terça-feira, 15 de julho de 2025

O Brasil em face da bifurcação, ou de várias bifurcações Paulo Roberto de Almeida

O Brasil em face da bifurcação, ou de várias bifurcações

Paulo Roberto de Almeida

        Existem momentos, na vida de uma nação, em que importantes escolhas da vida nacional passam a ser determinadas não por decisões puramente internas, soberanas, mas por fatores externos, independentemente da vontade própria, nacional, determinada pelos detentores do poder, ou influências poderosas na vida nacional (partidos no governo, lideranças econômica e políticas, a própria pressão da opinião pública, que é geralmente provinda da classe média). Isso distingue grandes potências (que podem impor um custo a desafiadores externos) de médias ou pequenas potências, que sofrem pressão externa (até mesmo guerras ou retaliações econômicas) e que devem, portanto, fazer escolhas de menor custo relativo.
        Esta é a posição do Brasil, atualmente: entre as preferências políticas dos dirigentes nacionais e as pressões externas, estas podem se revelar mais poderosas, o que obriga o poder nacional a adotar posturas que não seriam as suas normalmente, mas que eles precisam provisoriamente, ou a contragosto, acatar. Isso muda o próprio perfil econômico, político, social, cultural, que uma nação passa a aceitar, e incorporar nos seus "costumes".
        O Brasil, no quadro conflitivo atual do mundo, terá de fazer escolhas, e não é propriamente o Brasil inteiro, mas as forças que determinam a sua direção atual.
Não se trata apenas de Lula ou Bolsonaro, Trump ou Putin, de Rússia ou Ucrânia, de Mercosul ou sozinho, de direita ou esquerda, de liberal ou protecionista, mas TUDO ISSO JUNTO, que é o que se coloca ao Brasil atualmente, e imediatamente (ou pelo menos no futuro de breve prazo).
        Se não fizer nada, o Brasil sofrerá as consequências, o mesmo ocorrendo se fizer uma escolha, ela terá inevitavelmente custos.
        Quais são eles? Diversos, variados, alguns imprevisíveis, talvez dolorosos, mas eles serão impostos pela realidade, não pela vontade exclusiva dos dirigentes atuais ou de seus opositores.
        Num momento destes, afloram os estadistas, ou NÃO, se eles simplesmente não existem: seremos carregados pelo caudal de eventos, muitos dos quais eu retirei da leitura da imprensa corrente sobre nossas interfaces externas, como abaixo.

Paulo Roberto de Almeida
São Paulo, 15/07/2025


Algumas notícias glanadas nos boletins disponíveis:

Política Externa Brasileira
Atualização diária ⋅ 15 de julho de 2025
NOTÍCIAS

Brasil e potências médias têm o desafio de manter o não-alinhamento para reconstruir o ... - The Conversation
No caso específico do Brasil, há ainda um objetivo adicional e inequívoco: aumentar os custos de uma política externa orientada por uma estratégia de ...

Tarifar é intervenção externa? Não, mas pode ser o começo - Gazeta do Povo
Os chineses têm uma influência inédita na história do Brasil. Antes, apenas uma fração de influência comercial e política; a partir do último governo ...

Defenda o Brasil do PT ou de Trump: guerra de comunicação influenciará eleições de 2026 - Gazeta do Povo
... brasileira. “Lula retoma a iniciativa política com um discurso ... política externa do governo brasileiro. Em seu terceiro mandato, Lula ...

Líder do PT pede suspensão de passaporte diplomático de Eduardo e inclusão de ... - O Globo
... exterior, obstrução da justiça e articulação internacional contra o Estado de Direito". ... política externa brasileira e exigiu, em nota pública, que ...

"Brasil se tornou o maior adversário dos EUA", afirma ex-juiz federal em análise sobre crise ... - Folha BV
... política externa brasileira. O ex-juiz foi categórico ao apontar que “nenhum outro país do mundo é tão adversário aos Estados Unidos quanto o Brasil ...

Entenda o que é a Lei da Reciprocidade e como pode ser aplicada aos EUA | CNN Brasil

Brasil decide apoiar ação da África do Sul contra Israel na Corte de Haia, diz jornal InfoMoney

Chanceler orienta embaixadora após repreensão a representante dos EUA - Portal Tela
O governo brasileiro, sob a liderança do chanceler Mauro Vieira, tem intensificado sua postura em relação à política externa dos Estados Unidos, ...

Camila Camargo Dantas | Quando a diplomacia assume o leme
Poder360
O Brasil tem peso político, mas precisa adotar uma postura estratégica diante do novo realismo comercial.

Brics entre a ambiguidade e a consolidação - Outras Palavras
Uma das causas parece ser a ambiguidade crescente da política externa brasileira e a percepção geral de que a prioridade do país está no G20. A ...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentários são sempre bem-vindos, desde que se refiram ao objeto mesmo da postagem, de preferência identificados. Propagandas ou mensagens agressivas serão sumariamente eliminadas. Outras questões podem ser encaminhadas através de meu site (www.pralmeida.org). Formule seus comentários em linguagem concisa, objetiva, em um Português aceitável para os padrões da língua coloquial.
A confirmação manual dos comentários é necessária, tendo em vista o grande número de junks e spams recebidos.