Uma reflexão sobre o mundo real e o mundo acadêmico dos nossos tempos
Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.
Nota sobre uma das alienações mais frequentes no espaço acadêmico
Parece que boa parte do mundo acadêmico, geralmente em ciências sociais, não tem consciência de que o mundo em que se vive atualmente foi justamente construído pelo liberalismo capitalista dos últimos séculos, onde este existiu de forma livre.
O socialismo nunca construiu nada de relevante, a não ser opressão e miséria! Basta revisar os registros históricos dos últimos 100 anos para verificar essa realidade: mais povos e nações SAÍRAM do socialismo nas últimas três décadas, do que adotaram soluções e regimes declaradamente socialistas, ou anticapitalistas, inclusive a China e a Índia, os dois melhores exemplos de diminuição de uma miséria ancestral, agravada pelo socialismo que adotaram na segunda metade do século XX.
Muito da produção acadêmica nessas áreas é feita de críticas acerbas ao capitalismo e ao liberalismo, e de prescrições para mais estatismo e mais intervencionismo, como se o mundo resultante dessas mudanças se tornasse mais eficiente para se criar riqueza e bem-estar, à margem das liberdades capitalistas já enunciadas por Adam Smith no século XVIII.
Alguma dúvida sobre isso?
A despeito das reiteradas críticas ao capitalismo e ao liberalismo no mundo acadêmico, poucos experimentos efetivos nas últimas décadas se traduziram em movimentos tendentes a implantar regimes anticapitalistas em sua plenitude. Mas boa parte do mundo acadêmico ainda persiste em acreditar que um mundo regulado burocraticamente por instituições estatais seria melhor para a vida de pessoas reais do que a saudável anarquia do sistema capitalista, que sempre foi tendencialmente liberal, a despeito de controles de regulações, inerentemente instáveis e ineficientes.
E por que isso ocorre? A resposta é muito simples. A maior parte dos acadêmicos que pensam assim está apartada do mundo da contabilidade, das tabelas de ganhos e perdas, da lenta acumulação de riquezas vinculada ao esforço constante de controlar ativos e passivos, coisas que estão indissoluvelmente ligadas ao mundo capitalista. São acadêmicos alheios a esse mundo, ou porque são funcionários públicos de universidades ou mesmo quando trabalham em instituições privadas não são ligadas ao departamento de contabilidade, e podem assim dedicar-se a devaneios alheios ao mundo dos recursos que pagam seus salários.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 4541, 01 janeiro 2024, 1 p.
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