Precisamos estar preparados para a nova onda de maniqueísmo que vai assolar o país: os 50 anos do golpe de 1964 (em 31 de março ou 1ro de Abril, como preferirem) e o julgamento peremptório da maior parte dos historiadores no sentido mais convergente com a historiografia corrente, ou seja, de que o golpe foi uma armação da direita brasileira -- ai confundidos capitalistas, ou burguesia nacional, latifundiários, militares e, sobretudo, os perversos imperialistas americanos -- e do Império, para derrocar um governo democrático empenhado em reformas.
Creio que vou escrever algo a respeito, para tentar restabelecer a balança...
Paulo Roberto de Almeida
Do site Café História, 7/01/2014
MURAL DO HISTORIADOR
Ditadura Militar 50 Anos - Parte I
Durante os últimos trinta anos, o jornalista Elio Gaspari reuniu documentos que serviram de base para a edição e a reedição de seus livros sobre o governo militar no Brasil. Entre bilhetes, despachos, discursos, manuscritos, diários de conversas travadas pela cúpula e telegramas do governo americano, seu arquivo pessoal reúne mais de 15 mil itens sobre a ditadura. São registros que se iniciam nos anos anteriores ao golpe de 1964 e seguem até os estertores do regime. Entre eles, há 10 mil provenientes do arquivo do general Golbery do Couto e Silva, como suas apreciações e análises conjunturais redigidas em três momentos distintos, de 1960 a 1968. A partir de fevereiro de 2014 o seu site “Arquivos da Ditadura” passará a disponibilizar uma seleção desse rico material, parte dela presente também na versão em e-book dos quatro volumes da série sobre os “anos de chumbo”. É a primeira vez que esses documentos ficam disponíveis para consulta na internet. Confira aqui.
Ditadura Militar 50 Anos - Parte II
O jornal Folha de S.Paulo inaugurou uma página especial em seu site dedicada exclusivamente aos 50 anos do Golpe Civil-Militar de 1964, o qual jogou o Brasil em uma ditadura que levaria mais de vinte anos. O site foca nos momentos e nas circunstâncias que levaram à deposição do presidente João Goulart. Em destaque: os 53 militares, políticos e civis mais importantes no contexto do golpe militar; os dez momentos em que as Forças Armadas atuaram na política antes do golpe de 1964; uma comparação do contexto econômico, demográfico e cultural de 1964 com os dias atuais. No site, é possível ver também uma cronologia do golpe, hora a hora. Para ver o site, que já se encontra no ar, clique aqui.
Escreva, pelo amor de Deus. Os escritos de nós, pobres mortais, quase ou nenhuma repercussão recebe na mídia. Não dá para competir, por favor!
ResponderExcluirVai ser tedioso. De um lado, o vitimismo brasileiro, o espírito de conspiração por toda a parte tentando justificar o descalabro do governo Goulart. (Leia Nos Tempos do João Goulart de Alberto Deodato). De outro lado, a defesa do regime por parte dos que hoje querem os militares de volta. No meio do fogo cruzado, ninguém para lembrar os milhões entrincheirados dos dois lados, que se um regime não tivesse falhado (o populismo de Goulart), não haveria o regime militar, e se este não tivesse igualmente falhado, não haveria o petismo. Vá em frente Almeida. Na falta de Inspiração, ouça o bolero Fracasso com Nelson Gonçalves no Youtube.
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