O destino dos impérios
Paulo Roberto de Almeida
Impérios aparecem, crescem, se tornam poderosos e influentes, depois se estiolam e acabam sendo alcançados por outros impérios e gentilmente ou abruptamente superados e substituídos por outros impérios, ou por nenhum: declinam lentamente por seus próprios erros.
Poucos provocam eles mesmos os seus fatores de crise e esgotamento, até o desaparecimento.
Geralmente duram séculos, antes de caminhar para o oblívio.
O império americano tem pouco mais de 100 anos: começou com McKinley, e a guerra hispano-americana, e com Woodrow Wilson, na Grande Guerra, cresceu na IIGM, e se tornou ainda mais poderoso na implosão do socialismo.
Está começando a vir a termo com o “cretino fundamental” (apud Nelson Rodrigues) Trump, abrindo espaço para o inimigo socialista (na verdade um capitalismo com características chinesas), que ganha, de graça, uma oportunidade que Xi Jinping sequer poderia sonhar: a preeminência econômica mundial, por erros primários de um concorrente que poderia ser cooperativo e sobretudo mutuamente benéfico para ambos os impérios, se não fosse a arrogância, a hubris, do primeiro, até aqui o mais poderoso do mundo.
O declínio vai ser humilhante para os americanos normais, superados pela alucinação coletiva de um bando de ignorantes pretensiosos. Daqui para baixo. Economistas, historiadores, anotem a data: começou em 2 de abril de 2025, mas vai durar algumas décadas para se consumar.
Paulo Roberto Almeida
Brasília, 3/04/2025
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