Tenho escrito e publicado uma série de ensaios, de caráter normalmente econômico e sociológico, sobre o que se pode chamar de "falácias acadêmicas", ou seja, equívocos conceituais e erros de avaliação cometidos por representantes da academia, bem mais, obviamente, nas áreas de humanidades e ciências sociais aplicadas do que nas de ciências naturais e exatas, para as quais não estou habilitado.
Nas áreas de humanas, contudo, é enorme o número de erros -- deliberados e involuntários -- cometidos por pessoas mal informadas (sempre se pode desculpar a ignorância, ainda que um professor universitário tenha a obrigação de pesquisar e de se manter bem informado; é o mínimo que se espera dele) ou de má fé (o que é, evidentemente, indesculpável, pois já revela disposição em enganar os outros, em nome de não se sabe qual interesse material ou ideológico).
Essas minhas falácias "sérias" -- se ouso dizer -- podem ser encontradas neste link de meu site: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/FalaciasSerie.html
O que segue abaixo é bem diferente, e se trata apenas de uma brincadeira, ainda que uma brincadeira séria (se existe seriedade nas coisas do amor, sempre tão associadas a angústias e preocupações de não correspondência), mas cujo único propósito é o de distrair um pouco os leitores da aridez de muitos textos que se apresentam por aqui...
Paulo Roberto de Almeida
O AMOR É UMA FALÁCIA
Adaptação de um texto de Max Shulman
Eu era frio e lógico. Sutil, calculista, perspicaz, arguto e astuto – era tudo isso – e acreditem - modesto. Tinha o cérebro poderoso como um motor de Fórmula 1, preciso como uma balança de farmácia, penetrante como um bisturi. E tinha - imaginem só - apenas 18 anos. Não é comum ver alguém tão jovem com um intelecto tão gigantesco. Tomem, por exemplo, o caso do meu companheiro de quarto na universidade, Peter Johnson.
Mesma idade, mesma formação, mas burro como uma vaca. Um bom sujeito, compreendam, mas sem nada lá em cima. Do tipo emocional. Instável, impressionável. Pior que tudo, dado a manias. Eu afirmo que a mania é a própria negação da razão. Deixar-se levar por qualquer nova moda que apareça, entregar-se a alguma idiotice só porque os outros a seguem, isto, para mim, é o cúmulo da insensatez. Peter, no entanto, não pensava assim.
Certa tarde, encontrei-o deitado na cama com tal expressão de sofrimento no rosto que o meu diagnóstico foi imediato: Apendicite!
- Não se mexa. Não tome laxante. Vou chamar o médico.
- Marmota... - balbuciou ele.
- Marmota? - disse eu interrompendo minha corrida.
(...)
Texto integral neste link.
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