Apoio inteiramente, integralmente, se me permitem a redundância, a campanha da ONG Escola Sem Partido. Sei como "funcionam" as escolas brasileiras, sei o que "pensam" os professores -- sorry, mas as aspas são inevitáveis, sem qualque ironia -- e sei o que seria preciso ser feito (e que, infelizmente, não será).
Por isso transcrevo aqui este post do Escola Sem Partido.
Deveres do Professor
Escola Sem Partido - Educação sem Doutrinação
22.05.2010
Ao lado da liberdade de ensinar, está a liberdade de aprender, ambas asseguradas pelo art. 206 da Constituição Federal.
A doutrinação político-ideológica em sala de aula constitui claro abuso da liberdade de ensinar; abuso que implica o cerceamento da correspondente liberdade de aprender, já que, numa de suas vertentes, essa liberdade compreende o direito do estudante de não ser doutrinado.
Ora, só um estudante consciente dos seus direitos poderá defendê-los contra a ação abusiva de professores militantes. Por isso, o EscolasemPartido.org elaborou a relação (obviamente não exaustiva) de Deveres do Professor que se vê abaixo.
Peça à sua escola ou à escola de seu filho que mande imprimir e afixar cartazes contendo essa relação de deveres em locais onde possam ser vistos por alunos e professores. Se a escola se recusar, você saberá do lado de quem ela está.
______________________
DEVERES DO PROFESSOR
1. O professor não abusará da inexperiência, da falta de conhecimento ou da imaturidade dos alunos, com o objetivo de cooptá-los para esta ou aquela corrente político-ideológica, nem adotará livros didáticos que tenham esse objetivo.
2. O professor não favorecerá nem prejudicará os alunos em razão de suas convicções políticas, ideológicas, religiosas, ou da falta delas.
3. O professor não fará propaganda político-partidária em sala de aula nem incitará seus alunos a participar de manifestações, atos públicos e passeatas.
4. Ao tratar de questões políticas, sócio-culturais e econômicas, o professor apresentará aos alunos, de forma justa – isto é, com a mesma profundidade e seriedade –, as principais versões, teorias, opiniões e perspectivas concorrentes a respeito.
5. O professor não criará em sala de aula uma atmosfera de intimidação, ostensiva ou sutil, capaz de desencorajar a manifestação de pontos de vista discordantes dos seus, nem permitirá que tal atmosfera seja criada pela ação de alunos sectários ou de outros professores.
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
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Um comentário:
Paulo,
Em princípio, sou favorável a tal escola. Por sorte, não fui submetido a um ambiente educacional de extrema militância, nem sofri com professores demasiado prosélitos. Imagino, no entanto, a que tipo de escola se propõe combater a que pões em questão. Entretanto, esses clamores que acompanham tais manifestos parecem muitas vezes indicar a possível existência de um ambiente neutro, em que o aluno encontraria a "essência" da educação. Ignoram alguns que a doutrinação não se manifesta ostensivamente sempre; o simples direcionamento de leituras, descartando-se a pluralidade de pontos de vista que requer a educação da mais alta qualidade, já é uma espécie de proselitismo. O que corresponde ao ítem (4) sobre o estudo das principais versões, teorias, de determinada matéria. O problema está que em muitas instituições há cartazes com dizeres semelhantes, mas eles não são "vividos" pelas pessoas que lhe fazem parte: alunos, pais, mestres, etc. Há que se pensar nisso...
P.S: Perdão pelas palavras um tanto "avoadas", mas parei de estudar agora 05h55 e o sono já me abate...
Abraços.
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