segunda-feira, 8 de junho de 2020

Ainda sobre a crise do Estado-nação - Paulo Roberto de Almeida

Ainda sobre a crise do Estado-nação


Paulo Roberto de Almeida

Sou uma pessoa obsessivamente preocupada com o destino da nação, não sei bem por quais motivos.
Provavelmente porque venho de um meio muito modesto, bem modesto mesmo, no limite da pobreza, e pelo fato de ter passado metade da minha vida em bibliotecas e em viagens pelo Brasil e pelo mundo, e a outra metade trabalhando duro para o meu sustento e da família, geralmente em duas atividades, na carreira profissional de servidor público e nas lides acadêmicas, assumidas até exageradamente, por gosto e (de)formação intelectual.

Pois bem, acabo de escrever um “epitáfio para uma nação evanescente”, que obviamente ainda não é um, estrito senso, apenas uma alerta premonitório sobre uma crise em desenvolvimento.
A crise tem muitos fatores, mas um deles tem nome e sobrenome, e se estende igualmente às chamadas “elites nacionais”, o que passa também pelas corporações de Estado, das quais eu faço parte.

Pois bem, retomo aqui uma de minhas constatações mais repetidas ao longo dos últimos anos: TODAS as corporações de Estado estão ativamente empenhadas em sugar a nação, cuja riqueza é criada quase que exclusivamente por empresários e trabalhadores do setor PRIVADO.
As corporações de Estado ajudam a organizar o funcionamento desse Estado, mas cuidando em primeiro lugar do seu bem-estar, sem excluir privilégios, por vezes típicos das aristocracia do Antigo Regime, até exageradamente, como é o caso de alguns altos mandarins desse Estado já exangue.
Apenas a corporação dos militares aparece mais, pois ELES estiveram presentes em TODAS AS INTERVENÇÕES extra e anticonstitucionais na vida política da nação desde o nascimento da República, por serem mais visíveis e por disporem de FORÇA BRUTA. Em grande medida porque as elites em geral são muito medíocres.
Não acredito que os militares e as FFAA sejam das corporações a mais preclara, apenas são a weberianamente mais organizada. Por isso mesmo, deveriam ser a mais responsável entre as corporações, com o objetivo de zelar pela ORDEM e pelo PROGRESSO da nação.
No momento presente não parece ser o caso, pois estão sendo CONIVENTES ou COMPLACENTES com um projeto de DESTRUIÇÃO da nação, pelo desmantelamento das instituições de Estado.
Como sempre, assino embaixo e me responsabilizo pelo que afirmo.


Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 8 de junho de 2020

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