História da formação das fronteiras do Brasil: CATS 341.222(81) S676hf 

O Marquês de Pombal: 929(Pombal, M. de) S676ma 

Sonata para alguém: 821(81)-31 S676so

Fonte: https://www18.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/soares-alvaro-teixeira 

 

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Celso Luiz Nunes Amorim

Publicado em 01/03/2023 12h20 Atualizado em 08/03/2023 15h19 

 

Celso Luiz Nunes Amorim nasceu em 03/06/1942, em Santos (SP). Concluiu o curso do Instituto Rio Branco em 1965. Em 1967, tornou-se mestre em Relações Internacionais junto à Academia Diplomática de Viena. Professor acadêmico, no decorrer de sua carreira, desempenhou relevantes posições junto à administração pública.

No âmbito do Itamaraty, em 1968, foi cônsul-geral adjunto em Londres e, nos anos 1972-74, serviu em Washington na sede da Organização dos Estados Americanos (OEA). Em 1977, tornou-se chefe da Divisão de Difusão Cultural do Itamaraty. Em 1989, ocupou a chefia do Departamento Econômico e, após dois anos, assumiu a delegação permanente do Brasil em Genebra.

Foi ministro das Relações Exteriores nos governos Itamar Franco e Luiz Inácio Lula da Silva, durante os períodos 1993-95 e 2003-10, respectivamente. Em sua gestão, no governo Itamar Franco, fortaleceu-se o processo de integração do Brasil com os países do Mercosul e, em 1994, assinou-se o Protocolo de Ouro Preto, instrumento que criou a personalidade jurídica desse Organismo intergovernamental. Foi chefe da representação brasileira junto à ONU, período em que ocupou a presidência do Conselho de Segurança da Organização (1998-99). Em 1999, foi nomeado representante junto aos órgãos das Organizações das Nações Unidas (ONU) em Genebra.

Antes de entrar na diplomacia, Amorim revelou grande afinidade por atividades no campo da cultura. Desenvolveu projetos na área de cinema e trabalhou junto a conhecidos cineastas brasileiros, como Ruy Guerra e Leon Hirszman. Em desdobramento natural de seu interesse pelo fomento à cultura brasileira, foi convidado para exercer o cargo de diretor-geral da Empresa Brasileira de Filmes S.A. (Embrafilme), posição que ocupou no período 1979-82.

 

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Dário Moreira de Castro Alves

Publicado em 01/03/2023 12h20 

 

Dário Moreira de Castro Alves nasceu em Fortaleza no dia 14 de dezembro de 1927, tendo frequentado o curso de preparação à carreira de diplomata do Instituto Rio Branco (IRBr) a partir de 1949, sendo nomeado cônsul de terceira classe em outubro de 1951. Nesse ínterim, em 1950, formou-se em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Na Secretaria de Estado das Relações Exteriores (SERE), então funcionando no palácio Itamaraty do Rio de Janeiro, exerceu as funções de auxiliar do secretário-geral (1952 a 1953) embaixador Vasco Leitão da Cunha e oficial-de-gabinete do ministro das Relações Exteriores, embaixador Raul Fernandes (1954). Promovido a segundo-secretário em janeiro de 1954, foi auxiliar do chefe do Departamento Econômico e Consular de 1954 a 1955. Nesse último ano foi removido para a Argentina, onde serviu como segundo-secretário na embaixada em Buenos Aires até 1958. Em seguida, foi removido para a Missão junto à ONU em Nova Iorque. Voltou dos Estados Unidos em 1960 para exercer as funções de oficial-de-gabinete do ministro das Relações Exteriores, embaixador Afonso Arinos de Melo Franco, até 1961. Promovido, nesse ano, a primeiro-secretário, foi nomeado assessor de imprensa do Ministério das Relações Exteriores (MRE).

De 1962 a 1964, serviu na embaixada do Brasil em Moscou, na União Soviética. De volta à SERE, foi subchefe de gabinete do ministro das Relações Exteriores, embaixador Vasco Leitão da Cunha até 1965. Nesse ano, foi nomeado cônsul do Brasil em Roma (Itália), onde permaneceu até 1967, ano em que foi promovido a conselheiro. Foi promovido a ministro de segunda classe em novembro de 1968. Nessa ocasião, foi nomeado Chefe de gabinete do ministro das Relações Exteriores, embaixador Mário Gibson Barbosa, de 1969 a 1974, em seguida chefiou o Departamento Geral da Administração (1974-1978).

Nomeado embaixador do Brasil em Portugal em 1979, serviu em Lisboa até 1983. Voltou a Portugal em 1990 como cônsul-geral do Brasil com categoria de embaixador na cidade do Porto, onde trabalhou até sua aposentadoria naquele mesmo ano. Foi reconhecido como inventor pelo Departamento de Patentes dos EUA (Washington, 1987) pela criação de uma embalagem de medicamentos à prova de violação.

Publicou, entre outros, Era Lisboa e chovia (1984), Dinah, caríssima Dinah (1989), Era Tormes e amanhecia (1992) Era Porto e entardecia (1995) e Luso-Brasilidades nos 500 Anos (2000). Traduzindo diretamente do idioma russo, lançou em 2006, depois de nove anos de trabalho, a primeira edição em português do clássico de Aleksandr Puchkin, Eugênio Onegin: um romance em versos.

Fonte: https://www18.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/dario-moreira-de-castro-alves 

 

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Jayme Azevedo Rodrigues

Publicado em 01/03/2023 12h20 

 

Jayme Azevedo Rodrigues nasceu em Leopoldina, Minas Gerais, no dia 13 de abril de 1913, vindo a diplomar-se pela Faculdade de Direito da Universidade do Brasil em 1937. 

 Nesse mesmo ano ingressou, por concurso, na carreira diplomática como cônsul de terceira classe. Lotado na Secretaria do Itamaraty de 1937a 1942, em junho desse ano foi removido para Houston, nos Estados Unidos. Promovido a Cônsul de Segunda Classe em dezembro de 1942, em março de 1943 foi designado para servir na Embaixada brasileira na cidade da Guatemala como Segundo-Secretário, ali permanecendo até outubro de1944. 

De volta ao Brasil, trabalhou na Secretaria até o meados de 1946.Nesse período, em dezembro de 1945, foi promovido a Primeiro-Secretário. Cônsul em Boston, Estados Unidos, entre 1946 e 1950, no início deste último ano passou a integrar a representação brasileira junto à Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington. Promovido a Conselheiro em junho de 1951, retornou ao Brasil em meados de 1953, assumindo, em junho, a chefia da Secretaria do Instituto Rio Branco. Ministro de Segunda Classe em janeiro de 1954, foi delegado do Brasil na X Conferência Interamericana, que teve lugar em Caracas em março. Em junho, assumiu o posto de Cônsul-Geral no Porto, Portugal. Removido para Rotterdam, Holanda, também como Cônsul-Geral, em novembro de 1956, retornou à Secretaria do ministério, no Rio de Janeiro, em dezembro de 1959. 

Em meados de1963, foi promovido a Ministro de Primeira Classe. Em julho de 1964 foi aposentado e teve seus direitos políticos cassados com base no Ato Institucional nº 1 (AI-1), editado em 9 de abril e que permitia punições extralegais de adversários do novo regime. Em 17 de novembro de 1965, Jayme Azevedo Rodrigues foi preso na porta do Hotel Glória, no Rio de Janeiro, por ocasião da abertura da II Conferência Interamericana Extraordinária da OEA, num ato de protesto contra o regime militar. Com ele, foram detidos os escritores Antônio Callado e Carlos Heitor Cony, os cineastas Glauber Rocha, Joaquim Pedro de Andrade e Mário Carneiro, o diretor de teatro Flávio Rangel e o jornalista Márcio Moreira Alves. O grupo de intelectuais ficou conhecido como “os oito da OEA”. Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 2 de dezembro de 1974. 

Fonte: Personalidades da Política Externa Brasileira/ Abreu, Alzira Alves de; Lamarão, Sérgio (organizadores): – FUNAG - Brasília 2007

 

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José Sette Câmara Filho

Publicado em 01/03/2023 12h20 

 

José Sette Câmara Filho nasceu em Alfenas (MG) no dia 14 de abril de 1920, filho de José Rodrigues Sette Câmara e de Ocarlina Sette Câmara. Em 1940 serviu no gabinete do então prefeito Juscelino Kubitschek como conselheiro para assuntos internacionais. Trabalhou com Kubitschek até 1945, quando se bacharelou em ciências jurídicas e sociais. Em dezembro desse ano ingressou na carreira diplomática.

Foi terceiro secretário, servindo na Embaixada do Brasil em Washington D.C., em 1947; Vice-cônsul em Montreal, no Canadá, em 1947. Em 1950, foi designado membro da delegação brasileira permanente junto à Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, com a função de consultor jurídico. Em agosto de 1952 deixou o cargo, ao ser nomeado secretário da chefia do Gabinete Civil do presidente Getúlio Vargas. Foi promovido a primeiro-secretário em 1953 e retornou ao Itamaraty em 1954. Com a posse de Juscelino Kubitschek na presidência da República em janeiro de 1956, tornou-se subchefe do Gabinete Civil da Presidência, chefiado por Álvaro Lins. Nessa época passou também a ser membro do Conselho de Administração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE). Em julho de 1956, na qualidade de membro da comitiva presidencial e principal assessor político de Kubitschek, compareceu ao Congresso dos Chefes de Estado Americanos, realizado no Panamá para comemorar a idéia da fundação da União Pan-Americana, atualmente um dos órgãos da Organização dos Estados Americanos (OEA). Atuou como subchefe em 1956, e chefe em 1959, do Gabinete Civil da Presidência da República. Promovido a ministro de segunda classe em novembro de 1956, assumiu, no início de 1958, a secretaria geral do Conselho Nacional de Abastecimento e Preços. Foi também Governador do estado da Guanabara em 1960, e Prefeito do Distrito Federal, entre 1961 e 1962. Em abril de 1960 foi promovido a ministro de primeira classe.

Em dezembro de 1960 voltou ao Itamaraty e no ano seguinte foi nomeado embaixador do Brasil em Ottawa, no Canadá. Em junho de 1963, assumiu a embaixada brasileira em Berna, Suíça, onde ficou até 1964. Designado pelo novo presidente da República, Castelo Branco, chefiou a missão brasileira permanente na ONU.

Em 1968 licenciou-se do Itamaraty para assumir uma das diretorias do Jornal do Brasil até 1972. Em 1970, foi eleito representante brasileiro junto à Comissão de Direito Internacional da ONU, onde exerceu mais dois mandatos. No final de 1972 foi designado para a embaixada do Brasil em Praga, Tchecoslováquia, seu último posto na carreira diplomática.

Em 1978 foi eleito membro da Corte Internacional de Justiça (CIJ), mais conhecida como Corte de Haia. Eleito primeiro vice-presidente da CIJ em 1982, foi o primeiro brasileiro a ocupar tal posto. Em 1992 foi eleito vice-presidente do Instituto de Direito Internacional.

Aposentado, regressou ao Rio de Janeiro, onde faleceu em 30 de agosto de 2002.

Fontes: https://jk.cpdoc.fgv.br/biografia/jose-sette-camara-filho e https://pt.wikipedia.org/wiki/José_Sette_Câmara_Filho 

 

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Mario de Pimentel Brandão

Publicado em 01/03/2023 12h20 

 

Nascido no Rio de Janeiro, Mario de Pimentel Brandão diplomou-se pela Faculdade de Direito da mesma cidade (1911). No ano seguinte, ingressou no Ministério das Relações Exteriores, sendo promovido a segundo-secretário (1913) e a primeiro-secretário no ano seguinte.

Designado para Bruxelas, para lá seguiu em setembro de 1917. Permaneceu na Bélgica durante nove anos e depois assumiu o novo posto de encarregado de Negócios brasileiros em Paris. Em 1931, deixou a França, sendo promovido a ministro de segunda classe. Foi então enviado para a embaixada de Ancara e elevado a ministro de primeira classe (1934). No mesmo ano, ocuparia o cargo de embaixador na Bolívia. Três meses depois, chamado de volta ao Brasil, assumiu interinamente o Ministério das Relações Exteriores, na ausência de José Carlos Macedo Soares.

Em 1936, foi de novo ministro interino com a renúncia do chanceler e, no ano seguinte, efetivado. Deixou o Ministério em março de 1938, para ocupar a embaixada em Washington. Após breve permanência nos Estados Unidos retornou à Bélgica (1939) como embaixador, deixando aquele país no ano seguinte, devido à invasão das tropas alemãs. Designado para representar o Brasil na Comissão Consultiva para a Defesa Política do Continente, em Montevidéu, ali permaneceu durante dois anos.

Em 1944, foi chefiar a embaixada na Espanha e, dois anos depois, seria o primeiro embaixador na União Soviética, após o reatamento das relações diplomáticas. A Guerra Fria iria prejudicar a situação entre os dois países e o Brasil rompeu novamente relações diplomáticas com a URSS (1947). Brandão retornou ao seu antigo posto em Montevidéu. Embaixador na República Federal da Alemanha (1950), em 1953 de novo ocupou interinamente o Ministério das Relações Exteriores, na ausência do chanceler Vicente Rao.

Fonte: https://antigo.funag.gov.br/chdd/index.php/ministros-de-estado/327-mario-de-pimentel-brandao 

 

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Miguel Ozorio de Almeida

Publicado em 01/03/2023 12h20 

 

Nascido no Rio de Janeiro, em 1916, Miguel Ozorio de Almeida, filho de um ilustre cientista, que o teria desaconselhado a seguir seus passos, graduou-se em direito e foi admitido em 1942, por concurso, na carreira diplomática. Foi na diplomacia econômica que revelou sua capacidade técnica e negociadora, exercendo notável influência sobre toda uma geração de diplomatas, que orientou e inspirou, e sobre a formulação, na área econômica, de nossa política externa.

Miguel Ozorio de Almeida foi um dos fundadores da diplomacia econômica brasileira. Tendo sido Chefe do Setor de Política Monetária e Fiscal, prenunciou a criação de um Departamento Econômico no Itamaraty. Foi também o primeiro chefe do Secretariado Técnico de Análise e Planejamento (STAP), unidade que fazia uso de métodos quantitativos na análise e planejamento da política externa brasileira.

O Embaixador Miguel Ozorio de Almeida testemunharia, em primeira mão, a aproximação com dois grandes países em desenvolvimento, hoje parceiros importantes do Brasil na redefinição da arquitetura internacional. Acompanhou o reatamento das relações bilaterais coma União Soviética, tendo servido em Moscou como Ministro-Conselheiro e Encarregado de Negócios da nossa Embaixada recém-reaberta. Pouco depois, na qualidade de Cônsul-Geral em Hong Kong, assumiu papel de observador da política chinesa no processo que antecedeu o reconhecimento da China Popular.

Antecipou e fez parte da criação da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento – a UNCTAD. Viria depois a envolver-se ativamente nas discussões que conduziram à fundação do órgão do Sistema ONU que se dedica especificamente ao desenvolvimento industrial, a UNIDO.

O Embaixador Miguel Ozorio contribuiu para sedimentar o entendimento de que a diplomacia brasileira deveria estar a serviço do desenvolvimento nacional.

Fonte: Miguel Ozorio de Almeida, Um Depoimento (FUNAG) – Brasília, 2009

 

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Paulo Roberto de Almeida

Publicado em 01/03/2023 12h20 

 

Paulo Roberto de Almeida nasceu a 19/11/1949 em São Paulo, filho de João de Almeida e Laura Augusta de Almeida. Entre 1969 e 1970, cursou Ciências Sociais (2 anos), na Faculdade de Letras, Ciências Humanas e Filosofia da Universidade de São Paulo. Em 1975, licencia-se em Ciências Sociais pela Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Bruxelas, tendo apresentado dissertação intitulada Idéologie et Politique dans le Développement Brésilien, 1945-1964 (inédita). Em 1976, obtém o título de Mestre em Planejamento Econômico pelo Colégio dos Países em Desenvolvimento da Universidade de Estado de Antuérpia, com a tese Problèmes Actuels du Commerce Extérieur Brésilien: une évaluation de la période 1968-1975 (inédita).

Em 1977, ingressa na carreira diplomática. Entre 1977 e 1979 atua como Terceiro Secretário na Divisão da Europa Oriental. Em seguida, de 1979 a 1982, na qualidade de Terceiro e Segundo Secretário, exerce a chefia dos setores Econômico e de Promoção Comercial na Embaixada em Berna. De 1982 e 1984, na Embaixada em Belgrado, atua também como chefe do Setor de Promoção Comercial. Em 1985, removido para Brasília, atua como Primeiro Secretário, lotado na Secretaria de Relações com o Congresso. A seguir, de 1986 a 1987 é nomeado Assessor do Sub-Secretário-Geral para Assuntos Políticos Multilaterais. Promovido a Conselheiro em 1987, atua como Encarregado de Negócios a.i. na Delegação do Brasil para o Desarmamento e os Direitos Humanos em Genebra.  

Ainda em Genebra, atua como Chefe do Setor de Ciência e Tecnologia na Delegação Permanente do Brasil junto ao Escritório das Nações Unidas e das Organizações Internacionais entre 1987 e 1990. De 1990 a 1992, é o Representante Alterno na Delegação Permanente do Brasil junto à ALADI, em Montevidéu. Entre 1993 e 1995, foi nomeado Chefe dos Setores Econômico e da OCDE, na Embaixada do Brasil em Paris. De volta a Brasília, entre 1996 e 1999, é indicado Chefe da Divisão de Política Financeira e de Desenvolvimento, Ministério das Relações Exteriores. De 1999 a 2003, atua como Ministro-Conselheiro na Embaixada do Brasil em Washington, encarregado dos setores financeiro, científico-tecnológico, cultural, acadêmico e educacional. Entre 2003 e 2006 é nomeado Assessor Especial do Chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. De 2013 a 2015, foi o Cônsul Geral Adjunto no Consulado Geral em Hartford. De 2019 até sua aposentadoria em 2021, foi lotado na Divisão de Arquivos e Comunicações.

Uma seleção de seus livros publicados segue abaixo:

  • Apogeu e demolição da política externa brasileira: reflexões de um diplomata não convencional (Brasília: Diplomatizzando, 2020) NC: 327(81)"2021" A447a
  •  Uma certa ideia do Itamaraty: a reconstrução da política externa e a restauração da diplomacia brasileira (Brasília: Diplomatizzando, 2020, 169 p.);  
  • Um contrarianista na academia: ensaios céticos em torno da cultura universitária (Brasília: Diplomatizzando, 2020; 363 p.);
  •  A ordem econômica mundial e a América Latina: ensaios sobre dois séculos de história econômica (Brasília: Diplomatizzando, 2020, 308 p.); 
  • O Mercosul e o regionalismo latino-americano: ensaios selecionados, 1989-2020 (Edição Kindle, 453 p.) 
  • Marxismo e socialismo: trajetória de duas parábolas da era contemporânea (Brasília: Edição de Autor, 2019);  
  • Miséria da diplomacia: a destruição da inteligência no Itamaraty (Boa Vista: Editora da UFRR, 2019); NC: 321.02(81) A447
  • Contra a Corrente: ensaios contrarianistas sobre as relações internacionais do Brasil, 2014-2018 (Curitiba: Appris, 2019); 
  • A Constituição Contra o Brasil: ensaios de Roberto Campos sobre a Constituinte e a Constituição de 1988 (São Paulo: LVM, 2018); NC: 929:330(81) A447c 
  • O Homem que Pensou o Brasil: trajetória intelectual de Roberto Campos (Curitiba: Appris, 2017); NC: 929(Campos, R.) A447
  • Révolutions bourgeoises et modernisation capitaliste: démocratie et autoritarismo au Brésil (Sarrebruck: Éditions Universitaires Européennes, 2015); NC: 321.7(81) A447
  • Die brasilianische Diplomatie aus historischer Sicht: Essays über die Auslandsbeziehungen und Außenpolitik Brasiliens (Saarbrücken: Akademiker Verlag, 2015); NC: 327(81) A447
  • Nunca Antes na Diplomacia…: a política externa brasileira em tempos não convencionais (Curitiba: Appris, 2014); NC: 327(81) A447n 
  • Integração Regional: uma introdução (São Paulo: Saraiva, 2013); 
  • O Príncipe, revisitado: Maquiavel para os contemporâneos (Kindle edition: 2013); 
  • Relações internacionais e política externa do Brasil: a diplomacia brasileira no contexto da globalização (Rio de Janeiro: GEN, 2012); 
  • Globalizando: ensaios sobre a globalização e a antiglobalização (Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011); 
  • O Moderno Príncipe (Maquiavel revisitado) (Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2010); 
  • O estudo das relações internacionais do Brasil: um diálogo entre a diplomacia e a academia (Brasília: LGE, 2006); 
  • Formação da diplomacia econômica no Brasil: as relações econômicas internacionais no Império (São Paulo: Senac, 2001; 2005); 
  • Os primeiros anos do século XXI: o Brasil e as relações internacionais contemporâneas (São Paulo: Paz e Terra, 2002); 
  • Mercosul: Fundamentos e Perspectivas (São Paulo: LTr, 1998).

 

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Ronald de Carvalho

Publicado em 01/03/2023 12h20 

 

Ronald de Carvalho nasce em 16/05/1893, no Rio de Janeiro, filho de um engenheiro naval, torna-se órfão com a morte do pai em 1894. Escritor e também diplomata, teve uma vida cheia de realizações. Desde 1910 trabalhava como jornalista, no Diário de Notícias, cujo diretor era Ruy Barbosa.  Em 1912, conclui o curso de Direito na Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais (atual Faculdade Nacional de Direito – UFRJ). Em seguida, viaja para a França, onde estuda Filosofia e Sociologia, além de publicar seu primeiro livro, Luz Gloriosa (disponível em nossa biblioteca) em Paris. A obra é fortemente marcada pela influência de Paul Verlaine e Charles Baudelaire.

 Ao regressar ao Brasil, em 1914, junta-se ao quadro de diplomatas do Itamaraty. Nessa mesma época (1915), colabora com a revista portuguesa Orpheu, com a direção do primeiro número da revista. A revista causou enorme polêmica em Portugal, tendo sido determinante para a instalação do modernismo em Portugal, além de exercer grande influência na literatura portuguesa do século XX. Em 1919, Ronald é promovido a Segundo Oficial da Carreira Diplomática e publica dois livros: Poemas e Sonetos e Pequena História da Literatura Brasileira (disponíveis em nossa biblioteca). Ambos são premiados pela Academia Brasileira de Letras. Em 1921, reúne em sua casa os escritores Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Sérgio Buarque e Manuel Bandeira, dentre outros. Em seguida, participa da organização da Semana de Arte Moderna de 1922, um dos eventos mais importantes da época e que introduziu o Modernismo no Brasil.

Em 1934, torna-se Chefe da Casa Civil do governo de Getúlio Vargas. Em 1935, falece aos 41 anos, vítima de um acidente automobilístico.

Obras:

Luz Gloriosa (1913)

Pequena História da Literatura Brasileira (1919)

Poemas e Sonetos (1919)

Epigramas Irônicos e Sentimentais (1922)

Toda a América (1926)

Caderno de Imagens da Europa, (1935)

Poesia e Prosa, (1960)

O Mercador de Prata, de Ouro e Esmeralda

Imagens do México, (1929)

Epigrama

Uma noite em Los Andes

Sabedoria

Brasil

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ronald_de_Carvalho 

 

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Samuel Pinheiro Guimarães Neto

Publicado em 01/03/2023 12h20 

 

Samuel Pinheiro Guimarães Neto nasceu no Rio de Janeiro em 30 de outubro de 1939. Graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil (atual UFRJ) em 1963, ingressou no Itamaraty nesse mesmo ano. É mestre em economia pela Universidade de Boston (1969).

Em 1963/64, assume como Assistente do Chefe da Divisão de Cooperação Econômica e Técnica do Itamaraty. Entre 1964/65, atua como Diretor da Assessoria de Cooperação Internacional da Sudene, cargo do qual foi exonerado por resistir à interferência da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) De regresso ao Itamaraty, atua, entre 1966 e 1967 como Assistente do Chefe da Divisão de Política Comercial. Naquele mesmo ano, é nomeado Chefe do Serviço Técnico de Análise e Planejamento do ministério, permanecendo até 1968. Entre 1968 e 1972 atua como Consul do Brasil em Boston.

De 1971 a 1974 requer licença do ministério, para se juntar à empresa Serete S.A, Engenharia na qualidade de Economista. Em 1974, regressa ao Itamaraty, como Assistente do Chefe da Divisão do Pessoal até o ano seguinte. Exerce depois, entre 1974 e 1975 o cargo de Assistente do Chefe da Divisão do Pessoal Itamaraty. Entre 1979 e 1982, é nomeado Vice-Presidente da Empresa Brasileira de Filmes (Embrafilme), cargo que deixou, durante a crise gerada pelo filme “Pra Frente, Brasil”, uma crítica contundente à tortura de presos políticos no Brasil. De 1982 a 1985 atuou como Conselheiro na Missão do Brasil junto às Nações Unidas, em Nova York. Regressando ao Brasil, atuou, de 1985 a 1988, como Chefe da Divisão Econômica para a América Latina. Em seguida, de 1988 a 1990, chefiou o Departamento Econômico do Itamaraty.  No governo Collor, por discordar da rápida abertura às importações, também preferiu se afastar, servindo cinco anos na França, onde exerceu, de 1990 a 1994, o cargo de Ministro - Conselheiro da Embaixada do Brasil em Paris. Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, criticou publicamente a entrada do Brasil na Área de Livre-Comércio das Américas (Alca). Como punição por suas declarações em abril do mesmo ano (2001), foi exonerado do cargo de diretor do Instituto de Pesquisas em Relações Internacionais (IPRI) do Itamaraty, que ocupava desde 1995.

Foi secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores de 9 de janeiro de 2003 até 20 de outubro de 2009. Em 19 de janeiro de 2011, o embaixador foi designado Alto-Representante Geral do Mercosul para um mandato de três anos, tendo como funções a articulação política, formulação de propostas e representação das posições comuns do bloco. Renunciou ao cargo, contudo, em 28 de junho de 2012. Segundo ele, a decisão ocorreu por falta de apoio político dos quatro Estados membros (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) para a implementação de projetos.

É autor/organizador dos seguintes livros:

  • Desafios brasileiros na era dos gigantes. Rio de Janeiro: Contraponto, 2006
  • África do Sul: Visões Brasileiras (org.). Brasília: Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais IPRI, 2000.
  • Alemanha: Visões Brasileiras (org.) Brasília: IPRI, 2000.
  • Argentina: Visões Brasileiras (org) Brasília: IPRI, 2000.
  • Estados Unidos: Visões Brasileiras (org.) Brasília: IPRI, 2000.
  • ALCA e Mercosul: riscos e oportunidades para o Brasil (org.) Brasília: IPRI, 1999.
  • Perspectivas: Brasil y Argentina (con José M. Lladós, ed.) Brasília: IPRI, 1999.
  • Perspectivas: Brasil e Argentina (com José M. Lladós, org.) Brasília: IPRI, 2000.
  • Quinhentos Anos de Periferia. Porto Alegre: Ed. da UFRGS/Contraponto, 1999.
  • Direitos Humanos no Século XXI (org.). Brasília: IPRI, 1998
  • Desafios: Reino Unido e Brasil (org.). Brasília: IPRI, 1998).
  • Estratégias: Índia e Brasil (org.). Brasília: IPRI, 1998.
  • Brasil e Venezuela: esperanças e determinação na virada do século (org.). Brasília: IPRI, 1997.
  • Brasil e África do Sul: riscos e oportunidades no tumulto da globalização (org.). Brasília: IPRI, 1996.
  • Brasil e Alemanha: a construção do futuro (org., IPRI, 1995)

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Samuel_Guimarães

 

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Fim das coleções pessoais

 

 

Transcrição efetuada por Paulo Roberto de Almeida

Site: https://www.gov.br/mre/pt-br/biblioteca/colecoes

Data: 9/12/2028

 

Disponível na Plataforma Academia.edu, no link:

 https://www.academia.edu/126191351/4811_Colecoes_Especiais_da_Biblioteca_do_Itamaraty_2024_ 


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