sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Um “imenso Portugal”? A hipotese de um imperio luso-brasileiro no inicio do seculo XIX - Paulo Roberto de Almeida

Um “imenso Portugal”? 
A hipótese de um império luso-brasileiro no contexto internacional do início do século XIX


Paulo Roberto de Almeida
Colaboração a seminário na Biblioteca Mindlin da USP, em 10-11/09/2019,
sobre o tema: “Oliveira Lima e a (Longa) História da Independência”.
(preliminar; em revisão; formatar referências e bibliografia)

Sumário
1. Poderia o Brasil ter sido o centro de um grande império luso-brasileiro?

2. A importância da colônia brasileira para a atividade econômica da metrópole

3. As condições estruturais de Portugal e Brasil no período anterior à independência
4. A hipótese de uma união imperial no período joanino e na independência
5. As tentativas de Hipólito José da Costa na manutenção da unidade luso-brasileira
6. Independência e morte: uma visão militar do processo de independência
7. Um império luso-brasileiro seria possível a partir de uma unidade americana?
8. Tinha o Brasil condições de assumir a direção de um império multinacional?

Início do paper: 

1. Poderia o Brasil ter sido o centro de um grande império luso-brasileiro?
A hipótese, não de todo descabida, apresentou-se em diversos momentos da turbulenta conjuntura política e diplomática vivida por Portugal entre o final do século XVIII e as três primeiras décadas do século XIX. A possibilidade da junção da metrópole com a sua mais importante colônia – antes um simples vice-reino, depois um reino unido ao da metrópole – foi colocada ainda antes da independência, no momento da transferência da Coroa para o Brasil, retomada por ocasião da união dos reinos, oficializada em 1815, logo depois no decurso do próprio processo autonomista e, finalmente, nos anos imediatamente seguintes à declaração da autonomia política, quando se negociava o reconhecimento da independência e o estatuto que assumiriam os dois soberanos, pai e filho. Recorde-se, desde logo, que, no tratado de reconhecimento, o rei D. João VI foi também distinguido com o título de Imperador do Brasil, e que seu filho era o herdeiro direto do trono português. Mas, nele também havia a proibição de que o Brasil buscasse a sua própria junção com as colônias portuguesas da África, ou seja, uma interdição formal de aliança política e de criação de um novo reino entre os mais importantes parceiros num dos maiores e mais lucrativos negócios internacionais da época: o tráfico escravo.
Qual seria, em todo caso, a natureza do projeto? Ele consistiria na formação de uma grande unidade política de alcance multicontinental, tendo o Brasil como o centro de um vasto império, estendendo-se das Américas até o distante Timor (na Indonésia holandesa), passando por algumas ilhas atlânticas, por várias colônias nas duas costas da África, assim como pela Ásia do sul, notadamente em Goa, na Índia, e por Macau, na China. Esse era o vasto império ultramarino português, tão bem estudado por Charles Boxer, cuja amplitude ainda tinha sido confirmada por ocasião da aclamação do príncipe regente, depois da morte de sua mãe: D. João, até então “príncipe regente” – embora rei de fato, desde a última década do século anterior – tornou-se o sexto do nome, “rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, d’Aquém e d’Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia”. 
(...)

Ler a íntegra neste link: 
https://www.academia.edu/s/085e1aeea0/um-imenso-portugal-a-hipotese-de-um-imperio-luso-brasileiro-no-contexto-internacional-do-inicio-do-seculo-xix

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