O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
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domingo, 30 de junho de 2019
O liberalismo morreu? - Vladimir Putin (Financial Times)
Antes
de Putin, dezenas de outros dirigentes políticos já anunciaram a morte do
liberalismo, entre nós Getúlio Vargas, por exemplo, a inaugurar o Estado Novo.
Antes
dele, os líderes nazistas, e ainda antes os dirigentes bolcheviques.
Bela
tradição de autoritários essa seguida por Putin...
Atualmente
temos também os "iliberais", os dirigentes de "democracias"
que eles se esforçam por transformar em sistemas autocráticos.
Paulo
Roberto de Almeida
Brasília,
30 de junho de 2019
O liberalismo
está obsoleto?
“O liberalismo está obsoleto”. Quem
disse isso foi ninguém menos que Vladimir Putin, o poderoso presidente da
Rússia, para a edição de 28 de junho do jornal inglês Financial Times. Ele
disse mais. Em pleno G20 afirmou que a chanceler alemã, Angela Merkel, havia
cometido um erro fundamental ao adotar uma política liberal para imigração do
Oriente Médio. Merkel autorizou a entrada de mais de um milhão de refugiados na
Alemanha, principalmente sírios, fugindo da guerra.
Putin disse que “A ideia liberal (…) está
em conflito com os interesses de uma maioria esmagadora da população”. Para
ilustrar o que seriam esses “interesses da maioria” afirmou que, embora,
segundo ele, a Rússia não seja um país marcado pela homofobia, a disposição do
Ocidente em abraçar a homossexualidade e a fluidez de gênero são excessivas
“num mundo baseado em valores bíblicos”.
Em suma, disse, liberais já “não podem
simplesmente ditar qualquer coisa para qualquer um, como vêm tentando fazer ao
longo das últimas décadas”. O liberalismo ocidental perdeu espaço devido ao
ressentimento com imigração, multiculturalismo e valores seculares.
Financial Times, Londres – 29.6.2019
Vladimir Putin says liberalism has ‘become
obsolete’
In an exclusive interview with the FT, the Russian president trumpets
growth of national populism
Lionel Barber, Henry
Foy and Alex Barker
Moscow and Osaka - Vladimir Putin has trumpeted the growth of
national populist movements in Europe and America, crowing that liberalism is
spent as an ideological force.
In an FT interview in the Kremlin on the eve of the G20 summit in
Osaka, Japan, the
Russian president said “the liberal idea” had “outlived its purpose” as the
public turned against immigration, open borders and multiculturalism.
Mr Putin’s evisceration of
liberalism — the dominant western ideology since the end of the second world
war in 1945 — chimes with anti-establishment leaders from US president Donald
Trump to Hungary’s Viktor Orban, Matteo Salvini in Italy, and the Brexit
insurgency in the UK.
“[Liberals] cannot
simply dictate anything to anyone just like they have been attempting to do
over the recent decades,” he said.
Mr Putin branded
Chancellor Angela Merkel’s decision to admit more than 1m refugees to Germany,
mainly from war-ravaged Syria, as a “cardinal mistake”. But he praised Donald
Trump for trying to stop the flow of migrants and drugs from Mexico.
“This liberal idea
presupposes that nothing needs to be done. That migrants can kill, plunder and
rape with impunity because their rights as migrants have to be protected.”
He added: “Every crime must have its punishment. The liberal idea has
become obsolete. It has come into conflict with the interests of the
overwhelming majority of the population.”
Donald Tusk, the
European Council president, said he “strongly disagreed” with Mr Putin.
“What I find really
obsolete is authoritarianism, personality cults and the rule of oligarchs,” he
said.
As the de facto ruler of
Russia for almost two decades, Mr Putin, 66, has been regularly accused of
covertly supporting populist movements through financial aid and social media,
notably in the 2016 US presidential election, the Brexit referendum and the
recent European Parliament elections.
Mr Putin emphatically
denied this. He dismissed the conclusion by special counsel Robert Mueller that
Russia had systemically interfered in the 2016 US presidential election as
“mythical interference”.
Turning to the US-China trade war and geopolitical tensions in the Gulf
between the US and Iran, Mr Putin said the situation had become “explosive”.
The problem, he said, stemmed from American unilateralism and the lack of rules
underpinning world order.
He expressed concern
about the threat of a renewed nuclear arms race between the US and Russia. “The
cold war was a bad thing?.?.?.?but there were at least some rules that all
participants in international communication more or less adhered to or tried to
follow. Now, it seems that there are no rules at all,” he said.
On a positive note, Mr
Putin said there were tentative signs of a thaw in Anglo-Russian relations
ahead of his meeting in Osaka with Theresa May, her farewell summit as UK prime
minister.
“I think Russia and UK
are both interested in fully restoring our relations, at least I hope a few
preliminary steps will be made.”
Relations between London
and Moscow have been frozen after the attempted assassination of former Russian
double agent Sergei Skripal in Salisbury, England.
The UK government blames
the Russian government for the nerve agent attack, but Mr Putin said there was
no evidence to support this. Mr Skripal had served a sentence in Russia before
being released in a spy swap with the UK, he noted.
Mr Putin made clear,
however, that he had zero tolerance for spies who betrayed their country.
“Treason is the gravest crime possible and traitors must be punished. I am not
saying that the Salisbury incident is the way to do it?.?.?.?but traitors must
be punished.”
Theresa May, the UK
prime minister, said she will demand the suspects in the attack are extradited
and “brought to justice” when she sees Mr Putin on Friday — their first
face-to-face meeting since the incident.
“We would be open to a different relationship with Russia but if that is
going to happen then Russia needs to stop its activity that undermines
international treaties and undermines our collective security like what
happened on the streets of Salisbury,” she told journalists en route to Osaka.
In recent years, Mr
Putin has become emboldened, presiding over the annexation of Crimea, a
pro-Russian revolt in eastern Ukraine and a military intervention in Syria
which he described as a clear-cut success.
Apart from killing
thousands of radical Islamists and shoring up President Bashar al-Assad’s
regime, Mr Putin said the exercise had given Russia’s armed forces invaluable
fighting experience.
He made no mention of
the fact the seven-year-old war has resulted in more than 5m refugees and
500,000 dead. However, he did point to the waves of immigration from conflict
zones in Africa and the Middle East which had fostered crime and social
strains, in turn fuelling an anti-establishment backlash in Europe.
Echoing nationalist
populists such as Mr Salvini and France’s Marine Le Pen, Mr Putin said liberal
governments had not acted to reassure citizens. Instead they had pursued a
mindless multiculturalism embracing, among other things, sexual diversity.
“I am not trying to insult anyone because we have been condemned for our
alleged homophobia. But we have no problem with LGBT persons. God forbid, let
them live as they wish,” he said. “But some things do appear excessive to us.
They claim now that children can play five or six gender roles.”
“Let everyone be happy, we have no problem with that,” he added. “But
this must not be allowed to overshadow the culture, traditions and traditional
family values of millions of people making up the core population.”
O papel da mulher na história do Brasil - Paulo Rezzutti
Nada de coadjuvantes: historiador revê papel da mulher na História do Brasil
Biógrafo da Marquesa de Santos e da Imperatriz Leopoldina, historiador conclui monólogo em que Domitila questiona distorções em sua biografia
Élcio Braga
30/06/2019 - 06:00

RIO – Domitila de Castro Canto e Melo viveu grandes paixões, ganhou títulos de nobreza, militou no Partido Liberal, envolveu-se em grandes debates, liderou a emergente sociedade paulistana no século XVIII e defendeu os mais carentes. Mas passou para a posteridade, simplesmente, como a amante de D. Pedro I. Na peça “Marquesa de Santos Verso e Reverso”, de Paulo Rezzutti, Domitila tem a oportunidade de questionar o escritor por trechos em sua biografia.
O monólogo traz à tona um questionamento sobre o verdadeiro papel das mulheres em nossa História. Normalmente, diminuído ou até apagado. A elas eram reservados apenas dois papéis: o de esposa fiel ou de amante.
– O papel da mulher brasileira foi sendo invisibilizado ou diminuído conforme se conta a História. Quem conta um conto aumenta um ponto. Mas, no caso das mulheres, parece que diminuem vários pontos – observa o escritor e biógrafo Paulo Rezzutti, que finalizou o roteiro da peça que mostra a rica e agitada vida de Domitila.
Rezzutti começou a perceber algo de errado na História de personagens femininas já em sua primeira biografia, lançada em 2013, justamente sobre a marquesa: “Domitila, a verdadeira história da Marquesa de Santos”. Em 2017, o escritor abordou o outro lado do caso. Escreveu sobre a mulher do imperador: “D. Leopoldina. A História não Contada”. Percebeu que, mais uma vez, a personagem recebia uma descrição histórica reduzida. Era a mulher traída e mãe do herdeiro do trono, D. Pedro II. O escritor a define como a mulher que arquitetou a independência do Brasil.
LEIA TAMBÉM: treze mulheres que mudaram o Brasil
Rezzutti pesquisou a biografia de mais de 200 personagens marcantes em todas as épocas no País. O esforço culminou no livro “Mulheres do Brasil – A história não contada”, lançado no ano passado.
Para ele, além de uma sociedade sem discriminação de gênero, a mulher tem direito a um novo papel na História. Nesta entrevista, o autor nega que esteja tomando a fala de lideranças femininas. A mudança, ressalta, precisa envolver a todos.
Como você começou a olhar mais para o papel da mulher na nossa História?
Trabalhos anteriores me levaram a notar como o papel da mulher brasileira foi sendo invisibilizado ou diminuído conforme se conta a História do País. Quem conta um conto aumenta um ponto. Mas, no caso das mulheres, parece que diminuem vários pontos. Comecei a minha carreira de biógrafo com a Marquesa de Santos. Estudando a figura de Domitila de Castro Canto e Melo, vi que ela não se resumia a amante do imperador. Viveu quase 70 anos, foi amante de D.Pedro durante sete, e teve uma vida riquíssima, de ações, de amores, de filhos, de processos políticos. Foi militante do Partido Liberal, tanto em São Paulo como no Rio de Janeiro. Havia uma participação política dela, em nível nacional e local, em São Paulo, completamente apagada.
Você encontrou outros casos semelhantes?
Uma outra biografia que escrevi foi sobre a Imperatriz Leopoldina. Durante o processo de escrita, vi o quanto ela era mais preparada para governar que o próprio D. Pedro I. A visão geopolítica, os contatos internacionais desde a época em que viveu em Viena e a convivência com várias pessoas importantes. Leopoldina estava em Viena, em 1814-15, quando ocorreu o grande Congresso de Viena, que o pai dela (Francisco I, da Áustria) sediou. Estavam lá o czar da Rússia (Alexandre I) e embaixadores britânicos e do mundo todo.
A experiência da imperatriz foi importante em momentos decisivos do País?
A Imperatriz Leopoldina passou para a História como mulher traída, mas teve participação importante nos eventos que culminaram na independência do Brasil Foto: ReproduçãoA imperatriz tinha uma rede de sociabilidade que permitiu, inclusive, o reconhecimento do Brasil como nação independente. Antes disso, Leopoldina preparara basicamente o "Dia do Fico". O fato de D. Pedro I ter ficado no Brasil, e outras questões relativas à Independência, mostram que ela estava por trás o tempo todo. Entra na História como a mulher traída, que teve de aguentar a amante do marido. Mas isso não resume sua vida. Leopoldina morreu antes de completar 30 anos, mas teve uma vida, principalmente política, muito forte e muito importante para a independência brasileira. Foi a primeira mulher a governar o Brasil, em várias ocasiões, quando D. Pedro I viajava. E isso também foi apagado.
Foi daí que veio o estalo sobre a diminuição do espaço da mulher na História brasileira?
Vendo essas duas mulheres, comecei a pensar: "Quem mais?" Quais foram as outras personagens que, também, não tiveram a história contada integralmente? Por que essas que a gente conta integralmente a vida estão na nossa história? Por que se fala da Anna Nery, a enfermeira que cuidou dos feridos na Guerra do Paraguai, que montou hospitais e laboratórios? Por que se fala da Maria Quitéria, uma mulher que pegou em armas durante a Guerra da Independência? Porque elas se encaixam em papéis que o homem permite. A Maria Quitéria só virou um soldado porque o País estava precisando. Ela se tornou um exemplo até mesmo para cutucar os homens: "A mulher está indo para a guerra, e você não vai ajudar o seu país?" E, depois, ela sumiu da História porque virou mãe e filha obediente.
Como as mulheres conseguiram ser vistas por outro ângulo?
A Anna Nery esteve na Guerra do Paraguai. Os filhos eram militares, e ela, viúva. Não tinha mais o que fazer da vida e seguiu os filhos. Depois que voltou da guerra, esta imagem sumiu. Portanto, estas mulheres eram figuras que serviam como exemplos históricos, de benemerência, exemplo disso ou daquilo. Mas, aí, há as vivandeiras, mulheres que seguiam o Exército brasileiro na Guerra do Paraguai. Como a Anna Nery, outras mães, esposas e amantes seguiram os seus respectivos. Essas mulheres lavavam, passavam, cozinhavam e ajudavam o esforço de guerra. E muitas dessas mulheres, como Florisbela e Maria Curupaiti, quando os maridos caíram mortos, pegaram em armas e enfrentaram os paraguaios. Isso não aconteceu uma, mas várias vezes. Algumas continuaram seguindo o Exército como soldados. Essas mulheres não entraram na História.
O papel da mulher já estava definido ao nascer?
Durante séculos, o espaço da mulher foi interno, ela era a rainha do lar. Se saísse de casa, precisava da companhia do marido, do irmão ou do pai. Não podia ter acesso ao espaço público sem alguém que tomasse conta. O homem, não. Era o homem público, o cara ilibado. Mulher pública não era ilibada. Muito pelo contrário. Na época do Segundo Reinado, mulheres expunham quadros e ganhavam medalhas nas exposições imperiais da Academia de Belas Artes. Só que eram quadros de natureza morta, paisagens e bichinhos. A mulher não tinha acesso ao estudo do nu artístico. Para a mulher, era limitante, também, a expressão da arte.
E como surgem os primeiros quadros que mostram a mulher em posição fora dos padrões?
Georgina de Albuquerque se tornou a primeira mulher a pintar uma temática histórica envolvendo outra mulher: Leopoldina presidindo o conselho de Estado que determinou a independência do Brasil Foto: ReproduçãoAs primeiras a terem acesso ao estudo do corpo foram pintoras e escultoras da virada do século XIX para o XX. Georgina de Albuquerque estudou no exterior. Muitas delas acabavam complementando os seus estudos de nu artístico, de modelo-vivo, na Academia Julian, em Paris. No Brasil, era complicado: a legislação permitia, mas elas não se sentiam bem com os homens. Havia hostilidade contra mulheres nas classes de modelo-vivo. Georgina foi uma das que trabalharam o modelo-vivo e se tornou a primeira mulher a pintar uma temática histórica envolvendo outra mulher: Leopoldina sentada, presidindo o conselho de Estado que determinou a independência do Brasil. Nesse mesmo período, isso é 1921 e 1922, ocorreu o Centenário da Independência. Muitos artistas plásticos voltaram com esta temática histórica na pintura. Ao mesmo tempo, o italiano Domenico Failutti também pintou Leopoldina, mas sob encomenda do Museu Paulista (Museu do Ipiranga). Só que, pela encomenda do diretor do museu, é como? Ela sentada, rodeada de filhos. Assim, o homem viu Leopoldina como a mãe de D. Pedro II, esposa de D. Pedro I, e outra mulher a viu como estadista, participando do conselho de Estado.
Com o olhar de outra mulher, a História é diferente?
A gente tem a imagem da Maria Quitéria graças a uma inglesa, Maria Graham. Ela foi a preceptora da Maria da Glória – a filha mais velha de Leopoldina e D. Pedro I, rainha de Portugal. Maria Graham era uma mulher muito culta. Escreveu um livro a respeito da viagem ao Brasil. Relatou conversa com Maria Quitéria, ilustrada por gravura da personagem (com saia em cima da calça) feita pelo inglês Edward Finden. Por isso, sabemos que Maria Quitéria existiu. A questão é que ela havia brigado com o pai para ingressar no Exército. E o pai foi atrás dela, mas o Exército não a devolveu porque era boa atiradora. Naquele momento da independência, precisavam de gente com o mínimo de noção de arma, e Quitéria, criada pelo pai junto com um monte de irmãos, sabia caçar, atirar, montar, tudo o que homem sabia.
Mesmo no período colonial, as mulheres já apresentavam papel relevante?
A gente esquece das mulheres do Brasil Colônia. Duas capitanias hereditárias deram muito certo, São Vicente e de Pernambuco. Ambas foram governadas por mulheres. São Vicente foi fundada por Martim Affonso de Souza. Quando ele voltou para Portugal e recebeu uma ordem para partir rumo às Índias, passou uma procuração para a mulher, Anna Pimentel, administrar a capitania a partir de Portugal. Ela enviou os primeiros colonos para a região, além de gado, arroz, laranja e várias outras coisas. Martim Affonso de Souza havia determinado que a capitania se desenvolvesse apenas no litoral, mas ela descumpriu a ordem e permitiu que os colonos pudessem subir a Serra do Mar. Em última instância, São Paulo foi fundada graças a Ana Pimentel.Em Pernambuco foi uma viúva que perdeu os filhos e, sozinha, fez a capitania dar certo.
As mulheres sempre encontraram resistência a uma maior participação?
Julieta de França foi uma das primeiras escultoras do Brasil e a primeira a ganhar uma bolsa de estudos do governo, já nos anos iniciais da República. Em Paris, estudou com Rodin e participou de vários salões de arte. Como sua bolsa era pequena, ela não tinha recursos para fundir as peças em bronze e as apresentou em gesso. Mesmo assim, foi reconhecida e seu trabalho ficou em terceiro lugar em uma lista de esculturas feita por um crítico importante da época.



Ao voltar ao Brasil, participou de um concurso para homenagear a república brasileira. Apresentou a maquete do monumento, mas a comissão de jurados considerou que aquilo não servia para nada e a desclassificou. O que esta mulher fez? Levou a maquete à Europa e conseguiu laudo positivo de grandes escultores europeus, inclusive Rodin. De volta ao Brasil, protocolou isso no Senado, afrontando toda a elite artística do País. Ninguém mais a contratou.
A luta pelos direitos das mulheres é muito antiga no Brasil?
Teresa Margarida da Silva e Orta é considerada a primeira romancista no Brasil. Nasceu em São Paulo, em 1711, e morou em Portugal. Escreveu: "Os homens nasceram primeiro que as mulheres e aproveitaram para pega todos os direitos. E para a gente não sobrou nada." As mulheres já se ressentiam há muito tempo de não ter acesso aos mesmos direitos dos homens. A professora Leolinda Daltro criou, no início do século passado, no Rio, o Partido Republicano Feminino. Depois veio a Bertha Lutz (bióloga e uma das primeiras ativistas feministas). O Rio Grande do Norte foi o primeiro estado a liberar o voto das mulheres. Foi de lá, também, a primeira prefeita, Alzira Floriano, em Lajes, eleita em 1928. Nacionalmente, o voto feminino só se concretizou em 1932. Mesmo assim, a brasileira obteve direito a voto antes das francesas, que só passaram a votar depois da Segunda Guerra Mundial.
Como foi a decisão de incluir Marielle Franco em "Mulheres do Brasil, a história não contada"?
Marielle entrou no meio da produção do livro. Os originais já tinham sido entregues e, na época, a editora-chefe com quem trabalho chamou a atenção sobre o crime. Aí, vi o quanto a vereadora havia trabalhado pelos direitos humanos. Pensei que o livro ficaria datado porque logo resolveriam o assassinato dela. Já faz mais de um ano e não vai ser amanhã que vão resolver o caso Marielle.
LEIA TAMBÉM: 'Tanta gente usa a imagem dela para se promover', diz Luyara, filha de Marielle Franco
Há um capítulo que tem mulheres de poderes e poderes das mulheres. Falo das mulheres que governaram o Brasil, das primeiras políticas e, aí, encaixei a Marielle na questão como vereadora, da participação no movimento popular, de onde ela veio e o que se tornou.
Você traça o perfil de mulheres que marcaram a nossa História?
Explico porque algumas mulheres não fazem parte da História. Modifico um pouco o discurso padrão de outras, como falar que a Dilma é a primeira mulher a governar o Brasil. Não. Não foi. A gente tem exemplos antes da República. Duas mulheres governaram o Brasil antes da presidente Dilma. Temos a Leopoldina e a própria Princesa Isabel, que governou o Brasil, no mínimo, por quase cinco anos. Ela assumia quando o pai viajava.
O senhor voltou à Marquesa de Santos com o monólogo em que ela mostra insatisfação com o que contaram em sua biografia.
Tenho uma peça a respeito da Marquesa de Santos. Brinco com a questão do árduo trabalho de ser biógrafo. A gente tem de trabalhar com documentação e, às vezes, faltam dados. Mas não podemos criar porque vira ficção. Acabamos deixando lacunas. Neste monólogo, faço uma inversão. A marquesa discute com o biógrafo imaginário, do mesmo jeito que tive a personagem imaginária dela na minha frente durante os dois anos em que escrevi a biografia.
A marquesa é um bom exemplo para entendermos como a mulher foi relegada na História?
Essa história da marquesa envolve muito a questão de gênero, absurdamente ainda comum. Uma questão pouco falada é que ela foi esfaqueada pelo marido. Ele jogava cartas e perdia muito dinheiro. Falsificou a assinatura de Domitila para vender terras que tinha herdado e conseguir o dinheiro. Chego ua tentar matá-la. Quer dizer, o cara tentou se livrar da marquesa, de ter tentado matá-la, alegando legítima defesa da honra. A quantidade de feminicídios no Brasil tem aumentado cada vez mais. Tem coisas que aconteceram há 200 anos, mas que continuam acontecendo até hoje.
Essa nova maneira de olhar para a História gerou polêmicas?
Uma coisa que me questionaram é se eu não estava tirando o lugar da fala da mulher. As mulheres estão inseridas na sociedade, mas ela snão vão conseguiram mudar tudo sozinhas. A sociedade precisa mudar. O homem, também, tem de fazer isso.
O monólogo "Marquesa de Santos" será apresentado no dia 17 de agosto, pela atriz Beth Araújo.
Solar da Marquesa de Santos (Museu da Cidade de São Paulo), às 10h
Rua Roberto Simonsen 136, Sé, Centro de São Paulo.
O monólogo traz à tona um questionamento sobre o verdadeiro papel das mulheres em nossa História. Normalmente, diminuído ou até apagado. A elas eram reservados apenas dois papéis: o de esposa fiel ou de amante.
– O papel da mulher brasileira foi sendo invisibilizado ou diminuído conforme se conta a História. Quem conta um conto aumenta um ponto. Mas, no caso das mulheres, parece que diminuem vários pontos – observa o escritor e biógrafo Paulo Rezzutti, que finalizou o roteiro da peça que mostra a rica e agitada vida de Domitila.
Rezzutti começou a perceber algo de errado na História de personagens femininas já em sua primeira biografia, lançada em 2013, justamente sobre a marquesa: “Domitila, a verdadeira história da Marquesa de Santos”. Em 2017, o escritor abordou o outro lado do caso. Escreveu sobre a mulher do imperador: “D. Leopoldina. A História não Contada”. Percebeu que, mais uma vez, a personagem recebia uma descrição histórica reduzida. Era a mulher traída e mãe do herdeiro do trono, D. Pedro II. O escritor a define como a mulher que arquitetou a independência do Brasil.
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Rezzutti pesquisou a biografia de mais de 200 personagens marcantes em todas as épocas no País. O esforço culminou no livro “Mulheres do Brasil – A história não contada”, lançado no ano passado.
Para ele, além de uma sociedade sem discriminação de gênero, a mulher tem direito a um novo papel na História. Nesta entrevista, o autor nega que esteja tomando a fala de lideranças femininas. A mudança, ressalta, precisa envolver a todos.
Como você começou a olhar mais para o papel da mulher na nossa História?
Trabalhos anteriores me levaram a notar como o papel da mulher brasileira foi sendo invisibilizado ou diminuído conforme se conta a História do País. Quem conta um conto aumenta um ponto. Mas, no caso das mulheres, parece que diminuem vários pontos. Comecei a minha carreira de biógrafo com a Marquesa de Santos. Estudando a figura de Domitila de Castro Canto e Melo, vi que ela não se resumia a amante do imperador. Viveu quase 70 anos, foi amante de D.Pedro durante sete, e teve uma vida riquíssima, de ações, de amores, de filhos, de processos políticos. Foi militante do Partido Liberal, tanto em São Paulo como no Rio de Janeiro. Havia uma participação política dela, em nível nacional e local, em São Paulo, completamente apagada.
Você encontrou outros casos semelhantes?
Uma outra biografia que escrevi foi sobre a Imperatriz Leopoldina. Durante o processo de escrita, vi o quanto ela era mais preparada para governar que o próprio D. Pedro I. A visão geopolítica, os contatos internacionais desde a época em que viveu em Viena e a convivência com várias pessoas importantes. Leopoldina estava em Viena, em 1814-15, quando ocorreu o grande Congresso de Viena, que o pai dela (Francisco I, da Áustria) sediou. Estavam lá o czar da Rússia (Alexandre I) e embaixadores britânicos e do mundo todo.
A experiência da imperatriz foi importante em momentos decisivos do País?

Foi daí que veio o estalo sobre a diminuição do espaço da mulher na História brasileira?
Vendo essas duas mulheres, comecei a pensar: "Quem mais?" Quais foram as outras personagens que, também, não tiveram a história contada integralmente? Por que essas que a gente conta integralmente a vida estão na nossa história? Por que se fala da Anna Nery, a enfermeira que cuidou dos feridos na Guerra do Paraguai, que montou hospitais e laboratórios? Por que se fala da Maria Quitéria, uma mulher que pegou em armas durante a Guerra da Independência? Porque elas se encaixam em papéis que o homem permite. A Maria Quitéria só virou um soldado porque o País estava precisando. Ela se tornou um exemplo até mesmo para cutucar os homens: "A mulher está indo para a guerra, e você não vai ajudar o seu país?" E, depois, ela sumiu da História porque virou mãe e filha obediente.
Como as mulheres conseguiram ser vistas por outro ângulo?
A Anna Nery esteve na Guerra do Paraguai. Os filhos eram militares, e ela, viúva. Não tinha mais o que fazer da vida e seguiu os filhos. Depois que voltou da guerra, esta imagem sumiu. Portanto, estas mulheres eram figuras que serviam como exemplos históricos, de benemerência, exemplo disso ou daquilo. Mas, aí, há as vivandeiras, mulheres que seguiam o Exército brasileiro na Guerra do Paraguai. Como a Anna Nery, outras mães, esposas e amantes seguiram os seus respectivos. Essas mulheres lavavam, passavam, cozinhavam e ajudavam o esforço de guerra. E muitas dessas mulheres, como Florisbela e Maria Curupaiti, quando os maridos caíram mortos, pegaram em armas e enfrentaram os paraguaios. Isso não aconteceu uma, mas várias vezes. Algumas continuaram seguindo o Exército como soldados. Essas mulheres não entraram na História.
O papel da mulher já estava definido ao nascer?
Durante séculos, o espaço da mulher foi interno, ela era a rainha do lar. Se saísse de casa, precisava da companhia do marido, do irmão ou do pai. Não podia ter acesso ao espaço público sem alguém que tomasse conta. O homem, não. Era o homem público, o cara ilibado. Mulher pública não era ilibada. Muito pelo contrário. Na época do Segundo Reinado, mulheres expunham quadros e ganhavam medalhas nas exposições imperiais da Academia de Belas Artes. Só que eram quadros de natureza morta, paisagens e bichinhos. A mulher não tinha acesso ao estudo do nu artístico. Para a mulher, era limitante, também, a expressão da arte.
E como surgem os primeiros quadros que mostram a mulher em posição fora dos padrões?

Com o olhar de outra mulher, a História é diferente?
A gente tem a imagem da Maria Quitéria graças a uma inglesa, Maria Graham. Ela foi a preceptora da Maria da Glória – a filha mais velha de Leopoldina e D. Pedro I, rainha de Portugal. Maria Graham era uma mulher muito culta. Escreveu um livro a respeito da viagem ao Brasil. Relatou conversa com Maria Quitéria, ilustrada por gravura da personagem (com saia em cima da calça) feita pelo inglês Edward Finden. Por isso, sabemos que Maria Quitéria existiu. A questão é que ela havia brigado com o pai para ingressar no Exército. E o pai foi atrás dela, mas o Exército não a devolveu porque era boa atiradora. Naquele momento da independência, precisavam de gente com o mínimo de noção de arma, e Quitéria, criada pelo pai junto com um monte de irmãos, sabia caçar, atirar, montar, tudo o que homem sabia.
Mesmo no período colonial, as mulheres já apresentavam papel relevante?
A gente esquece das mulheres do Brasil Colônia. Duas capitanias hereditárias deram muito certo, São Vicente e de Pernambuco. Ambas foram governadas por mulheres. São Vicente foi fundada por Martim Affonso de Souza. Quando ele voltou para Portugal e recebeu uma ordem para partir rumo às Índias, passou uma procuração para a mulher, Anna Pimentel, administrar a capitania a partir de Portugal. Ela enviou os primeiros colonos para a região, além de gado, arroz, laranja e várias outras coisas. Martim Affonso de Souza havia determinado que a capitania se desenvolvesse apenas no litoral, mas ela descumpriu a ordem e permitiu que os colonos pudessem subir a Serra do Mar. Em última instância, São Paulo foi fundada graças a Ana Pimentel.Em Pernambuco foi uma viúva que perdeu os filhos e, sozinha, fez a capitania dar certo.
As mulheres sempre encontraram resistência a uma maior participação?
Julieta de França foi uma das primeiras escultoras do Brasil e a primeira a ganhar uma bolsa de estudos do governo, já nos anos iniciais da República. Em Paris, estudou com Rodin e participou de vários salões de arte. Como sua bolsa era pequena, ela não tinha recursos para fundir as peças em bronze e as apresentou em gesso. Mesmo assim, foi reconhecida e seu trabalho ficou em terceiro lugar em uma lista de esculturas feita por um crítico importante da época.
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Marielle entrou no meio da produção do livro. Os originais já tinham sido entregues e, na época, a editora-chefe com quem trabalho chamou a atenção sobre o crime. Aí, vi o quanto a vereadora havia trabalhado pelos direitos humanos. Pensei que o livro ficaria datado porque logo resolveriam o assassinato dela. Já faz mais de um ano e não vai ser amanhã que vão resolver o caso Marielle.
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Há um capítulo que tem mulheres de poderes e poderes das mulheres. Falo das mulheres que governaram o Brasil, das primeiras políticas e, aí, encaixei a Marielle na questão como vereadora, da participação no movimento popular, de onde ela veio e o que se tornou.
Você traça o perfil de mulheres que marcaram a nossa História?
Explico porque algumas mulheres não fazem parte da História. Modifico um pouco o discurso padrão de outras, como falar que a Dilma é a primeira mulher a governar o Brasil. Não. Não foi. A gente tem exemplos antes da República. Duas mulheres governaram o Brasil antes da presidente Dilma. Temos a Leopoldina e a própria Princesa Isabel, que governou o Brasil, no mínimo, por quase cinco anos. Ela assumia quando o pai viajava.
O senhor voltou à Marquesa de Santos com o monólogo em que ela mostra insatisfação com o que contaram em sua biografia.
Tenho uma peça a respeito da Marquesa de Santos. Brinco com a questão do árduo trabalho de ser biógrafo. A gente tem de trabalhar com documentação e, às vezes, faltam dados. Mas não podemos criar porque vira ficção. Acabamos deixando lacunas. Neste monólogo, faço uma inversão. A marquesa discute com o biógrafo imaginário, do mesmo jeito que tive a personagem imaginária dela na minha frente durante os dois anos em que escrevi a biografia.
A marquesa é um bom exemplo para entendermos como a mulher foi relegada na História?
Essa história da marquesa envolve muito a questão de gênero, absurdamente ainda comum. Uma questão pouco falada é que ela foi esfaqueada pelo marido. Ele jogava cartas e perdia muito dinheiro. Falsificou a assinatura de Domitila para vender terras que tinha herdado e conseguir o dinheiro. Chego ua tentar matá-la. Quer dizer, o cara tentou se livrar da marquesa, de ter tentado matá-la, alegando legítima defesa da honra. A quantidade de feminicídios no Brasil tem aumentado cada vez mais. Tem coisas que aconteceram há 200 anos, mas que continuam acontecendo até hoje.
Essa nova maneira de olhar para a História gerou polêmicas?
Uma coisa que me questionaram é se eu não estava tirando o lugar da fala da mulher. As mulheres estão inseridas na sociedade, mas ela snão vão conseguiram mudar tudo sozinhas. A sociedade precisa mudar. O homem, também, tem de fazer isso.
O monólogo "Marquesa de Santos" será apresentado no dia 17 de agosto, pela atriz Beth Araújo.
Solar da Marquesa de Santos (Museu da Cidade de São Paulo), às 10h
Rua Roberto Simonsen 136, Sé, Centro de São Paulo.
sábado, 29 de junho de 2019
Apple Moves Mac Pro Production to China (WSJ)
O que o Trump vai dizer a partir desse anúncio, justo no dia em que ele se encontra com Xi Jinping?
F...... Apple?
Mas é justamente ele que torna impossível a manufatura desses produtos nos EUA, ao elevar tarifas sobre importações de insumos e produtos da China.
Suas ações têm o dom de produzir o efeito justamente contrário ao pretendido, retirando renda, salários e empregos aos trabalhadores americanos.
Paulo Roberto de Almeida
Trade tensions are disrupting supply chains in China that have churned out electronics such as Apple's iPhone and Nintendo's Switch. Now companies are considering a move out of the country. Photo composite: Sharon Shi
F...... Apple?
Mas é justamente ele que torna impossível a manufatura desses produtos nos EUA, ao elevar tarifas sobre importações de insumos e produtos da China.
Suas ações têm o dom de produzir o efeito justamente contrário ao pretendido, retirando renda, salários e empregos aos trabalhadores americanos.
Paulo Roberto de Almeida
Apple Moves Mac Pro Production to China
The $6,000 desktop computer had been the company’s only major device assembled in the U.S.
By Tripp Mickle and Yoko Kubota
The Wall Street Journal, June 28, 2019 9:32 am ET
Trade tensions are disrupting supply chains in China that have churned out electronics such as Apple's iPhone and Nintendo's Switch. Now companies are considering a move out of the country. Photo composite: Sharon Shi
Apple Inc. is manufacturing its new Mac Pro computer in China, according to people familiar with its plans, shifting abroad production of what had been its only major device assembled in the U.S. as trade tensions escalate between the Trump administration and Beijing.
The tech giant has tapped Taiwanese contractor Quanta Computer Inc. to manufacture the $6,000 desktop computer and is ramping up production at a factory near Shanghai, the people said. Apple can save on shipping costs for components given the proximity of many suppliers.
sexta-feira, 28 de junho de 2019
Villafañe abre na ABL o ciclo de conferências sobre o Barão do Rio Branco
Diplomata e historiador Luís Cláudio Villafañe abre na ABL o ciclo de conferências sobre o Barão do Rio Branco
O diplomata e historiador Luís Cláudio Villafañe abre na Academia
Brasileira de Letras o ciclo de conferências Legado de Rio Branco: interpretações e atualidade,
sob coordenação do Acadêmico e jornalista Merval Pereira. O evento está
programado para o dia 4 de julho, quinta-feira, às 17h30min, no Teatro R.
Magalhães Jr. (Avenida Presidente Wilson, 203, Castelo, Rio de Janeiro), com o
tema Procedo neste caso como teria procedido o Barão:
O legado de Rio Branco como fonte de legitimidade. Entrada
franca.
A Acadêmica e escritora Ana Maria Machado é a
coordenadora geral dos Ciclos de Conferências de 2019.
Serão fornecidos
certificados de frequência.
O ciclo terá mais duas conferências no mês de julho, sempre às
quintas-feiras, no mesmo local e horário: Rio Branco hoje: os desafios do ofício, com o
diplomata Marcos Azambuja, no dia 11; e Rio Branco: a persistência de um novo paradigma para a
política externa, diplomata e professor Gelson Fonseca, dia 25.
O CONFERENCISTA
Luís Cláudio Villafañe Gomes
Santos, diplomata e historiador,
nasceu no Rio de Janeiro em 18 de setembro de 1960. Bacharel em Geografia pela
Universidade de Brasília e bacharel em Diplomacia pelo Instituto Rio Branco,
possui pós-graduação em Ciência Política pela New
York University e mestrado e doutorado em História pela Universidade
de Brasília.
Nomeado Embaixador do Brasil na República da Nicarágua por Decreto de
16 de fevereiro de 2017.
Como diplomata serviu no Escritório Financeiro do Itamaraty em Nova
York, nas Embaixadas do Brasil na Cidade do México, Washington, Montevidéu e
Quito, e na Missão do Brasil junto à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
(CPLP), em Lisboa.
Villafañe é autor de diversos livros sobre a história das relações
exteriores do Brasil, entre os quais, O Evangelho do Barão (Unesp, 2012) e O dia em
que adiaram o carnaval (Unesp,
2010). Foi curador da mostra oficial sobre o centenário da morte do patrono da
diplomacia brasileira “Rio Branco: 100 anos de memória”, exibida em Brasília e
no Rio de Janeiro em 2012.
Publicou artigos em revistas especializadas e participou em obras
coletivas no Brasil, Estados Unidos, Europa e América Latina, dentre as quais a
coleção Historia General de América Latina, publicada pela Unesco.
Ademais de sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico
Brasileiro (Rio de Janeiro) e da Academia de Geografía e Historia de Nicaragua
(Manágua), é pesquisador associado ao Observatório das Nacionalidades
(Fortaleza).
Vencedor do Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA),
melhor livro do ano (2018) na categoria Biografia/Autobiografia/Memória, com Juca
Paranhos, o barão do Rio Branco.
27/06/2019
Acadêmico Merval Pereira convida para o ciclo "Legado de Rio Branco: interpretações e atualidade"
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