segunda-feira, 7 de abril de 2025

Livro: Celso Furtado: trajetória, pensamento e método - Alexandre de Freitas Barbosa e Alexandre Macchione Saes

 Livro novo sobre um dos nossos grandes economistas:

Celso Furtado: trajetória, pensamento e método”, de Alexandre de Freitas Barbosa e Alexandre Macchione Saes

Um dos nomes mais influentes do pensamento econômico brasileiro e latino-americano ganha nova leitura em Celso Furtado: trajetória, pensamento e método, que está sendo lançado agora em abril pela Editora Autêntica. Escrito pelos pesquisadores Alexandre de Freitas Barbosa e Alexandre Macchione Saes, o livro percorre mais de cinquenta anos da produção intelectual e da atuação pública de Celso Furtado, articulando sua biografia, sua obra e o contexto histórico em que foi produzida. O lançamento integra a Coleção Ensaios, coordenada por Ricardo Musse.

Confira abaixo um release do livro.

Novo livro traça perfil panorâmico de Celso Furtado e reafirma atualidade de seu pensamento

Celso Furtado: trajetória, pensamento e método, de Alexandre de Freitas Barbosa e Alexandre Macchione Saes, é um dos lançamentos de abril da Autêntica Editora. O livro percorre mais de cinquenta anos de produção intelectual e atuação pública de Celso Furtado, articulando sua biografia, sua obra e o contexto histórico em que ela foi produzida. 

A proposta dos autores é apresentar um panorama da trajetória de Furtado e, ao mesmo tempo, fornecer ferramentas para compreender seu método de análise “histórico-estrutural”, sem limitar a leitura ao campo da economia. Com uma abordagem interdisciplinar e linguagem pedagógica, o livro revela os “vários Furtados” que se entrelaçam ao longo do século XX: o servidor público, o economista da Cepal, o formulador de políticas no governo federal, o intérprete do Brasil, o exilado intelectual, o crítico do capitalismo global e o interlocutor das novas gerações.

O método histórico-estrutural e a ideia de Brasil

Para Celso Furtado, não havia separação entre teoria e prática. Seu método partia da análise das estruturas econômicas e sociais — em constante transformação — para compreender os limites e as possibilidades de desenvolvimento da periferia do sistema capitalista. No Brasil, isso significava investigar as raízes históricas do subdesenvolvimento e propor caminhos de superação que envolviam o papel ativo do Estado e da cultura na construção de um projeto nacional e a participação da sociedade por meio das reformas de base.

A partir do clássico Formação econômica do Brasil (1959), Furtado consolidou uma leitura que conectava o passado colonial à persistência da desigualdade e à dependência externa. Seus diagnósticos, no entanto, sempre vinham acompanhados de propostas: planejamento, soberania, justiça social e democratização do desenvolvimento.

Um dos destaques do livro é a reconstrução do momento em que Furtado deixa de ser somente um intelectual da Cepal para se tornar um formulador de políticas públicas. À frente da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) no governo JK e depois como ministro do Planejamento de João Goulart, Furtado idealizou planos ousados de transformação estrutural. Com o golpe de 1964, foi lançado ao exílio, onde reformulou suas ideias à luz da nova configuração do capitalismo global.

Mesmo afastado do poder, Furtado seguiu produzindo reflexões originais sobre a economia, o papel da cultura e os limites da civilização industrial. De volta ao Brasil nos anos 1980, participou do processo de redemocratização e foi ministro da Cultura no governo Sarney, defendendo a diversidade cultural como vetor de desenvolvimento. Até seus últimos dias, dialogou com jovens pesquisadores e estudantes, deixando um legado que vai além da economia.

Atualidade e legado

Ao tratar o pensamento de Furtado como uma matriz de leitura ainda válida para compreender os impasses do Brasil contemporâneo, os autores reafirmam sua atualidade. Sua crítica à desigualdade, sua defesa da soberania nacional e sua sensibilidade diante das contradições do capitalismo permanecem inspiradoras.

Em tempos de crise e reconstrução, ler Celso Furtado é um convite à imaginação transformadora. Como afirmam Barbosa e Saes, a proposta do livro não é cultuar o mestre, mas praticá-lo — com ousadia, rigor e esperança.

Sobre os autores

Alexandre de Freitas Barbosa é professor de História Econômica e Economia Brasileira do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB/USP). Também é coordenador do núcleo temático Repensando o Desenvolvimento do LABIEB e Bolsista de Produtividade do CNPq. Publicou pela Alameda Editorial os livros O Brasil desenvolvimentista e a trajetória de Rômulo Almeida: projeto, interpretação e utopia (2021) e A formação do mercado de trabalho no Brasil (2024, 2ª edição).

Alexandre Macchione Saes é professor de História Econômica do Departamento de Economia da Faculdade de Administração, Economia e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP), diretor da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM/USP) e Bolsista de Produtividade do CNPq. Publicou os livros Conflitos do capital (Edusc, 2010) e História econômica geral em coautoria com Flávio de Saes (Saraiva, 2013). Organizou, com Alexandre de Freitas Barbosa, o livro Celso Furtado e os 60 anos de Formação econômica do Brasil (Edições Sesc, 2021).


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