sábado, 13 de setembro de 2025

O Barão em todos os seus estados, formatos e valores - Elisa Breternitz e Paulo Roberto de Almeida

A propósito do Barão e de uma homenagem que lhe é prestada pelo órgão do patrimônio material e imaterial do Itamaraty 

Primeiro, meu largo comentário, depois a homenagem postada no Linkedin:

Se algum diplomata, ou mesmo um paisano ilustrado, falar do, ou escrever “Barão”, assim, com B maiúsculo e ênfase na voz, não precisa dizer mais nada: Barão só tem um, apesar de outros barões na diplomacia, todos com b minúsculo, mas sem qualquer demérito para eles. Barão só tem um, e já é santo, está sentado à direita de Deus Padre, no céu, pronto para lhe assessorar em qualquer matéria diplomática ou geopolítica. Só tem um, mas ele esteve em todas as cédulas ou moedas de todos os oito regimes monetários que tivemos desde a segunda década do século XX, em TODOS, o que é um exemplo raro na história monetária mundial. Mas o pobre do Barão já teve valores mais expressivos, e hoje está miseravelmente reduzido a uma moedinha de 50 centavos, que não vai aguentar mais 10 anos de inflação (sim, também fomos campeões mundiais em inflação, junto com outros países exemplares: a Alemanha da República de Weimar, a Hungria pré-socialista, a República da China de Chiang Kaishek, o Zimbabue de Robert Mugabe, a Venezuela de Maduro).

O Barão é eterno e não há quem fale mal dele na diplomacia (embora os historiadores o maldigam, pois interrompeu sem explicações a maravilhosa série dos Relatórios anuais do Ministério das Relações Exteriores, os dos Negócios Estrangeiros do Império sempre foram superiores aos burocráticos da República).

Barão, ó Barão, vc tem de passar um sabão ou soltar um raio jupiteriano contra alguns dos seus sucessores dos últimos tempos, pois já são muitas as trapalhadas acumuladas e estão usando o seu santo nome em vão…

Paulo Roberto de Almeida

(um analista crítico do Barão)

Brasília, 13/09/2025

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Eis a postagem original, de autoria da Elisa Breternitz, Coordenadora-Geral do Patrimônio Histórico do Ministério das Relações Exteriores:

Você já chamou R$1 de "um barão"?

Eu já havia comentado, por aqui (https://lnkd.in/dYYmN_CB), que o designer, pintor, gravador, cenógrafo e figurinista pernambucano Aloísio Magalhães (1927-1982) havia criado, para o #Itamaraty, o logotipo RE - de Relações Exteriores - inspirado nos arcos da fachada do Palácio Itamaraty em Brasília. 

Na semana passada, descobri, por pesquisas feitas pela equipe da Coordenação-Geral de Patrimônio Histórico do Ministry of Foreign Affairs of Brazil, que Magalhães também foi o responsável por outra obra de design gráfico ligada à diplomacia brasileira: a velha cédula de 1000 cruzeiros, estampada com a efígie do Barão do Rio Branco. Ministro das Relações Exteriores de 1902 a 1912, José Maria da Silva Paranhos Júnior teve papel determinante na consolidação pacífica das fronteiras brasileiras. Eu mesma me lembro dessa nota, muito antes de saber quem fora o Barão ou o que faz um(a) diplomata. E já chamei um Real de um Barão - é, veio daí a expressão, hoje meio em desuso. 

Quer saber mais sobre o Barão? A Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG) tem vários volumes para download gratuito, como José Maria da Silva Paranhos, Barão do Rio Branco: Uma Biografia Fotográfica (https://lnkd.in/dKyhRR7s) e  O Barão do Rio Branco e a caricatura: coleção e memória (https://lnkd.in/djbU7VfH). 

Se preferir, acesse vídeo sobre o papel do Barão na definição das fronteiras brasileiras (https://lnkd.in/djkfgAYF), ou até mesmo vídeo do Itamaraty em 1912, no Rio de Janeiro, quando faleceu Rio Branco (https://lnkd.in/dYX8p-S2).



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