sexta-feira, 22 de novembro de 2024

A indignidade e a perversidade de Bolsonaro na pandemia - Carmen Licia Palazzo

Nota preliminar PRA: Apreciaria se o atual PGR retomasse as acusações da CPI da Pandemia e indiciasse a tropa de meliantes que “eliminou”, literalmente, dezenas, centenas, talvez milhares de brasileiros durante a pandemia da Covid.

[Da perversidade de um golpista]

Depoimento de Carmen Lícia Palazzo sobre o comportamento do ex-presidente golpista durante a pandemia

“Durante a pandemia, dei muitos cursos online, fui muito ativa na internet e estive em contato estreito com centenas de jovens. Como gosto de conversar, participei também de grupos de discussão de diversas turmas. Ainda hoje, vários desses contatos permanecem, o que me deixa feliz.

Procurei, na época, me informar com muita seriedade sobre o vírus, sua prevenção e consequências. Estive em contato com médicos, li relatórios, notícias do Brasil e do exterior. E, talvez por estar muito bem informada e através de pessoas seríssimas, incluindo médicos infectologistas (e três deles que estavam atendendo emergências de hospitais brasileiros), é que me mantive o tempo todo indignada com as atitudes do então Presidente da República. Ele, de maneira absolutamente imoral, fez pouco da gravidade da situação, mesmo sabendo que estava errado. Por motivação política. Por maldade.

Assisto agora o trabalho da PF com alívio e, mesmo que não se trate de suas atitudes em relação à Covid, ou pelo menos não só delas, não fica a menor dúvida, para qualquer pessoa decente e honesta, sobre o quanto esse homem foi nocivo para o Brasil.

Votei e votarei em qualquer pessoa que não represente o bolsonarismo. Escolherei sempre o que me parecer o melhor. E, em primeiros turnos, sempre temos gente boa ou razoável concorrendo. Vale o voto neles para que se mantenham, ainda que saiam derrotados da eleição, em alguma função útil ao país. No caso, agora, a Simone Tebet tem sido um bom apoio ao Haddad e tem costurado outros apoios também necessários. É bom que ela seja ministra. E é bom, muito bom mesmo, que um ser humano "normal", ainda que dele eu tanto já tenha discordado, seja o atual Presidente. 

Não lavo as mãos perante decisões difíceis. Eu as enfrento, analiso a situação e, em política, voto nos que considero que pertencem ao lado menos cruel, menos trágico da humanidade. E assim continuarei.

A PF está fazendo um ótimo e corajoso trabalho. É imoral que algumas pessoas digam que se trata de perseguição política. Só não vê quem não quer, tudo o que aconteceu. E, sobre as FFAA, já não dá mais para dizer, como muitos gostam, que se trata apenas de "dissidentes", ou de apenas uns poucos e irrelevantes militares, os responsáveis por atos imorais e transgressores. Temos uma larga amostra da atuação ignóbil de muitos deles, inclusive dos mais graduados e próximos do poder, e do silêncio conivente e criminoso de tantos outros. Tivemos o tal acampamento de golpistas, com centenas de faixas pedindo o golpe e com os militares da ativa apoiando-os. Evidências não faltam. 

Deixo algumas considerações para meus amigos no face, principalmente para os mais jovens, esperando que nunca se esqueçam do comportamento do Bolsonaro e de muitos de seus assessores e ministros durante aquele período terrível (e para que sempre lembrem o quanto aquelas pessoas foram nefastas e mesmo criminosas):

1. por motivação política houve deboche explícito da parte do Presidente, na TV e em entrevistas diversas, a respeito do vírus da Covid. Ele insistiu que a Coronavac não servia para nada, mesmo quando ela era a única vacina disponível e ainda que médicos competentes confirmassem que ocorriam menos mortes em vacinados do que nos casos daqueles que chegavam nas emergências sem a vacina;

2. em inúmeras oportunidades o Presidente insistiu que o uso de máscaras deveria ser evitado e, no seu entorno, disse explicitamente a assessores que não queria vê-los usando máscaras. Foi a diversos eventos desprotegido, inclusive com a presença do então ministro Tarcísio que fez questão de manter o mesmo posicionamento;

3. o próprio Presidente fez corpo mole atrasando a compra de vacinas mais eficientes e, por esse motivo, houve, de acordo com especialistas, maior disseminação da doença no Brasil e um número de mortes mais elevado do que aquele que era esperado;

4. a presidência da República fez divulgações mentirosas, baseadas, e já se sabia, em notícias forjadas, sobre o uso de medicamentos não apenas ineficientes mas também nocivos à saúde, para tratar do vírus;

5. a escolha para ministro da Saúde de um militar sem qualificação para o cargo, o general Pazzuelo, que teve comportamentos péssimos em mais de uma oportunidade, inclusive em uma visita ao Norte do país, supostamente para resolver problemas de falta de respiradores, foi igualmente um acinte.

Acho importante ter muito claro todo o ocorrido para que se saiba que além do projeto de golpe com uso de violência e de mortes, além dos atentados à democracia, o bolsonarismo representa o mais alto grau de crueldade, com comportamentos absolutamente desumanos em todas as suas atitudes.

Que nossos filhos e netos saibam do que e de quem se trata. Que nossos filhos saibam que a vida da população foi covardemente arriscada para atender os desvairios de um suposto líder político que era endeusado por adeptos que nele projetavam seus próprios problemas, suas frustrações, suas necessidades de pertencimento a algum grupo, ainda que se tratasse de um grupo cruel e iníquo.

Espero que esse meu texto abra os olhos de alguns que ainda estão receosos de enfrentar de maneira corajosa o que ocorreu. É importante, sim, tomar partido quando alguém mais jovem nos perguntar, nos próximos anos, o que ocorreu no Brasil no trágico período no qual até pessoas de bem seguiram um bando cruel de fanáticos que, muitas vezes, tinham inclusive o desplante de se dizer religiosos. As cenas ditas de oração que vimos naquela oportunidade eram extremamente constrangedoras, com o apoio  tanto do Presidente quanto de sua esposa. E ao dizer isso não me refiro a práticas religiosas normais e nem à espiritualidade do povo brasileiro, mas ao uso deliberado das crenças e da fé individual para finalidades políticas imorais. 

Nada é mais importante, no Brasil atual, do que buscar justiça, uma justiça que passa pela punição exemplar do que temos de mais cruel (e, felizmente, também mais tosco e ignorante, o que permitiu a descoberta da verdade) na nossa História recente. Vamos permanecer atentos e vigilantes.

E que sobretudo a juventude se torne ciente de tudo o que aconteceu! São os votos dessa professora aposentada (ou semi-aposentada, hehe) mas ainda ativa e participante da vida real.”

Carmen Lícia Palazzo

[Brasilia, 22/11/2024]

Para resolver os problemas fiscais brasileiros, Lula style, precisaria de um PIB igual ao dos EUA - Ricardo Bergamini

 Pelo amor de Deus: O Brasil pede socorro de todos os brasileiros (Ricardo Bergamini)

Prezados Senhores

 

1 - Todas as propostas de Lula III são nobres e justas, mas da mesma forma que nas empresas e nas famílias existem as limitações financeiras. Nos governos não são diferentes. 

 

2 - Quantos pedidos justos e nobres de nossos filhos foram frustrados por falta de grana. É assim que a banda toca. Não é por culpa dos pequenos poupadores que participam do mercado financeiro. 

 

3 - Cabe lembrar que somente considerando o capital de todos os bancos não daria para financiar 20% da dívida do governo.

 

4 - Para atender todos os programas, justos e nobres, criados pelo governo Lula III, somente um PIB do tamanho do americano (US$ 30 trilhões) seria capaz de equilibrar as contas do Brasil. 

 

5 - Quem acompanha o meu trabalho irá lembrar que nos 8 anos do governo Lula I e II alertava constantemente para o falso milagre brasileiro, baseado na ilusão monetária provocada pelo excesso de liquidez monetária existente no mundo, gerado pelos Estados Unidos, para financiar as guerras do Iraque e do Afeganistão, e que no final seria um desastre, da mesma forma como ocorreu com os governos militares, na época, o mesmo efeito foi provocado pela guerra do Vietnam. 

 

6 - Cabe lembrar que entre 2002 até 2010 as commodities do Brasil valorizaram 175% em dólares americanos, gerando uma captação líquida de US$ 210,5 bilhões. Era uma histeria coletiva no Brasil, e no mundo. Haja vista o volume de prêmios, medalhas e títulos concedidos ao presidente Lula I e II, no Brasil, e no mundo. Estávamos vivendo o segundo falso milagre brasileiro, que terminou da forma como conhecemos.

 

7 - O primeiro falso milagre brasileiro dos governos militares se encerrou no inicio da década de 1980.

 

Até quando a masturbação mental ideológica “esquerda-direita” vai continuar destruindo o Brasil? 

Ricardo Bergamini

 

4 decisões da transição ao 1º ano do Governo Lula custarão até R$ 3 trilhões em 10 anos, calcula IFI

 

A expansão fiscal se relaciona ao Bolsa Família, a despesas de educação e saúde, ao salário mínimo e à criação de fundos orçamentários; entenda o impacto de cada uma nas contas públicas

 

Fernanda Trisotto

 

21 nov de 2024

 

BRASÍLIA - Quatro decisões políticas tomadas entre o período de transição e o primeiro ano do novo governo Lula podem gerar despesas adicionais entre R$ 2,3 trilhões e R$ 3 trilhões num período de dez anos, estimou a Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado, em seu Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) de novembro, divulgado nesta quinta-feira, 21, por esse órgão vinculado ao Senado, criado em 2016 com o objetivo de aumentar a transparência das contas públicas do País.

 

A expansão fiscal contabiliza a incorporação do aumento do Bolsa Família para o patamar pago ao longo da pandemia, a retomada da vinculação das despesas de educação e saúde às receitas, a correção do salário mínimo acima da inflação e sua manutenção como indexador, e a criação dos fundos orçamentários previstos na reforma tributária.

 

Matéria completa clique abaixo:

 

 

https://www.terra.com.br/economia/4-decisoes-da-transicao-ao-1-ano-do-governo-lula-custarao-ate-r-3-trilhoes-em-10-anos-calcula-ifi,1170a1fc9dc4419651390ac0256420218bnbn2zv.html?utm_source=clipboard

 


Petrobras aprova Plano Estratégico 2050 e Plano de Negócios 2025-2029

Petrobras aprova Plano Estratégico 2050 e Plano de Negócios 2025-2029

Rio de Janeiro, 21 de novembro de 2024 – A Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras informa que seu Conselho de Administração (CA) aprovou, em reunião realizada hoje, o Plano Estratégico 2050 (PE 2050) e o Plano de Negócios 2025-2029 (PN 2025-29). Durante o processo de elaboração dos Planos, o CA participou das discussões com as áreas técnicas e a Diretoria Executiva, levando à conclusão e aprovação do documento final.

Com o objetivo de reforçar sua visão de longo prazo, a Petrobras separou seu plano, este ano, em duas peças: o PE 2050, que propõe refletir sobre o futuro do planeta e como a empresa quer ser reconhecida em 2050; e o PN 2025-29, com metas de curto e médio prazo, visando pavimentar o caminho da companhia para o futuro a partir de seus posicionamentos estratégicos. 

O Plano Estratégico 2050 preserva a visão da Petrobras de ser a melhor empresa diversificada e integrada de energia na geração de valor, construindo um mundo mais sustentável, conciliando o foco em óleo e gás com a diversificação em negócios de baixo carbono (inclusive produtos petroquímicos, fertilizantes e biocombustíveis), sustentabilidade, segurança, respeito ao meio ambiente e atenção total às pessoas. 

No horizonte do PN 2025-29, a Petrobras prevê investimentos de US$ 111 bilhões, sendo US$ 98 bilhões na Carteira de Projetos em Implantação e US$ 13 bilhões na Carteira de Projetos em Avaliação, composta por oportunidades com menor grau de maturidade e sujeitas a estudos adicionais de financiabilidade antes do início da execução. O investimento total previsto para os próximos cinco anos é 9% superior ao volume previsto no PE 2024-28+. 

A Petrobras possui a vantagem competitiva de ter uma produção de petróleo com baixo custo e uma das menores intensidades de carbono do mundo. Essas condições permitem conciliar a liderança na transição energética justa com a exploração responsável de óleo e gás no país, de forma a manter o patamar de produção futuro próximo ao atual. Assim, o planejamento da Petrobras incorpora a ambição de que a empresa deve manter sua relevância atual no fornecimento de energia e no desenvolvimento econômico do Brasil, passando de 4,3 exajoules (EJ) em 2022 para 6,8 EJ em 2050, mantendo a representatividade da Petrobras em 31% da oferta primária de energia do Brasil. Além disso, a Petrobras reafirma a ambição de neutralizar suas emissões operacionais até 2050. 

No quinquênio de 2025 a 2029, a companhia concentrará seus esforços no aproveitamento destas oportunidades do mercado de óleo e gás, com foco em reposição de reservas, na produção crescente com menor pegada de carbono e na ampliação da oferta de produtos mais sustentáveis e de maior qualidade no seu portfólio. 

Sob a ótica financeira, a prioridade é uma estrutura de capital mais adequada, flexível e eficiente, com geração de caixa superior aos investimentos e obrigações financeiras, mantendo a sólida governança de aprovação de projetos, que garante a realização de investimentos rentáveis e aprovados somente com valor presente líquido (VPL) positivo em cenário de robustez. Com projetos de alto retorno, a companhia visa assegurar a distribuição do valor gerado para a sociedade, por meio de dividendos e tributos. 

Clique aqui para acessar o documento na íntegra


To be or not to be, member of China’s BRI: "Vale a pena o Brasil ficar de fora da Nova Rota da Seda?" - Vinicius Neder (O Globo)

O assunto é por demais importante para eu deixar de dar a minha opinião. Já estou elaborando. (PRA)

Vale a pena o Brasil ficar de fora da Nova Rota da Seda?*

_Marca da política externa e comercial chinesa já conta com cerca de 150 nações. País levou em conta relação com os EUA_

Vinicius Neder 

O Globo, 22/11/2024

 https://oglobo.globo.com/economia/noticia/2024/11/22/vale-a-pena-o-brasil-ficar-de-fora-da-nova-rota-da-seda.ghtml 

Após a visita oficial a Brasília do presidente da China, Xi Jinping, ter terminado sem adesão formal do Brasil à Iniciativa Cinturão e Rota (BRI, na sigla em inglês), foi reaberta discussão que se arrasta há alguns anos: afinal, o país deveria ou não aderir ao programa chinês de investimentos no exterior? Afinal, já foram investidos mais de US$ 1 trilhão. E o Brasil tem, ao mesmo tempo, infraestrutura carente e escassez de recursos para investir.

Nos bastidores, a diplomacia brasileira sugeriu cautela, diante do risco de uma adesão pegar mal com aliados ocidentais, sobretudo os EUA, enquanto analistas reconheceram que, mesmo fora da BRI, o Brasil recebe investimentos bilionários do gigante asiático.

Outros especialistas ouvidos pelo GLOBO explicaram que as parcerias no âmbito do programa têm nuances e seria possível ganhar com a adesão.

A BRI foi lançada em 2013, início do mandato de Xi. É a principal marca da política externa e comercial da China. O nome do programa é a abreviação de outras iniciativas — Cinturão Econômico da Rota da Seda e Rota da Seda Marítima do Século XXI.

A referência é a Rota da Seda, como ficaram conhecidas as estradas que, há cerca de 2 mil anos, conectavam o Império Romano à China — o tecido valorizado foi inventado pelos chineses e atraiu o desejo dos europeus quando chegou por lá.

O governo chinês não divulga números oficiais consolidados, mas, segundo o Centro de Finanças Verdes e Desenvolvimento da Universidade Fudan, em Xangai, de 146 a 151 países, dependendo do estágio do processo de adesão, já fazem parte. Segundo o Monitor do Investimento Global da China, do Instituto da Empresa Americana, o programa já investiu US$ 1,029 trilhão.

O lançamento e o crescimento da BRI devem ser entendidos no contexto do processo de desenvolvimento econômico e projeção geopolítica da China, disse Larissa Wachholz, sócia da consultoria Vallya Participações e pesquisadora do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), que é especialista nas relações sino-brasileiras. No processo, que ocorreu nas economias hoje ricas, investir no exterior é uma etapa.

No caso da China, o crescimento econômico dos últimos 40 anos teve como motores a construção de infraestrutura e a produção manufatureira para exportação. Hoje, a China é a fábrica do mundo, tem procurado posicionar sua produção no sentido da alta tecnologia, mas segue de olho na demanda externa.

Na infraestrutura, após construir rodovias, ferrovias, trens de alta velocidade, metrôs, portos e aeroportos, primeiro no território chinês, chega o momento em que é preciso buscar demanda no exterior.

— Chega um ponto em que a economia é muito grande, e as empresas de um país buscam contratos no exterior — disse Larissa.

*Abertura de mercados*

Assim, a BRI serve, inicialmente, para fomentar e abrir mercados a operadoras e construtoras chinesas de infraestrutura. E faz sentido que as operações sejam voltadas para conectar logisticamente a China a outros países — como a Rota da Seda da Antiguidade fazia —, facilitando o escoamento da produção industrial chinesa, motor da economia.

*Os países da Nova Rota da Seda*

Um exemplo da BRI é a construção do Porto de Chancay, no Peru. Antes de vir ao Brasil para a cúpula do G20, no Rio, e da visita a Brasília, Xi passou por lá para inaugurar o terminal, que permitirá a conexão da América do Sul com a China, via Pacífico, em 23 dias e a um custo 20% menor, segundo a agência de notícias Xinhua.

O projeto é da chinesa Cosco, gigante do transporte marítimo, e já recebeu US$ 1,3 bilhão de um total de US$ 3,5 bilhões de investimentos.

Nos cerca de 150 integrantes da BRI, estão praticamente todos os países da América do Sul — só Brasil, Colômbia e Paraguai (este último não tem relação diplomática com a China) estão de fora. A Índia está de fora, mas tem fronteira com a China e as relações têm tensões específicas, disse Larissa.

Embora os países mais ricos, em geral, estejam de fora, 17 membros da União Europeia fazem parte, como Portugal e Luxemburgo, segundo a Universidade Fudan. A Itália chegou a aderir, mas deixou a iniciativa em 2023.

Isso deve ser entendido no contexto geopolítico, segundo Evandro Carvalho, especialista nas relações Brasil-China, professor da FGV Direito Rio e da UFF. É normal as potências vigentes resistirem à ascensão de mais um país no clube dos grandes.

— Parece que os EUA adotam política de contenção econômica da China em todas as frentes — disse Carvalho.

Apesar da postura diplomática e comercial dos EUA, o professor viu com desconfiança a argumentação da diplomacia brasileira, de que foi melhor não aderir à BRI para evitar indisposição com americanos.

Se o objetivo maior da política externa do Brasil fosse esse, não deveria dar aval à ampliação do Brics, com direito à adesão do Irã, o que tende a ser visto como mais grave do que aderir ao programa chinês.

Tanto Carvalho quanto Larissa, do Cebri, ressaltaram uma característica da BRI: a flexibilidade. O programa abrange um largo espectro de projetos, de infraestrutura tecnológica à saúde. E o tipo de acordo que cada país firma com a China costuma variar.

Para Larissa, a adesão à BRI poderia ter poucos resultados para o Brasil. Dependeria dos termos dessa entrada e de que projetos seriam financiados.

Já Carvalho considera um erro olhar para a BRI apenas pela ótica do financiamento à infraestrutura. Para ele, o Brasil poderia atuar como coordenador regional, na América do Sul ou na comunidade de países de língua portuguesa, dos investimentos chineses:

— Perdeu-se uma oportunidade de o Brasil abrir um ramo na política externa, para projetar o interesse brasileiro no cenário internacional.


Uma lembrança e um agradecimento - Paulo Roberto de Almeida

Uma lembrança e um agradecimento 

Paulo Roberto de Almeida

O brevíssimo ex-chanceler acidental deve estar agora se felicitando deveras por ter sido oportunamente demitido pelo inominável e inelegível (agora indiciado) covarde chefão dos golpistas, em março de 2021, do contrário poderia estar sendo indiciado pela maldosa PF na companhia do seu amigo e mentor diplomático (na verdade, verdadeiro chefe do chanceler acidental e da diplomacia, junto com o Bananinha 03, que mandavam e desmandavam no patético personagem), Filipe Martins, vulgo Robespirralho ou Sorocabannon, que foi quem entregou ao covarde desertor do dia 30/12/2022 a minuta do Estado de Sítio preparada por outro patético personagem, o ex-ministro da “justissa” Anderson Torres, ambos na companhia de muitos milicos da força bruta e quase todos os outros militantes da causa, em especial os integrantes do Gabinete do Ódio. 

O chanceler acidental, que tinha ficado muito contente com a vitória nas eleições presidenciais americanas do “salvador do Ocidente”, deve estar agora querendo apenas ser esquecido de todos, sobretudo do Xandão, que ainda deve aumentar a lista de três dúzias de golpistas, onde o escondido “dipromata” também poderia estar, se tivesse continuado a ser o chanceler de araque que quase destruiu a diplomacia profissional com seu antiglobalismo esquizofrênico e seu olavismo doentio. Que ele se lembre de agradecer ao ex-chefe a sua demissão.

Eu talvez também tivesse, em todo caso, de agradecer ao funesto chanceler acidental a oportunidade e a inspiração que ele me deu para escrever pelo menos cinco livros sobre sua terrível obra destruidora, começando por “Miséria da Diplomacia: a destruição da inteligência no Itamaraty”, logo em meados de 2019, e terminando por “Apogeu e Demolição da Política Externa”, em meados de 2021, pouco depois que ele foi defenestrado pelo ingrato e estúpido chefe desmiolado. No meio teve três outros livros: “O Itamaraty num Labirinto de Sombras” (2019), “Uma Certa Ideia do Itamaraty” (2020) e “O Itamaraty Sequestrado” (2020). Todos eles disponíveis na Amazon.com.br, vários em Kindle. 

Eu acho que os anos 2019-2021 deveriam ficar num parênteses na história do Itamaraty, como exemplo do que de errado a ideologia pode fazer contra nossos valores e princípios (até constitucionais), contra nossos padrões de trabalho, quando a corporação resolve ser submissa aos ditames de amadores em política externa e militantes de certas causas bizarras. Isso vale para a esquerda e para a direita, ambas aliadas de ditadores de suas respectivas causas, sempre autocráticas, num sentido ou noutro.

Paulo Roberto de Almeida 

Brasilia, 22/11/2024


quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Constituições brasileiras: Ensaios de sociologia política - Paulo Roberto de Almeida (eBook Kindle)

 


Constituições brasileiras: Ensaios de sociologia política 

eBook Kindle (Amazon.com.br)

por Paulo Roberto de Almeida (Autor) 



“O problema brasileiro nunca foi fabricar Constituições, e sim cumpri-las.”

 

Roberto Campos, Lanterna na Popa (memórias), 1994. 

 

Índice

 

Apresentação: Constituições e desenvolvimento político no Brasil

 

1. Representação política no Brasil até a Constituição de 1824

2. Formação do constitucionalismo luso-brasileiro no século XIX

3. Da Constituinte de 1823 à Constituição de 1824: aspectos econômicos

4. A economia nas constituições brasileiras, de 1824 a 1946

5. As relações internacionais na ordem constitucional de 1988

6. Brasil: um Prometeu acorrentado pela sua própria Constituição

7. Análise crítica do conteúdo econômico da Constituição de 1988

8. A Constituição e a integração regional

9. Dois séculos de constituições e regimes políticos no Brasil, 1824-2024

 

Apêndices

Livros de Paulo Roberto de Almeida

Nota sobre o autor 


Historical and sociological essays on the building-up of the Brazilian constitutional system, since the beginning of the 19th century up to the current constitutional chart, the 1988 Constitution of the Federative Republic of Brazil. The essays offer an analytical examination of the constitutional processes each time – the 1823 Constitutional Assembly and its liberal project; the 1824 first Constitution, introducing an innovation, the Moderator Power, besides the Executive, Legislative and Judiciary branches; the first, 1891, Republican Constitution; the new, corporative, 1934 Assembly and its "Weimarian" Constitution; the authoritarian 1937 Constitution, inaugurated at the Estado Novo; the liberal 1946 Constitution; the changes introduced by the military regime (1964-1985) and the 1967 Constitution; a new authoritarian turn in 1969; and, finally, the Constituent Assembly of 1987-1988 and the democratic Chart approved in 1988 - and discusses, more extensively the implications of each text for the external policy, as well over the economic framework of the current Constitution.


What Marco Rubio Has Said About Latin America - Emilie Sweigart (Americas Quartetly)

 U.S. POLICY

What Marco Rubio Has Said About Latin America

Trump’s nominee for Secretary of State is known for his hardline stances on dictatorships and China’s activity in the region.


President-elect Donald Trump has nominated Florida Senator Marco Rubio for Secretary of State, making him potentially the first Latino to hold the position. The three-term senator, a son of Cuban immigrants, was born in Miami and was highly influential on Latin America policy during Trump’s first administration.

That influence is now likely to grow. He has consistently spoken out against dictatorships in Venezuela, Cuba and Nicaragua. He has also criticized some of Latin America’s leftist leaders for their positions on Venezuela and China’s presence in the region.

Here is a selection of some of Rubio’s recent statements on Latin America.

April 2024
Article in 
The National Interest:
“We must take seriously the opportunities for collaboration presented by countries like Ecuador, El Salvador, Argentina, Paraguay, the Dominican Republic, Peru, Guyana, and Costa Rica.”

“Our region is currently experiencing at least six major crises. These range from unprecedented mass migration at the U.S. southern border to the complete breakdown of social order in Haiti to ramped-up state oppression in Cuba, Nicaragua, and Venezuela. At the same time, the outlook for our region remains bright.”

“Is this a contradiction? Only if we ignore the bright spots in Latin America and the Caribbean. Even as we recognize the horrors occurring not far from our shores—and do our best to counter them—we must draw inspiration from the new generation of potentially pro-America leaders in the Western Hemisphere.”

August 2024 
Introducing a resolution in the Senate condemning the Cuban government:
“The world is bearing witness to the multiple ways the Castro/Díaz-Canel regime has served as a puppet for Communist China, Iran, and most recently Russia. America has a moral duty to defend our nation’s interests and we must continue to uphold democratic order and justice in our hemisphere.”

April 2024
Interview in 
Voz:
“Cuba has a long history of intelligence and military cooperation with the communist government of China…. In many cases, we have not done enough to create alternatives to what China has done in many countries.”

August 2024
Op-ed in the Miami Herald:
“The Biden-Harris administration has “serious concerns” that dictator Nicolás Maduro’s announcement of electoral victory in the recent presidential election “does not reflect the will or the votes of the Venezuelan people.”

“But such an outcome to this sham election was entirely predictable from the start. It was made more so by three years’ worth of concessions to and negotiations with the Maduro narco-dictatorship.”

“In short, the Biden-Harris Administration gave away every ounce of leverage we had over Maduro, then appeared surprised when he didn’t do what they wanted. It’s problematic to say the least, and not just for the people of Venezuela—or for opposition leader María Corina Machado and presidential candidate Edmundo González, who are now facing threats of imprisonment—but for America.”

“In recent years, nearly eight million Venezuelans have fled their country. Many of them have crossed our southern border, and many more will do the same if Maduro retains power.”

“The tyrant will also happily send dangerous criminals—like the brutal Tren de Aragua gang, which is already wreaking havoc on our streets—the United States’ way. None of this makes life easier for American communities. It shows the White House’s feckless policies have failed across the board.”

January 2019
Comments for 
CNN regarding Venezuela:
“I don’t know of anyone who is calling for a military intervention.”

September 2018
Quote in Newsweek:
In an interview with Univision 23Rubio said he would not rule out the military option in Venezuela. Rubio, a vocal opponent of Maduro’s regime, commented in Spanish and was quoted by Newsweek.

“For months and years, I wanted the solution in Venezuela to be a non-military and peaceful solution, simply to restore democracy.”

“I believe that the Armed Forces of the United States are only used in the event of a threat to national security. I believe that there is a very strong argument that can be made at this time that Venezuela and the Maduro regime has become a threat to the region and even to the United States.”

May 2023
Interview in 
El Universal:

“Mexico is an important partner of the United States. The country, its institutions. But López Obrador is not a good ally. The current president, unfortunately, is dedicated to talking nonsense, to interfering in U.S. policy. His thinking is beyond the left, a strange thinking in terms of that line with all these dictators in the hemisphere. And he has a domestic policy with which he has handed over a large part of his national territory to the drug traffickers who control those areas. That matters to us because we are seeing the consequences of that violence, that criminality entering our border and our country. So I have my disagreement with him, but he is the president of Mexico today, he was not yesterday and he is not going to be tomorrow. There is a difference between the country and the importance of the country and its institutions and whoever is in office at the moment.”

Interviewer: “Would you agree with sending U.S. troops to combat drug cartels in Mexico?”

“Well, as long as there is cooperation from the Mexican government, which at the moment I don’t think we are going to see, because this is a president who came into office saying that he didn’t want to go after these criminal gangs. I would be willing to support this measure, but it has to be in coordination with the armed forces and the Mexican police force. Otherwise, it would not be possible to do it.”

May 2023
X post commenting on a Reuters piecereporting on Lula’s critiques of U.S. sanctions on Venezuela:
“Brazil’s Lula da Silva is the latest far-left leader who whitewashes the criminal nature of the Maduro narco-regime, days after meeting with Pres. Biden. Under the Biden Administration’s weak foreign policy, tyrants in our region feel emboldened to seek international support.”

February 2023
Op-ed in 
The Epoch Times:
“It sounds paradoxical, but President Lula da Silva of Brazil is seeking closer ties with both the United States and Communist China…. For now, that means he will take what he can get from both the U.S. and the CCP—so long as it benefits his agenda.”

“President Biden must take a firm line with Brazil’s new president, holding Lula to account for his friendliness toward the CCP—as well as other bloody handed dictatorships, like those of Cuba, Nicaragua, and Venezuela.”


Senator Marco Rubio speaks outside the White House during a news conference in Sept. 2022 on U.S. policy toward Cuba, Venezuela, Nicaragua and Colombia. (Photo by Win McNamee/Getty Images)

April 2023
Interview in
 Semana:
“It is very dangerous that the president of a country, which for years has been a great ally of the United States, now chooses to be the spokesperson for a criminal drug dictatorship like the one in Venezuela. In order to obtain the support of intermediaries like Maduro and Castro for “negotiations” with the ELN terrorists, Petro is willing to lobby for a vile dictatorship.”

April 2023 
In Medium:
“For decades, Colombia has been ravaged by the violent outbursts of rebel groups like the National Liberation Army (ELN)…. Over the past few months, Petro has sought to end the violence through negotiations…, but he’s only sowing disaster.…”

“Case in point: the ELN continues to attack the Colombian government…. These are the mercenaries Petro wants to appease, even to the point of backtracking on Colombia’s longstanding extradition agreement with the U.S. It’s terrible, but it’s what happens when you negotiate with terrorists from a position of weakness.”

“It’s also what happens when you cooperate with tyrants…. Petro has been the foremost Latin American advocate of “engagement” with narco-dictator Nicolás Maduro in Venezuela and puppet dictator Miguel Díaz-Canel in Cuba [because] he wants both regimes to use their leverage over the ELN in Colombia’s favor. [I]t’s a fool’s errand, because internationally ostracized dictators have nothing to gain from increasing stability in the region.…”

“The icing on the cake is that Petro has also joined the ranks of Latin America’s pro-China voices. In February, his Ministry of Foreign Affairs went so far as to issue guidelines instructing Colombian officials to refuse contact with Taiwan….”

October 2024
Op-ed in the 
Miami Herald on Huawei:
“Its primary goal was and remains, the domination of the global wireless market on Beijing’s behalf, combined with the expansion of the Chinese Communist Party’s ability to spy on and disrupt other countries’ communications.”

“I urge Latin American leaders not to heed Huawei’s siren song. No 5G deal is worth allowing a totalitarian dictatorship to spy on and interfere in a free nation’s affairs.”

March 2022
Remarks at Senate Committee on Foreign Relations subcommittee hearing on China in Latin America:
“Unfortunately, many of these newer leaders in the region have expressed admiration for the Communist Party in China’s model, even as they turn a blind eye and in many cases are supportive of the regimes that are creating tremendous suffering in Cuba and Venezuela and in Nicaragua.”

“So Beijing sees this, and they’re seizing the opportunity to grow both their influence and their power in the Western Hemisphere. As an example, their Belt and Road Initiative uses massive infrastructure loans and projects to lure nations into economic and political dependency — debt traps. That’s now spread to Argentina, Brazil, Barbados, and Panama. And in their annual report last year, the bipartisan US-China Security and Economic Review Commission found that the Communist Party of China is taking advantage of its economic importance and political relationships to encourage governments across the region to make domestic and foreign policy decisions that favor the CCP and undermine democracy and free markets in the region.”

“Their intentions in the region are not to be active because they want to make life better for people living in the Western Hemisphere. They care only about power and influence. They don’t care about stability or economic development. And so even as increasing exports to China boost the economies of some of the nations in these regions, the Communist Party of China is pushing countries to remain dependent on mining and the export of other natural resources instead of partnering with them to develop and industrialize their economies. It’s encouraging them to weaken or even break their own environmental, social and [governmental] regulations by promising them increased investment from China in return.”

“And they do this because they know that chaos in Latin America and the Caribbean would severely hurt us, destabilize us, who they view as their primary and central rival. If cartels have greater operating freedom to send drugs and violence across our border, it worsens the opioid and fentanyl epidemic and [amplifies] gang violence in our communities. If more countries go the way of Venezuela, Nicaragua, and Cuba, you’ll see massive new waves of illegal immigration and human trafficking that’s associated with it.”

“So we simply can’t afford to let the Chinese Communist Party expand its influence and absorb Latin America and the Caribbean into its private political-economic bloc. That would leave our country worse off and ensnare the people of Latin America and the Caribbean into a generation of suffering and repression. So I’m hopeful that our nation will begin to address this threat head on and seriously revitalize our engagement in the region.”

This article was updated on November 13 to reflect the confirmation of Rubio’s nomination.

ABOUT THE AUTHOR

Sweigart is an editor at Americas Quarterly and a policy manager at the Americas Society/Council of the Americas

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Dicas do Curso Sapientia para o estudo de candidatos à carreira diplomática

 Sabemos que a preparação para o CACD  é desafiadora, mas com as técnicas de estudo certas, você pode otimizar seu tempo e maximizar seus resultados. 

 

Aqui estão três técnicas de estudo que recomendamos para te ajudar a alcançar seu objetivo:

 

  1. Técnica de Autoexplicação

A técnica de autoexplicação envolve explicar o conteúdo que você está estudando em voz alta, como se estivesse ensinando outra pessoa. Isso ajuda a:

 

  • Compreender profundamente o material: Ao explicar, você identifica lacunas no seu entendimento.
  • Reforçar a memória: A verbalização ativa diferentes áreas do cérebro, facilitando a retenção.
  • Desenvolver habilidades de comunicação: Praticar a explicação melhora sua capacidade de articular pensamentos.
  • Experimente gravar suas explicações e ouvi-las novamente para reforçar o aprendizado.

 

  1. Mapas Mentais

Os mapas mentais são uma ferramenta visual poderosa para organizar informações e conectar conceitos. Eles são especialmente úteis para:

 

  • Revisar conteúdos complexos: Transforme tópicos extensos em diagramas visuais.
  • Memorizar informações: Use cores, imagens e palavras-chave para facilitar a memorização.
  • Planejar estudos: Estruture seu plano de estudo de forma clara e acessível.
  • Criar mapas mentais pode ajudar a entender melhor o material e a lembrar-se dele durante a prova.

 

  1. Revisão Espacedada

A revisão espaçada é uma técnica que envolve revisar o material em intervalos crescentes ao longo do tempo. Isso ajuda a:

 

  • Consolidar a memória de longo prazo: Revisar informações em intervalos específicos melhora a retenção.
  • Identificar lacunas de conhecimento: Permite que você se concentre em áreas que precisam de mais atenção.
  • Reduzir a sobrecarga de estudo: Distribui o estudo de forma mais equilibrada, evitando a procrastinação.
  • Utilize aplicativos ou calendários para programar suas revisões e garantir que está revisando o conteúdo no momento certo.

 

Esperamos que essas técnicas sejam úteis em sua preparação. Lembre-se de que a consistência e a dedicação são fundamentais para o sucesso.