terça-feira, 7 de abril de 2020

Olavo de Carvalho sobre o Brasil como protetorado da China (1) - Paulo Roberto de Almeida

Olavo de Carvalho sobre o Brasil como protetorado da China

 

Paulo Roberto de Almeida

(www.pralmeida.orghttp://diplomatizzando.blogspot.com)

 [Objetivo: comentário; finalidade: debate]

 

 

 

 

Olavo de Carvalho

“A situação é horrível e deprimente, mas não é complexa nem difícil de entender. Pode ser resumida, sem exagero, nas seguintes palavras: O Brasil como nação independente não existe mais. É um protetorado chinês, governado por um embaixador prepotente e intolerante que tem a seu serviço a classe política, a elite judiciária, a mídia, o sistema de ensino e boa parte do empresariado. A classe militar, ciente da sua total inermidade ante o poder avassalador dessa autoridade estrangeira, faz de conta que não vê e tenta salvar as aparências. O presidente nominal não conta com outro apoio senão o da massa dispersa, desarmada e desamparada que o elegeu, e mal começa a tomar consciência de que não tem poder nenhum. O Brasil está derrotado e não se levantará, exceto na hipótese remota de os EUA quebrarem a espinha do poder chinês.

390 (likes e tristeza)                 85 compartilhamentos (em 5 min)



Existem duas maneiras de ler esta nota que recebi – já com quase 400 visualizações e 85 compartilhamentos em menos de 5 minutos de sua emissão, em 7 de abril de 2020 –, contendo um estupendo petardo do mais que famoso Rasputin de subúrbio, suposto grande eleitor e influenciador máximo do governo Bolsonaro, em especial de sua família e acólitos associados, nota que trata de um dos muitos assuntos nos quais ele é um completo ignaro, as relações internacionais e a política externa do Brasil, mas sobre o qual ele não hesita em formular argumentos os mais estapafúrdios possíveis.

 

Uma das leituras é concluir pelo completo fracasso do seu chanceler acidental, aquele mesmo que ele escolheu para chefiar o Itamaraty, e que começou lá atrás, em plena campanha presidencial de 2018, deblaterando contra a “China maoísta” (algo que não existe desde mais ou menos 40 anos), e que falhou miseravelmente em evitar que o Brasil se convertesse em “protetorado chinês”, como proclama aquele a quem o chanceler acidental chama respeitosamente de professor. Acredito que o preclaro subsofista da Virgínia não deixará de passar uma carraspana em regra no incompetente chanceler, uma vez que, tendo sob seu comando as relações exteriores do Brasil, permitiu que o nosso pobre país se convertesse em mera colônia chinesa, aquela coisa que, na linguagem colorida do seu mestre, chamaria de “extrato de pó de m…a”. 

Como isso foi possível, depois de um ano e quatro meses de “política externa para o povo”, de “defesa da soberania nacional” (o que os petistas também prometiam, e nisso, portanto, não vai nenhuma novidade), de “luta contra o globalismo opressor”, de adesão inconteste ao “nacionalismo patriótico”, como proclamado pelo mestre, chefe e adorado líder de todos eles, Mister Trump em pessoa?  Como é que isso foi acontecer.?

Como é que Olavo, tão atento à política doméstica, a despeito de escondido num subúrbio de Richmond, não viu esse “protetorado” ser construído paulatinamente pela perversidade dos chineses, na completa inação, indiferença, incompetência, do seu amado discípulo, que não viu a dominação ser progressivamente instalada contra a soberania brasileira? 

OC vai cobrar isso do seu amado discípulo, aquele aluno tão submisso que não ousa sequer contestar a tese da Terra Plana do seu preclaro mestre, que não consegue se dissociar da postura relativa à completa Fake News da inventada pandemia, como ainda proclamou outro dia o guru dos Bolsonaros?

Como é que fica agora, depois de tantas aulas sobre relações internacionais antiglobalistas e soberanizas, e o seu aluno falha miseravelmente na tarefa?

 

Esta é uma primeira leitura da postagem do mestre dos bolsonaristas no poder, oi seja, a do fracasso dessa tropa de evitar a colonização do Brasil pela China. 

A outra leitura, eu trato em texto subsequente…

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 7 de abril de 2020


2 comentários:

  1. Essa primeira leitura é até razoável.
    É realmente covarde da parte do professor, mas não está claro no texto que ele vá crucificar o Chanceler.
    Não entendi de onde tirou isso...
    A mim me parece, lamentavelmente, que mais uma vez Olavo Tem Razão.

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  2. https://revistaoeste.com/brasil/itamaraty-muda-o-tom-e-afirma-que-brasil-deve-louvar-a-china/

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