Otaviano Canuto e associados
Voxeu, Nº 122 - Janeiro/Março de 2015
Embora tenha se tornado uma das
maiores economias do mundo, o Brasil continua a figurar entre os países
mais fechados, se considerarmos a participação das exportações e das
importações no PIB. Este texto argumenta que isso não pode ser explicado
apenas pelo tamanho da economia brasileira. Isso se deve, antes, à maior
confiança depositada na integração doméstica das cadeias de valor nacionais
em oposição à participação em redes globais de produção. Uma maior abertura
comercial poderia promover ganhos de ficiência e ajudar o Brasil a
enfrentar seus desafios de produtividade e de competitividade.
De acordo com as medidas
tradicionais de penetração comercial no nível macro (participação das
exportações e importações no PIB), o Brasil é uma economia
extremamente fechada. No país, essa proporção era de apenas 27,6% em 2013 – uma das mais baixas no mundo. Notavelmente,
a abertura comercial do Brasil está muito aquém da de seus pares entre os
BRICS, nos quais a proporção do comércio em relação ao PIB chegou a pelo menos
50% nos últimos anos. O tamanho do Brasil é muitas vezes usado para explicar o
escasso grau de abertura do país. Como a comparação com outras grandes
economias já indica, esse argumento não se sustenta diante de um exame mais
criterioso. Embora seja verdade que as grandes economias tendem a apresentar
menores coeficientes de exportação e importação em relação ao PIB, isso não
consegue explicar os níveis excepcionalmente baixos de penetração comercial
observados no Brasil.
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