quarta-feira, 30 de junho de 2010

A falencia do Estado (supostamente) de bem-estar - Ubiratan Iorio

Desafio qualquer ser vivente neste "nosso planetinha", como diria um cidadão que já imaginou um dia que a Terra pudesse não ser redonda, a contestar um milímetro do diagnóstico oferecido aqui pelo professor Ubiratan Iório.
Paulo Roberto de Almeida

A FALÊNCIA DO WELFARE STATE"...
Ubiratan Iório, 30/06/2010

A Wikipedia – o “pai dos burros” da era cibernética – define o Estado de bem-estar social ou Estado-providência como “a organização política e econômica que coloca o Estado como agente da promoção (protetor e defensor) social e organizador da economia. Nesta orientação, o Estado é o agente regulamentador de toda vida e saúde social, política e econômica do país em parceria com sindicatos e empresas privadas, em níveis diferentes, de acordo com a nação em questão. Cabe ao Estado do bem-estar social garantir serviços públicos e proteção à população.
Pois bem, os fatos estão sobejamente a mostrar que essa concepção de Estado está falida. Na Europa, foram seis décadas em que os estados gastaram acima de suas possibilidades. O resultado não podia ser outro: dívidas públicas astronômicas (que estão, ne média da Europa, em cerca de 90% do PIB), ameaça de inflação, desemprego e um legado moral de gastança que cairá sobre os ombros inocentes das futuras gerações. A Europa, enfim, acordou e hoje vemos diversos países tentando adotar medidas duras para a correção do problema das imensas necessidades de financiamento do setor público. Os governos asiáticos também sinalizam estar despertando, embora preguiçosamente. O governo de Obama ainda não acordou. Parece dormir ainda um sono profundo, povoado por falsos sonhos em que os gastos públicos são capazes de gerar o bem estar de todos...
Na América Latina e no Brasil, os governos (com as honrosas exceções do Chile, da Colômbia e do Peru), permanecem em sono pesado, como indica a manchete principal do jornal O Globo de hoje: "gastos levam contas públicas ao pior resultado em 18 anos”. Ainda é possível encobrir a gravidade do problema, porque o crescimento do PIB e a elevação da arrecadação tributária podem, durante algum tempo, fazer isso. Mas a hora do ajuste de contas não tardará e nem falhará...
A bomba vai estourar nas mãos do próximo presidente, seja ele quem for. Quem viver verá.

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Addendum PRA:
De fato, a herança (esta sim, maldita) a ser deixada por este governo será uma bomba-relógio fiscal, que vai estourar no colo do próximo presidente, que será assim obrigado a corrigir (pelo menos parcialmente) o festival de gastança em que o Brasil incorreu pelas mãos (e pés, sobretudo) do Estado nos últimos oito anos...

2 comentários:

  1. Realmente, muitos gastos estão sendo feitos, inclusive em tempos de eleição. Mas não há como negar uma melhoria no país, e uma melhor adaptação para a resolução de problemas futuros. Entretanto, lastimável administrações desse tipo.

    Abraços Paulo Roberto,

    PS: Temas como esse é de grande importância, mais uma vez parabéns por seu trabalho.

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  2. Eduardo Rodrigues, Rio14/08/2011, 01:01

    Os eleitores ocidentais votaram por um estado assistencialista. A maioria está viciada em programas de transferência de renda. Eles realmente acreditam que, se o governo adotar um plano de austeridade — entrando em uma dieta fiscal —, isso irá causar uma recessão. Logo, eles estão determinados a manter vivo o estado assistencialista. Porém, esse arranjo está em inexorável marcha rumo ao colapso. Por quê? Porque o estado assistencialista sempre dependeu da capacidade de seus governos se endividarem a juros baixos.

    Gary North

    http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1071

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