quarta-feira, 18 de setembro de 2024

A ordem mundial existente e os projetos para uma nova ordem global - Paulo Roberto Almeida

A ordem mundial existente e os projetos para uma nova ordem global

Paulo Roberto Almeida

Quais são os grandes princípios da ordem internacional liberal estabelecida ao final da Segunda Guerra Mundial, uma ordem especificamente ocidental?

São basicamente estes: a economia de mercado e o livre comércio; uma aliança militar permanente para garantir paz e segurança aos países que se integraram plenamente a essa ordem (desde o Plano Marshall e a OTAN); a democracia liberal e os direitos humanos; o multilateralismo e uma ordem mundial baseada em regras.

Lula tem dito e repetido que favorece o estabelecimento de um “nova ordem global multipolar”; as palavras são essas, e ele sugere que a ordem atual não é multipolar e que ela é “hegemônica” (eu deduzo que ele não está nada contente com o predomínio dos EUA e da UE nessa ordem).

Pois bem, como diplomata, na verdade como simples cidadão brasileiro, interessado na posição do Brasil na ordem internacional, qualquer que seja ela, eu me permito agora cobrar do presidente, e de seus assessores, diplomatas ou não, uma exposição clara, transparente, sobre QUAIS SÃO OS GRANDES PRINCÍPIOS SOBRE OS QUAIS DEVERIA FUNCIONAR A NOVA ORDEM GLOBAL MULTIPOLAR (mil desculpas pelas maiúsculas, mas é para chamar a atenção para minha cobrança).

Como chefe de Estado e de governo, Lula tem o DEVER de expor claramente o que é que lhe incomoda na atual ordem global existente e como ele pretende fazer para estabelecer a que lhe apeteceria e sob quais princípios ela deveria funcionar.

Multipolar eu entendo que ela já é, e isso parece evidente pelos desentendimentos e fricções que se manifestam todos os dias, mais especialmente desde o desafio russo à Carta da ONU e a vários de seus artigos fundamentais, como já expresso pela própria diplomacia brasileira em seus votos no CSNU, na AGNU e no CDH, desde 2022, quando a Rússia ordenou a invasão da Ucrânia pelas suas forças militares.

Acredito que Lula possa expressar mais claramente a sua visão do mundo e dessa “nova ordem global” que diz favorecer nos pronunciamentos que fará em NY na próxima semana, na própria abertura dos debates na AGNU, ou na Cúpula do Futuro que ele próprio está promovendo antes.

Todos nós brasileiros, diplomatas ou não, temos o direito de saber o que, exatamente, o chefe de Estado, de governo e da diplomacia, tem em mente quando ele propõe uma outra ordem global, supostamente diferente, ou melhor, do que a existente, e quais seriam os grandes princípios sobre os quais ela deve se assentar. É o mínimo que se espera!

Paulo Roberto de Almeida 

Brasília, 18/09/2024

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Uma nota sobre as ameaças correntes à paz e à segurança internacionais (vindas exclusivamente de ditaduras) - Paulo Roberto Almeida

 Uma nota sobre as ameaças correntes à paz e à segurança internacionais (vindas exclusivamente de ditaduras)

Paulo Roberto Almeida


Vamos ser realistas: com toda a violência da brutal agressão da Rússia contra a Ucrânia, Putin não mais possui NENHUMA CONDIÇÃO de ameaçar a segurança da Europa, muito menos do mundo, tanto quanto representou a URSS na primeira Guerra Fria; na segunda Guerra Fria, agora em curso, a Rússia é uma ameaça menor, e não é pareo para a OTAN, se e quando alguma ameaça real se manifestar.

A Rússia é um poder em declínio e sairá ainda mais diminuída da guerra insana que Putin começou e NÃO CONSEGUE terminar. A única coisa que ele vai conseguir é destruir terrivelmente a Ucrânia — cuja reconstrução vai demorar décadas, financiada pelo Ocidente —, a ser seguida da revitalização da indústria de defesa na Europa, nos EUA e em outros países (Japão, Índia, etc.).

A China tampouco representa uma ameaça à segurança do mundo, sequer na Ásia, fora dos dois focos de tensão existentes desde muito tempo: disputa por algumas ilhas com o Japão no Mar Amarelo e, aqui mais preocupante, odesejo do novo imperador Xi Jinping de incorporar Taiwan à RPC (ele pretenderia fazer isso até 2027, término presumido de seu inédito terceiro mandato no modelo deixado pelo grande pequeno Deng Xiaoping).

Registre-se, de imediato, que Taiwan, de fato, NUNCA pertenceu à RPC, mas fazia parte, nominalmente, das possessões do Império do Meio até 1870, quando foi conquistada pelo Japão e assim permaneceu até 1945. Depois “voltou” à soberania da República da China, mas apenas formalmente, e só passou a ter importância a partir de 1949, quando abrigou o que restou do Exército do Kuomintang, derrotado pelo EPL de Mao Tsetung, e foi a “sede” do país membro permanente do CSNU e representante teórico de “todo” o povo chinês na ONU. 

Mas Taiwan é uma espécie de “ouriço militar” e qualquer tentativa de Xi Jinping de conquistá-la pela força seria extremamente custosa para a RPC, sem mencionar a possibilidade de algum envolvimento dos EUA no conflito.

Mas não haverá uma “armadilha de Tucidides”, ou seja, uma guerra entre os EUA e a China, pois não há motivo para isso. O atual hegemon, paranoico como são todos os impérios que enfrentam competidores, vai continuar gastando dinheiro do contribuinte americano com seus brinquedinhos de guerra e investindo em esquemas de alianças militares com países supostamente inimigos da China. Esta vai continuar fazendo comércio e se enriquecendo com investimentos ao redor do mundo, mas sua trajetória bem sucedida até aqui vai começar a enfrentar desafios estruturais já previsiveis.

A América Latina é totalmente excêntrica aos grandes conflitos geopoliticos: ela continuará exportando commodities, energia e alguns outros produtos menos desejáveis: drogas, emigrantes, etc.

A África é um palco tradicional de tragédias imensas, assim como o Oriente Médio, sem maiores consequências nos equilíbrios globais, resultado mais de conflitos inter e intraestatais do que de disputas reais entre os grandes impérios, e produzindo crises tópicas que alimentam uma persistente “oferta” de miseráveis buscando os países democráticos avançados, refugiados de guerras, exilados econômicos, etc.

TODAS as ameaças à paz e segurança internacionais provêm de tiranos, ditadores e candidatos a tais, que sempre existem. 

A luta da ONU deveria ser por democracia e direitos humanos, o que ela já faz, mas de maneira muito precária, sempre desafiada por ditadores e criminosos espalhados pelo mundo todo.

O Brasil tem algum papel nesse contexto? Certamente, embora modesto. Já seria uma boa coisa se colaborássemos na paz e no desenvolvimento da América do Sul e que nos uníssemos mais decisivamente às democracias avançadas, em lugar de ficar apoiando ditadores e ditaduras, como fazem certos governos em ruptura com nossos valores e princípios e com padrões tradicionais de nossa diplomacia. 

Paulo Roberto de Almeida 

Brasília, 16/09/2024


domingo, 15 de setembro de 2024

Perguntas dificeis para Lula: todas de politica externa - Paulo Roberto de Almeida

Perguntas dificeis para Lula: todas de politica externa 

Paulo Roberto de Almeida

Estas envolvem considerações de cunho estratégico-geopolítico para o futuro do Brasil: 

1) Lula considera positiva, para o Brasil, a ampliação desmesurada do Brics, de um foro antes dedicado à promoção do desenvolvimento econômico e coordenação política entre um número restrito de paises emergentes para, a partir de 2023, um amplo agrupamento de candidatos selecionados basicamente por Rússia e China para reforçar um bloco identificado com a criação de uma mal definida “nova ordem global multipolar” (sic), mas que na, verdade se conforma a um projeto anti-ocidental, ao qual, aliás, Lula já se declarou favorável? Lula avaliou as implicações geopolíticas e de política externa desse novo formato, muito além e acima do nosso poder decisório, para o Brasil e para a sua diplomacia?

2) Por que Lula não saiu imediatamente em apoio à soberania da Guiana, ameaçada de invasão e de anexação de parte considerável de seu território do Essequibo, sendo que pelo menos uma parte dele já pertenceu legitimamente ao Brasil, tendo sido equivocadamente atribuido so Reino Unido pelo árbitro italiano (rei Vittorio Emanuelle) e que NUNCA PERTENCEU à República da Venezuela? Lula já foi informado pelo Itamaraty sobre essa peculiaridade?

3) No passado, Lula se envolveu pessoalmente e diretamente em diferentes pleitos no continente sul-americano, mas invariavelmente em favor de seus amigos esquerdistas. Agora que a fraude deliberada da ditadura chavista na Venezuela requer seu posicionamento mais firme em defesa da democracia no país vizinho, sua atitude timorata não o qualifica como líder político relevante na região. Lula não pretende ser mais incisivo no impasse?

4) Bolsonaro inaugurou uma política de “solidariedade” à Rússia de Putin, por razões basicamente eleitoreiras: compra de fertilizantes e de combustíveis mais baratos. Mas Lula recrudesceu nesse apoio objetivo ao país agressor, não só aumentando enormemente essas importações — quando poderia ter escolhido outros fornecedores, para demonstrar uma real neutralidade —, mas também se posicionando claramente a favor das teses russas na guerra de agressão contra a Ucrânia. O Itamaraty explicou a Lula as obrigações ao Brasil decorrentes dos artigos da Carta da ONU? Lula pretende continuar ignorando o Direito Internacional?

5) Lula considera que uma adesão do Brasil à OCDE seria prejudicial ao desenvolvimento brasileiro? Não lhe foi explicado que os membros efetivos da OCDE dispõem de indicadores de bem estar e uma qualidade de politicas setoriais muito superiores aos demais países não membro, em condições plenamente democráticas? Por que Lula é contrário? É a velha mania estatizante mais uma vez?

Paulo Roberto de Almeida 

Brasília, 15/09/2024


O custo exorbitante do Estado brasileiro - Sumiko Hanada

Matematicamente insustentável

 Sumiko Hanada (?)

1 Presidente da República 

1 Vice-presidente da República

1 Presidente Câmara federal

1 Presidente Senado Federal  

11 ministros do STF

81 Senadores

513 Deputados federais

27 Governadores 

27 Vice-Governadores 

27 Câmaras estaduais

1.049 Deputados estaduais

5.568 Prefeitos 

5.568 Vice-prefeitos 

5.568 Câmaras municipais

57.931 Vereadores

Total: 70.794 políticos (não estamos falando de nenhum partido de forma específica) + 11 do STF ("políticos" também).

12.825 - Assessores parlamentares Câmara Federal (sem concurso) 

4.455 - Assessores parlamentares Senado (sem concurso) 

27.000 – Assessores parlamentares Câmaras Estaduais (sem concurso – estimado/por falta de transparência)

600.000 – Assessores parlamentares Câmaras Municipais (sem concurso – estimado/por falta de transparência)

Total Geral: 715.074 funcionários não concursados

Gasto

248 mil por minuto;

14,9 milhões por hora;

357,5 milhões por dia;

10,7 bilhões por mês;

Gasto Total: acima de 128 BILHÕES por ano + 6 BILHÕES do FUNDO PARTIDÁRIO. Além disso, deve-se computar o rombo na previdência social com suas aposentadorias alienígenas.

35 Partidos registrados no TSE + 73 partidos em formação.

As perguntas cabíveis diante dessa situação são as seguintes:

Será que a reforma da Previdência é a única prioridade nacional? 

- Como é que nós deixamos chegar a esse ponto?

- E até quando?

*Fonte: Banco Mundial*

"O Brasil tem a maior carga tributária do mundo, para pagar a

*MAIOR CORRUPÇÃO DO MUNDO"*

Tributos no Brasil -  uma vergonha!!!

Medicamentos      36%

Luz.                   45,81%

Telefone            47,87%

Gasolina            57,03%

Cigarro              81,68%

*PRODUTOS ALIMENTÍCIOS BÁSICOS*

Carne bovina       18,63%

Frango                 17,91%

Peixe                   18,02%

Sal                       29,48%

Trigo                    34,47%

Arroz                    18,00%

Óleo de soja        37,18%

Farinha                34,47%

Feijão                  18,00%

Açúcar                40,40%

Leite                    33,63%

Café                    36,52%

Macarrão            35,20%

Margarina            37,18%

Molho tomate      36,66%

Biscoito               38,50%

Chocolate            32,00%

Ovos                    21,79%

Frutas                  22,98%

Álcool                  43,28%

Detergente           40,50%

Sabão em pó      42,27%

Desinfetante        37,84%

Água sanitária     37,84%

Esponja de aço   44,35%

PRODUTOS BÁSICOS DE HIGIENE

Sabonete                 42%

Xampu                 52,35%

Condicionador    47,01%

Desodorante       47,25%

Papel Higiênico   40,50%

Pasta de Dente   42,00%

MATERIAL ESCOLAR

Caneta                48,69%

Lápis                   36,19%

Borracha             44,39%

Estojo                  41,53%

Pastas plásticas  41,17%

Agenda                44,39%

Papel sulfite         38,97%

Livros                   13,18%

Papel                   38,97%

BEBIDAS

Refresco em pó   38,32%

Suco                    37,84%

Água                    45,11%

Cerveja                56,00%

Cachaça              83,07%

Refrigerante        47,00%

Sapatos               37,37%

Roupas                37,84%

Computador        38,00%

Telefone Celular   41,00%

Ventilador            43,16%

Liquidificador      43,64%

Refrigerador        47,06%

Microondas         56,99%

Tijolo                    34,23%

Telha                    34,47%

Móveis                 37,56%

Tinta                    45,77%

Casa popular       49,02%

Mensalidade Escolar 37,68% (ISS DE 5%)

*ALÉM DESTES IMPOSTOS, VOCÊ PAGA*

- DE 15% A 27,5% DO SEU SALÁRIO A TÍTULO DE IMPOSTO DE RENDA;

- PAGA O SEU PLANO DE SAÚDE,

- O COLÉGIO DOS SEUS FILHOS, 

- IPVA, 

- IPTU, 

- INSS,

- FGTS

- etc…

O Brasil precisa de atitude do povo!

Somos 208 milhões de Brasileiros....sendo sacaneados por 600 políticos de Brasília....

- Sem querer cortar seus próprios gastos e exagerados privilégios, o governo  repassa o alto custo da sua corrupção e incompetência para a população pagar........... e ainda afirma que não tem*"- Vai ficar parado?!"*

*Acorda Brasil*


Passe para seus contatos..

Cinco perguntas fáceis de responder - Paulo Roberto Almeida

 Cinco perguntas fáceis de responder

1) Por que Lula não chama a ditadura chavista da Venezuela de ditadura?

2) Por que a diplomacia brasileira, ou a lulopetista, ignora completamente a guerra de agressão de Putin contra a Ucrânia?

3) Por que Lula insiste na vinda de Putin para a cúpula do G20 no RJ se ele sabia, ou foi avisado pelo Itamaraty, de que o lider russo está sendo requisitado pelo TPI como criminoso de guerra e por ser sequestrador de crianças?

4) Por que Lula insiste em gastar recursos inexistentes se o seu ministro econômico avisa que a situação fiscal é calamitosa?

5) Por que Lula teima em colocar a culpa do descalabro econômico no BC?


Essas são fáceis de responder; tenho outras mais difíceis…

Paulo Roberto Almeida

A Cúpula do Futuro de Lula esvaziada- Jamil Chade e Paulo Roberto de Almeida

A Cúpula do Futuro de Lula esvaziada

Jamil Chade e Paulo Roberto de Almeida 

Uma simples constatação: o sistema multilateral está irremediavelmente fraturado, enquanto ditadores se impuserem pela força, e enquanto lideres do chamado Sul Global forem complacentes ou coniventes com eles. A iniciativa de Lula estava condenada ao fracasso desde o início, pois que ele, entre muitos outros, se recusou a denunciar os violadores do Direito Internacional e nunca quis se juntar às nações democráticas, preferindo o seu protagonismo megalomaníaco. 

A diplomacia profissiona se esforçou por angariar apoios emtre os grandes e os menos grandes, mas o exerciestava condenado desde o início e isso era visível: falta de senso de realidade no chefe da diplomacia personalista e falta de coragem entre os profissionais para falar sinceramente dos riscos de um fracasso. Vão dizer que valeu o esforço. PRA


Da coluna de Jamil Chade:

Um pacto esvaziado

Era para ser o resgate da ONU e do sistema multilateral. Mas a Cúpula do Futuro, organizada para ocorrer a partir do dia 22 de setembro em Nova York, não contará com os líderes de nenhuma das potências e membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU.

A China, por exemplo, irá apenas com um vice-ministro, enquanto Rússia, Reino Unido, Estados Unidos e França designaram seus chanceleres para falar.

Mediadores estrangeiros que fizeram parte das negociações do acordo admitiram ainda que houve uma revisão das ambições, diante do profundo racha que existe na comunidade internacional.

O texto, originalmente com o objetivo de recuperar a importância da ONU e dar respostas para os desafios do século 21, foi transformado em uma lista de aspirações, com pouco impacto. Ainda assim, o impasse continua em alguns dos aspectos relacionados à segurança e outros temas.

Para muitos, o acordo, com o ambicioso nome de "Pacto do Futuro", não passa de um compromisso dos governos a compromissos já feitos no passado. E que nunca foram cumpridos.

Numa sangrenta disputa de poder, o pacto ameaça ser apenas mais um sinal do mal-estar que atravessa o mundo e a diplomacia.

Todos os detalhes em minha coluna deste domingo:  

https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2024/09/15/cupula-da-onu-com-lula-e-esvaziada-por-lideres-de-potencias.htm 

Guerras em curso: intermináveis? - Paulo Roberto Almeida

Guerras em curso: intermináveis?

Paulo Roberto Almeida

Não há solução aparente para a atual guerra Hamas-Netanyahu (sim, ele mesmo). Nenhum dos lados, ambos extremistas, tem qualquer intenção de parar com uma guerra insana que é impulsionada pelo irredentismo demencial de cada um deles.

Já o conflito Israel-Palestina poderia ter sido solucionado décadas atrás, com lideranças moderadas no comando dos seus respectivos povos. Infelizmente, os extremistas israelenses e palestinos capturaram o poder em cada lado. Vai perdurar, até o esgotamento das energias belicistas e conquistadoras.

Já a guerra de agressão da Rússia, ou melhor, de Putin contra a Ucrânia só vai parar quando a Rússia for diminuída militarmente e economicamente. Mas, ela é mantida militarmente ativa com a ajuda iraniana e coreana do norte, e mantida economicamente apta pela China. O Ocidente deveria agir em consequência. 

Ele o fará?

Dificilmente: americanos e alemães estão se rendendo à chantagem de Putin.

Brasília, 15/09/2024

Ascensão e queda dos EUA líderes industriais e o Partido Republicano - Paulo Roberto de Almeida

 Ascensão e queda dos EUA líderes industriais e o Partido Republicano

 Paulo Roberto de Almeida 

A coisa mais extraordinária, e abominável, que se passou com o Partido Republicano (e seus caciques) foi a passagem do mais absoluto horror à fraude completa chamada Trump à total submissão ao mentecapto populista vulgar, misógino, megalomaníaco e demente que conquistou boa parte da América em declinio da segunda revolução industrial.

 Os EUA da ascensão pós-guerra civil, e auge pós- Segunda Guerra Mundial, perderam o passo na passagem para a quarta revolução industrial, da microeletrônica, da qusl eles foram os co-inventores (junto com japoneses e europeus). 

Os Republicanos deixaramde ser  os liberais conservadores do multilateralismo econômico, antiprotecionismo e promotores do livre comércio, para o mais horrendo e irracional mercantilismo, quando outros paises os alcançaram e superaram na produtividade industrial, usando as nesmas técnicas e know-how inventado e desenvolvido por eles, mas aperfeiçoados e incrementados pelos asiáticos, japoneses, coreanos e taiwaneses, e logo em seguida pela China de Deng Xiaoping.

No entanto, tanto os americsnos, quanto os europeus e os asiáticos capitalistas democráticos continuam inovadores e produtivos, e avançados nos planos científico e tecnológico, mas parecem ter perdido a energia na força de trabalho que os caracterizava anteriormente, sobretudo os preguiçosos e obesos trabalhadores do Rust Belt, origem da segunda revolução industrial, a do aço, do automóvel e da manufatura de bens duráveis, o qud não é mais o caso desde os snos 1980.

A era Reagan corresponde à passagem do Partido Republicano do liberalismo ao protecionismo, da liderança multilateral para o nacionalismo defensivo, do realismo fiscal para o acumulador de dívida pública, tanto que foram presidentes democratas - Clinton, Obama e Biden - que tiveram de corrigir os desequilíbrios fuscais e orçamentários criados por presidentes republicanos: Reagan, Bush Jr. e Trump.

Atualmente, os chineses, que tinham completamente perdido a primeira e a segunda revoluções industriais, e que ainda tinham ignorado a terceira, sob o maoismo demencial, conseguiram, sob Deng, engatar na quarta revolução industrial e avançar decisivamente para a quinta e dar a partida à sexta revolução industrial, graças à energia do seu povo trabalhador e uma predisposição favorável à globalização e ao livre comércio. Mas, nos últimos anos, o novo imperador Xi Jinping enveredou novamente pelo nacionalismo e intervencionismo, o que, junto com problemas estruturais chineses, de origem demográfica e fiscal, pode conduzir a grande nação asiática a uma semi estagnação, como o Japão dos snos 1990-2000 (o que no entanto não obstruiu a capacidade científica e de inovação tecnológica).

Trump representou o maior retrocesso mental e motivacional nos EUA, fazendo o país reverter do multilateralismo triunfante do pós-Segunda Guerra para o mais estreito e vulgar nacionalismo protecionista, sinônimo de declínio irremediável, pateticamente patrocinado pelo Partido Republicano, cujos caciques se renderam a um farsante histriônico e medíocre.

Não é irremediável e os EUA podem se recuperar do atual desastre econômico e político, mas, curiosamente, muito do novo vigor competitivo dos dois lados oceânicos dos EUA tem muito a ver com as comunidades imigrantes dinâmicas, não latinas ou africanas, mas asiáticas e indianas, responsáveis pela nova competitividade setorial americana.

O Partido Republicano terá de se desvencilhar do mentecapto que o capturou com base no mais vulgar populismo demencial, e retomar suas concepções liberais de outrora. Podem fazê-lo, mas terá dd ter sangue novo em suas lideranças, num país que se tornou doentio pelo armamentismo exacerbado e também desgarrado pelo identitarismo idiota que penetrou e conquistou o Partido Democrata. 

O Brasil perdeu o vigor do desenvolvimentismo estatizante e nacionalista de uma era já ultrapassada e ainda não consolidou as bases de um novo crescimento que deveria estar, desta vez, vinculado à globalização e ao livre comércio, em primeiro lugar na própria região, o que seria o terreno natural de seu imperialismo hobsonisno, isto é, baseado nos investimentos externos e na abertura unilateral de seus mercados sos paises vizinhos. Infelizmente, não o fez e não se sabe quando o fará, pois o populusmo lulopetista o empurra de volta ao desenvolvimentismo nacionalista e estatizante da era geiseliana, todo o contrário do que deveria fazer numa era dominada pela competitividade asiática nos mercados. Vai demorar mais um pouco para se corrigir. Como evidenciado no farto exemplo de decadência argentina, certos países têm de passar primeiro pelo declínio econômico, político e até mental, antes de conseguirem se recuperar. Já é o caso da Argentina - processo que já dura oito décadas - e pode ser o caso do Brasil, e parece que já estamos nisso há mais de três décadas. Vamos nos recuperar? Talvez: nossa “americanização” ainda não se converteu em energia laboral d produtiva asiática. Pode ser que demore mais uma ou duas gerações…

Paulo Roberto de Almeida 

Brasília, 15/09/2024

sábado, 14 de setembro de 2024

Trump: um narcisista incurável - Michael J. Brenner (The Globalist)

 É absolutamente surpreendente como o velho Partido Republicano e milhões de americanos “normais”, cidadãos eleitores, se deixaram capturar por um debiloide total. PRA


https://theglobalist.us4.list-manage.com/track/click?u=fe900a29e67b9f5bd30ac3091&id=32f5c83882&e=23ed0dfe5f 

Narcissism and Trump: The Long Story

Dear reader,

The U.S. presidential TV debate last week underscored two points about Donald Trump that increasingly stun even many Republican politicians in the United States.   

The first one is his deep-seated narcissism. The second one is his exhibiting a level of ADHD (attention deficit disorder) that makes it so hard to connect any of the dots of what he may be saying.  

In our weekend feature "Narcissism and Trump: The Long Story,” Michael J. Brenner explores the clinical psychology of narcissism epitomized by Trump and how U.S. political culture is becoming progressively more related to conduct associated with narcissism. 
 

Cheers,
Stephan Richter
Publisher and Editor-in-Chief



A cultura do autoritarismo - Paulo Roberto Almeida

A cultura do autoritarismo

Paulo Roberto Almeida

Personalidades autoritárias não se convertem em ditadores abertos do dia para a noite; aproveitam as condições societais, de cultura política preexistente na nação. Bolchevismo, nazismo, maoísmo, fascismos variados, não seriam possíveis sem certa propensão dos povos respectivos ao mando autoritário.  

Exemplos: Lênin, Mussolini, Hitler, Chávez, Putin, Erdogan, Maduro, Orban e outros.

Mas, os casos são diferentes entre si: o antissemitismo era (é) disseminado na Europa central e oriental; o nacionalismo russo é doentiamente pró-Putin. A dependência econômica dos pobres venezuelanos os tornam submissos às “cestas básicas” do chavismo. 

Brasília, 13/09/2023

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Mistérios imponderáveis da natureza humana - Paulo Roberto de Almeida

 São também mistérios da razão burocrática. 

Ou seriam atinentes a algum fator ideológico?

A atual diplomacia brasileira publicou dezenas de notas lamentando os ataques israelenses a alvos civis na Faixa de Gaza. 

Ela não foi capaz de elaborar qualquer nota a respeito dos bombardeios russos contra alvos civis na Ucrânia. 

Deve haver algum motivo para essa brutal diferença de tratamento para duas guerras em curso. 

Ainda temos de descobrir por que isso!

Paulo Roberto de Almeida 

Brasília, 13/08/2024

Escalada de Maduro na Venezuela pressiona Lula a subir o tom com o ex-aliado - Henrique Lessa (Correio Braziliense)

 Escalada de Maduro na Venezuela pressiona Lula a subir o tom com o ex-aliado

Henrique Lessa
Correio Braziliense - Online | Política
11 de setembro de 2024



Oposição venezuelana organizou protestos em frente à representação brasileira em Caracas. Para especialistas, o Brasil perdeu oportunidade de se posicionar de forma adequada em relação à postura autocrática do regime de Maduro

Com as ameaças de invasão da embaixada da Argentina em Caracas, hoje sob a guarda do , e o aumento da pressão internacional contra Nicolás Maduro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cada vez mais é pressionado para subir o tom com o regime bolivariano. Também a coalizão opositora ao governo atual protestou, nesta quarta-feira (11/9), em Caracas, em frente à embaixada brasileira no país, para pedir que Lula interceda pelos presos políticos do país.

"Nos mobilizamos, na Venezuela e no mundo, para a sede diplomática do governo brasileiro para solicitar sua mediação na libertação de todos os presos políticos e o fim da repressão", dizia uma das convocações nas redes sociais, atribuída a María Corina Machado, principal líder da oposição. O protesto ocorreu em uma praça do centro da cidade. Os manifestantes encerraram o protesto em frente da representação diplomática brasileira.

Com o recente cerco à embaixada da Argentina, sob responsabilidade do governo venezuelano, a situação do governo Lula fica ainda mais difícil, aponta o embaixador aposentado Paulo Roberto de Almeida. "O Lula tem a sua diplomacia personalista, diminuída sistematicamente desde que ele começou. Convocou uma reunião em maio de 2003, para refazer a Unasul, que foi um fracasso. O Celso Amorim e Lula têm uma postura dúbia em relação à , que se mantém até hoje", criticou o diplomata.



Itamaraty ressalta que o vem se posicionando contra os desmandos de Maduro, e alertam que a postura tem sido a do diálogo, e apontam como prioridade manter a inviolabilidade das instalações da embaixada da Argentina em Caracas. "O que nos cabe é manter a inviolabilidade das instalações e a integridade física de quem está ali dentro", disse ao Correio uma fonte da diplomacia, sob reserva.

Para a professora de relações internacionais da ESPM Denilde Holzhacker, a postura do governo é cautelosa, mas aponta que Lula falha em não cobrar de forma mais enfática a manutenção da democracia no país vizinho. "O governo brasileiro tem usado aí uma estratégia de manter uma certa cautela nas ações com relação a ao , para não ampliar ainda mais o conflito. Mas a gente já poderia ter, por exemplo, sinalizado um apoio maior para a oposição nos órgãos internacionais é ter feito uma nota mais contundente com relação a questão da embaixada", avalia a professora.

Para especialistas ouvidos pelo Correio, o cenário mais provável é a permanência de Maduro no comando da e um agravamento da situação no país vizinho.

"O cenário é a permanência do Maduro e o aumento da repressão criando mais fissuras, mas são impactos na oposição. A oposição deve se enfraquecer, a saída de (Edmundo) González (candidato da oposição) já demonstra uma fragilidade para a manutenção do processo (de oposição). A oposição, ainda que bastante unida e com capacidade de mobilização, com, cada vez mais, apoio internacional, pode gerar mais pressão e repressão", aponta a professora Holzhacker.

Segundo a organização não governamental venezuelana Foro Penal, o país contabiliza quase 1,8 mil prisões políticas - 1.659 desde o final de julho, após o início dos protestos contra os resultados divulgados da eleição dando a vitória a Nicolás Maduro.

O não reconhece a vitória de Maduro nem da oposição, como já fizeram os Estados Unidos e outros países. Mesmo com o interesse da diplomacia brasileira em preservar os canais de comunicação com o governo de Caracas, analistas avaliam que falta ao governo Lula uma postura mais enérgica e alinhada aos compromissos brasileiros com a democracia.

"Está feio, e o vai sair feio. Qualquer coisa que o faça agora em relação ao Maduro, perdeu o tempo, vai ficar feio. Muito tarde e muito pouco", disse o embaixador Paulo Roberto Almeida. Para o diplomata, ninguém espera que  Lula venha a romper as relações com o país vizinho.

Forthcoming book on South America History: From European Contact to Independence; H. Micheal Tarver (Anthology Editor), Carlos E. Márquez Petit (Anthology Editor); with contributions by Paulo R. Almeida

 


South America

From European Contact to Independence 

2 volumes

H. Micheal Tarver (Anthology Editor) ,  Carlos E. Márquez Petit (Anthology Editor)

Due to be published by early 2025

Table of Contents

Alphabetical List of Entries
Preface
Chronology
Maps
Introduction
Thematic Essays
1. Geography of South America I: Human Geography
2. Geography of South America II: Physical Geography
3. Independence (Concept of),
4. Independence Movements: An Overview
5. Mapping South America
6. Print Culture in South America
7. Public Works in South America
8. Pueblo and Pueblos 
Encyclopedia Entries
Glossary
Bibliography
Index
About the Contributors [Paulo R. Almeida]

Description

Discover the people, events, milestones, and landmarks in the history of South America from European contact to their independence.

This two-volume encyclopedia provides entries on many of the key people, places, and events essential to the last 500 years of South American history, from the Cajamarca Encounter of 1532 to the independence of Suriname in 1975. With entries on the indigenous peoples of countries such as Argentina and Uruguay, the major geographic landmarks from the Andes Mountains to the Amazon River, and on cities from Buenos Aires to Quito, this encyclopedia provides students and researchers alike a valuable guide to South American history, geography, and culture.

The volumes comprise entries on various South American colonies and countries; events and places; groups, organizations, and industries; independence movements; individuals; objects and artifacts; and organizations and administrations. Primary source document excerpts, a timeline, and original maps provide readers with a direct connection to the past and inspire historical inquiry.

This comprehensive encyclopedia offers a window to the past, showing how the South America of the present came to be.


Minhas contribuições: 

Encyclopedia of South American History:

contributions Paulo R. Almeida 

Relação e textos das contribuições preparadas para a Encyclopedia of South American History, com publicação prevista para 2024, Blomsbury Publisher; Editor: Professor Micheal Tarver. Contribution to a project of ABC-Clio, “South America: From European Contact to Independence”.  

Relação das contribuições preparadas em 2021 para o projeto coordenado pelo Prof. Micheal Tarver para uma Enciclopédia de história da América do Sul, originalmente a cargo da editora ABC-CLIO, adquirida em 2021 pelo grupo Bloombury. 

3970. “Tordesillas, Treaty of (1494)”, Brasília, 8 Sept 2021, 3 p.; 1.189 words.

3974. “Bandeiras”, Brasília, 12 Sept 2021, 3 p.; 1.074 words.

3976. “Bandeirantes”, Brasília, 12Sept 2021, 3 p., 1235 words. 

3979. “Andrada e Silva, José Bonifácio de”, Brasília, 18 Sept 2021, 3 p.; 1.071 words.

3980. “Brazil, Independence Movement”, Brasília, 19 Sept 2021, 5 p.


A Libia afunda no caos - Ishaan Tharoor (The Washington Post)