quinta-feira, 12 de maio de 2011

Um "marquissista" preocupado com o "mofo liberal": Altamiro Borges

Marquissistas do tipo que segue abaixo obviamente não publicariam o "mofo neoliberal" em seus blogs, como eu vou fazer com sua salada indignada de invectivas contra o pensamento "neoliberal". Se somos tão "mofados" assim, por que se dar ao trabalho de resumir todo um seminário, em seu blog, criticando todos e cada um dos que dele participaram, inclusive este modesto escriba que aqui comparece (e lhe dá uma chance a mais de ser lido e "ouvido")?
Eu aposto como ele passou todo o dia do Seminário se remoendo em sua cadeira, cercado de "neoliberais", se contorcendo desesperadamente de raiva e despeito, com uma vontade enorme de xingar todo mundo e proclamar que éramos os "reacionários" que estavam sendo enterrados pelo novo pensamento "libertador", mas que se conteve durante todo o dia, apenas para depois, reunir penosamente suas notas carregadas de ódio contra esses neoliberais que ousam sobreviver e arrostar a onda revolucionária que varre o Brasil e o continente, e que promete, mais um pouco, nos jogar a todos na lata de lixo da História...
Ele fica realmente incomodado com o fato desse pequeno punhado de neoliberais impenitentes ousarem ainda arrostar os novos tempos, com ideias derrotadas mas ainda não abandonadas, segundo sua análise preclara.

Em todo caso, precisamos agradecer-lhe pelo resumo, ainda que deformado e totalmente enviesado dos paineis do seminário. Ele diz, por exemplo, que:

"Em quase todos eles, a defesa da democracia liberal e do deus-mercado...".

Bem, para corrigir o nosso marquissista, eu me lembro, perfeitamente, que todos os participantes palestrantes de fato revelaram seu compromisso com a democracia liberal (não acho que eles tenham "defendido", assim num sentido defensivo, como pretende o marquissista, mas talvez ele queira atacar a democracia liberal, em nome, quem sabe?, de uma democracia "participativa", à la Chávez), mas não me lembro de nenhum, um sequer, que tenha se referido ao "deus-mercado".
Isso já é deformação do nosso marquissista.

Quanto a mim, vejamos o que disse o nosso marquissista:

"O diplomata Paulo Roberto de Almeida, por exemplo, afirmou que “o Brasil é um pais muito caro e excessivamente burocratizado” e atacou o “Estado gastador”. Ex-assessor de FHC, ele também ironizou a política externa “lulista”. “O PIB diplomático hoje é muito melhor que o PIB econômico, sem falar no PIB futebolístico”."

Corrijo: nunca fui assessor de FHC, e se tivesse sido, não teria nenhum problema em dizer: poderia até acrescentar que, sendo funcionário de Estado, fui também "ex-assessor de Lula", embora ele não me tenha dado essa chance. Se tivesse sido, quem sabe teria evitado algumas sérias derrapagens cometidas por amadores como os nossos marquissistas em política externa.

Tomado de tanta raiva, ele também não entendeu que eu não ironizei a política externa "lulista", mas a homenageei, ao contrário do que ele pensa: eu não disse que ela era melhor do que o PIB econômico -- ele não deve ter lido Engels, e ainda confunde qualidade e quantidade -- mas sim que o nosso "PIB diplomático" era MAIOR do que o "PIB econômico", e certamente muito maior do que o nosso "PIB militar", mas que todos eles perdiam para o "PIB futebolístico".
Esses marquissistas não têm nenhum humor e não percebem quando estamos prestando uma homenagem a nossos futebolistas e diplomatas, craques do terreno (quando não são atrapalhados por técnicos amadores como ele e outros marquissistas de opereta).

Enfim, não vou comentar todo o seu resumo manifestamente enviesado e deformado (mas trasncrito in totum aqui abaixo), para não tirar de vocês o prazer da leitura.
Apenas ouso acrescentar o seguinte: quem quiser saber o que eu disse, mais ou menos (pois não li um texto que fiz apenas para alinhavar algumas ideias), pode consultar este post neste blog:

Forum Liberdade e Democracia - Instituto Millenium (minha participacao, PRA)
TERÇA-FEIRA, 3 DE MAIO DE 2011

Fico por aqui e espero que vocês se divirtam.
Antes de terminar, lanço um repto ao nosso marquissista. Que ele transcreva algumas palestras "neoliberais" (a minha ou de qualquer outro), em seu "Blog do Miro", assim como eu transcrevi o resumo dele. Ele demonstraria assim seu espírito democrático não sectário e aberto (não acredito que o faça, porém, pois esse pessoal é meio bravo). Ele pode criticar depois, todo o "neoliberalismo" dos participantes,
Na verdade, e com isso concluo, ninguém ali era neoliberal, pois nenhum de nós reconhece essa tremenda bobagem disseminada pelos marquissistas. Não existem neoliberais: ou o sujeito é liberal, ponto, ou ele é confuso, apenas isso. Neoliberalismo não existe; existem ideias liberais.
Eu, por exemplo, não sou nem liberal, nem neoliberal. Apenas me pretendo racionalista...
Paulo Roberto de Almeida

O mofo neoliberal do Instituto Millenium
Por Altamiro Borges
Blog do Miro, 09 de Maio de 2011 - 14h07

No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, em 3 de maio, o Instituto Millenium promoveu o “2º Fórum Democracia e Liberdade”, no auditório da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), em São Paulo. O evento, que reuniu representantes de poderosas empresas nacionais e multinacionais, serviu para mostrar que o neoliberalismo, apesar de derrotado nas urnas no Brasil, não está morto politicamente. As idéias neoliberais têm até cheiro de mofo, mas não foram abandonadas pela elite empresarial!

A defesa da redução do papel do Estado, das privatizações, da extinção das leis trabalhistas e da abertura desnacionalizante da economia – entre outros dogmas do “Consenso de Washington” – foi a tônica do 2º fórum do Millenium. Entre os palestrantes, muitos velhos militantes da seita neoliberal e alguns novos simpatizantes, como Eugênio Bucci, ex-diretor da Radiobrás. De comum, as duras críticas ao legado do governo Lula – tachado de “populista”, “esquerdista”, “terceiro-mundista”, etc.

O discurso batido de Roberto Civita
Roberto Civita, presidente do Conselho de Administração do Grupo Abril, que edita a revista Veja, e conselheiro do Millenium, fez o discurso de abertura. Ele voltou a insinuar, num discurso já batido, que a liberdade de imprensa corre sérios riscos. Mesmo sem nunca ter passado fome na vida, tratou a liberdade de imprensa como um direito absoluto, acima de todos os outros direitos:

“O mais perfeito dos sistemas, que garantisse ao homem plena satisfação de suas necessidades físicas, seria uma monstruosidade se lhe cassasse a palavra... Se me permitem um simbolismo que resume a importância da liberdade de expressão, lembro que, com a palavra pode-se reivindicar o pão, mas o pão, por si, não garante o exercício da palavra; se manipulado por populistas, pode até contribuir para tolhê-la”.

A piada sobre a objetividade da mídia
No maior cinismo, ele ainda afirmou que “a imprensa deve ser protegida de qualquer arroubo controlador do estado, mas ela também deve ser limitada por um imperativo ético: o compromisso obsessivo com a verdade e a objetividade. Mais do que nunca, precisamos do que ouso chamar aqui de ‘informação com curadoria’, que envolve isenção, a verificação obrigatória dos fatos levantados e a sua colocação no devido contexto”.

Com certeza, Civita deve ter se esquecido das inúmeras capas e reportagens sensacionalistas da Veja, do denuncismo vazio que desrespeita o preceito constitucional da “presunção da inocência” e destrói reputações, da penca de processos contra as calúnias da sua revista. Como chefão da Veja, expressão maior do partidarismo direitista da mídia nativa e sucursal rastaqüera do império estadunidense, ele deveria evitar falar em “compromisso obsessivo com a verdade e a objetividade”. Parece piada pronta!

Pensamento único e enfadonho
Depois da cômica abertura do “paladino da liberdade”, cinco painéis foram apresentados sobre os desafios do Brasil. Em quase todos eles, a defesa da democracia liberal e do deus-mercado. O diplomata Paulo Roberto de Almeida, por exemplo, afirmou que “o Brasil é um pais muito caro e excessivamente burocratizado” e atacou o “Estado gastador”. Ex-assessor de FHC, ele também ironizou a política externa “lulista”. “O PIB diplomático hoje é muito melhor que o PIB econômico, sem falar no PIB futebolístico”.

Já o economista Alexandre Schwartsman, um neoliberal convicto, bateu na carga tributária brasileira, que prejudica “a saúde dos negócios no Brasil”. Outro economista, Rodrigo Constantino, viajou na maionese. Garantiu que Lula implantou um modelo que “está matando a iniciativa privada empreendedora. É só botar um boné vermelho e ir à Brasília que você consegue privilégios”. Os dois parecem morar em outro país – desconhecendo o recente crescimento brasileiro e o próprio enriquecimento dos ricaços!

As bravatas dos “calunistas” da mídia
Entre os “calunistas” convidados, Demétrio Magnoli, estrela da TV Globo, voltou a conclamar os empresários para uma oposição mais dura ao atual governo. “As elites econômicas tornaram-se financiadoras compulsórias da política dirigente, que passa a suprimir a oposição porque ganhou o poder de comprar consciências, de pagar opiniões”. O petulante teórico das elites garante que “o lulopetismo se reorganizou como reação à queda do Muro de Berlim e ao governo FHC” e deve ser combatido.

Já o colunista do jornal Valor e diretor do Instituto Análise, Alberto Carlos Almeida, pregou maior firmeza na defesa dos valores liberais e criticou a falta de oposição no país. “O Brasil entende o liberalismo como conservadorismo. A visão conservadora, no Brasil, não é plena e ativa. O discurso liberal e real nunca foi aplicado no Brasil”, lamentou. Na mesma linha, outros oradores contaram a mesma ladainha.

A única novidade do 2º Fórum do Instituto Millenium foi a presença da ativista iraniana Mina Ahadi, que aproveitou o evento para atacar o governo do seu país e para exigir do governo Dilma Rousseff “a defesa dos direitos humanos”. Um dia antes, os EUA atentaram contra a soberania do Paquistão e usaram depoimentos arrancados sob tortura para executar Osama Bin Laden. Sobre isto, Mina Ahadi nada falou! No intimo, o fórum da “liberdade e democracia” até comemorou a “vitória do império”.

2 comentários:

  1. É sempre assim escreveu "estadunidense" é um completo idiota. Talvez um dia algum estudo nos campos da meta-Lingüística possa explicar.

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  2. Estadunidense está para anti-imperialista, assim como soberania nacional está para alguns outros idiotas que conhecemos bem, e que nem preciso dizer quem seja...
    Mas eu agradeço pelo reforço de sugestão: há muito tempo eu estou pensando em escrever um texto sobre os tics linguísticos de certas pessoas e grupos. Falou aquilo, pode ter certeza: o gajo tem uma obsessão qualquer...
    Paulo Roberto de Almeida

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