sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Pobreza: subsidios do governo nao a eliminam, apenas a prolongam, no Brasil ou na Venezuela

Verdades inconvenientes: é muito diferente eliminar a pobreza e subsidiar o consumo dos mais pobres.
Simples assim.
Paulo Roberto de Almeida 
Juan Nagel - Foreign Policy/ O Estado de S.PauloCARACAS -

 Quando o governo venezuelano se defendia dos seus críticos, sempre mencionava a redução da pobreza como prova do seu sucesso. Durante um período, a estratégia funcionou - o número de pobres diminuiu durante parte dos anos em que Hugo Chávez presidiu o país. Mas os dias em que a pobreza era indicativa do triunfo do chavismo terminaram. Hoje, as estatísticas oficiais mostram que a pobreza aumenta rapidamente. 

Há algumas semanas o Instituto Nacional de Estatísticas (INE) trouxe uma prova de que um a cada três venezuelanos é pobre - há 12 meses essa proporção era de um para quatro. Como parte importante do discurso contra a oposição é de que o governo, e apenas ele, é responsável pela redução da pobreza, esta é uma variação importante. 

Para determinar o índice de empobrecimento, o INE calcula o custo de uma cesta de produtos que inclui alimentação, vestuário, habitação, transporte, saúde, comunicação e educação. A cesta é uma amostra do tipo de coisas que uma família de nível médio consome durante um ano. Se a renda per capita cai abaixo do custo desta cesta, a pessoa é considerada pobre. 

Com base neste sistema de medição, o número de venezuelanos pobres aumentou no ano passado em 1,8 milhão de pessoas. Aproximadamente 6% da população venezuelana, de 30 milhões de pessoas, ficaram pobres só no ano passado. 

A situação é ainda pior quando se trata da pobreza extrema, ou seja, o número de pessoas cuja renda não é suficiente nem mesmo para comprar uma cesta de alimentos. No ano passado o número de venezuelanos nesta situação aumentou em 730 mil, totalizando quase três milhões - aproximadamente 10% da população. 

A revolução chavista de fato ajudou os pobres venezuelanos entre 2003 e 2007, mas desde aquele ano o número de pobres na verdade aumentou.

Isso deve-se à política econômica chavista. Quando o preço do petróleo subiu, há cerca de 10 anos, o Estado venezuelano encheu seus cofres com o enorme fluxo de receita e usou os recursos para criar uma enorme rede de subsídios e controles de preços. Ao mesmo tempo, usou os ganhos com o petróleo em programas sociais e subsídios para reforçar o apoio das classes menos favorecidas. 

A pobreza na Venezuela de Chávez em meados dos anos 2000 de fato diminuiu e o governo manteve os preços artificialmente baixos graças à moeda sobrevalorizada e à importação subsidiada. As pessoas que se beneficiavam dos programas sociais do governo encontravam tudo o que precisavam para comprar uma vez que o governo garantia as importações e os preços baixos. Isto não podia durar. 

Durante a campanha de 2012 para reeleger Chávez, os gastos do governo mais do que duplicaram. De repente o boom do petróleo não era mais suficiente para sustentar as necessidades sociais crescentes. Naquele ano o déficit orçamentário disparou para mais de 10% do PIB. O preço do petróleo já não aumentava tanto e o financiamento externo começou a diminuir. Embora o governo continuasse a ter apoio nas urnas, a bolha estava prestes a explodir para os pobres da Venezuela. 

Desde que assumiu no ano passado, o presidente Nicolás Maduro viu a moeda local se desvalorizar de 4,3 para até 70 bolívares por dólar, dependendo da taxa de câmbio utilizada. Assim, os preços da maior parte dos produtos de consumo também aumentaram. A inflação anual está próxima dos 60%. 

A abrupta queda do nível de vida foi o que levou os manifestantes para as ruas do país. Muitas das pessoas que protestam são o que podemos chamar de "pobres emergentes", que foram de classe média durante o boom, mas viram sua situação econômica piorar desde então. 

No final, a vitória do chavismo contra a pobreza é apenas retórica. Os poucos ganhos foram devidos a um governo que converteu a alta do petróleo num crescimento do consumo passageiro. Essa fase terminou e a pobreza retorna para sua tendência de longo prazo. A hora da verdade aproxima-se rapidamente para o modelo chavista populista. A rapidez com que chegará vai depender do preço do petróleo. Mas se o preço do petróleo cair, a pobreza continuará aumentando e os novos pobres continuarão nas ruas.

Eleicoes 2014: o curral eleitoral do Bolsa Familia funcionou, e como... - Reinaldo Azevedo

Eu já havia apresentado aqui alguns desses mesmos dados, mas havia colocado a proporção de habitantes em cada estado, não a de famílias. No Maranhão, por exemplo, os 78% de votos na candidata oficial correspondem a 50% da população no Bolsa Família.
Qual é o país normal que pode se sentir orgulhoso ao exibir números desse tipo?
Paulo Roberto de Almeida 

 Dilma, a Priscila do Deserto Moral

 Reinaldo Azevedo


 

É preciso ser desonesto para não constatar a óbvia relação entre Bolsa Família e fidelidade ao petismo

Em Kakânia, o país imaginário de Musil em "O Homem Sem Qualidades", podia-se, às vezes, tomar um "gênio por um patife", mas "nunca se tomava um patife por um gênio". Dia desses, um dublê de colunista político e cortesão resolveu me ironizar porque afirmei que o país sai das urnas "dividido, rachado ao meio". As esquerdas, que produziram vasta literatura sobre a indústria eleitoreira da miséria, agora pretendem negar as suas próprias constatações. O Nordeste servia como emblema dessa relação quando o quase extinto PFL dava as cartas na região. Hoje, apontar o óbvio seria sinal de preconceito e demofobia. Em Banânia, não apenas se tomam gênios como patifes, mas também patifes como gênios.

Vejam os 15 Estados em que Dilma venceu no segundo turno, o seu percentual de votos (primeiro número) e o percentual de famílias atendidas pelo Bolsa Família (segundo número). Os dados são do TSE (desprezei os algarismos depois da vírgula) e do Ministério do Desenvolvimento Social (setembro de 2014). Maranhão (78-58), Piauí (78-54), Ceará (76-47), Bahia (70-47), Pernambuco (70-47), Rio Grande do Norte (69-40), Sergipe (67-49), Paraíba (64-50), Amazonas (64-43), Alagoas (63-53), Amapá (61-33), Tocantins (59-38), Pará (57-46), Rio de Janeiro (54-17) e Minas (52-21).

Agora seguem os Estados em que Dilma perdeu, com os mesmos dados: Santa Catarina (35-07), São Paulo (35-11), Acre (36-42), Distrito Federal (38-12), Paraná (39-13), Goiás (42-19), Mato Grosso do Sul (43-21), Rondônia (45-26), Mato Grosso (45-22), Rio Grande do Sul (46-13), Espírito Santo (46-19) e Roraima (42-47).

É preciso ser intelectualmente desonesto para não constatar que existe uma óbvia relação entre o benefício e a fidelidade ao petismo, que é o coronelismo da hora. A petista venceu o tucano por menos de 3,5 milhões de votos. Só no Nordeste, a sua vantagem foi de mais de 12,2 milhões. O percentual de famílias atingidas pelo programa, na região, varia de 40% (RN) a 58% (MA). O Acre e Roraima, de um lado, e Minas e Rio, de outro, parecem negar a evidência. Vistas as particularidades, não tenho espaço, apenas confirmam.

A média de votos de Dilma nos mil municípios com mais beneficiários do Bolsa Família foi de 73,1%; nos mil com menos, de apenas 28,2%. Nas mil cidades que concentram maior número de famílias com renda per capita igual ou inferior a R$ 70, a petista obteve 74,3% dos votos, nas mil com menos, só 28%.

É claro que não é o Nordeste o culpado. É a pobreza! Mas aí o esquerdista cascudo se regozija porque, afinal, a "represidenta" é a Priscila do Deserto Moral do Bolsa Família --que tem de ser mantido, sim, e de se transformar em política de Estado, imune ao proselitismo. Um governo que não se ocupasse de minorar a miséria seria indecoroso, além de cruel. Um governo que se orgulha de manter 50 milhões de pessoas atreladas ao programa é cruel, além de indecoroso.

Tanto pior quando a máquina oficial é mobilizada para fazer terrorismo eleitoral e ameaçar com o fim do benefício quem depende, para viver, de uma pensão que vai de R$ 32 a R$ 140. Eu não gostaria de estar na pele moral dessa gente.

Os imbecis falam em separatismo. Os decentes têm de pensar em como libertar os pobres da chantagem e da vigarice.

Midia: os orwellianos tupiniquins querem controlar a imprensa rapidamente...

O cinismo bolivariano se expressa rapidamente nesta matéria, preparada pelos companheiros censórios da Câmara dos Deputados: eles não só querem amordaçar a "mídia"-- que é como chamam a imprensa -- como também pretendem reviver essa excrescência do fascismo corporativo que é o diploma para jornalista, desta vez subindo um degrau a mais, retirando do patamar das leis ordinárias (já rejeitada pelo STF) para constitucionalizar a matéria.
Eles não desistem que querer implantar um mundo orwelliano.
Não devemos desistir de impedi-los de perpetrar seus sinistros desígnios.
Paulo Roberto de Almeida

Câmara realiza Fórum de Comunicação: Momento exige debate sobre regulação do setor
Liderança do PT na Câmara, 31/10/2014

A Câmara dos Deputados realiza nos dias 13 e 14 de novembro o Fórum Brasil de Comunicação Pública com o objetivo articular as emissoras públicas de rádio e TV e capacitar as organizações para atuar na regulação do setor e na formulação de políticas públicas. Para o deputado e jornalista Paulo Pimenta (PT-RS), autor da PEC 386/09, que restabelece a exigência do diploma para jornalista, o período pós-eleição exige aprofundamento do debate sobre essa temática.
“Mais do que nunca, após a eleição, fica claro que a mídia precisa de uma regulação democrática e transparente. O monopólio sem controle perpetuado ao longo de décadas foi perverso. Essa iniciativa da Câmara é urgente e esse tema deve ser prioritário para o País”, observou Paulo Pimenta.
Celso Schroder, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), uma das entidades participantes do Fórum, compartilha a mesma opinião. “Terminada a eleição, fica claro uma crise de identidade que as empresas comerciais sofrem no País. Elas assumiram postura partidária, com prática de crime eleitoral”, alertou.
Para Schroder, a mídia brasileira adota “no dia a dia, o comportamento partidário, inclusive após o período eleitoral, o que pode levar o Brasil a um ambiente político de instabilidade, promovendo a cisão no País, o que compromete a democracia brasileira”.
O presidente da Fenaj disse ainda que a crise da imprensa privada revela a necessidade de um marco regulatório para o setor. Ele lembrou que na disputa presidencial, principalmente no segundo turno, “muitos veículos de comunicação – entre eles os principais jornais e revistas de circulação nacional e os principais grupos de rádio e TV – abdicaram do jornalismo como atividade de produção e veiculação de informação isenta, plural e ética”.
Para contrapor a essa prática recorrente do jornalismo brasileiro, Celso Schroder disse que a aposta é “na produção de conteúdo plural, diverso, no acolhimento ao contraditório. É apostar num jornalismo investigativo, com objetividade e neutralidade”. Ele frisou que uma das ferramentas importantes de contraponto “é incrementar e fortalecer a comunicação pública do Brasil”.
Fórum – O evento, organizado pela Secretaria de Comunicação da Câmara dos Deputados e pela Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular (FrenteCom), acontece no auditório Nereu Ramos. O Fórum conta com a parceira de entidades como a Fenaj, FNDC, Fitert, Renajoc, Intervozes, Barão de Itararé, Astral, Frenavatec, Arpub, Amarc, Abccom, ABTU, Abraço, MNRC, Sinttel-DF, Fenaj, Sindicato dos Jornalistas do DF e Conselho Curador da EBC.
Temas – Entre os assuntos a serem debatidos encontram-se: Regulação do Campo Público; Tecnologia e Infraestrutura do Sistema Público e Convergências de Linguagens e Conteúdo. No dia 14 de novembro, os organizadores pretendem entregar a plataforma dos movimentos à Presidenta da República.

Politica Externa e Diplomacia da era lulo-petista: uma entrevista - Paulo Roberto de Almeida (revist InterAcao)

A mais recente "produção" publicada no Brasil, à disposição dos interessados nesses temas secundários e absolutamente sem importância como podem ser, atualmente, os da diplomacia brasileira:


2683. “Política Externa e Diplomacia Partidária no Brasil atual”, Hartford, 2 outubro 2014, 12 p. Respostas a questões colocadas pelo coordenador do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Maria, para a Revista InterAção (v. 6, n. 6, 2014, 
Relação de Publicados n. 1146.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Espionagem sovietica: muito mais ampla do que jamais voce poderia sonhar - BBC russian service

Você sabia, caro leitor, que dois embaixadores brasileiros trabalharam para a União Soviética, como agentes pagos, chantageados, voluntários, ou seja lá o que for. Não temos os nomes verdadeiros, ainda, apenas os nomes de guerra: Aleks e Izotys, mas isso não importa muito. O fato é que eles não eram muito produtivos, segundo os papéis do Mithrokin Archives, que já foram publicados nos EUA. Parece que eles ganhavam razoavelmente bem, mas trabalhavam mal, com informações pouco substantivas, ou praticamente anódinas.
Também tem a informação de que cubanos e soviéticos penetraram os códigos confidenciais brasileiros, e leram tudo o transitava em nosso telex, depois mensagens eletrônicas. É a vida...
Enfim, ainda falta muito espião para descobrir, no nosso caso agentes cubanos que ainda estão por aí, pulando alegremente, de um lugar para outro, ganhando dinheiro e continuando a fazer trabalho sujo, como vocês devem saber...
Aqui uma outra história que traduzi pelo Google Translator do russo, espero que seja compreensível.
Paulo Roberto de Almeida

What was the name of Abel's actually 157 folders MI5

  • October 30, 2014
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Rudolf Abel (photo - second from left) is considered one of the most successful spies during the Cold War
One of the most intriguing discoveries of new batch of documents declassified British intelligence service MI5, began documents related to Rudolf Abel.
According to the available data to date, Abel was the only Soviet intelligence officer cadre, born in Britain, unlike simple agents. Curiously, at the time of his dossier MI5 did not know what the real name Abel - William Fisher, and that he was born in 1903 in Newcastle-on-Tyne.
In total, the British MI5 counterintelligence declassified 157 folders with documents, most of which are documents from the personal files of people who were in sight of the British counterintelligence.
Declassified information relates to the period between World War I and the time of confrontation between the USSR and the West after the Second World War. The documents are divided into several categories: German intelligence agents and suspected of links with it during the Second World War; people for which audited; Soviet spies and people suspected of spying for the Soviet Union; communists and alleged communists, including citizens of the Soviet Union and those who approve of communist views.
Obviously, the materials of the dossier Abel must study together with the files of his personal file in the KGB, who kidnapped and brought back to Britain a former employee of the Archives Department of the First Chief Directorate of the KGB Vasili Mitrokhin.
Declassified documents are stored in the National Archives of Britain
Almost all the documents stolen from the Mitrokhin archive KGB, with July 2014 have become available to historians. For example, it was reported that Abel in 1947 led a large spy network in the US. In 1949, for the excellent work the leadership of the USSR awarded him the Order of the Red Banner.
In documents MI5 describes his arrest in the US in 1956. In the "Mitrokhin Archive" reported that during the arrest, he is named after his friend Rudolf Abel, who by that time was already dead. Fisher knew that the news of the arrest of "Abel" will signal to the KGB about what actually happened.
As is known, Abel subsequently exchanged in Berlin on pilot spy plane U-2 was shot down over the Soviet Union, Gary Powers.

Money laundering of the USSR in the US

There among the documents dossier colorful American businessmen Julius Hammer and his son Armand. Of these, it becomes clear how the Soviet Union in 1920 launched its intelligence activities in the United States.
Family Hammer played a role in laundering money coming from the Soviet Union to finance the American Communist movement.
Famous Hollywood actor Armie Hammer, who played in the movie "The Social Network" - the great-grandson of businessman Armand Hammer
From the archives of the KGB became known in 1921, Vladimir Lenin considered the report of the Hummers so important that he sent a copy of Stalin stamped "Top Secret".
In the declassified document says that after America entered World War II, Julius Hammer could not move there. So he decided to go the other way, that is earning a lot of money that would have gone to the needs of the communist movement. In this he succeeded.
Among other alleged agents of the USSR include Indian diplomat and nationalist Arata Kandet Narayan Nambiar. In 1924 he went as a journalist in Berlin, where he collaborated with the communist cell consisting of Indians. In 1929, at the invitation of the Soviet Union, he came to Moscow.
Before the start of the Second World War, he was deported from Germany, but soon he was allowed to return as a representative nationalist Subhas Chandra Bose in Berlin. Then he led the European cell "Free India", which was funded by the Nazis.
In 1959, Soviet defector told intelligence services of Britain that Nambiar was recruited by the GRU in 1920
He was arrested in Austria in 1945 and received a prison sentence for aiding the Nazis. Conviction has not prevented him Ambassador of India to work in Germany.
In 1959, Soviet defector told intelligence services of Britain that Nambiar was recruited by the GRU in the 1920s. In the "Mitrokhin Archive" no information about it, perhaps because it documents the GRU were not included.

British Marxist historians

It is assumed that most interest to researchers are the files associated with the British Marxist historians Eric Hobsbawm and Christopher Hill.
In the case of Hill turns out that the intelligence agencies became interested in him after his long journey to Russia in 1935, when he was a student at Oxford University. In 1936 he returned to Britain and joined the Communist Party. After the Second World War, MI5 believed Hill's one of the main Communist at Oxford University.
In 1951, counterintelligence received permission from the Ministry of Interior to the audition of his telephone conversations and reading his correspondence. In MI5 believed that thus will be able to get more information about the scientist as well as on the activities of the Communists in the University of Oxford.
Thanks intercepted letter becomes clear infighting Hill and his decision to quit the Communist Party in 1957. Thus he protested the invasion of the Soviet Union in Hungary in 1956. In his address to the party leadership, he wrote: "For too long we have lived in a world of illusions. It was a cozy little world ..."
Counterintelligence reread correspondence Eric Hobsbawm
Unlike Hill Eric Hobsbawm has not left the ranks of the Communist Party after the Soviet invasion of Hungary, but his relationship with some of the British Communists soured. One of the supporters of "hard" line Dee Ann Pritt once said in a private conversation that he was dissatisfied with "this heinous Eric Hobsbawm."
Many Communists unpleasantly surprised to learn that the historian, wrote an article for the Daily Mail and the other is not too sympathetic to the Communists publications under the pseudonym Francis Newton. However, he continued to encourage people, especially young people, to join the Communist Party.
In one of the declassified files specifically states that in 1963 he congratulated the Young Communist League of West Middlesex with "encouraging results" to attract new members. The documents contained his membership card belonging to the beginning of the 1960s, as well as intercepted letters and transcripts of telephone conversations.

Secret agent of the Gestapo

The current package of documents disclosed reveals the secret MI5 agent "Jack King" of which the general public has learned of previously declassified documents. This officer counterintelligence, whose real name is - Eric Roberts, during the Second World War in Britain seemed a secret agent of the German Gestapo, making counterintelligence revealed Britons sympathetic to the Nazis. This operation is called "The Case of the fifth column."
Some British, believing that they are dealing with a German spy, he even passed classified information, including the development of the engine for supersonic aircraft.
Thanks released documents became known name of the agent, as well as recordings of his conversations with supporters of the Nazis, who wanted to uncover all sorts of military secrets and thereby harm the military might of Britain.
Eric Roberts was represented in Britain a secret agent of the Gestapo
Supporters Hitler proposes to continue the bombing of British cities to further undermine the morale of the society, and the German troops entered the territory of Britain. In the period from 1942 to 1945, Roberts was able to identify dozens or even hundreds of people who supported the Nazis.
In declassified documents counterintelligence have information about the American physicist Robert Oppenheimer, who helped create the Atomic bomby.Ego suspects in connection with the Soviet Union because of sympathy for the ideas of Marxism and the communist movement. From his dossier can be understood that the American and British intelligence are very worried that Oppenheimer decides to escape to the Soviet Union.
MI5 declassified dossier on the member of the CPSU, comrade Joseph Stalin Georgy Malenkov. In 1956 Malenkov headed the delegation of the Soviet Union, to visit the UK. The visit was widely covered in the British press.

Reforming the World Monetary System: book review of Carol M. Connell - Paulo Roberto de Almeida


Reforming the World Monetary System: book review

Paulo Roberto de Almeida
Book review:
Reforming the World Monetary System: Fritz Machlup and the Bellagio Group (London: Pickering & Chatto, 2013. xii + 272 pp.; ISBN 978-1-84893-360-6; Financial History series n. 21, $99.00; hardcover)

This book appears in a Financial History series of the Pickering & Chatto, which has already published as diverse studies in this area as one on Argentina’s parallel currency, another on the federal banking in Brazil, with most of titles being about banking and finance in the North Atlantic world, from the colonial times to the 20th century. Carol Connell is Professor of Finance and Business Management at the School of Business, Brooklyn College, City University of New York, where she is very well rated by her students; and she is now directing a new monograph series on Modern Heterodox Economics, also being published by Pickering & Chatto. Connell prepared this very well researched work benefitting from a fellowship research grant from the Earhart Foundation, a private charitable institution that funds scholarly research; one of its early beneficiaries was Friedrich von Hayek, who wrote The Road to Serfdom (1944).
Some scenarios and arguments presented in this book were first made public in academic publications, such as the Journal of Management History and the Journal of the History of Economic Thought, and Connell’s interest in Fritz Machlup career and work arose when she was researching about one of his students, the growth theorist Edith Penrose. Besides the preeminent presence of Machlup, the book also deals with the contributions for the discussion and reform of the international financial and monetary system by luminaries such as Robert Triffin, William Fellner, and Milton Friedman.
In the introduction the author states very clearly that her objective was the study of the complex reform process that, from the Sixties up to the Seventies, led to the adoption of a flexible exchange rate – instead of the fixed parity established at the Bretton Woods conference (1944) – and the introduction of the special drawing rights as the main “currency” of the International Monetary Fund (p. 1). Based on archival and published sources, the book follows, in thirteen extensively annotated chapters, the itinerary of the Bellagio Group, established under the leadership of Fritz Machlup, and integrated by 32 non-government academic economists, working in intimate contact with policy makers and IMF officials, between 1963 and 1977. Bellagio Group’s primary documents are everywhere referenced, but there are also 299 secondary sources in the bibliography, among them (besides the four big economists), Charles Kindleberger, Edith Penrose, Fred Bergsten, and John Williamson.
Trying perhaps to emphasize the current appeal of her study to contemporary policymakers and researchers, Connell states in her Introduction that there could be in Machlup’s approach something similar to the Group of Twenty Finance Ministers and Central Bank Governors (G20), which is clearly a non performing analogy, essentially because of the independence of views of the former vis-à-vis the narrow interests of today’s governments. Notwithstanding, Bellagio Group worked in close contact and cooperation with the Group of Ten, launched simultaneously within the IMF. The intention of the Treasury Secretary Douglas Dillon was to devise a monetary reform in an already stressed arrangement, in a context when the ten most important countries tried to control and minimize the imbalances of the world economy, the growing liquidity crises, and the volatility in the price of gold (partially circumvented by the introduction of swap facilities and the creation of the General Arrangements to Borrow).
After explaining her research questions and original hypothesis, and informing where Machlup’s and Triffin’s papers are located (Hoover and Yale), Connell opens Chapter 1 by describing the crisis of confidence that arouse in early Sixties, leading to the various exercises of academic debates and institutional brain-storming that mobilized the most important economist of that decade. Late in the Fifties, Robert Triffin was already predicting a forthcoming crisis, and calling for a radical reform of the monetary system in his Gold and the Dollar Crisis (1960). Feeling challenged by the convening by Dillon of an IMF Studies Group, within the Group of Ten, and excluding academic economists, Machlup, Triffin and Fellner decided to “embark on their own study, involving economists of widely divergent views and with no problem or proposal considered ‘out of bounds’. Hence the idea for a series of alternative conference was born” (p. 18), and that was the Bellagio Group, which first met at this Italian resort of the Lake of Como. A brief chronology of the monetary system events from 1944 and 1977 and a synthetic table on the various exchange rate policies and regimes (from gold standard to flexible) close this chapter.
Chapter 2 introduces the life and thought of Fritz Machlup, who had been working and publishing in the area of monetary reform for many years before the convening of his “child”, the Bellagio Group. Born (1902) in a pre-1914 Europe (Austria) with “ten currencies, all with fixed gold parities and fixed exchange rates”, Machlup soon afterwards (1920) was presented to a continent with “twenty-seven paper currencies, none with a gold parity, none with fixed exchange rates and several of them in various stages of inflation or hyperinflation” (p. 23). From 1923 to 1962 Machlup studied and published extensively on monetary problems, particularly the gold standard, but also dealt with patents, industrial organization, production of knowledge and theory of the firm. His 1923 dissertation on the gold-exchange standard at the University of Vienna was supervised by Ludwig von Mises; a decade later he was already residing in the U.S. and teaching at the University of Buffalo; at that time, “he was already the first economist to frame the discussion of balance of payments problems in terms of payments adjustment, liquidity and confidence” (p. 27). John Williamson, a former student, “attributed Machlup’s belief in the importance of the confidence to the role it had played in the collapse of the gold-exchange standard during the Great Depression” (p. 29). The same would occur thirty years later, with the U.S. involvement with and expenditures for the Vietnam’s War, and European countries distrust of America’s capacity to honor its commitments under Bretton Woods. Machlup anticipated the scenario with his lengthy essay “Plans for Reform of International Monetary System”, first published in 1962 and reissued in 1964, significantly updated (p. 32).
Chapter 3 is dedicated to Robert Triffin – a Belgian who worked for the Federal Reserve and the IMF, and professor at Yale from 1951 to 1977 – and to the 1959 Triffin Plan, proposing the replacement of gold and foreign-exchange reserves by gold-guaranteed deposit accounts at the IMF, within a more flexible system. But, at that time, as argued by Charles Kindleberger, even if many economists proposed the idea, “few central bankers recommended flexible exchange rates as a means of eliminating … all the problems of adjustment, liquidity and confidence” (p. 42). Even if Triffin’s solution could be first-best economically, it was politically out of question. The head of the Group of Ten at IMF, Otmar Emminger, “found the Triffin Plan unacceptable because nations were not prepared to hand over so much responsibility and financial power to an international body” (p. 42). At that juncture, confidence, not liquidity, was the problem that made Triffin and Machlup to come together intellectually (p. 47).
Chapter 4 deals with Budapest born (1905) William Fellner, a fugitive from the Nazis, like the two others; professor at Berkeley in 1939, he worked mainly at the intersection of macro and microeconomics, researching and writing about inflation, regulation, growth and balance of payments problems, including in cooperation with the other two in monetary and exchange questions, both in theory and policy. In 1963, he was dealing with budgetary deficits and their consequences, which led to adjustments efforts, and also to the confidence question. Differently from the planned equilibrium advocated by Triffin, Fellner “recommended instead letting free-market processes perform more of the equilibrating function”(p. 57). In many papers, he proposed a limited exchange-rate flexibility system. In fact, both Machlup and Fellner were committed to freely floating exchange-rates, but were aware of the responsibility of national governments, which led them to explore a myriad of possible solutions.
The title of Chapter 5, Why Economists Disagree, takes its name from Machlup’s speech before the American Philosophical Society, in November 1964, five months after the fourth Bellagio Group conference. He explained then his decision to invite 32 economists from eleven countries, most of them from divergent schools of thought, to explore solutions for the problems of the international monetary system of the 1960s. They had to consider hybrid or compromise solutions for the identified problems. This chapter presents each one of the participants, their background and works. The sources of disagreement are very well abridged in a table dealing with the four major policy proposals for reform: semi-automatic gold standard, centralized international reserves, multiple currencies and/or flexible exchange rates (p. 76-78). All proposals were carefully examined at a series of scenario-planning exercises through various Bellagio conferences, allowing the economists to evaluate the “relative impact on payments, liquidity and confidence of the four basic exchange regimes, given any one or combination of them might have been adopted” (p. 80).
Chapters 6 and 7 deal, respectively, with the hypothesis of multiple reserve currencies and Milton Friedman’s arguments for fixed versus flexible exchange rates, in a paper he presented in 1953, making the case for a floating regime. This regime, for him, “has the advantage of monetary independence, insulation from real shocks, and a less disruptive adjustment mechanism in the face of nominal rigidities than it is the case with pegged exchange rates” (p. 99). These two chapter are of a more theoretical and historical nature, despite the fact that all questions discussed in them had a very practical impact on each devised solution for the problems plaguing the international monetary system.
Chapter 8, Collaboration With the Group of Ten, makes the bridge between the two groups, the IMF technocrats and government officials, for one side, the independent academic economists, for the other. Machlup pressed hard on his team, achieving a detailed report, International Monetary Arrangements: The Problem of Choice, two months before (in June 1964) the Group of Ten and the IMF staff could prepare theirs. He also frankly explained, at the first joint meeting, later that year, the differences between the two approaches. This led to the assignment of Group of Ten chairman, Otmar Emminger, to the Bellagio Group, inaugurating a thirteen-year collaboration. The tasks for the groups were the same, but working methods, and freedom of opinion, made them very different, as well as purposes: Bellagio emphasized disagreements among the proposals, and the nature of their differing impact on the problems dealt with. Friedman, in 1965, criticized the report for not offering one unified  solution for the crisis, but Machlup pointed out that a consensus was achieved on the consequences of each solution proposed by his group: governments and the IMF had food for thought.
Chapter 9, Adjustment Policies and Special Drawing Rights: Joint Meetings of Officials and Academics, is a continuation of this kind of collaboration, now assuming other forms of joint exercises, as the deputies of the Group of Ten start to met regularly with the Bellagio Group, and did so from 1964 to 1977, resulting in the creation of special reserve assets, later called the Special Drawings Rights (due to the French Finance minister, Valery Giscard D’Estaing, insistence on considering them a credit, not an owned reserve). The three Bellagio main economists were the organizers of those meetings, which assumed a kind of a NGO feature. “From 1970 to 1977, discussions would focus on the increasing liberalization of the international capital market and the wisdom of special drawing rights for developing countries” (p. 128). This period also corresponds to the U.S. going off the gold and to the floating of the Deutsche mark: main questions became managed floating and international liquidity. A Basle meeting in 1977 was the last meeting of a Joint Academic and Officials meeting, and the first allocation of SDRs was held in 1970. A new time, no less challenging, had arrived for and within the international monetary system.
Chapter 10, From the Bellagio Group to the Bürgenstock Conferences, explores the continuation of the semi-academic discussions under a new format, this time dealing with floating exchange regimes in various guises, but always under the influence, and the intellectual guidance, of Fritz Machlup, who intended to prepare a well conceived book out of the exercise: this came at light in 1970, as a Princeton University Press publication, Approaches to Greater Exchange Rate Flexibility: The Bürgenstock papers. The analysis takes ground on the Austrian background of Machlup’s thought, which also gave light to planning methods based on Delphi scenarios. A first meeting, with a large number of officials, academic people but also representatives from banks and corporations, was held in Long Island, in January 1969, followed by a second meeting in June, in Bürgenstock, Switzerland, where five more meetings were organized.
Chapter 11, follows the lead, dealing with de facto successor of the Joint Meeting of Officials and Academics, which was an extended Bellagio Group, the Group of Thirty, which included members from all the current G20 financial group. The Group of Thirty meet twice a year at the beginning of the 1980s, and was broader than the Bellagio Group, including industrialists and private bankers, and preferred not to commission papers from academics, establishing instead an agenda for discussion comprising issues of capital movements and less developing countries assets, international banking supervision, and energy (the issue of the moment). But Fritz Machlup was still on the party, with a minor group of academics. A so-called Bellagio Group met again in 1996, under the leadership of the general manager of the Bank for International Settlements, and has been meeting once a year at the Italian resort, under the intellectual guidance of professor Barry Eichengreen, from Berkeley, and always financed by the BIS.
Chapter 12 is dedicated to Reassessing the Bellagio Group’s Impact on International Monetary Reform; Carol Connell affirms that there are “significant parallels between the calls for monetary system reform in the 1960s and those for reform following the financial crisis of 2008-9” (p. 185). This comparison seems off the mark, as the current financial G20 has achieved nothing comparable, besides pressures for the negotiation and implementation of a more stringent set of Basel prudential rules for the banking sector. The outcry about the dollar crisis has been responded by nothing else than the confirmation of its centrality for the current financial and monetary “non-system”. Initial rumors – at its monnaie unique début – about the strength of the euro were replaced by recent fears of its demise.
Notwithstanding this, Connell presents a clear historical synthesis about the importance of the Bellagio Group for the understanding of the most crucial problems of the international monetary system as devised at Bretton Woods: all of the group members came from G-10 countries, the same as the suppliers of the General Arrangements to Borrow (now expanded, and with the New GAB). At least, the academics convinced the central bankers that floating exchange regimes could work, and that flexible currencies could cushion external shocks; that is not a minor intellectual achievement. And, the same problems they tackled, adjustment, liquidity, and confidence, continue to be at the center of the nightmares of the central bankers and finance officials alike (together with new preoccupations, on the fiscal side, as demography imposes its burdens over all). It seems that liquidity is no more an issue today, as governments create real tsunamis of new financial assets, pushing national debts to new higher peaks.
In the bright side, this Chapter 12 finishes with an impressive list of publications of the Princeton Finance Section under Fritz Machlup’s leadership, from 1960 up to 1971, no less than 98 titles authored by many of the most well-known names of the economics trade, and certainly some of Nobel-worth distinction in this profession.
Chapter 13, finally, is a beautiful piece of scholarly work: The Impact of the Bellagio Group on International Trade and Finance Scholarship from the 1960s to the Present, which could also be called something like “the sons and daughters of Machlup, Triffin and Fellner” (and now their grandsons and grand-daughters, like Connell herself). She lists some disciples of the mentors: Edith Penrose, Stephen Hymer, Charles Kindleberger, James Tobin, Andrew Crockett, Edwin Truman, and many others.
Conclusions, at last, summarizes the lessons drawn from each chapter, before returning to the initial hypothesis. Great Depression and World War II influenced how economists thought about policy, inflation, interest rates, deficits and government intervention. Machlup, Triffin and Fellner were the intellectual masters behind much of the conceptual thinking about the great challenges emerging from a world order devised with some improvisation, and no practical guidance, at the end of the II World War. With some Austrian ingenuity and innovative and creative thinking of their own, they are at the core of the adjustments and arrangements that were made, in the Sixties and the Seventies, for the current, certainly limited and incomplete, international monetary system (or non-system, at discretion). One of her hypothesis, that of the centrality of the Bellagio Group for the reform of the international monetary system, is largely confirmed and deserves proper acknowledgment: they have had a real impact on practical policies, and in the reconfiguration of the multilateral financial organizations. And their influence on scholarship and empirical research over a so large community of academic and applied economists is beyond recognition of traditional prizes and honors.

Paulo R. de Almeida
University Center of Brasilia-Uniceub, and Brazilian Ministry of External Relations

Relacoes Brasil-EUA: alguma chance de melhorar? Hummm -- Andres Oppenheimer (MH)

Don’t expect a U.S.-Brazil honeymoon soon
Andres Oppenheimer
Miami Herald, October 30, 2014

The big question among Brazil watchers in this capital is whether newly re-elected President Dilma Rousseff will improve her government's ailing ties with the United States during her second term. Most are skeptical that she will.
Despite Rousseff’s statement after a telephone conversation with President Barack Obama on Tuesday that both leaders will take “all possible measures” to revamp bilateral ties, and that their foreign ministries will start talks to reschedule a previously canceled Rousseff visit to Washington, few diplomats or foreign-policy experts believe there will be a significant improvement in Brazil-U.S. ties during Rouseff’s second term.
The reason is that Rousseff’s foreign policy is run by her left-of-center Workers Party’s leftist wing, which prioritizes Brazil’s ideological alliances with Venezuela, Argentina, and other leftist-ruled neighboring countries over improving relations with Washington. And that’s not likely to change anytime soon.
Rousseff, who won Sunday's elections in Latin America's biggest country with a meager 51.6 percent of the vote, has focused her foreign policy on strengthening South America’s economic and political blocs, including the MERCOSUR trade bloc led by Brazil, Argentina, and Venezuela.
Under MERCOSUR’s rules, which were strongly criticized during the campaign by opposition leader Aecio Neves, no member country can unilaterally negotiate a free-trade deal with non-member countries, such as the United States. Rousseff’s critics argue that, to revamp Brazil’s stagnant economy, the South American country badly needs more trade and investment with the United States and Europe.
Ties between Brazil and Washington hit a low last year, after Rousseff suspended a hard-negotiated trip to Washington following disclosures that the U.S. National Security Agency had spied on her.
“We don't think there will be a huge shift in Rousseff’s second term, neither in economic nor in foreign policy,” says Joao Augusto de Castro Neves, a Brazil analyst with the Eurasia Group political-analysis firm. “Given the economic challenges that she is facing, she may be pressed to make some changes to take distance from her so-called Bolivarian nationalist interventionist policies, but they will be very slow and gradual changes.”
Thiago Aragao, of Brazil’s Arko Advice political-consulting firm, says that Brazil’s foreign policy is unlikely to change “because Dilma (Rousseff) will be even more dependent on the Workers Party than before.” He added, “She will have to govern with a more divided congress, and turning her back to the Workers Party would amount to political suicide.”
The only thing that might change in Brazil’s foreign policy might be a trend to make fewer subsidized loans from its BNDES national development bank to Venezuela, Cuba, and other government allies, Aragao said. “We may see a small decrease in the amounts of these loans, but no change in the general foreign-policy mindset.”
Peter Hakim, a leading Brazil analyst with the Inter-American Dialogue think tank, is more optimistic. Rousseff is expected to reshuffle her economic and foreign-policy teams during her second term, which will give both sides an opportunity to revamp their ties, he said.
Other Brazil watchers note that Marco Aurelio Garcia, Rousseff’s powerful point man for relations with Venezuela, Cuba, and other leftist governments, might soon retire.
U.S. officials are known to be skeptical about Rousseff’s political will — or political capacity — to dramatically improve ties with Washington, citing among other examples the fact that Brazil has not replaced its ambassador to the Washington, D.C.-based Organization of American States in several years. Many U.S. officials take that as a sign that Brazil wants to weaken the OAS in order to strengthen UNASUR, CELAC, and other diplomatic groups that exclude the United States.
My opinion: Both Brazil and the United States are to blame for their tense bilateral ties, which are hurting both countries.
Brazil is hurting itself by essentially giving away its foreign policy to the extreme left of the Workers Party. It has resulted in Brazil’s near automatic support for dictatorships around the world, from Cuba to the Middle East, and damaged Brazil’s economy by isolating it from the world’s biggest markets.
And the United States, in addition to the NSA spying fiasco, has not helped mend fences by, among other things, refusing to support Brazil's bid for a United Nations Security Council seat, while at the same time supporting India's bid.
I hope I'm wrong about this, but despite both Brazil and U.S. statements after Rousseff’s re-election signaling a mutual desire to press the re-set button, it’s not likely to happen anytime soon.

A China seria um Estado autocratico?: canadenses de Toronto dizem que sim...

Sinosphere
Toronto School District Cancels Plans for Confucius Institute
By AUSTIN RAMZY
Canada’s largest school district moved to terminate its agreement with the institute, which would have offered after-school Chinese language and culture classes, over concerns about China’s human rights record and restrictions on academic freedom.

Parece que tem gente que não concorda em manter relações as usual...
Paulo Roberto de Almeida

Toronto School District Cancels Plans for Confucius Institute

Photo
In early 2011, Hu Jintao, left, who was president of China at the time, visited a Confucius Institute at Walter Payton College Preparatory High School in Chicago. The program has entered partnerships with hundreds of schools and universities around the world.Credit Pool photo by Chris Walker
The Toronto District School Board’s vote to cancel plans for a Confucius Institute marks the latest setback for China’s language- and culture-based soft-power initiative.
Canada’s largest school district moved on Wednesday to terminate its agreement with the institute, which would have offered after-school Chinese language and culture classes, over concerns about China’s human rights record and restrictions on academic freedom.
The decision followed months of debate, with groups including Tibetan exiles and members of the Falun Gong, a spiritual movement banned in China, arguing that the program be stopped on grounds that it would give the Chinese government undue influence over local education. Others, including members of the local Chinese community, argued in favor of the language-learning opportunities the program would have provided and said politics would not play a part.
The board’s decision seemed likely after a committee of its members voted earlier this month to recommend that the district end the agreement. Its Chinese partner, the Hunan Provincial Department of Education, moved last week to sever the deal after Toronto board members’ intentions became clear, The Toronto Star reported.
The nonprofit Confucius Institutes have been set up under the direction of the Hanban, which is affiliated with China’s Ministry of Education. The 10-year-old program has opened 465 institutes and more than 700 smaller Confucius Classrooms around the world. In recent years, it has seen increasing resistance from partner schools, particularly in the United States and Canada, over concerns that the institutes restrict discussion of issues considered sensitive by the Chinese government.
The Toronto decision follows an Oct. 1 move by Pennsylvania State University to end its Confucius Institute partnership. Penn State’s decision came less than a week after the University of Chicago said it was suspending negotiations over the renewal of its Confucius Institute, citing an interview with the Hanban’s director general, Xu Lin, in which she touted her tough negotiating style.
Concerns about Confucius Institutes have run particularly strong in Canada. McMaster University, in Hamilton, Ontario, ended its program last year after a former teaching assistant filed a human rights complaint alleging that the Confucius Institute discriminated against her belief in Falun Gong. The University of Sherbrooke in Quebec also ended its Confucius Institute agreement last year.
This summer, the American Association of University Professors issued a letter calling on schools to cut ties with Confucius Institutes or revise their agreements, saying they “function as an arm of the Chinese state and are allowed to ignore academic freedom.”
In a commentary on Thursday, the state-run China Daily newspaper accused opponents of Confucius Institutes of having “a deep bias against China.”

Brasil: o estatismo ganhou - Mary Anastasia O'Grady (Instituto Mises)

O Brasil optou por mais estatismo - a visão dos estrangeiros
por , Instituto Mises Brasil, terça-feira, 28 de outubro de 2014



militontos.jpgRecessão econômica, inflação de preços acumulada em 6,7% nos últimos 12 meses, e um audacioso esquema de corrupção na estatal Petrobras não foram suficientes para negar à presidente Dilma Rousseff, do PT, a reeleição para um segundo mandato.  Ela derrotou seu desafiante Aécio Neves, do Partido da Social Democracia Brasileira, por 51,63% a 48,36%. A campanha de Dilma baseou-se em uma plataforma anti-mercado e pró-assistencialismo, o que ajuda a explicar por que ela se saiu muito melhor nas regiões mais pobres e dependentes de auxílios do governo do que nas regiões prósperas voltadas para o agronegócio, como o sul e o centro-oeste, e na maior cidade brasileira, onde a economia se baseia majoritariamente no setor de serviços e em indústrias de alto valor agregado.
Assim como nos EUA, o Brasil também possui uma classe alta formada por eleitores urbanos de esquerda, que se sentem virtuosos em defender a intervenção estatal na vida de outras pessoas e em ajudar a ditadura cubana.  Porém, existe também um Brasil mais ambicioso, o qual é formado por empreendedores que se arriscam, por agropecuaristas competitivos globalmente e por uma ascendente classe média que anseia enormemente por uma maior integração com o resto do mundo.  Esses brasileiros queriam desesperadamente uma mudança para mais mercado e mais capitalismo, e viram no candidato Aécio Neves um representante mais próximo dessa mudança.  Foram esses brasileiros que fizeram com que as eleições presidenciais do último domingo fossem a mais apertada da história do Brasil.
Com esse resultado apertado, Dilma tem agora de descobrir o que fará com seus próximos quatro anos.  De um lado, ela pode imaginar ser possível consolidar o poder do PT — seu objetivo supremo — dando continuidade às políticas que utilizou até agora, não importa os custos para a economia.  Alternativamente, ela pode optar por fazer ajustes econômicos pragmáticos com o objetivo de restaurar a confiança e o crescimento.
Essa última opção é até possível, mas é bem improvável, pois os militantes do seu partido, que ganharam poderes e engordaram suas contas bancárias durante os governos do PT, querem ainda mais poder, e não menos.  Dilma pode até fazer algumas declarações aparentemente conciliatórias e, no curto prazo, implantar algumas medidas em prol de um pouco mais de liberdade econômica, como fez seu mentor Lula nos primeiros anos de seu governo, quando ele tinha o objetivo de acalmar os mercados que estavam em queda por temor de seu novo governo.  Uma vez alcançado esse objetivo, no entanto, Lula voltou para a esquerda.
As chances são de que Dilma fará o mesmo, assegurando por mais quatro anos a já tradicional reputação do Brasil para a mediocridade.  Somente se uma investigação criminal comprovar que Dilma e Lula sabiam sobre o esquema de corrupção na Petrobras é que as coisas podem se alterar substantivamente.
A grande ironia da campanha eleitoral é que, enquanto Dilma e Lula reivindicavam todo o crédito pelo crescimento econômico que o Brasil vivenciou na década de 2000, ambos se opuseram às reformas estruturais ocorridas na década de 1990.  A privatização de empresas estatais, a abertura (ainda que limitada) da economia brasileira à concorrência estrangeira, e a reforma monetária de 1994, que criou o real e acabou com a hiperinflação — todas essas medidas estimularam o desenvolvimento e, devido a essa geração de riqueza, possibilitaram a criação de programas assistencialistas mais generosos, os quais são a marca registrada do PT. 
Não fossem essas reformas da década de 1990 — às quais o PT se opôs —, não haveria chances de sucesso para os subsequentes governos do PT na década de 2000.
O problema é que o PT não quis aprofundar essas reformas, e a consequência é que o "milagre brasileiro" morreu no berço.  Na mais generosa das avaliações, o país é visto hoje como apenas mais um entre vários países em desenvolvimento; já na maioria das vezes, ele é visto lá no fim da fila.
Nem Lula e nem Dilma parecem se preocupar com desenvolvimento econômico.  De acordo com um relatório do Goldman Sachs, de 2004 a 2013, os gastos do governo cresceram a um ritmo de 8% ao ano, em termos reais, o que representou um crescimento mais de duas vezes maior do que o crescimento do PIB.  A inflação de preços está hoje em quase 7% ao ano para aqueles bens e serviços cujos preços não são controlados pelo governo.  E quando se considera apenas o setor de serviços, a inflação de preços está em 8,6% ao ano.  Para piorar, as expectativas quanto à inflação futura estão se deteriorando.
Dilma imaginou que poderia conter a carestia congelando o preço da gasolina, a qual é ofertada pela Petrobras, e o preço do etanol, o qual é ofertado por usineiros locais e utilizado por carros flexíveis em combustível.  No entanto, dado que os custos de produção continuaram aumentando (por causa da inflação crescente), a Petrobras e o setor sucroalcooleiro estão incorrendo em severos prejuízos.  Várias usinas de álcool já faliram e várias outras estão por falir.  Elas não sobreviverão caso essa política de congelamento de preços continue.
O PT se gaba de ajudar os pobres com políticas assistencialistas, mas a mesma mão que dá é aquela que tira — e a mão que tira é a mais pesada.  O aumento do protecionismo, os pesados encargos sociais e trabalhistas que oneram a folha de pagamento das empresas, os altos impostos sobre o consumo, uma infraestrutura em frangalhos, e as inflexíveis leis trabalhistas geram custos que impedem o aumento dos salários e que fazem com que o padrão de vida dos brasileiros esteja muito aquém do seu potencial.
Ainda mais preocupante é o estrago que o PT pode fazer com as instituições e com o estado de direito ao longo dos próximos 48 meses.  A sociedade civil brasileira é uma forte defensora das liberdades civis e do pluralismo.  No entanto, como um sagaz empresário me confidenciou, "Estamos vivenciando, passo a passo, uma tendência rumo à Argentina, à Bolívia e ao Equador".  Um exemplo é o decreto de maio, assinado por Dilma, que cria os "conselhos populares", os quais criariam um modelo semelhante ao que já existe na Venezuela.  Até o momento, o Congresso vem oferecendo resistência.  Porém, se o tradicional esquema de compra de votos ocorrer, ele pode capitular.
Trata-se de uma perspectiva pavorosa para qualquer pessoa que conheça um pouco de história.  Como já havia observado no século XVIII o filósofo David Hume: "A liberdade não é abolida de uma só vez; o processo ocorre em etapas." 
Hoje, Dilma é apenas uma política que ganhou uma eleição.  No futuro, os brasileiros podem aprender que o governo de um partido só e regras indefinidas são os verdadeiros projetos de longo prazo do PT.

Mary Anastasia O’Grady é editora do The Wall Street Journal e faz a cobertura de eventos da América Latina.

Separatismo: contra os idiotas da secessao regional - Reinaldo Azevedo

Essa conversa sobre separatismo no Brasil é asquerosa, é revoltante. Foi inventada por Lula, e, claro!, os porta-vozes do PT na imprensa logo aderiram à tese, atribuindo a adversários do PT o rancor separatista.

Ainda voltarei ao assunto, sim. Não! Não foram Norte e Nordeste que deram a vitória a Dilma porque há lá, se me desculpam a tautologia, muitos nortistas e nordestinos. A questão é de outra natureza: está relacionada à pobreza, que se concentra, como se sabe, no Norte e Nordeste do país — onde, de fato, está o maior número de pessoas atendidas pelo Bolsa Família. A questão é bem mais séria. Um programa social, que tem apenas o condão de tirar as pessoas da miséria e da indigência social e econômica, transformou-se numa máquina de produzir votos — e isso, sim, é imoral.

A população pobre, além de vítima das circunstâncias, não pode agora ser responsabilizada por um resultado eleitoral que eu também acho ruim para o Brasil. Vou escrever sobre tudo isso com mais vagar. De imediato, acho que é hora de a gente rechaçar essas teses de Nordeste contra Sudeste, não importa quem a advogue, sejam os petistas, obedecendo à orientação de Lula, sejam os seus adversários.

Aliás, Lula, ele mesmo, deveria ter vergonha de investir nessa história: afinal, é um nordestino que se tornou a maior liderança nacional no Sudeste. Durante um bom tempo, diga-se, ele despertava temores extremos justamente na população do… Nordeste!

Rebatam essa besteira. Esse negócio de falar em separatismo é um atentado à inteligência, ao bom senso e até à decência. Voltarei a esse assunto neste blog e falarei a respeito na minha coluna de amanhã, na Folha.

Quem fala em separar o Sudeste e o Sul do resto do Brasil, lamento!, não entendeu nada. Ao contrário: precisamos é somar esforços com os pobres do Brasil, do Nordeste ou não, para que eles se libertem da caridade que hoje os escraviza e os torna alvos fáceis do terrorismo de um partido político.

Mensalao: jornal do Stalin Sem Gulag insiste em chamar o processo de farsa

Acho que deveriam arrumar um Gulag só para ele...
O jornal já começa mentindo desde a primeira linha...
O jornal poderia perguntar a ele por que é (ou de quem) que ele tinha medo de morrer...
Seria do ministro Joaquim Barbosa?
Só pode ser...
Paulo Roberto de Almeida

Farsa do ‘mensalão’ cai por terra após libertação de Pizzolato

Correio do Brasil,  29/10/2014 Por Redação, com colaboradores - de Brasília, Rio de Janeiro e Roma

Pizzolato foi libertado, após um tribunal italiano julgá-lo inocente das acusações
Pizzolato foi libertado, após um tribunal italiano julgá-lo inocente das acusações
A farsa montada no maior julgamento de exceção já visto no país, desde o enforcamento de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, ainda no Brasil Colônia, caiu por terra na Itália, nesta quarta-feira, após a libertação do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato. A Ação Penal (AP) 470, batizada de ‘mensalão’ pela mídia conservadora, não serviu ao seu objetivo primário, de promover o impedimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que governou por dois mandatos, nem atrapalhar a eleição da presidenta Dilma Rousseff, em 2010. Agora em 2014, reconduzida a atual mandatária a um segundo período no Palácio do Planalto, a peça jurídica fundada em um amontoado de mentiras é desmontada e deixa exposta a sua origem golpista. Um novo capítulo começa a ser escrito na Justiça brasileira.
Pizzolato, a exemplo dos demais réus no processo do ‘mensalão’, teve seu nome arrastado na lama. Ao contrário dos demais, que cumprem penas em diferenciados regimes, no país, ele preferiu apelar à Justiça da Itália, seu segundo país natal, onde o processo foi reexaminado à luz do direito, e não da política de extrema direita, com base nos autos produzidos nas dependências do Judiciário brasileiro e no relatório que usou em sua defesa.
– Eu não fugi, eu salvei minha vida. Você não acha que salvar a vida não vale a pena? – disse ao deixar a prisão, nesta manhã.
Petista histórico, Pizzolato reafirmou sua inocência:
– Tenho a consciência tranquila. Nunca perdi uma noite de sono. Fiz meu trabalho no banco, o banco não encontrou nenhum erro no meu trabalho. O banco sempre disse que não sumiu um centavo. Não é um banco pequeno, é o maior banco da América Latina, é um banco que tem um enorme sistema de controle – afirmou.
Condenado no Brasil a 12 anos e 7 meses de prisão por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro, Pizzolato chegou à Itália em setembro do ano passado e foi preso em Maranello em fevereiro deste ano. A Corte de Apelação de Bolonha negou o pedido de extradição do governo brasileiro e ele foi libertado. Segundo Alessandro Sivelli, advogado do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, a “situação das cadeias brasileiras” foi decisiva para que a justiça italiana negasse a extradição.
Tribunal de exceção
Segundo o relatório que Pizzolato apresentou, em sua defesa, na corte italiana, um tribunal de exceção foi montado no Brasil com o único objetivo de desmoralizar o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em uma clara tentativa de apeá-lo do poder antes do tempo. Embora o estratagema tenha funcionado ao contrário, com mais um mandato popular surgido das urnas ao líder petista, que em seguida elegeu a sucessora, Dilma Rousseff, o STF seguiu adiante e conseguiu que o ex-ministro José Dirceu e o deputado José Genoino (PT-SP) fossem conduzidos à prisão.
Pizzolato relata, em detalhes, as operações realizadas na campanha política de 2002 e suas ações na diretoria de Marketing do Banco do Brasil. No dossiê, ele contesta os documentos acatados como verdadeiros na AP 470.
“Observem bem a data em que foi escrita a carta mentirosa do “tucano” (Antonio Luiz Rios, ex-presidente da Visanet que hoje trabalha como consultor para a Rede Globo de Televisão) e dirigida aos peritos da PF, foi em 02 de fevereiro de 2006, período em que os advogados não tinham acesso a nenhum documento. E esta carta mentirosa do “tucano” ditou, influenciou e/ou moldou todos os pareceres, perícias e fundamentalmente a própria “denúncia” da Procuradoria Geral da República e do Ministério Público Federal (PGR/MPF), bem como a argumentação do relator Joaquim Barbosa que por sua vez “convenceu” o plenário do STF. Ninguém, repito, absolutamente ninguém, nem o PGR/MPF e nem o relator, deram-se ao trabalho de observar a regra básica de uma relação de mercado, o respeito ao contrato. Pois existia um contrato que normatizava a relação da Visanet com seus sócios, os diversos bancos, sendo o maior acionista da VISANET, o Bradesco”.
Em nove capítulos, Pizzolato também revela que, em março de 2006, quando ainda presidia o STF o ministro Nelson Jobim, a CPMI dos Correios divulgou um relatório preliminar pedindo o indiciamento de 126 pessoas. Dez dias depois, em 30 de março de 2006, o procurador-geral da República já estava convencido da culpa de 40 deles. A base das duas acusações era desvio de dinheiro público (que era da bandeira Visa Internacional, mas foi considerado público, por uma licença jurídica não muito clara) do Fundo de Incentivo Visanet para o Partido dos Trabalhadores, que teria corrompido a sua base aliada com esse dinheiro. Era vital para essa tese, que transformava o dinheiro da Visa Internacional, aplicado em publicidade do BB e de mais 24 bancos entre 2001 e 2005, em dinheiro público, ter um petista no meio. Pizzolato era do PT e foi diretor de Marketing de 2003 a 2005.
Barbosa decretou segredo de Justiça para o processo da primeira instância, que ficou lá, desconhecido de todos, até 31 de outubro do ano passado. Faltavam poucos dias para a definição da pena dos condenados, entre eles Pizzolato, e seu advogado dependia de Barbosa para que o juiz da 12ª Vara desse acesso aos autos do processo, já que foi o ministro do STF que decretou o sigilo.
O relator da AP 470 interrompera o julgamento para ir à Alemanha, para tratamento de saúde. Na sua ausência, o requerimento do advogado teria que ser analisado pelo revisor da ação, Ricardo Lewandowski. Barbosa não deixou. Por telefone, deu ordens à sua assessoria que analisaria o pedido quando voltasse. Quando voltou, Barbosa não respondeu ao pedido. Continuou o julgamento. No dia 21 de novembro, Pizzolato recebeu a pena, sem que seu advogado conseguisse ter acesso ao processo que, pelo simples fato de existir, provava que o ex-diretor do BB não tomou decisões sozinho – e essa, afinal, foi a base da argumentação de todo o processo de mensalão (um petista dentro de um banco público desvia dinheiro para suprir um esquema de compra de votos no Congresso feito pelo seu partido).
No dia 17 de dezembro, quando o STF fazia as últimas reuniões do julgamento para decidir a pena dos condenados, Barbosa foi obrigado a dar ciência ao plenário de um agravo regimental do advogado de Pizzolato. No meio da sessão, anunciou “pequenos problemas a resolver” e mencionou um “agravo regimental do réu Henrique Pizzolato que já resolvemos”. No final da sessão, voltou ao assunto, informando que decidira sozinho indeferir o pedido, já que “ele (Pizzolato) pediu vistas a um processo que não tramita no Supremo”.
“Pois é”
O único ministro que questionou o assunto, por não acreditar ser o assunto tão banal quanto falava Barbosa, foi Marco Aurélio Mello.
Mello: “O incidente (que motivou o agravo) diz respeito a que processo? Ao revelador da Ação Penal nº 470?”
Barbosa: “Não”.
Mello: “É um processo que ainda está em curso, é isso?”
Barbosa: “São desdobramentos desta Ação Penal. Há inúmeros procedimentos em curso.”
Mello: “Pois é, mas teríamos que apregoar esse outro processo que ainda está em curso, porque o julgamento da Ação Penal nº 470 está praticamente encerrado, não é?”
Barbosa: “É, eu acredito que isso deve ser tido como motivação…”
Mello: “Receio que a inserção dessa decisão no julgamento da Ação Penal nº 470 acabe motivando a interposição de embargos declaratórios.”
Barbosa: “Pois é. Mas enfim, eu estou indeferindo.”
Segue-se uma tentativa de Marco Aurélio de obter mais informações sobre o processo, e de prevenir o ministro Barbosa que ele abria brechas para embargos futuros, se o tema fosse relacionado. Barbosa reitera sempre com um “indeferi”, “neguei”. O agravo foi negado monocraticamente por Barbosa, sob o argumento de que quem deveria abrir o sigilo de justiça era o juiz da 12ª Vara. O advogado apenas consegui vistas ao processo no DF no dia 29 de abril, quando já não havia mais prazo recursório.