República Sindical da Corrupção
Paulo Roberto de Almeida
O sindicalismo no Brasil sempre foi corrupto e isso desde sua vinculação propriamente fascista ao Estado, por acaso no Estado Novo, o regime relativamente mais próximo do fascismo que já tivemos no Brasil.
As tentativas de “repúblicas sindicais” nos anos Jango e depois, sob os vários governos do lulopetismo, corresponderam a novos avanços das quadrilhas sindicais sobre os recursos públicos. Lula pessoalmente se encarregou de perpetrar uma notória ilegalidade, ao incluir as centrais sindicais — que logo cresceram em número— na repartição do imposto sindical manipulado pelo ministério do Trabalho, o que era e sempre foi proibido pela legislação, que não reconhecia as centrais.
Quando o governo Temer efetuou a reforma laboral, eliminando o infame imposto sindical, surpreendeu-me a pouca resistência e os mínimos protestos emanados dos sindicatos e das centrais.
Mal sabia eu que as várias esferas do mundo sindical - do mais humilde sindicato, às federações setoriais e chegando à cúpula promíscua do MTb - estavam já todas mancomunadas no assalto combinado e exponencial aos magros pagamentos feitos pelo INSS aos milhões de pobres aposentados e pensionistas do Brasil inteiro, justamente as pessoas dotadas de menos acesso aos extratos completos de suas contas ou depósitos bancários.
A República Sindical já tinha efetuado assaltos monumentais nas transações manobradas pelo Estado, e não apenas via MTb, geralmente empresas estatais, fundações e também ONGs. Foram zilhões de reais desviados dessas entidades. Mas esses desvios no âmbito das aposentadorias e pensoes ficavam num circulo limitado de felizes assaltantes do dinheiro alheio. O que choca no caso do INSS — que tem, sim, junto com o MTb, uma enorme responsabilidade na montagem dos crimes continuados (mês a mês) — é o volume de vitimas humildes, as mais necessitadas desses magros tostões.
Talvez não seja só por acaso que o crime monstruoso cresceu de forma desmesurada justamente com o retorno da República Sindical ao poder, a mais intimamente conectada ao PT e seus coadjuvantes mafiosos. Ou melhor, há uma conexão lógica e “genética” entre uma coisa e outra.
Já não vou mais me surpreender se as investigações policiais e os trabalhos da CPMI revelarem uma cordilheira gigantesca de fraudes cientificamente calculadas para causar o máximo de perdas entre os beneficiários, não tanto pelos montantes, modestos, mas pelo volume milionário de roubos cumulativos. Deve ser um dos maiores escândalos da história dos roubos no Brasil.
Brasília, 20/05/2025
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