Aprofundando o debate atual sobre os impasses político-econômicos que paralisam o Brasil
Paulo Roberto de Almeida
Paulo Feldman tocou no nervo do problema atual: https://diplomatizzando.blogspot.com/2025/07/a-principal-explicacao-para-atual-crise.html?m=1
E se ninguém quer ceder, entre os poderes, como fazer, então? Convocar a um debate público com a cidadania?
Sim, mas no estilo já conhecido do “nós contra eles”?; do “povo pobre contra as elites ricas”? Parece um caminho arriscado, pois quem se movimenta, ao fim e ao cabo, não é o povo pobre, e sim as classes médias, que possui meios de pressão.
Classes médias e pequenos e médios empresários são os que sustentam todo o edifício social, os que pagam impostos e garantem cert paz social. Quando ela saiu às ruas, como em 1964, na Passeata dos 100 Mil, nas Diretas Já, nos impeachments do Collor e da Dilma, a classe média mudou a equação política, para o “bem”, ou para o “mal” (e cada um determine o que lhe parece mais adequado em cada caso).
Só estou mencionando o que mudou: quebra do governo populista do Jango, pressão sobre o regime militar (e novo endurecimento em 1968-69), emparedamento do mesmo regime em 1979-1984, queda de Collor e de Dilma (pela eterna crise entre Congresso e Executivo) e novamente insatisfação da classe média na eleição de Bolsonaro (o que se revelou frustrante, daí a volta do populista-popular).
Agora, a insatisfação popular das classes médias volta a crescer, com a rejeição da polarização entre duas forças anacrônicas: o que ocorrerá a partir daqui!
Boa pergunta, a ser respondida de maneira responsável.
Eu mesmo não tenho respostas claras a esta questão: cabe refletir e observar os movimentos políticos, sem grandes ilusões de que será fácil resolver os imbróglios fiscais e as disputas personalistas nos quais o Brasil está atualmente encalacrado.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 3/07/2025
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