quarta-feira, 17 de setembro de 2025

O chanceler acidental e seu artigo sobre Trump e o Ocidente - Paulo Roberto de Almeida

 O chanceler acidental em seu artigo sobre Trump e o Ocidente

Paulo Roberto de Almeida

Um sujeito de sorte, depois de azar, e novamente de sorte: o chanceler acidental, defenestrado por acaso, salvo com certeza de figurar no processo da tentativa de golpe de Estado, recentemente julgado pelo STF.
Estou me referindo ao diplomata obscuro que ascendeu repentinamente com um empurrão do assim chamado "filósofo do bolsonarismo", con muita influência (infeliz) na educação e sobretudo no "bolsolavismo diplomático" que envergonhou nossa política externa e desestruturou nossa diplomacia no excepcional desgoverno do golpista condenado a 27 anos e 3 meses. Vocês sabem quem foi o sortudo-azarento e sortudo, tenho certeza disso, que voltou à obscuridade.
Ele só chegou a ser escolhido como chanceler (acidental), por ter escrito um artigo que eu publiquei nos Cadernos de Política Exterior, apesar de que o artigo em questão não tivesse nada a ver com política exterior, e sim com história das ideias (malucas).
Pois bem, no dois anos em que o chanceler acidental tentou administrar (desgovernar seria o termo mais correto) a política externa e a diplomacia, os verdadeiros chanceleres e chefes dele foram o Bananinha 03 – atualmente autoexilado na Trumplância e prejudicando o Brasil – e o tal de Robespirralho, Filipe Martins, que foi devidamente enquadrado num dos núcleos dos golpistas trapalhões, ficou efetivamente preso durante meses e ainda aguarda julgamente por ter sido o cara que ofeereceu uma das minutas do golpe ao chefão incompetente e covarde.
O chanceler acidental só escapou da malta que planejou o golpe e hoje enfrenta o julgamento no STF pelo fato de ter brigado com a senadora Katia Abreu e ter sido expurgado em março de 2021, depois de ter infelicitado o Itamaraty durante mais de dois anos.
Eu havia publicado, como disse, seu artigo sobre "Trump e o Ocidente", e apenas suspeitava que isso iria ridicularizá-lo em face de todos os colegas, pois quem seria capaz de admitir, sequer aceitar que o Trump (na primeira versão) pudesse ser o "salvador do Ocidente". Pois, graças ao Olavo de Carvalho, a que o obscuro diplomata foi levar seu artigo, ele foi escolhido chanceler acidental.
Logo depois de assumir, ele me demitiu do cargo de diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais da Funad (IPRI), e só aí eu fui ler com atenção e anotar seu tristemente famoso artigo que o fez alçar à chefia da Casa de Rio Branco (que ele envergonhou terrivelmente). Mas, o fato de ter sido defenestrado o salvou da tentativa de golpe, e ele hoje permanece quieto, com repentes ocasionais, em sua tradicional obscuridade.

Minha análise está neste trabalho:
3483. “O Ocidente e seus salvadores: um debate de ideias”, Brasília, 28 junho 2019, 10 p. Avaliação crítica do artigo de Ernesto Araújo, “Trump e o Ocidente” (Cadernos de Política Exterior, n. 6).

Sumário:
1. A decadência e o Ocidente: algum perigo iminente?
2. Quais são as “teses” principais de “Trump e o Ocidente”?
3. O grande medo do Ocidente cristão: realidade ou paranoia?
4. Contradições insanáveis no projeto de salvamento do Ocidente cristão

O trabalho em questão está disponível neste link da plataforma Academia.edu: https://www.academia.edu/143995627/3483_O_Ocidente_e_seus_salvadores_um_debate_de_ideias_2019_

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentários são sempre bem-vindos, desde que se refiram ao objeto mesmo da postagem, de preferência identificados. Propagandas ou mensagens agressivas serão sumariamente eliminadas. Outras questões podem ser encaminhadas através de meu site (www.pralmeida.org). Formule seus comentários em linguagem concisa, objetiva, em um Português aceitável para os padrões da língua coloquial.
A confirmação manual dos comentários é necessária, tendo em vista o grande número de junks e spams recebidos.