Matéria de imprensa deste sábado 15 de maio:
"Vamos ampliar a política de cotas, queiram eles ou não"
Por Rainier Bragon
Folha online, 15 de Maio de 2010
A petista Dilma Rousseff afirmou na noite desta sexta-feira, na abertura do Encontro Nacional de Negras e Negros do PT, que se eleita ampliará a política de cotas raciais no ensino “queiram eles ou não”. E chegou a apoiar manifestação do público defendendo a adoção do sistema para o ingresso em mestrado e doutorado.
“O que nos une é o compromisso de que nós vamos fazer políticas afirmativas ou de cotas queiram eles ou não”, discursou Dilma, que acolheu depois manifestação vinda da plateia: “Isso, cota pra mestrado, pra pós-graduação”.
O governo, que desde 2004 tenta aprovar no Congresso um modelo de cotas raciais para a graduação das universidades federais, adota hoje a política no ProUni, o programa de subsídio nas universidades particulares a estudantes de baixa renda.
Na pauta de julgamentos do STF (Supremo Tribunal Federal) há uma ação que questiona a constitucionalidade do sistema.
No discurso de ontem Dilma afirmou que “entre os pobres há um contingente enorme da população negra” e também defendeu a presença de negros no Itamaraty. Ela afirmou no encontro que o presidente Lula dará o nome “Zumbi dos Palmares” ao próximo petroleiro brasileiro.
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Comento (PRA):
A candidata não explicitou como pretende ampliar a presença de negros no Itamaraty, mas se supõe que seja também mediante uma política de cotas, método que ela defendeu, "queiram eles ou não".
Não se sabe bem quem são "eles", talvez a minoria branca que comanda o Itamaraty. Como todos entraram por concurso não identificado, não se sabe bem como se materializará a promessa da candidata. No caso de um concurso, os "eles" são apenas aqueles que passam em concurso. No caso de cotas, será preciso um "tribunal racial"...
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
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4 comentários:
Nós somos um país tão tolerante que acabaremos por tolerar a intolerância... Cada dia o discurso político no Brasil se modifica e nós nem percebemos e nem reagimos a ele. Antes falavasse em ampliar e melhorar a oferta de educação. Agora fala-se em beneficiar um grupo... O país de todos agora será o país dos "coitados"...
O mais triste, nessa história toda, é que essas pessoas, os militantes negros em defesa das cotas, e os políticos demagogos e oportunistas que as defendem não percebem que estão construindo o Apartheid no Brasil, um sistema racista tão odioso quanto aqueles contra o quais lutaram todos os militantes das causas dos DIREITOS CIVIS, não dos privilégios RACIAIS.
Paulo Roberto de Almeida
O PT não mudou nada. Chegou a fingir que estava mais moderado por pragmatismo eleitoral, mas no fundo o que ele tem a ofertar é o mesmo lixo autoritário de sempre, a mesma obsessão por controlar a sociedade e a mesma estupidez abissal que marca suas políticas públicas.
Cota racial para mestrado e doutorado é o maior ABSURDO que, infelizmente, lí nos últimos tempos.
Parece que esta demagogia populista vai se alastrando em todos os níveis imagináveis.
Quem sabe a próxima "genialidade" vai ser o projeto de cotas raciais para vereadores, prefeitos, governadores, deputados, senadores e, quem sabe, presidente.
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