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quarta-feira, 16 de abril de 2025

2408. “Prefácio: Economia e Ideologia”, Brasília, 13 julho 2012, 8 p. Apresentação ao livro de André Nunes: Economia e Ideologia (2012)

 


O mesmo professor que me convidou para uma palestra a seus alunos de pós-graduação em Gestão Pública, André Nunes, nesta quarta-feira 16/04/2025, já me havia convidado, 13 anos atrás, quando éramos ambas professores no Uniceub, para apresentar o seu livro, o que fiz, com prazer, e hoje fui reler esse pequeno texto: 

2408. “Prefácio: Economia e Ideologia”, Brasília, 13 julho 2012, 8 p. Apresentação ao livro de André Nunes: Economia e Ideologia: Notas de aula de um curso de introdução à Economia Política (Curitiba: Editora CRV, 2012, p. 11-18; ISBN: 978-85-8042-455-3). Relação de Publicados n. 1706.

Texto divulgado na plataforma Academia.edu, link: 

https://www.academia.edu/128830598/4889_Apresentacao_a_Economia_e_Ideologia_livro_de_Andre_Nunes_2012_


Prefácio a Economia e Ideologia:

Notas de aula de um curso de introdução à Economia Política

 


Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, professor de Economia Política no Uniceub

[Prefácio ao livro de André Nunes,

Professor de Economia Política no Uniceub]

(Curitiba: Editora CRV, 2012)

 

        Economia envolta em ideologia representa uma combinação persistente: a despeito de mais de dois séculos de evolução teórica e prática, desde a velha Economia Política até a moderna síntese neokeynesiana, essa mistura algo indigesta insiste em contaminar os debates intelectuais e o receituário prescritivo das diversas vertentes contemporâneas das ciências econômicas (apropriadamente, no plural). Aparentemente, estamos condenados a essa mistura pelo futuro previsível.

        Com efeito, a antiga disciplina, definida como um instrumento a ser usado pelos estadistas, tal como a concebeu Adam Smith, já não possui mais – se é que algum dia possuiu – uniformidade conceitual ou unidade de métodos empíricos, tantas são as correntes, ou escolas, que disputam a preferência dos consumidores, isto é, todos nós: estudantes de economia (ou de direito, além de outras disciplinas das humanidades), profissionais de mercado, burocratas públicos, ou simples cidadãos consumidores. Todos nós, consciente ou inconscientemente, possuímos alguma visão de como deveria ser organizada a economia para melhor servir nossos objetivos individuais ou metas sociais. 

        A grande questão, contudo, é que essas preferências estão sempre marcadas por nossa formação educacional, nossa posição no sistema produtivo, nossa inserção no mundo dos intercâmbios (e todos os dias estamos fazendo intercâmbios, desde a compra do pão e leite pelas manhãs, até a escolha de algum canal de TV pela noite). Tudo isso intermediado por moeda: nosso próprio dinheiro, fruto do trabalho, a mesada familiar, a herança dos antecessores, uma simples aposta de loteria. O dinheiro permeia e azeita essas transações, aliás, hoje bem mais em sua forma eletrônica do que em papel ou moedas metálicas.

        Obviamente, todos nós preferiríamos ter uma renda maior do que aquela efetivamente disponível em nossos bolsos ou contas correntes. Isso porque, segundo uma velha “lei” da economia, as necessidades são infinitas, e os meios são limitados. Essa é a lei geral da escassez que preside ao destino da humanidade, e a economia é justamente a arte – alguns a consideram uma ciência – de melhor organizar os nossos recursos escassos para atender ao máximo de nossas necessidades ou desejos de consumo. Este livro, como não poderia deixar de ocorrer num texto de economia, discute e esclarece as melhores formas de fazê-lo, evidenciando, justamente, como as mais poderosas ideologias nasceram, como ela se desenvolveram, e como elas penetram, e quase submergem, as principais escolas de pensamento econômico.

        Três são as principais, com pequenas derivações paralelas de cada uma delas: a economia política clássica, que se tornou neoclássica, com o marginalismo do século XIX, e que depois evoluiu para o chamado mainstream economics, ou seja, a corrente dominante na economia contemporânea; o socialismo, especialmente na sua vertente marxista, que se materializou no mais poderoso desafio à economia de mercado no decorrer de quase quatro quintos do século XX, ao lado das variantes fascistas e dos modelos verticais ou autárquicos de organização produtiva; finalmente, uma derivação da escola neoclássica, o keynesianismo teórico e aplicado, que teve seus momentos de sucesso e fracasso, ao longo da segunda metade do século XX, até ser combinado a alguns elementos mais puramente marginalistas para se apresentar hoje como uma “síntese neokeynesiana”. Poderíamos apontar também a chamada “escola austríaca de economia”, que deriva, em grande medida, dos ensinamentos consolidados na versão liberal da disciplina, herdada da tradição clássica, a de Smith.

        Todas essas vertentes econômicas, ou escolas de pensamento, têm de ser necessariamente divergentes, ou opostas entre si? Não exatamente, já que nossas preferências e inclinações nos levam a escolher, em alguns casos, soluções totalmente privatistas para atender nossas necessidades de consumo, ou a exigir, em outros casos, algum tipo de resposta governamental aos problemas que enfrentamos na vida diária: segurança, transporte, infraestrutura, justiça e tantas outras coisas. Estas são as duas balizas que permeiam quase todas as escolhas econômicas: de um lado, os mercados, como provedores da maior parte dos bens e serviços que consumimos; de outro, o Estado, como garantidor de alguns bens públicos, dos quais nos convertemos em demandantes, em troca dos impostos que pagamos a esse mesmo Estado.

        De certa forma, as ideologias econômicas giram em torno desses dois polos da moderna organização econômica: de um lado, o mercado (ou melhor, os mercados, pois existem vários, para toda e qualquer necessidade, mesmo as mais íntimas e por vezes secretas); de outro, o Estado, ou melhor, o governo, pois o Estado é um ente “abstrato”, feito de leis e instituições, que só se materializa quando representado por indivíduos que assumem seu comando temporariamente (pelo menos nos sistemas democráticos) e por funcionários mais ou menos estáveis que asseguram a continuidade dos serviços públicos. A economia política clássica, o socialismo marxista (e suas variantes) e o keynesianismo representam, grosso modo, formas alternadas, ou distintas, de organização social da produção e da distribuição, que combinam, em graus diversos, “quantidades” variadas de Estado e de mercado: desde o regime mais liberal – o famoso laissez-faire da era clássica, que de fato nunca existiu – ao mais autoritariamente estatizante – o dos regimes coletivistas, de tipo bolchevique ou fascista –, sem esquecer o dirigismo econômico mais moderado do keynesianismo, o mundo conheceu as mais diversas experiências econômicas, algumas mais felizes do que outras.

        Com efeito, se olharmos o mundo contemporâneo – no qual a renda pessoal de um cidadão do Luxemburgo, da Suíça ou de Nova York, pode representar mais de duzentas vezes os magros recursos com que devem sobreviver os habitantes de certas regiões da África – contemplaremos todos os tipos de arranjos econômicos e de sistemas políticos para organizar a produção e a distribuição de bens e serviços.         Invariavelmente, essas formações representam diferentes combinações de mercados livres (ou não) e de instituições estatais (ou até Estados “falidos”), sistemas únicos e originais, em cada caso, mas que podem representar a diferença entre a vida e a morte para os indivíduos que nascem e vivem em cada uma delas. De fato, a disponibilidade de serviços médicos preventivos, ou curativos, delimitam as chances de sobrevivência de crianças nascidas na miserável Somália ou na riquíssima Noruega: as taxas de mortalidade infantil expressam essas chances de maneira altamente eloquente. 

        Essa diferença entre a vida e a morte pode ser explicada por determinismos geográficos, disponibilidade de recursos naturais, educação do povo, qualidade das instituições públicas, mas também pode derivar dos tipos de políticas econômicas que são implementadas num e noutro caso; essas políticas estão sempre ligadas ao papel respectivo dos Estados e dos mercados nos diversos sistemas de organização produtiva que existem nesses países. De maneira geral, o que podemos observar, a partir desses diferentes experimentos de políticas econômicas, ao longo dos últimos dois ou três séculos, é que os países mais abertos ao exercício das liberdades individuais – ou seja, caracterizados pela existência de mercados mais livres – são notoriamente mais ricos do que aqueles que se enredaram em arranjos mais fortemente dominados pelo poder do Estado – tanto é assim que os sistemas totalmente estatizados representaram um rotundo fracasso e terminaram por desaparecer quase por completo da face da terra, restando duas ou três “ilhas” de miséria comunista nas antípodas do planeta. 

        Este livro, elaborado por um economista de formação, e professor por opção, explica como isso se deu e desvenda os mecanismos econômicos pelos quais as sociedades organizadas podem criar mais ou menos riqueza, segundo as soluções econômicas, e as opções de mais Estado ou mais mercados, que escolham (ou a que são levadas por lideranças políticas particularmente bem-sucedidas no exercício do poder). Em cada uma das vertentes econômicas delineadas, ele tenta separar os elementos econômicos efetivos, da ideologia que muitas vezes envolve, e obscurece, as escolhas específicas feitas pelos homens, economistas ou não. Keynes costumava dizer que os estadistas, ou os líderes políticos, estão sempre tomando decisões, conscientemente ou não, com base nas ideias de algum economista falecido. Isso é tanto mais verdade no seu caso, pois é um fato que o destino da maior parte das sociedades modernas foi determinado pelas escolhas que seus dirigentes fizeram em torno de receitas inspiradas ou sugeridas pelo próprio Keynes. 

        Muitos economistas, da escola liberal, rejeitam, obviamente, esse excesso de keynesianismo aplicado, que pode ter conduzido algumas dessas modernas democracias de mercado aos impasses, agruras e crises em que elas se debatem nesta virada da primeira década do novo milênio. Outros, herdeiros intelectuais da tradição marxista, acreditam que as crises recorrentes são o resultado inevitável do modo de produção capitalista, e continuam a depositar sua fé nos sistemas socialistas, ou seja, estatais, de produção e distribuição de bens e riquezas. Isto quer dizer que, 230 anos depois da obra inaugural de Adam Smith – A Riqueza das Nações – ainda não existe consenso possível entre as várias escolas de pensamento econômico? Talvez não!

        Depois de mais de dois séculos desde a obra seminal do filósofo escocês (que é de 1776, o mesmo ano da independência americana), pode-se dizer, com algum grau de ceticismo sadio, que a economia política conseguiu estabelecer alguns consensos conceituais em torno de seus argumentos explicativos e de suas prescrições práticas. A grande questão permanece a mesma que tinha presidido à investigação iniciada por Smith, e que foi continuada mais recentemente por David Landes: por que algumas nações conseguiram ser tão ricas, enquanto outras permanecem numa inacreditável pobreza material?

        Essa pergunta é aparentemente complexa, tantas são as variáveis – naturais, sociais, políticas, culturais – que podem explicar o sucesso de algumas e o fracasso de outras sociedades. Na verdade, algumas respostas tentativas a essa questão são menos complicadas do que aparece à primeira vista, se atentarmos, justamente, para alguns dos consensos que podem ter emergido ao longo desses dois séculos de triunfos econômicos e de tragédias sociais. E quais seriam esses consensos?

        Diferentemente das velhas teorias, que colocavam essas diferenças na conta de fatalidades naturais, de determinismos geográficos, de configurações raciais ou de peculiaridades religiosas ou políticas, ou ainda, contrariamente às teses equivocadas que debitavam a miséria dos desafortunados à exploração dos atualmente mais ricos, a economia política contemporânea sabe que a essência das desigualdades sociais e de riqueza entre as nações deriva, fundamentalmente, dos diferenciais de produtividade humana entre elas. Esses diferenciais de produtividade são explicados, em primeiro lugar, pela disponibilidade (existente, ou criada) de capital humano de boa capacitação técnica e educacional, mas também pela qualidade das instituições públicas, bem como pelo ambiente geral de negócios, já que é nesse ambiente de iniciativas econômicas que se desempenham empresários e trabalhadores, de preferência da forma mais livre possível (aqui, um cenário virtualmente inexistente naquelas sociedades que caíram nos extremos do coletivismo). Obviamente, a geografia, os recursos naturais e as dotações próprias dos povos e comunidades organizadas também desempenham um papel importante nesses diferenciais de produtividade entre as nações, mas os fundamentos mais relevantes das desigualdades modernas são dados, propriamente, por elementos institucionais e políticos (ou, mais exatamente, pelas políticas econômicas). 

        Essas duas condições – as instituições governamentais e a qualidade das políticas públicas – são as que moldam, contribuem, ou obstaculizam, segundo os casos, o atingimento de graus mais elevados de produtividade, que é, finalmente, o fator principal e o responsável último pela criação de riqueza numa dada sociedade (ou seja, o determinante do bem-estar dos indivíduos). Em outros termos: na inexistência prática de obstáculos técnicos ou materiais ao desenvolvimento das nações – já que a imensa maioria das tecnologias dominadas e dos conhecimentos práticos que podem impulsionar o crescimento de uma economia está razoavelmente disseminada e livremente disponível nos sistemas abertos de coleta de dados e de informações úteis para a saúde, a educação e a atividade produtiva – os únicos fatores que podem explicar a preservação da miséria e as imensas decalagens entre ricos e pobres no mundo contemporâneo, são justamente essas diferenças, para melhor ou para pior, entre as instituições e as políticas dos países. 

        Mais concretamente, quais seriam os consensos alcançados pela ciência econômica (se existe apenas uma), tanto pelo lado teórico, quanto pelos aspectos práticos, que poderiam contribuir para um ritmo mais robusto de desenvolvimento humano e social, com transformação produtiva e uma melhor distribuição de renda entre os indivíduos? Eles poderiam ser enunciados sob a forma de cinco conjuntos de elementos macroeconômicos e setoriais que deveriam integrar um “receituário” de progressos humanos e sociais nas nações orientadas claramente pelo objetivo de prover o maior bem-estar possível para os seus cidadãos:

    1) um ritmo de crescimento sustentável e sustentado, a taxas razoáveis (que não precisam ser muito altas, mas preferencialmente constantes), pois sem ele seria impossível ter desenvolvimento; esse  processo depende, por sua vez, de estabilidade macroeconômica nos elementos essenciais do sistema: inflação baixa; contas públicas equilibradas ou apenas moderadamente negativas; poupança e investimentos elevados, em relação ao consumo; câmbio e juros neutros ou realistas (ou seja, mais próximos dos equilíbrios de mercado do que determinados politicamente);

    2) mercados abertos e competitivos, o que significa ausência de barreiras governamentais ao lançamento de novas iniciativas empresariais, combate aos monopólios e carteis (que são muitas vezes criados pelos próprios governos) e estímulos a todos os tipos de mecanismos concorrenciais na oferta de bens e serviços, inclusive pelo próprio governo;

    3) boa governança, que significa instituições públicas funcionais e responsáveis (accountable, na terminologia inglesa), transparentes e isentas do peso nefasto de corporações de interesses particulares ou de lobbies indevidos; sistemas eficientes de solução de disputas (judiciário), de maneira a reduzir os chamados custos de transações entre indivíduos e empresas;

        4) investimentos contínuos no capital humano, o fator possivelmente mais relevante para o atingimento de altos níveis de produtividade e de melhoria no perfil distributivo da renda nacional, o que significa, primariamente, educação de qualidade nos ciclos obrigatórios ou universais, seguida de metas de desempenho no ciclo superior e nos estudos especializados ou pós-graduados; a competição e a cobrança de resultados, num ambiente de pesquisa livre, podem resultar em altos níveis de inovação, que deve ser dirigida ao sistema produtivo, ao mesmo tempo em que se assegura uma oferta razoável de pessoal médio dotado de capacitação técnica;

    5) abertura ao comércio exterior e aos investimentos estrangeiros diretos, reconhecidamente as fontes mais seguras, rápidas e eficientes para a absorção de inovações produtivas e de modernização tecnológica; essa abertura não significa, necessariamente, orientações “liberais” em comércio exterior, e pode conviver com certo grau de protecionismo setorial (mas temporário); ela tem a ver com atitudes inteligentes em termos de aquisição de conhecimentos pela via dos mercados (sempre mais rápidos e mais flexíveis do que os governos) e de interação com padrões produtivos mais avançados, propensos, justamente, à maior inserção internacional dos sistemas produtivos nacionais. Para comprovar os méritos dessa abertura, basta traçar uma lista sumária dos países mais ricos no mundo; se constata, assim, que eles são, via de regra, os mais abertos ao comércio e aos investimentos diretos estrangeiros. 

        Dito o que vai acima, como evidência dos consensos alcançados nas ciências econômicas – embora modestos e nem sempre seguidos pelos líderes políticos –, o que poderia ser argumentado em torno das diferenças e obstáculos ainda existentes, no terreno prático, para que a moderna economia política possa trazer respostas úteis aos desafios e dilemas de desenvolvimento de países como o Brasil? O primeiro ensinamento, que o livro de André Nunes ajuda justamente a elucidar, é que devemos separar, racionalmente, os elementos ideológicos do ferramental econômico que é possível mobilizar para fins de crescimento e de desenvolvimento econômico.

        Sou suspeito para me pronunciar sobre as qualidades (reais) deste pequeno curso de introdução à economia política para leigos – no caso, estudantes de direito e áreas afins – uma vez que somos colegas de disciplina na Faculdade de Direito do Centro Universitário de Brasília (Uniceub) e partilhamos, em grande medida, das mesmas inclinações políticas e de orientações econômicas similares. Mas, com base numa longa experiência de estudos teóricos, e de aprendizados práticos – no Brasil e em muitos outros países aos quais me conduziu meu nomadismo diplomático – sei reconhecer as virtudes didáticas do autor deste pequeno-grande livro de iniciação às grandes questões que compõem o coração da economia política enquanto guia de ação para os estadistas, tal como a concebia Adam Smith e vários de seus seguidores. 

        Tenho certeza de que esta obra cumpre integralmente seu papel de guia do pensamento e de farol para a ação prática de alunos e professores que se dispõem a penetrar em alguns dos meandros da ciência. Façam bom proveito deste livro e tenham tanta satisfação em sua leitura quanto eu tive ao apropriar-me de algumas de suas reflexões e ensinamentos para aperfeiçoar minha própria didática de ensino e de compreensão dos fenômenos econômicos. Meus votos de longa vida no itinerário editorial que ele agora empreende.

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, julho de 2012

 


Despedida melancólica de Mario Vargas Llosa - Nelson Saúte

 Despedida melancólica de Mario Vargas Llosa

 Por Nelson Saúte

Em “História secreta de um romance”, o genial escritor peruano, Mario Vargas Llosa, que abandonou o mundo dos vivos no domingo, ao relatar como redigiu um dos seus mais belos e pungentes romances, intitulado “A Casa Verde”, diz o seguinte e eu cito: “Escrever um romance é uma cerimónia parecida com o “strip-tease”. Como a rapariga que, sob impudicos reflectores, despe as suas roupas e mostra, um por um, os seus encantos secretos, também o romancista desnuda em público a sua intimidade através dos seus romances. Há, evidentemente, diferenças. Aquilo que o romancista exibe de si mesmo não são os seus encantos secretos, como a rapariga desenvolta, mas demônios que o atormentam e obcecam, a parte mais feia de si mesmo: as suas nostalgias, as suas culpas e os seus rancores. Outra diferença é que, num “strip-tease”, a rapariga começa vestida e acaba despida. No caso do romance, a trajectória é inversa: o romancista começa por estar despido e acaba vestido. As experiências pessoais (vividas, sonhadas, ouvidas, lidas) que constituíram o principal estímulo para escrever a história mantêm-se tão maliciosamente disfarçadas durante o processo de criação que, uma vez terminado o romance, ninguém, muitas vezes nem o próprio romancista, consegue escutar facilmente esse coração autobiográfico que palpita fatalmente em toda a ficção. Escrever um romance é um “strip-tease” invertido e todos os romancistas são exibicionistas discretos.”

Mario Vargas Llosa, para além de ser um extraordinário fabulador, era também um brilhante ensaísta. Ao contar a história como escreveu, entre 1962 e 1965, “A Casa Verde”, uma história secreta, na qual ele desvenda o processo que o levou à criação desse belo livro, complexo e imaginativo, que se situa em dois lugares e planos diferentes – Piura, no extremo norte da costa e Andes – dois lugares e dois mundos históricos, sociais e geográficos, opostos e antagónicos de certo modo, há o gênio, o talento, e, sobretudo, a grande arte narrativa de Vargas Llosa.

Lembrei-me, esta noite, deste livrinho quase melancólico - “História secreta de um romance” -, que recolhe uma conferência, proferida na Washignton State University (Pullman, Washingtom, em 11 de dezembro de 1968) e escrita, como o escritor acautela, originalmente, num inglês rudimentar, mas que este haveria de reescrever em 1971. É fascinante ler este pequeno livro e habitar o universo, os demônios, as incertezas, as dúvidas, as nostalgias e as culpas do romancista. Nele, Vargas Llosa demonstra cabalmente a sua tese e o faz esplendidamente.  

Mario Vargas Llosa é o último grande vulto do chamado “boom” latino-americano. Escreveu livros notáveis e recebeu inúmeros prémios, entre os quais o Nobel, que chegou em 2010 quando, provavelmente, ele já não o esperava. Desde “A Cidade e os Cães” (1962) a “Cinco Esquinas” (2016) escreveu livros inolvidáveis. Para mim, para além de “A Casa Verde”, que motivou aquela história bela e secreta, destacaria “A Conversa na Catedral” (1969), “A Tia Júlia e o Escrevedor” (1977), “A Festa do Chibo” (2000). Bastaria ele ter escrito “A Conversa na Catedral” e “A Festa do Chibo” para entrar no meu panteão. Mas devo-lhe, devemos-lhe muito mais.

Quando lhe deram o Nobel, “por sua cartografia das estruturas de poder e pelas suas imagens pungentes sobre a resistência, revolta e derrota dos indivíduos” (Academia Sueca dixit), lembrei-me, inevitavelmente, de um outro romancista, latino-americano, que o tivera em 1982, de quem fora grande amigo, sobre quem escrevera inclusive um livro culto e notável – “História de um Deicídio” – e com quem rompera em 1976: Gabriel García Márquez.

Em Julho de 2017, numa conversa sobre o colombiano que falecera três anos antes, Vargas falou de García Márquez e da amizade literária mais mítica da América Latina. Durante anos declinara comentar sobre o fim dessa amizade. Quem conhece Vargas Llosa e os seus escritos não encontrou, provavelmente, novidade nesse momento nostálgico. Lá estão os anos 50/60 de Paris, onde se descobrira como latino-americanos (a sua obra “História Afectiva da América Latina” é uma extraordinária evocação desse tempo e das suas personagens), lá estão as leituras, a influência de Sartre, o amor comum por Faulkner, a influência de Virgínia Woolf sobre o colombiano, o tempo de Barcelona (onde foram todos parar por influência de Carmen Balcells, a agente literária que os lançou), lá está a conversa sobre Cuba e as contradições que a revolução, Fidel e o caso Padilla incendiaram, o terramoto (termo meu) que o livro “Cem Anos de Solidão” provocou, entre outros.

Surpreendeu-me – e isso foi uma novidade para mim – a opinião dele sobre “O Outono do Patriarca”. Quando li este livro fascinou-me essa cartografia de poder que García Márquez fez, também é um grande mestre. Mario Vargas Llosa afirma sobre aquela obra: “Não gostei. Talvez seja um pouco exagerado dizer assim, mas achei a caricatura de García Márquez, como se estivesse imitando a si mesmo. O personagem não me parece nada verosímil. Os personagens de “Cem Anos de Solidão”, ao mesmo tempo que são desenfreados e além do possível, são sempre verosímeis, o romance tem a capacidade de torná-los verosímeis dentro do seu exagero. Ao contrário, o personagem do ditador me pareceu muito caricatural, um personagem que era como uma caricatura de García Márquez. Além disso, acho que que a prosa não funcionai, que nesse romance ele tentou um tipo de linguagem muito diferente da que tinha utilizado nos romances anteriores e não deu certo. Não era uma prosa que dava verosimilhança e persuasão à história que contava. De todos os romances que ele escreveu acho esse o mais fraco.”

Plinio Apuleyo de Mendonza sobre o “O Outono do Patriarca” perguntara a Gabriel García Márquez: “Disseste sobre “O Outono do Patriarca” coisas bastante paradoxais. Primeiro que é o mais popular de todos os teus livros do ponto de vista da linguagem, quando na realidade pareceria o mais barroco, o mais difícil...”

Gabriel García Márquez responderia: “Não, está escrito utilizando uma grande quantidade de expressões e refrãos populares de toda a zona do Caribe. Os tradutores às vezes ficam loucos tentando encontrar o sentido de frases que os motoristas de táxi de Barranquilla entenderiam de imediato, e com uma risada. É um livro raivosamente caribenho, costeño, um luxo que se permite o autor de “Cem Anos de Solidão” quando decide por fim escrever o que quer.”

A conversa, em “O Aroma da Goiaba” prossegue. Não importa transcrevê-la por inteiro. A opinião do Vargas Llosa, no entanto, desassossegou-me. Tenho que reler “O Outono do Patriarca”. Li-o demasiado jovem. Há meses reli “Ninguém Escreve ao Coronel” e exultei. Tinha-o o lido antes dos 20 anos. Para além desse livro sou um devoto de “O Amor nos Tempos de Cólera”, dos contos de “Os Funerais da Mamã Grande”, dos “Cem Anos de Solidão”, ou da “Crónica de uma Morte Anunciada”. Li com emoção a autobiografia “Viver para Contá-la”.

A amizade entre Mario Vargas Llosa e Gabriel García Márquez, que nascera de uma admiração mútua, cartografada antes por correspondência, antes de ambos se encontrarem, em 1967, no aeroporto de Caracas, foi interrompida em 1976. Um manto cobre as razões. Vargas escusa-se a falar disso. Nenhum deles esclareceu. Diz-se que quando Vargas ganhou o Nobel, Márquez terá admitido: “Cuentas iguales”. Como quem diz: estamos empatados. Verdade ou mito?

Alguém disse algures: durante anos se dizia que Mario era muito bom, mas o verdadeiro génio era Gabo (García Márquez). O seu Nobel, em 1982, assinalou essa ligeira superioridade. Entretanto, em 2010, ficaram empatados. Nunca mais se viram desde o rompimento. Como recebeu a notícia da morte de García Márquez? – quis saber Carlos Granés numa conversa recentíssima.

Mario Vargas Llosa respondeu: “Com pena certamente. É uma época que acaba, como com a morte de Cortázar ou de Carlos Fuentes. Eram escritores magníficos, mas também foram grandes amigos, e o foram num momento no qual a América Latina chamou a atenção do mundo inteiro. Como escritores, vivemos um período em que a literatura latino-americana era uma credencial positiva. Descobrir que, de repente, sou o último sobrevivente dessa geração e o último que pode falar em primeira pessoa dessa experiência é algo triste.”

Seja como for, ao ler esta revelação melancólica, assinalo que tanto um como o outro são dois notabilíssimos escritores. Pessoalmente, sinto-me dividido entre ambos, entre a perícia técnica e a capacidade fabular do peruano e a exuberante e torrencial narrativa do colombiano. Um era mais cerebral e o outro mais poético. Mas ambos praticavam o mesmo exercício de “strip-tease” de que falava Vargas Llosa na sua história secreta de “A Casa Verde”, que era curiosamente, uma casa de alterne.

Termino, este breve elogio ao peruano agora desaparecido, citando parte desta entrevista onde Mario Vargas Llosa traça o perfil literário de Gabriel García Márquez, sobre o qual não tenho resistência nem dificuldade em aceitar. Vargas Llosa: “Era extraordinariamente divertido, um óptimo contador de casos, mas não era um intelectual, funcionava mais como um artista, como um poeta, não estava em condições de explicar intelectualmente o enorme talento que tinha para escrever. Funcionava à base de intuição, instinto, palpite. Essa disposição tão extraordinária que tinha para com os adjectivos, com os advérbios e sobretudo com a trama e a matéria narrativa não passava pelo conceitual. Naqueles anos em que fomos tão amigos eu tinha a sensação de que muitas vezes ele não era consciente das coisas mágicas, milagrosas que fazia ao compor as suas histórias.”

Não sei, quando de Lima se noticia o seu declínio, o que pensar: se numa rapariga desenvolta, perante os impudicos reflectores, enquanto se despe, peça a peça, revelando os seus secretos encantos, ou, pelo contrário, se cogito no destino do último resistente do “boom” latino-americano, se me indago se temos a noção da magia, do milagre e do espanto que a sua extensíssima obra provoca, se penso nos seus demónios, nas suas incertezas e contradições, nas dúvidas e nostalgias, se penso no homem que defendia intransigentemente a liberdade, ou, simplesmente, se fico detido naquela imagem poderosa, lembrando a sua actuação longa e extraordinária, genial e incontornável, do contador de histórias, esse mestre imortal, subscrita no “strip-tease” do romancista que acontece inversamente. 

Cidade do Cabo, 15 de Abril de 2025

A posição do Brasil objetivamente pró-Rússia na guerra de agressão contra a Ucrânia- Vitor Correia (Correio Braziliense)

Zelensky recusa telefonemas de Lula por viagem do petista à Rússia

Segundo interlocutores do governo ucraniano ouvidos pelo Correio, a recente declaração de Lula sobre conversar com Zelensky foi recebida com surpresa e revolta, especialmente porque ocorreu às vésperas de ida do brasileiro a Moscou

Correio Braziliense, 15/04/2025

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, recusou dois pedidos de telefonema do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas últimas semanas para conversarem sobre um possível acordo de paz.

Conforme apurou o Correio com interlocutores do governo ucraniano, a recente declaração do chefe de Estado brasileiro sobre conversar com Zelensky foi recebida com surpresa e revolta, especialmente porque ocorreu às vésperas de uma viagem a Moscou, onde se reunirá com o presidente russo, Vladimir Putin.

Lula e Zelensky não conversam há um ano e sete meses, desde que encontraram-se pessoalmente em Nova York, às vésperas da Assembleia-Geral das Nações Unidas de 2023. Segundo uma fonte do governo ucraniano, desde então Zelensky fez 15 pedidos de ligação para Lula e enviou seis cartas oficiais, mas não recebeu resposta.

O presidente da Ucrânia ficou "furioso" com a declaração dada por Lula, em Hanói, no Vietnã, em 29 de março, quando o presidente anunciou a ligação e acusou o ucraniano de não querer tratar do fim da guerra.

O comentário pegou o governo ucraniano de surpresa, já que não havia, naquele momento, conversa entre Brasília e Kiev para combinar o contato — o que ocorreu depois. A primeira tentativa do Ministério das Relações Exteriores (MRE) foi em 4 de abril e a segunda, em 11 de abril. Ambas foram rejeitadas.

Convite russo


A "gota d'água" para a recusa de Zelensky foi Lula ter aceitado o convite de Putin para participar em Moscou, em maio, da cerimônia dos 80 anos da vitória na Grande Guerra Patriótica — que é como os russos definem a II Guerra Mundial, a partir do momento que os alemães invadiram o antigo território soviético.


O evento vai incluir um desfile militar em frente à Praça Vermelha. "Lula vai saudar os mesmos soldados russos que estão matando civis na Ucrânia", disse um interlocutor que faz a ponte entre as chancelarias ucraniana e brasileira. Para Kiev, o comentário do petista sobre conversar com Zelensky foi interpretado como uma tentativa de amenizar o impacto negativo na imagem do presidente brasileiro sobre a ida à Rússia.

"Houve pedido do governo da Ucrânia para uma conversa com o presidente Lula. Ainda está sendo avaliada uma data compatível com a agenda dos dois presidentes", respondeu a Secom.

A reportagem procurou o MRE para comentar a posição ucraniana. O ministério orientou contato com a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência.

A Grande Transformação - Paulo Roberto de Almeida

A Grande Transformação

 (retomando o conceito de Karl Polanyi)

Paulo Roberto de Almeida

O multilateralismo, tal como conhecido na segunda metade do século XX e no início do atual, está seriamente debilitado. 

Primeiro, uma antiga potência militar diminuída em suas pretensões imperiais, a Rússia, empreendeu reconquistar espaços e importância à custa de truculência, e com isso desafiou a ordem legal da ONU e os grandes princípios do Direito internacional: o Conselho de Segurança da ONU tornou-se inoperante pelo exercício abusivo do direito de veto pelo próprio infrator.

Depois, a apreciação judicial-arbitral independente de atos nacionais pelo sistema multilateral de comércio foi paralisado pela maior economia do mundo, o que inviabilizou o órgão de solução de controvérsias da OMC.

As duas maiores potências da Guerra Fria do século XX fragmentaram o multilateralismo político e econômico.

A potência econômica ascendente, a China, tomou o lugar dos EUA na ordem econômica global: defende o livre comércio e à globalização.

Polanyi falava da “marquetização”  construída ao longo do século XIX por ações deliberadas de Estados. Esse processo precisa ser retomado pela ação racional de atores convergentes na sobrevivência do multilateralismo, como União Europeia e China, além de nações respeitadoras do Direito Internacional como sempre foi o caso do Brasil com sua diplomacia profissional orientadas por princípios e valores, expressos na CF-1988.

O Brasil não pode coonestar com a ruptura da ordem legal mundial, como a que vem sendo conduzida pela Rússia de Putin. Por isso, seu chefe de Estado não pode ser tolerante com quem a violou deliberadamente.

Paulo Roberto Almeida

Brasília, 16/04/2025


terça-feira, 15 de abril de 2025

Trabalhos Mais Acessados em Academia.edu - Paulo Roberto de Almeida (abril 2025)

        Trabalhos Mais Acessados em Academia.edu

             Paulo Roberto de Almeida, abril 2025

 

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Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4897, 15/04/2025