O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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quinta-feira, 20 de junho de 2024

"Livres da Polarização" - Roberto Freire, Eduardo Jorge, Gilberto Natalini, Augusto de Franco e Elena Landau (artigo no Estadão)

Livres da Polarização

https://www.youtube.com/live/whaF71IQdD8

Link para o WhatsApp do Livres da Polarização: 


Livres da polarização

Quem falará pelos 40% de brasileiros que não são petistas nem bolsonaristas, nem apoiam essas forças políticas populistas?

Apocaliise now? Putin beira a insanidade

 Como administrar um tirano insano, que pretende vencer ou provocar a ruína de todos? Cabe isolar Putin e desativar o seu poder. A China deve ser advertida sobre isso. E o Lula, que apoia Putin? Vai continuar apoiando a insanidade?

PUTINS ENDGAME!

Putin says that a strategic loss for Russia against the West is not Possible. In such a scenario, Russia will ensure that there will be no winner.

@DAlperovitch

Memória e diplomacia: o verso e o reverso (2010) - Paulo Roberto de Almeida

 Enquanto não preparo uma resenha das memórias de Rubens Ricupero, reproduzo aqui um texto antigo sobre as "memórias" de diplomatas.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 20 de junho de 2024

Memória e diplomacia: o verso e o reverso

 

Paulo Roberto de Almeida

 Shanghai, 2010


Memórias, pelo menos memórias publicadas, não são para qualquer um: elas geralmente constituem o apanágio e a distinção daqueles que tiveram um itinerário de vida semeado de grandes e importantes cruzamentos com a vida política nacional (ou até internacional) e que desempenharam algum papel de relevo em alguns dos episódios. Pode ocorrer, também, com indivíduos que foram simplesmente testemunhas desses fatos, mesmo com alguma participação mínima nesses eventos, aquilo que Raymond Aron chamou, para si mesmo, de “espectador engajado” (ver suas Memórias, publicadas em 1983, e o livro de depoimento, que leva justamente esse título). Todos esses deveriam se sentir compelidos a colocar no papel, ou em qualquer outro suporte memorialístico, aqueles registros pessoais que apresentem relevância para a compreensão desses episódios, fatos e eventos de que tenha, ou não, participado, mas sobre os quais podem oferecer um depoimento inteligente. Líderes da área econômica, mesmo não tendo participado de fatos relevantes, mas que foram importantes em processos mais estruturais de transformação produtiva na vida de um país também podem oferecer suas “memórias do desenvolvimento”, pois de certa forma ajudaram a construí-lo e a enriquecer a sociedade. 

Os diplomatas, pela sua importância “locacional” em determinados episódios da interface externa do país, também poderiam oferecer bons testemunhos sobre os grandes eventos internacionais a que assistiram ou dos quais foram partícipes, ainda que em posição de baixa responsabilidade decisória. Muitos deles conviveram e assessoram estadistas, chefes de Estado e ministros, e se ocuparam justamente de processar a informação, colocá-la no contexto, oferecer resumos sintéticos e propostas de decisão para aqueles mesmos encarregados de tomá-las e se situam, assim, numa posição privilegiada para relatar o que viram, ouviram e até o que fizeram. São muitos os relatos diplomáticos e também numerosas as memórias de diplomatas, um gênero infelizmente muito pouco cultivado no Brasil, pelo menos entre os burocratas “normais” da carreira.

Podem ser contadas nos dedos das duas mãos – e não precisamos dos dedos dos pés – as memórias de diplomatas, o que é de certa forma lamentável, não apenas no plano individual, mas também como evidência de uma lacuna institucional. O volume reduzido de depoimentos pessoais significa que a Casa, o ministério (que possui uma excelente memória coletiva) não se ocupa de resguardar as memórias individuais de seus membros, por meio de um programa sistemático de preservação de papéis individuais e de depoimentos organizados, que ultrapassem o aborrecido dos burocráticos maços individuais, para alcançar o que se poderia chamar de reflexão sobre a carreira e sobre os episódios mais relevantes que a rechearam. Elas existem, por certo, mas bem mais como resultado de uma decisão pessoal do que por estímulo do serviço diplomático, e de forma mais organizada numa entidade externa – o Cpdoc, por exemplo – do que por iniciativa da própria instituição. 

Algumas dessas memórias cobrem mais o trivial da carreira, como exemplo o livro de Luis Gurgel do Amaral: O Meu Velho Itamarati (De Amanuense a Secretário de Legação) 1905-1913 (2a. ed.: Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2008; 1ra. ed.: Imprensa Nacional,1947), um despretensioso relato sobre os tempos do Barão e a chamada belle époque (certamente não no Brasil, pois o Rio de Janeiro ainda estava infestado de mosquitos da febre amarela, e o próprio Barão se refugiava em Petrópolis). Outras são bem mais consistentes, como o excelente depoimento escrito do próprio punho pelo ex-chanceler Mario Gibson Barboza: Na Diplomacia, o traço todo da vida (Rio de Janeiro: Record, 1992). Na mesma época, foi publicado um livro de pretensões mais modestas, do ex-chanceler Ramiro Saraiva Guerreiro: Lembranças de um Empregado do Itamaraty (São Paulo: Siciliano, 1992).

Pertencentes a um período histórico ainda anterior a esses depoimentos que cobrem, em grande medida, o período militar, figuram as memórias de Manoel Pio Correa Jr, O mundo em que vivi (Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 1996, 2 volumes), e as de Vasco Leitão da Cunha, Diplomacia em alto-mar: depoimento ao CPDOC (Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1994). Roberto Campos, o diplomata-economista, também deixou suas memórias; mas elas interessam menos, talvez, ao estudioso da história diplomática do Brasil do que ao pesquisador de sua história econômica: A Lanterna na Popa: memórias (Rio de Janeiro: Topbooks, 1994; 4a. ed. rev. e aum.; Rio de Janeiro: Topbooks, 2001-2004, 2 volumes). Ele era, certamente, uma ave rara no Itamaraty, que provavelmente não soube apreciá-lo à altura de sua capacidade, em virtude de sua posição bastante crítica à postura excessivamente “terceiro-mundista” do Itamaraty.

O mais recente exemplo no gênero memorialístico pode ser atribuído a Ovídio de Andrade Melo, que em seu algo desconjuntado depoimento encomendado por colegas ideologicamente afins, Recordações de um Removedor de mofo no Itamaraty: relatos de política externa de 1948 à atualidade (Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2009), trata da política nuclear do Brasil e da recusa ao TNP, do reconhecimento de Angola e dos seus périplos afro-asiáticos. Flavio Mendes de Oliveira Castro também ofereceu um depoimento mais para o anedótico, em Caleidoscópio: cenas da vida de um diplomata (Rio de Janeiro: Contraponto, 2007); mas ele já tinha reunido uma importante documentação sobre a própria casa e seus chefes nesta obra de 1981, recentemente atualizada e reeditada: Dois séculos de história da organização do Itamaraty; 1: 1808-1979; 2: 1979-2008 (Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2009, 2 volumes). Mais específica a uma determinada fase da vida de um diplomata, e juntando memória pessoal e depoimento sobre uma época, é este livro de Carlos Alberto Leite Barbosa: Desafio Inacabado: a política externa de Jânio Quadros (São Paulo: Atheneu, 2007). Outros cobrem praticamente toda a vida diplomática, pelo menos acima do conselheirato: foi o caso de Vasco Mariz em: Temas da política internacional: ensaios, palestras e recordações diplomáticas (Rio de Janeiro: Topbooks, 2008).

Também existem aqueles que juntam discursos, conferências, palestras e artigos publicados – muitos deles escritos por assessores – para realizar uma compilação em formato de livro, acrescido de algumas reflexões introdutórias ou comentários esparsos, o que parece ter sido o caso de Paulo Tarso Flecha de Lima, em seu Caminhos Diplomáticos: 10 anos de agenda internacional (Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1997) ou, mais recente, de Luiz Felipe Lampreia: O Brasil e os Ventos do Mundo (Rio de Janeiro: Objetiva, 2010). Os que não têm tempo de sequer fazer isso, apenas pedem que se lhe juntem os discursos (raramente escritos da própria mão) e os publicam às expensas do contribuinte, como já ocorreu com vários chefes da Casa. Outros colecionam papéis, importantes, que depois eventualmente serão disponibilizados pela família ou pessoalmente; foi o caso de Paulo Nogueira Batista, por meio desta coletânea: Suely Braga da Silva: Paulo Nogueira Batista: o diplomata através de seu arquivo (Rio de Janeiro: Cpdoc; Brasília: Funag, 2006); e também de um dos pioneiros da diplomacia econômica no Itamaraty: Teresa Dias Carneiro: Otávio Augusto Dias Carneiro, um pioneiro da diplomacia econômica (Brasília: Funag, 2005). 

Relevantes, também, são os depoimentos prestados ao Cpdoc, uma vez que eles vêm com um aparato crítico-metodológico que os próprios diplomatas não estão habituados a preparar. Podem ser citados, nessa categoria, João Clemente Baena Soares: Sem medo da diplomacia: depoimento ao Cpdoc (organizadores Maria Celina D’Araujo et alii; Rio de Janeiro: FGV, 2006); Marcílio Marques Moreira: Diplomacia, Política e Finanças (Rio de Janeiro: Objetiva, 2001); e o próprio Vasco Leitão da Cunha, já citado. Aguarda-se agora o depoimento de Rubens Antonio Barbosa, em curso de preparação pelo mesmo Cpdoc.

Um traço comum à maior parte dos depoimentos, memórias e entrevistas coletadas é a adesão de quase todos eles à chamada “cultura da Casa”, feita de certo conformismo pouco crítico com a política externa – que muitas vezes eles ajudaram a forjar ou a defender –, uma “fidalguia” de caráter que os impede de apontar lacunas sérias no modo de funcionamento do ministério e muita benevolência em relação às supostas excelências do serviço diplomático brasileiro. Poucos são críticos, como Roberto Campos, e os que são, como Ovídio Mello, o fazem por clara adesão política a correntes que nunca pertenceram ao chamado mainstream diplomático brasileiro, embora tenham permeado seu pensamento desenvolvimentista e terceiro-mundista.  Esse é, digamos assim, o reverso da medalha das “memórias diplomáticas”: elas expõem ou justificam algumas políticas, mais do que discutem seus fundamentos ou oferecem reflexões livres sobre suas implicações para o país e a sociedade.

Todos esses depoimentos, memórias e coletâneas de documentos e reflexões são relevantes na construção de uma memória “viva” – se é o caso de se dizer – da história diplomática brasileira; mas muito ainda falta a ser feito para se alcançar certo rigor na tomada de depoimentos – que deveria ser um empreendimento oficial e coletivo, por exemplo – e na sua depuração crítica, com todo o aparato da técnica historiográfica. Mais importante, o Itamaraty não dispõe sequer de um historiador oficial, que possa juntar os documentos mais relevantes, agrupá-los tematicamente e colocá-los à disposição dos pesquisadores e do público at large, como ocorre com a U.S. Foreign Relations series. Tempo virá, certamente, em que esse tipo de trabalho se fará em bases permanentes e regulares, com a ajuda dos muitos historiadores que já ingressaram na carreira diplomática.

 

Shanghai, 23.09.2010

Blog Diplomatizzando

(link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2010/09/memorias-diplomaticas-paulo-r-de.html )

quarta-feira, 19 de junho de 2024

Stefan Zweig e o país que não chegou ao futuro in: Stefan Zweig no caleidoscópio do tempo - Paulo Roberto de Almeida

 Mais recente capítulo de livro publicado, este ensaio sobre Stefan Zweig e sua obra sobre o Brasil, de 1941, que eu havia escrito um ano e meio atrás: 


4294. “Stefan Zweig e o país que não chegou ao futuro”, Brasília, 22 dezembro 2022, 10 p. Colaboração a livro sob a coordenação da Casa Stefan Zweig e do Laboratório de Estudos Judaicos da Universidade Federal de Uberlândia. Publicado in: Kristina Michahelles, Geovane Souza Melo Junior e Kenia Maria de Almeida Pereira (orgs.), Stefan Zweig no caleidoscópio do tempoReflexões sobre o autor de Brasil, um país do futuro (Rio de Janeiro: Passaredo Edições, 2024, 294 p.; ISBN: 978-65-983721-0-1; p. 131-146). Relação de Publicados n. 1561


Trecho inicial de minha contribuição: 


Stefan Zweig e o país que não chegou ao futuro

  

Paulo Roberto de Almeidaa

Diplomata, professor.

 

"Antes que, por livre vontade e na plena possessão de meus sentidos, eu abandone a vida, me sinto obrigado a cumprir um último dever: agradecer, desde o meu mais íntimo, a este maravilhoso país, Brasil, que nos ofereceu a mim e a minha obra um lugar tão magnífico e acolhedor. Cada dia passado aqui contribuiu a querer ainda mais a este país, em nenhum outro lugar teria desejado reconstruir a vida novamente, depois que o mundo de meu próprio idioma se derrubou e que o meu lar espiritual, a Europa, se autodestruiu. Mas, depois de cumprir sessenta anos fazem falta forças para começar totalmente de novo. E as minhas estão esgotadas, depois de tantos anos a errar sem pátria. Por isso considero melhor cerrar em seu devido tempo e com uma alta atitude uma vida que o trabalho intelectual e a liberdade pessoal me deram as maiores alegrias e me parecem o mais elevado bem desta terra. Saúdo a todos os meus amigos. Oxalá cheguem a ver a aurora depois desta larga noite. Eu, excessivamente impaciente, me adianto a todos eles."

“Declaração”, Stefan Zweig (Petrópolis, 22/02/1942)

 

 

Como nasceu a ideia de escrever sobre o “país do futuro”?

Nas memórias que começou a conceber desde sua saída apressada da Áustria, após que Hitler alcançou o poder na Alemanha, mas que só foram terminadas por ocasião de sua vinda definitiva para o Brasil, Stefan Zweig descreve seus sentimentos ao atravessar o Atlântico em 1936, a partir da Inglaterra, onde se encontrava exilado desde 1934: 

Era apenas com o meu corpo, e não com toda a minha alma, que eu vivia na Inglaterra naqueles anos. E foi justamente a preocupação que me causava a Europa, essa angústia que pesava dolorosamente sobre os nervos, que me fez viajar bastante, e mesmo atravessar duas vezes o oceano, durante os anos que se estendem da tomada do poder por Hitler e o começo da Segunda Guerra Mundial. Eu estava impulsionado talvez pelo pressentimento de que era necessário me abastecer de impressões e de experiências, tantas quanto o coração poderia conter, enquanto o mundo permanecia aberto e que ainda era permitido aos barcos navegar tranquilamente pelos mares, talvez mesmo pela suspeita ainda muito vaga de que o nosso futuro, o meu em especial, estava além dos limites da Europa. Uma sequência de conferências nos Estados Unidos me ofereceu a oportunidade desejada de ver, de leste a oeste, de norte a sul, esse grande país em toda a sua diversidade, combinada, entretanto, a uma profunda unidade. Mas, talvez ainda mais forte foi a impressão que me deu a América do Sul, na qual aceitei de boa vontade participar de um congresso convidado pelo PEN-Club Internacional: nunca antes me pareceu tão importante quanto esse momento de fortificar o sentimento da solidariedade espiritual acima das fronteiras dos países e das línguas. (1993, p. 461)

 

Sua primeira estada na América do Sul, com uma curta passagem pelo Rio de Janeiro, entre o final de agosto e o início de setembro, foi relatada numa coleção de impressões de viagem que o próprio Stefan Zweig publicou separadamente ao retornar à Inglaterra no outono de 1936. Zweig concebeu escrever um livro sobre o Brasil logo depois dessa primeira passagem pelo país, a caminho de Buenos Aires. Eles foram reunidos em 1937 e publicados numa editora vienense com vários outros textos do autor: Begegnungen mit Menschen, Büchern, Städten (Encontros com homens, livros, cidades). Em 1981, foram novamente reunidos na coletânea Länder, Städte, Landschaften (Países, cidades, paisagens).

Zweig já estava, então, planejando escrever um livro mais alentado sobre o Brasil e por isso recusou, no final de 1937, uma proposta de seu editor brasileiro, Abraão Kogan, para publicar uma edição traduzida, o que não se realizou de imediato. Ainda assim, Kogan juntou os relatos a outros textos do livro Begegnungen e publicou-a em 1938, numa edição uniforme de sua obra, sob um título similar: Encontros com homens, livros e países. Apenas oitenta anos depois de sua primeira viagem ao Brasil, os textos foram novamente publicados sob o título de Kleine reise nach Brasilien, traduzido e publicado como Pequena Viagem ao Brasil (2016). Vários trechos da Pequena Viagem foram de fato incorporados ao País do Futuro, que se beneficiou, assim, daquele projeto inicial necessariamente sintético, dada a brevidade de sua passagem em 1936, numa travessia atlântica durante a qual ele também começou a escrever a biografia de Fernão de Magalhães, na epopeia da primeira volta ao mundo (obra terminada e publicada em 1937).

A primeira estada de Zweig no Brasil se dá, portanto, sob o governo constitucional de Getúlio Vargas – eleito em 1934 pela Assembleia Constituinte –, mas já depois da Intentona Comunista de novembro de 1935, sob a vigência da Lei de Segurança Nacional, e dois anos antes das eleições previstas para 1938, quando deveria ser eleito, por voto direto e secreto (pela primeira vez), o próximo presidente. Zweig certamente tomou conhecimento do golpe do Estado Novo, em novembro de 1937, por acaso o mesmo nome já adotado pela ditadura portuguesa quase dez anos antes, na esteira de diversos outros regimes autoritários, geralmente de direita, que estavam se multiplicando na Europa e na América Latina. Já estabelecido na Inglaterra desde 1934, quando fugiu apressadamente de Salzburg, Zweig teve o “privilégio” de ver os seus livros queimados pelos nazifascistas duas vezes: em 1933, em Berlim, e novamente na Áustria em 1938, depois do Anchluss, a anexação ao Terceiro Reich. 

(...)

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O livro pode ser adquirido junto à Casa Stefan Zweig: 

Contato: casastefanzweig@gmail.com

https://casastefanzweig.org.br/

Extrema direita global se articula para minar agenda diplomática mundial (UOL)

 Extrema direita global se articula para minar agenda diplomática mundial

UOL Notícias
19 de junho de 2024

 O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e o presidente da Argentina, Javier Milei, em conferência conservadora nos EUA Imagem: 24.fev.2024-Handout / Argentina's Presidency Press Office / AFPMovimentos da extrema direita mundiais articulam uma aproximação para minar a agenda diplomática globais, desmontando ou pelo menos enfraquecendo de maneira importante acordos adotados por governos nos últimos anos. O foco é neutralizar a Agenda 2030, um plano de ação capitaneado pela ONU e que tem como meta criar um sistema de desenvolvimento sustentável.


Em 2015, governos de todo o mundo estabeleceram 17 objetivos a serem trabalhados até o ano de 2030, incluindo a erradicação da pobreza extrema, a transformação da produção, a igualdade de gênero, o uso adequado de recursos naturais, a garantia de educação e o fortalecimento dos direitos humanos.

O plano passou a ser o principal eixo dos esforços internacionais de desenvolvimento, na esperança de dar um salto qualitativo inédito para o planeta até o final da década.

Desmontar o pacote, porém, passou a ser uma das principais bandeiras da extrema direita, sob o argumento de que se trata de um "plano globalista" para minar as soberanias nacionais, destruir famílias e permitir a "invasão migratória" que abalaria o mundo cristão.

Nos últimos meses, uma ofensiva de desinformação nesse sentido ganhou força, inclusive fazendo uma relação entre o pacto para acabar com a pobreza e o surgimento da covid-19. Com teorias da conspiração, os difusores da mentira sugerem que a pandemia não existiu e seria apenas um instrumento para que a agenda progressista pudesse ser implementada.

Não faltam ainda postagens que alegam que o fluxo migratório ao Sul da Itália nada mais é que um suposto eixo da Agenda 2030, camuflado de "redução de desigualdade". A meta de educação de qualidade passou a ser acusada pela extrema direita de ser um instrumento para "doutrinar" as crianças, enquanto "igualdade de gênero" foi denunciada como uma suposta forma de promover a "destruição de famílias".

Nos últimos anos, líderes de diferentes partidos de ultradireita começaram a incorporar essa narrativa em seus discursos. Em 2021, por exemplo, num discurso no Parlamento espanhol, a deputada Magdalena Nevada del Campo, do partido Vox, alegou que "o globalismo - ou a Agenda 2030- não apenas não interessa aos patriotas, mas também destrói a soberania das nações". "Trata-se de uma agenda que quer destruir tudo o que dá a um homem sua identidade e destino: a família, a nação e a transcendência", disse.

A Agenda 2030, portanto, estaria baseada em ameaças ameaças falsas ao planeta, incluindo mudanças climáticas.

Desmonte começa a ser implementadoNa semana passada, porém, esse desmonte deixou de ser apenas uma narrativa e passou a ser implementado.

Ao retornar para a Argentina depois de ir aos comícios da extrema direita europeia, em Madri, o presidente Javier Milei apagou de todo seu programa de política externa as referências ao papel do país nos compromissos assumidos em 2015 sobre a Agenda 2030.

Uma circular ainda ordenou que todas as embaixadas e missões argentinas pelo mundo se distanciem de eventos, seminários, debates e negociações que tenham a Agenda 2030 como foco.

A decisão foi tomada depois de pressão feita pela cúpula do Vox, o movimento espanhol herdeiro do franquismo, e foi lamentada pela ONU.

"Na Argentina, as recentes medidas propostas e adotadas correm o risco de prejudicar a proteção dos direitos humanos", disse o alto comissário da ONU para Direitos Humanos, Volker Turk. "Essas medidas incluem cortes nos gastos públicos, que afetam particularmente os mais marginalizados, o fechamento anunciado de instituições estatais dedicadas aos direitos das mulheres e ao acesso à Justiça e uma instrução do Ministério das Relações Exteriores para suspender a participação em todos os eventos no exterior relacionados à Agenda 2030", lamentou.

"Peço às autoridades que coloquem os direitos humanos no centro de suas políticas, para construir uma sociedade mais coesa e inclusiva", pediu.

No início do ano, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, Milei já havia classificado os compromissos sociais como "uma agenda socialista".

Ainda assim, o fato chamou a atenção do Itamaraty e de chancelarias de outros países, que passaram a entender que a conexão entre os movimentos de extrema direita não se limita apenas a subir em palanques de forma a mostrar apoio mútuo. "Começa a existir coordenação e pressão inclusive para que medidas diplomáticas de países governados pelos ultraconservadores sejam modificadas", estima um negociador brasileiro.

A "passagem ao ato" por parte da Argentina ampliou a preocupação por parte do governo brasileiro em relação ao comportamento da extrema direita e sua capacidade de congelar a agenda internacional.

O que ocorreu na Argentina, segundo experientes embaixadores, pode ser apenas o começo de um processo maior. Com a extrema direita no poder em alguns países europeus, com uma influência maior no Parlamento Europeu e a possibilidade de uma vitória de Donald Trump, nos Estados Unidos, não se descarta que a própria construção da agenda internacional dos últimos anos esteja ameaçada.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a reunião do G7, no final de semana, para conversar com Emmanuel Macron, da França, e Olaf Scholz, da Alemanha, sobre a necessidade de se construir algo mais sólido, numa espécie de "front democrático". Não há ainda um acordo sobre como isso poderia ocorrer. Mas uma das ideias seria uma conferência internacional, no segundo semestre, às margens da Assembleia Geral da ONU.


Declaração final da Conferência sobre a Paz na Ucrânia, divulgada pelo Conselho Europeu

Declaração final da Conferência sobre a Paz na Europa divulgada pelo Conselho Europeu


Joint Communiqué on a Peace Framework adopted at the Summit on Peace in Ukraine


The ongoing war of the Russian Federation against Ukraine continues to cause large-scale human suffering and destruction, and to create risks and crises with global repercussions for the world. We gathered in Switzerland on 15-16 June 2024 to enhance a high-level dialogue on pathways towards a comprehensive, just and lasting peace for Ukraine. We reiterated resolutions A/RES/ES-11/1  and A/RES/ES-11/6  adopted at the UN General Assembly and underscored our commitment to upholding International Law including the United Nations Charter.

This Summit was built on the previous discussions that have taken place based on Ukraine’s Peace Formula and other peace proposals which are in line with international law, including the United Nations Charter. 

We deeply appreciate Switzerland’s hospitality and its initiative to host the High-Level Summit as expression of its firm commitment to promoting international peace and security.

We had a fruitful, comprehensive and constructive exchange of various views on pathways towards a framework for a comprehensive, just and lasting peace, based on international law, including the United Nations Charter. In particular, we reaffirm our commitment to refraining from the threat or use of force against the territorial integrity or political independence of any state, the principles of sovereignty, independence, and territorial integrity of all states, including Ukraine, within their internationally recognized borders, including territorial waters, and the resolution of disputes through peaceful means as principles of international law.

We, furthermore, have a common vision on the following crucial aspects: 

1. Firstly, any use of nuclear energy and nuclear installations must be safe, secured, safe-guarded and environmentally sound. Ukrainian nuclear power plants and installations, including Zaporizhzhia Nuclear Power Plant, must operate safely and securely under full sovereign control of Ukraine and in line with IAEA principles and under its supervision.

Any threat or use of nuclear weapons in the context of the ongoing war against Ukraine is inadmissible.

2. Secondly, global food security depends on uninterrupted manufacturing and supply of food products. In this regard, free, full and safe commercial navigation, as well as access to sea ports in the Black and Azov Seas, are critical. Attacks on merchant ships in ports and along the entire route, as well as against civilian ports and civilian port infrastructure, are unacceptable. 

Food security must not be weaponized in any way. Ukrainian agricultural products should be securely and freely provided to interested third countries.

3. Thirdly, all prisoners of war must be released by complete exchange. All deported and unlawfully displaced Ukrainian children, and all other Ukrainian civilians who were unlawfully detained, must be returned to Ukraine.

We believe that reaching peace requires the involvement of and dialogue between all parties. We, therefore, decided to undertake concrete steps in the future in the above-mentioned areas with further engagement of the representatives of all parties.

The United Nations Charter, including the principles of respect for the territorial integrity and sovereignty of all states, can and will serve as a basis in achieving a comprehensive, just and lasting peace in Ukraine.


Avaliação da Conferência sobre Paz na Ucrânia na Suíça - Anton Geraschenko

The Ukrainian Peace Summit that took place in Switzerland last weekend was the first gathering of world leaders dedicated to ending Russia's war against Ukraine.

Russia and China made great efforts to prevent the Summit from taking place and tried to make sure it was attended by a small number of participants.

But the Peace Summit was truly unprecedented in scale - it physically brought together representatives of more than 90 countries, including 56 heads of state and government. This is an extraordinary number. It required some serious diplomatic work.

The Summit demonstrated strong support for Ukraine from Western countries. However, the event did not unite the world in support of Ukraine and did not provide specific answers on how to end the war, as expected.

Presence did not mean support for all countries. And some countries chose a wait-and-see strategy.

The main outcome of the Peace Summit is in the opportunities it generates. The presence of such a large number of countries confirmed that the Summit's agenda is of interest not only to Ukraine.

According to military expert Oleksii Kopytko, the main content and background at the event centered around:

◾️ "food" (guarantees of freedom of ship navigation) 

and

◾️ "nuclear safety" (new rules of nuclear weapons proliferation).

First, as early as 2021, the Ukrainian side publicly drew the attention of its partners that Russia was destroying the very idea of freedom of ship navigation in the Black Sea and the Sea of Azov. Russia continues to try to redefine borders starting from the seas - e.g., their recent attempt in the Baltic Sea. And if it is possible for some in one part of the world, it will be possible for others - which is already clearly proved by the Houthis.

If the violator is not punished, chaos in sea communications will become the new norm. Development of drone technologies makes the entry point into the process much cheaper for all sorts of evil-doers. Aircraft carriers can't always solve this problem.

Second, Ukraine voluntarily gave up its nuclear arsenal in exchange for promises. The lack of security guarantees made many countries think hard.

Russia's full-scale aggression has maximized the demand for possession of their own nuclear weapons among all those who hesitated previously. No one will be convinced anymore that there are any "guarantees." And Russia, finding itself in a strategic deadlock, has also started to play this card.

In February, Russia hinted that it was ready to give away nuclear weapons to its "friends." To reinforce the thesis, it did so in Belarus, which Russia controls.

The Kremlin is trying to present BRICS as an entity with nuclear weapons "for those who are on our team." Europe, of course, is extremely concerned about this. 

Against the background of all this, many people on the planet have a question for global powers: "Fellow leaders, either fulfill your duties and deal with this mess, or there will be trouble."

There are two "deal with the mess" options on the table:

1. Appeasing the aggressor. 

🔹️Pro: the easy way out, the costs fall mainly on the victim of the aggression, all the risks are postponed for the future. 

🔹️Con: No insurance against further aggression, open-door policy for all dictators, more and more countries will obtain their own nuclear weapons.

2. Making sure the aggressor loses and making that a precedent. 

🔹️Pro: global security is restored.

🔹️Con: requires a lot of hard work.

Doing nothing is not an option. The fire may become uncontrollable.

Ukraine is the point where all this can be solved so that it does not have to be solved later everywhere else.

Even those who did not sign the final document at the Summit (and those who were not present) clearly understand the price of the issue. This really is not about Kherson and Zaporizhzhia regions. This is their lives. And the Summit clearly showed that.

From Anton Geraschenko

Kyiv, June 18, 2024


terça-feira, 18 de junho de 2024

Dia dos avós: dicas para comemorar essa data (nem sei qual é a data, mas como me enquadro na "profissão", resolvi colocar; PRA)

 Dia dos avós: dicas para comemorar essa data

No Dia dos Avós, celebramos a presença afetuosa e fundamental que eles têm na vida das crianças. Os avós desempenham um papel significativo no desenvolvimento infantil, transmitindo valores familiares e proporcionando momentos especiais.

Neste post, vamos explorar a importância dos avós na infância e compartilhar dicas incríveis para comemorar essa data de forma memorável. 

Qual a importância dos avós no desenvolvimento infantil?

Os avós são verdadeiros pilares de afeto e sabedoria na vida dos netos. Sua presença é enriquecedora para o desenvolvimento emocional, cognitivo e social das crianças.

O convívio com os avós permite que os pequenos estabeleçam laços familiares mais profundos, fortalecendo o senso de pertencimento e identidade.

Além disso, essa relação afetiva proporciona um ambiente seguro e acolhedor, que contribui para a formação de uma autoestima saudável.

Os avós também têm a oportunidade de compartilhar conhecimentos e valores familiares, transmitindo tradições, histórias e experiências de vida que enriquecem o aprendizado das crianças.

Esse contato com diferentes gerações favorece a compreensão do mundo e das relações interpessoais, tornando-as mais empáticas e compreensivas.

Dia dos avós: como comemorar a data?

No dia dos avós, é essencial celebrar esse amor incondicional e demonstrar a gratidão por todo o carinho e cuidado que eles oferecem.

Para tornar essa data especial, a Carolina Baby separou algumas dicas encantadoras para comemorar junto com toda a família e deixar as crianças muito felizes!

Árvore Genealógica

Uma atividade divertida e significativa é criar uma árvore genealógica em conjunto com os avós e as crianças. Utilizando fotos e desenhos, vocês podem montar um mural ou um álbum de família, mostrando a linhagem de gerações e relembrando momentos preciosos.

Essa experiência irá estimular o sentimento de pertencimento e conexão entre todos.

Passeio em Família

Que tal programar um passeio em família para o Dia dos Avós? Escolham um local que traga boas lembranças ou que esteja relacionado à história da família.

Pode ser um parque, um museu, uma praia ou qualquer outro lugar especial. Aproveitem o momento para compartilhar histórias e desfrutar da companhia uns dos outros.

Jogos divertidos

Os avós têm um repertório incrível de jogos tradicionais que podem ser revividos com as crianças. Jogos de tabuleiro, brincadeiras de roda, quebra-cabeças, tudo é válido para passar momentos alegres e descontraídos em família.

Essas atividades estimulam o trabalho em equipe, a cooperação e a diversão compartilhada.

Como feliz avô que sou, desejo um dia dos avós incrível para você e sua família

O Dia dos Avós é uma data especial para expressar o amor e a gratidão por essas figuras importantes em nossas vidas.

A presença dos avós na infância das crianças é uma fonte de aprendizado, cuidado e afeto que contribui significativamente para a vida das crianças!

Aproveite essas dicas para comemorar essa data de forma inesquecível, fortalecendo os laços familiares e criando memórias afetivas que ficarão para sempre no coração de todos.

Bretton Woods Revisited - A Monetary and Financial Order for the 21st Century (Webinar)

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Creator: Pavel Brodsky via Unsplash. This image is licensed under Creative Commons License.
Tuesday, 25. June 2024 2:30 pm – 4:00 pm Save in my calendar
Online discussion

Bretton Woods Revisited

A Monetary and Financial Order for the 21st Century

July 2024 marks the 80th anniversary of the Bretton Woods Agreement, a pivotal moment in history that established the global financial and monetary order post-World War II, leading to the creation of institutions like the International Monetary Fund (IMF) and World Bank. While some elements have changed over the decades, the core structure remains largely intact.

However, in the face of unprecedented ecological challenges, and shifting economic power dynamics, the current framework is proving inadequate. Among its limitations are the lack of fair representation for developing economies, inadequate attention to climate risks, and the disproportionate influence of the US dollar.

Against this backdrop, an international consortium of think tanks is hosting a webinar discussion on Tuesday, June 25, 2024, from 14:30 - 16:00 CEST / 8:30 - 10:00 EDT / 9:30 - 11:00 Rio / 18:00 - 19:30 IST to discuss how to restructure the global economic governance to meet the challenges of the 21st century. The event will feature a statement from the co-hosting institutions outlining key reform priorities for the international financial architecture. This will be followed by a panel discussion with influential economists and policymakers from across the world.

Theis event is co-hosted by the Centre for Social and Economic Progress from India, the BRICS Policy Center from Brazil, the Boston University Global Development Policy Center from the US, the Institute for Economic Justice from South Africa, the Centre for Sustainable Finance at SOAS University of London, and the Heinrich Böll Foundation.

By bringing together such a wide range of institutions and speakers this event aims to foster an international dialogue on how the system can be revitalized and made more inclusive and responsive to current and future needs.

Introduction and Keynote

  • Ulrich Volz, Professor of Economics and Director of the Centre for Sustainable Finance, SOAS University of London

Panel Discussion:

  • Dr Rakesh Mohan, President Emeritus and Distinguished Fellow at Centre for Social and Economic Progress, former Executive Director for India at the IMF, former Deputy Governor of the Reserve Bank of India
  • Annalisa Prizzon, Principal Research Fellow in the Development and Public Finance Programme at ODI, former economist and policy analyst at OECD and World Bank
  • Ayanda Dlodlo, World Bank Group Executive Director for Angola, Nigeria, South Africa, former Minister of Home Affairs of South Africa
  • Tatiana Berringer, Coordinator of the Social G20 in the Finance Track
  • Shari Spiegel, Director of the Financing for Development Office of the Department of Economic and Social Affairs at the UN (UN-DESA)

Moderation by Kamal Ramburuth, Researcher for Debt and Development Finance, Institute for Economic Justice, South Africa.

Contact:
Sarah Ribbert, Senior Programme Officer Heinrich-Böll-Stiftung
ribbert@boell.de


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14:30 - 16:00 CEST / 8:30 - 10:00 EDT / 9:30 - 11:00 Rio / 18:00 - 19:30 IST 
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