O Brasil de Lula e o comercio com a Rússia
“O Brasil de Lula se tornou o maior comprador de diesel russo: um aumento de mais de 6.000% em 2023, num valor de US$ 4,5 bilhões nas importações, no quadro de um comércio total que foi um recorde histórico: US 11,3 bi em 2023.” (OESP, 27/04/2024)
Lula compra tudo o que pode de Putin, ajudando-o na guerra contra a Ucrânia. Se trata de uma decisão politica tomada pelo presidente: ajudar Putin, com claro sentido político!
A decisão política, tomada no mais nível, foi a de aumentar o comércio bilateral com a Rússia o máximo possivel, com destaque para diesel e fertilizantes.
Faz parte da diplomacia do Sul Global proclamada triunfalmente por Lula. Mas Rússia faz parte desse Sul Global? A China também?
A intenção claramente confronta a política adotada pelo Ocidente no contexto da violação da Carta da ONU.
O Brasil não defende a ONU e o Direito Internacional?
Teoricamente sim; na prática, o gesto político foi claramente o de continuar e de aumentar o comércio bilateral, demonstrando claro alinhamento com o país violador da Carta da ONU.
A “desculpa” é a de que não se trata de “sanções multilaterais”, aprovadas pelo CSNU, as únicas que o Brasil teria a obrigação de cumprir. Sim, mas exista uma dimensão e um sentido moral extremamente claros, determinados por artigos Carta da ONU, que prescreve aos Estados membros o apoio à parte agredida ilegalmente. O Brasil está descumprindo expressamente essa diretiva, não só ao manter, como também ao ampliar um comércio que claramente beneficia a Rússia.
Não havia a necessidade de fazê-lo, mas o gesto traduz uma postura de indisfarçável apoio a um Estado violador da Carta e agressor de uma nação soberana.
O Brasil aparece aos olhos do mundo como totalmente indiferente aos princípios que diz defender em sua diplomacia multilateral.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 27/04/2024
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