quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Educacao: nao existe nenhum risco de melhorar; vai continuar afundando

Tenho dito e repito: sou moderadamente pessimista em economia, ou seja, acredito que o Brasil vai continuar sua trajetória medíocre de crescimento, pois não pode crescer um país que investe menos de 20% do PIB e tem um Estado que extrai dois quintos da riqueza criada pela sociedade.
Mas eu sou ABSOLUTAMENTE PESSIMISTA em educação: nossa trajetória continua apontando para a miséria educacional, uma conjunçãi de loucuras petistas, obsessões freireanas e máfias sindicais de professores, todos cultuando as mesmas doutrinas retrógradas e nefastas. Não há nenhuma hipótese de melhorar, só o contrário.
Agora, o que faz o governo, ao reter os resultados -- que devem ser negativos, como esperado -- do Ideb 2014, só tem um nome: calhordice, pura e simples. O que aliás combina com os companheiros.
Paulo Roberto de Almeida 

A um mês da eleição, Planalto retém resultado de avaliação da educação

O governo federal já tem em suas mãos, pronto para divulgação, os resultados do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Os dados foram repassados para a Casa Civil há 15 dias, mas, até agora, não foram tornados públicos, apesar de já terem passado pelo crivo técnico do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão do Ministério da Educação responsável pelas avaliações federais.
O Ideb é o principal indicador da qualidade do ensino do país. Ele é divulgado de dois em dois anos e é calculado a partir do desempenho de alunos em testes de Português e Matemática e das taxas de aprovação no ensino fundamental e médio. É a partir do Ideb que é possível monitorar o desempenho de gestores municipais e estaduais na Educação, além de saber se o país está cumprindo as metas estabelecidas para cada etapa de ensino.
A demora na divulgação do Ideb tem gerado críticas de educadores, secretários e governadores. Alguns, reservadamente, suspeitam que, por causa das eleições, o governo esteja segurando os resultados devido a um suposto mau desempenho do país, fato que não é possível confirmar sem que os números se tornem públicos.
Quando as primeiras críticas ao atraso foram publicadas na imprensa, o governo federal respondeu que até o fim do mês passado divulgaria os dados, o que não foi feito.


MEC diz que dados serão divulgados ‘logo’

Ontem, ao participar de evento na sede da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), em Brasília, o ministro da Educação, Henrique Paim, disse que os resultados seriam divulgados “logo”, mas sem dar novo prazo. Ele afirmou que mais de 300 escolas apresentaram recursos e que o Inep está compilando esses dados.
— Tivemos o cuidado em analisar todos os recursos feitos pelas escolas em relação à Prova Brasil. O Inep trabalhou nessa direção, e estamos concluindo essa análise para divulgar logo. Se nós formos ver o histórico da divulgação do Ideb, sempre foi divulgado no mês de agosto. Estamos com uma semana, mais ou menos, de atraso. Assim que eu tiver segurança em relação a esses dados, o Inep vai me indicar, e nós vamos fazer a divulgação.
O último Ideb disponível é referente ao ano de 2011, e foi divulgado em 14 de agosto de 2012. Em 2010, os dados referentes a 2009 foram publicados em julho. Em 2008, indicadores de 2007 vieram à tona em junho.
A coordenadora da área de Educação da campanha de Aécio Neves, Maria Helena Guimarães de Castro, ex-secretária-executiva do MEC e ex-presidente do Inep no governo FHC, disse estar preocupada com esse atraso.
— Na semana passada, eu estive num seminário da Associação Brasileira de Avaliação Educacional, e lá foi dito que o Ideb sairia na sexta. E hoje é terça, não saiu, e não temos nenhuma notícia sobre o Ideb. A mesma coisa sobre a Avaliação Nacional de Alfabetização. Também havia uma notícia de que eles anunciariam os resultados do ANA em maio, depois para junho, para julho, já estamos em setembro e ainda não foram divulgados. Estou preocupada, acho que é importante a sociedade brasileira ter acesso a essas informações, porque elas são muito importantes para melhorar as políticas educacionais como um todo.
Maria Alice Setúbal, a Neca Setúbal, uma das coordenadoras de campanha da candidata Marina Silva, disse não acreditar que o atraso na divulgação dos dados esteja relacionado ao calendário eleitoral.
— Acho que não, o ministro é o responsável, ele deve ter respondido isso para vocês. Mas eu acredito que vai ser divulgado no momento em que o MEC achar conveniente. Sempre tem um prazo que deve ser respeitado para a divulgação desses resultados. Vamos esperar. Temos ainda um mês antes do final do primeiro turno para que possam ser divulgados esses resultados.
Fonte: O Globo

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