Primeiro, está digitalizada toda a série "Almanaques/Anuários de pessoal". Muitos números já estavam disponíveis na Biblioteca Nacional, mas a última edição de lá é de 1977 e são apresentados na plataforma não tão amigável do Docvirt. Agora, com a grande ajuda do Chdd, todas as edições estão disponíveis neste link.
Segundo, em julho, se tudo der certo, conseguirei, em colaboração com a biblioteca, iniciar a digitalização da série circulares postais das décadas de 1970 e 1980. A DCA gentilmente emprestou temporariamente um scanner CZUR para a tarefa. É um projeto piloto. Poucas pessoas sabem, mas a biblioteca em Brasília conta com grande volume de documentos, inclusive os relatórios das delegações do Brasil às Assembleias Gerais da ONU e muitos panfletos raros. Diria ser o "quarto" arquivo do MRE de Brasília.
Terceiro, estou na fase final de revisão do volume da história administrativa e listagem de chefes de postos diplomáticos, iniciativa em colaboração com o meu colega Frederico Ferreira, chefe do arquivo no Rio de Janeiro. A última versão do rascunho vai anexa. Será acompanhada dos dados em CSV/Excel para os pesquisadores darem destinação mais criativa e uma página com dashboards apresentando as informações de forma sistemática e amigável (teste por enquanto hospedado aqui.
Do ponto de vista dos meus colegas do arquivo, há muitos avanços:
1) Ano passado foi concluída a digitalização da série Informações ao Presidente da República, na minha opinião o acervo mais importante do regime militar (vai até 2002, mas nem tudo foi desclassificado ainda);
2) Provavelmente até outubro será concluída a digitalização dos microfilmes de ofícios, circulares telegráficas, telegramas e série chanceler do período que vai do final da década de 1960 até o fim da década de 1980. Serão provavelmente mais de 30 TB com centenas de milhares de páginas;
3) Conclusão da reforma das novas salas de pesquisa. Agora é possível acolher pelo menos quatro pesquisadores concomitantemente;
4) Foram reiniciadas conversas com a área de ciência da informação da UnB para uma consultoria sobre o arquivo que definirá um projeto para sanar as pendências junto ao CONARQ/Arquivo Nacional, identificará problemas na organização e preservação do acervo, confeccionará os documentos para subsidiar a contratação de equipe de digitalização e criará um repositório institucional (ATOM) para a disponibilização do material digitalizado aos pesquisadores.
Este último ponto é um gargalo muito sério para os usuários e a ideia é que atenda as necessidades do Rio de Janeiro também.
5) A série "Memorandos" é a melhor para compreender o processo decisório interno do MRE, sendo possível inclusive identificar os debates que levavam à confecção das Informações ao Presidente da República. Agora, ela finalmente está bem organizada, mas infelizmente ainda não há planos de digitalização, o que é uma pena. Futuramente tentarei discutir a possibilidade de um grupo de historiadores compartilharem o custo de um estagiário de pesquisa para não ter de esperar o incerto processo de digitalização futuro (é isso que estou fazendo com as circulares postais no momento).
Enfim, tendo experiência desde 2004 com a área, posso afirmar que nunca houve perspectiva tão otimista, apesar de todos os constrangimentos orçamentários e entraves naturais da burocracia.
Por favor circulem as informações para seus orientandos que se interessem pelo tema.
Abraços,
Rogerio de Souza Farias
IPRI-Funag/MRE
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