Retomada do trabalho no
Itamaraty, depois de 13 anos de regime companheiro: um relatório das atividades
desde a volta do exterior
Paulo Roberto de Almeida
[Junção dos
trabalhos 3145 e 3146; relatório de atividades desde o retorno ao Itamaraty;
balanço e avaliação]
Introdução
Não é segredo para nenhum
colega do Itamaraty – embora seja eventualmente desconhecido para a maior parte
dos “paisanos”, ou seja, os de fora, com exceção de um pequeno círculo de
acadêmicos mais próximos – que eu permaneci à margem de qualquer trabalho na
Secretaria de Estado durante a duração completa dos governos companheiros no
Brasil, ou seja, desde o início de 2003, quando fui vetado para dirigir o
mestrado em diplomacia no Instituto Rio Branco, até o mês de agosto de 2016,
quando fui finalmente confirmado como novo Diretor do Instituto de Pesquisa de
Relações Internacionais, IPRI-Funag/MRE. Durante todo o período tive atividades
total ou parcialmente fora do Itamaraty, ou simplesmente fiquei no chamado DEC,
título vulgar do “Departamento de Escadas e Corredores”, ou seja, daqueles que
vivem no limbo ou no ostracismo não declarado oficialmente.
Devem existir muitas
razões para tal afastamento, embora eu mesmo não possa dizer com certeza quais
as razões exatas dessa “distinção”: provavelmente fui tomado por, ou
considerado, um “inimigo do regime lulopetista", o que aliás muito me honra,
pois ser classificado como opositor da organização criminosa que assaltou o
Brasil entre janeiro de 2003 e maio de 2016 é certamente um prêmio do meu ponto
de vista: não tive o desprazer de trabalhar para uma diplomacia que sempre
considerei fundamentalmente equivocada e danosa para o país.
Tendo sido reintegrado,
há exatamente um ano, ao serviço exterior, na condição de “ativo”, venho, por
meio de dois relatórios parciais e complementares, prestar contas aos
interessados de uma parte, ao menos, de minhas atividades desde que voltei do
exterior, no final de 2015. Como sou pago pela coletividade para prestar
serviços ao Estado em funções diplomáticas, o que os companheiros fizeram nos
últimos treze anos foi simplesmente uma irregularidade administrativa,
provavelmente passível de algum processo, o que evitei fazer por diversos
motivos. Os que assim procederam, tinham provavelmente a intenção de me dobrar,
ou seja, de me intimidar, evitar que eu fizesse críticas ao regime companheiro,
em especial sua diplomacia. Nunca me intimidei: como já repeti várias vezes,
nunca deixei o cérebro em casa quando saía para o trabalho, e tampouco o
depositava na portaria ao adentrar no ministério. Sempre disse o que pensava,
sempre registrei minhas opiniões e posturas, e geralmente escrevia e publicava
o que me parecia adequado, num plano mais acadêmico do que profissional, e
sempre considerei expressar-me objetivamente, com a independência e honestidade
intelectual que são os critérios básicos pelos quais me guio em minhas tarefas
reflexivas.
Não vou retomar agora
toda a trajetória da minha longa “travessia do deserto”, pois ela está
suficientemente refletida nas dezenas, centenas de trabalhos produzidos ao
longo desses treze anos de produção contínua. No plano estritamente
diplomático, posso apenas referir-me a um volume de trabalhos seletivos em
temas de política externa do Brasil e de sua diplomacia, assim registrado:
3121. Quinze anos de política externa: ensaios sobre
a diplomacia brasileira, 2002-2017; Brasília: Edição do Autor, 2017, 366 p.
Volume de ensaios compilados sobre as temáticas do título. Disponibilizado na
Academia.edu (link: https://www.academia.edu/33186849/QUINZE_ANOS_DE_POLITICA_EXTERNA_ENSAIOS_SOBRE_A_DIPLOMACIA_BRASILEIRA_2002-2017 ). Informado no blog Diplomatizzando (http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/05/quinze-anos-de-politica-externa-ensaios.html; twittado neste link: https://shar.es/1Rvapr).
O que consigno abaixo,
de forma unificada, são os dois relatórios parciais de atividades no último ano
e meio desde minha volta do exterior, em dezembro de 2015. Espero que eles
sejam suficientemente transparentes aos que por acaso desconheciam completamente
minha condição profissional, e minha postura política, na longa travessia
histórica do Brasil entre A.C. e D.C., ou seja, antes e depois dos companheiros
(não pretendo que isso seja inscrito na nossa historiografia, mas para mim esse
intervalo de tempo tem um significado especial).
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 6 de agosto de
2017
Aqui as fichas dos dois
trabalhos transcritos no seguimento: (aqui suprimidos por redundância)
3145. “IPRI-Funag/MRE:
como cheguei à sua direção?”, Brasília, 4 agosto 2017, 7 p. Relato sobre os
trabalhos realizados até dar início às atividades como Diretor do Instituto de
Pesquisa de Relações Internacionais, IPRI-Funag/MRE. Transcrição dos principais
textos produzidos nos meses anteriores a agosto de 2016. Postado no blog Diplomatizzando (link: (https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/apos-um-ano-no-comando-do-ipri-um.html)
e disseminado no Facebook (link: https://www.facebook.com/paulobooks/posts/1613606942036083).
3146. “Um ano no
IPRI: relato das atividades desenvolvidas”, Brasília, 5 agosto 2017, 11 p.
Lista dos eventos realizados no IPRI e transcrição de fichas de trabalhos
pertinentes desenvolvidos durante o primeiro ano de atividades na direção do
IPRI. Postado no blog Diplomatizzando
(link: https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/ipri-atividades-promovidas-na-gestao-de.html)
e disseminado no Facebook (link: https://www.facebook.com/paulobooks/posts/1614471058616338).
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 6 de agosto de 2017
Publicado parcialmente no blog Diplomatizzando
e registrado em Academia.edu, seção de drafts, e em Research Gate.
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