Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53
Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks
segunda-feira, 11 de abril de 2016
O Antagonista divulgou a carta de "posse" de Michel Temer (ele vai ter de rever agora...)
http://www.oantagonista.com/posts/a-integra-da-fala-de-michel-temer
A íntegra da fala de Michel Temer
"Quero neste momento me dirigir ao povo brasileiro para dizer algumas das matérias que penso que devam ser por mim agora enfrentadas. Faço naturalmente com muita cautela porque, na verdade, sabem todos, há mais de um mês eu me recolhi precisamente para não aparentar que eu estaria cometendo algum ato, praticando algum gesto com vistas a ocupar o lugar da senhora presidente da República.
Recolhi-me o quanto pude. Mas, evidentemente, neste período fui procurado por muitos aflitos com a situação do nosso País. Agora, quando a Câmara dos deputados decide por uma votação significativa declarar a autorização para a instauração de processo de impedimento contra a senhora presidente, muitos me procuraram para que eu desse ao menos uma palavra preliminar à nação brasileira, o que faço com muita modéstia, com muita cautela, com muita moderação, mas também em face da minha condição de vice-presidente e, naturalmente, substituto constitucional da senhora presidente da República.
Desde logo, quero afirmar que temos um longo processo pela frente, passando pelo Senado Federal. Todas as minhas palavras levarão em conta apenas a decisão da Câmara dos Deputados. Portanto, também minhas palavras são provisórias, já que temos que aguardar e respeitar a decisão soberana que o Senado Federal proferirá a respeito deste tema. Seja quando à admissibilidade da autorização, seja quanto, ao final, o julgamento propriamente dito. Portanto, quero, neste momento, prestar uma homenagem ao Poder Legislativo, tanto à Câmara dos Deputados, que já debateu amplamente este assunto, quanto ao Senado Federal, que irá debater. E, desde logo, quero comunicar aos amigos e colegas, homens públicos, senadores da melhor cepa, sabedoria, que aguardarei respeitosamente a decisão do Senado Federal. Não quero avançar o sinal. Até imaginaria que eu poderia falar depois da decisão do Senado, mas sabem todos os que me ouvem que, quando houver a decisão definitiva, a decisão do Senado, preciso estar preparado para enfrentar os graves problemas que hoje afligem o nosso País.
Desde logo quero dizer aos que me ouvem, repetir, na verdade, o que tenho pregado ao longo do tempo. Os senhores sabem, os brasileiros sabem que, há mais de oito, dez meses, tenho feito pronunciamentos referentes à pacificação do País, à unificação do País porque é chocante, para não dizer tristíssimo, verificar os brasileiros controvertendo-se entre si, disputando ideias e espaços, até aí tudo bem. Mas, quando parte para uma coisa quase física, isso não pode acontecer no nosso País.
A grande missão, a partir deste momento, é a da pacificação do País, da reunificação do País. Estou repetindo o que venho dizendo há muito tempo como responsável por uma parcela da vida pública nacional. Devo dizer também, isto fica para aconteça o que acontecer no futuro, que é preciso um governo de salvação nacional e, portanto, de União nacional. É preciso que se reúna todos os partidos políticos e todos os partidos políticos estejam dispostos à colaboração para tirar o País da crise. Sem essa unidade nacional, penso que será difícil tirar o País da crise em que nos encontramos. Para tanto, é preciso diálogo. O fundamental agora é diálogo. Em segundo lugar, a compreensão. Em terceiro lugar, para não enganar ninguém, a ideia de que vamos ter muitos sacrifícios pela frente. Sem sacrifícios não conseguiremos avançar para retomar o crescimento e o desenvolvimento que pautaram a atividade do nosso País nos últimos tempos antes desta última gestão.
É preciso retomar o crescimento e eu não quero que isto fique em palavras vazias. Tenho muita convicção, como muitos me dizem que a mudança pode gerar esperança e que, gerando esperança, isso pode gerar investimentos não só investimentos nacionais, mas investimentos estrangeiros. Precisamos restabelecer a crença no Estado brasileiro, nas potencialidades do Estado brasileiro. Devo dizer aos que me ouvem que fiz muitas viagens internacionais no primeiro mandato e verifiquei o quanto os outros países que têm muito dinheiro em suas mãos querem fazer aplicando no Brasil. Querem acreditar no Brasil.
O que aconteceu nos últimos tempos foi um descrédito no nosso País e o descrédito é o que leva à ausência do crescimento, à ausência do desenvolvimento, que faz retomar a inflação. De um lado, portanto, temos absoluta convicção de que é preciso prestigiar a iniciativa privada, é preciso que os empresários do setor industrial, do setor de serviços, do setor agrícola, do setor do agronegócio, dos vários setores da nacionalidade se entusiasmem novamente com estes investimentos.
Ao dizer isso, estou pensando apenas naqueles que possam investir? Não. Diferentemente, estou pensando em manter as conquistas sociais dos últimos tempos. Por exemplo, o emprego é uma coisa fundamental para todos os brasileiros. Para que haja emprego, é preciso que haja uma conjugação dos empregadores com os trabalhadores. Você só tem emprego se a indústria, o comércio, as atividades de serviço todas estiverem caminhando bem. A partir daí que você tem emprego e pode retomar o emprego.
De outro lado, devo dizer também que, de fora parte um projeto pela empregabilidade plena, é preciso manter certas matérias sociais porque nós todos sabemos que o Brasil ainda é um País pobre. Portanto, e eu sei que dizem de vez em quando que, se outrem assumir, vamos acabar com Bolsa Família, vamos acabar com Pronatec, vamos acabar com Fies. Isso é falso. É mentiroso e fruto dessa política mais rasteira que tomou conta do País. Portanto, neste particular, quero dizer que nós deveremos manter estes programas e até, se possível, revaloriza-los e ampliá-los até que, isto eu quero deixar claro, o Bolsa Família, por exemplo, há de ser um estágio do Estado brasileiro. Daqui a alguns anos, a empregabilidade tenha atingido um tal nível que não haja necessidade de Bolsa Família. Mas, enquanto persistir a necessidade, manteremos.
Lanço uma mensagem àqueles que têm o capital e àqueles que querem uma mensagem do trabalho e lanço uma mensagem para aqueles que sequer trabalho ainda conseguiram. Claro que vamos incentivar enormemente as parcerias público-privadas à medida que isso pode trazer emprego ao País. Temos absoluta convicção de que hoje, mais do que nunca, o Estado não pode tudo fazer. O Estado depende da atuação dos setores produtivos do País. Empregadores de um lado, trabalhadores de outro lado. Estes setores produtivos é que, aliançados, vão fazer a prosperidade do Estado brasileiro. Estado brasileiro tem que cuidar de segurança, saúde, educação, enfim, de alguns temas fundamentais que não podem sair da órbita pública. Mas, no mais, tem que ser entregue à iniciativa privada. Iniciativa privada no sentido da conjugação da ação entre empregadores e trabalhadores. Neste particular, pretendemos fazer várias reformas que incentivem a harmonia entre esses dois setores da produção brasileira.
Tudo isso que estou a dizer significará, devo registrar, sacrifícios iniciais para o povo brasileiro, em primeiro lugar. Em segundo lugar, não quero gerar nenhuma expectativa falsa. Não pensemos que, se houver uma mudança no governo, em três, quatro meses estará tudo resolvido. Em três, quatro meses, poderá começar a ser encaminhado para resolvermos a matéria ao longo do tempo. Se houver este governo de transição, ou, se não houver, fica essa sugestão que estou fazendo para o governo que vier a manter-se, ficam essas sugestões que, reitero, não são sugestões por mim formuladas ou formatadas neste momento, mas que foram feitas ao longo do tempo.
Há reformas que são fundamentais para o País. Nós todos sabemos. Agora, toda e qualquer reforma não alterará os direitos já formatados, já adquiridos pelos cidadãos. Mas temos que preparar o País do futuro. Muitas matérias até estão em tramitação no Congresso Nacional e nós queremos ter uma base parlamentar muito sólida que nos permita conversar com a classe política, mas conversar também com a sociedade. Os senhores sabem, os que assistiram às minhas palestras nos últimos tempos, que eu faço uma distinção e uma conjugação de governo, governança e governabilidade para dizer que o governo são os órgãos constituídos, não tem a menor dúvida, Executivo, Legislativo, Judiciário. A governança vem pelo apoio político que o governo consegue dos partidos políticos e do Congresso Nacional. Mas é preciso mais do que isso. É preciso a governabilidade. A governabilidade exige que haja uma aprovação popular do próprio governo. Portanto, a classe política unida com o povo levará ao crescimento do País e, portanto, ao apoio ao governo. É com esses três fatores que vamos lidar.
É claro que não vou falar aqui sobre reformas que são fundamentais porque isso será fruto de um desdobramento ao longo do tempo. Como não pensar numa reforma política? Como não pensar numa reforma tributária? E, evidentemente, a reforma tributária envolve um outro tema, que é a revisão do pacto federativo. Toda vez que você pensa numa reforma tributária, você está pensando na distribuição de competências e de recursos para as entidades federativas.
É preciso, mais do que nunca, que as entidades federativas tenham uma autonomia verdadeira. Ou seja, que nós tenhamos uma Federação real e não uma Federação artificial com o tem acontecido nos últimos tempos. Sei, por exemplo, no tópico da Federação, da grande dificuldade dos Estados e municípios nos dias atuais. Há estudos referentes à eventual anistia ou perdão de uma parte das dívidas e até da revisão dos juros que são pagos pelas unidades federadas. Vamos levar isso adiante. Vamos estudar isso com muita detença e vamos levar isso adiante porque a força da União deriva também da força dos Estados e da força dos municípios. A força dessas entidades federativas depende da boa vontade e do apoio da classe política e do povo brasileiro.
Há matérias controvertidas como aquela referente à legislação trabalhista e à legislação previdenciária que nós vamos fazer com um grande diálogo nacional onde nenhum setor será esquecido, nem dos trabalhadores, nem dos empresários, nem do povo brasileiro. Toda e qualquer modificação que vier a ser feita será para garantir o futuro mesmo daqueles que já recebem salário, que recebem aposentadoria. É neste termo que nós vamos trabalhar.
Ou seja, o diálogo de um lado e a conjugação de esforços do outro lado serão os alicerces, digamos assim, do nosso trabalho. É esta a manifestação que eu queria deixar ao povo brasileiro."
sábado, 9 de abril de 2016
Companheiros $$$$: 700 milhoes pra ca, 100 milhoes pra la, 20 milhoes pro TSE...
Bem, está explicado por estas três postagens do Antagonista...
Paulo Roberto de Almeida
700 MILHÕES DE REAIS
Brasil 05:42segunda-feira, 14 de março de 2016
Brasil politica, corrupcao: pesquisa do Instituto Parana - O Antagonista
1) Pesquisa na Paulista 1: como DilmaRousseff será ejetada
2) Pesquisa na Paulista 2: os arrependidos
3) Pesquisa na Paulista 3: a renúncia
4) Pesquisa na Paulista 4: sem ilusões
5) Pesquisa na Paulista 5: exército de desempregados
6) Pesquisa na Paulista 6: tudo está pior
7) Pesquisa na Paulista 7: a coerência de Sergio Moro
8) Pesquisa na Paulista 8: descontentes com a oposição
9) Pesquisa na Paulista 9: a prisão de Lula
10) Pesquisa na Paulista 10: os estreantes
11) Pesquisa na Paulista 11: corrupção e impeachment
12) Pesquisa na Paulista 12: golpista é a vovozinha
13) Pesquisa na Paulista 13: milicos nunca mais
sexta-feira, 7 de agosto de 2015
O Stalin Sem Gulag, em biografia nao autorizada - Agamenon Mendes Pedreira
Pois confesso que eu não sabia desse nome, que agora vou também adotar: Josef Vassarianovitch Djugashvili Dirceu.
Acho que combina. O resto está ai, tirado do site O Antagonista.
Paulo Roberto de Almeida
Agamenon: Quem é Josef Dirceu?
O Antagonista, 6/08/2015*Atenção, meus 17 seguidores e meio (não esqueçam do anão): hoje resolvi postar um artigo publicado no Globo em 2005 pra vocês terem ideia de como o Brasil mudou. Mudou de mal a pior! Mas, pelo menos, a Operação Lava Rato prendeu o Zé Dirceu de novo... Como diz o ditado: “O bom filho da puta a casa torna”. Além do mensalão e do petrolão, Zé Perdeu também está sendo acusado de enriquecimento ilícito. Segundo a Polícia Foderal, José Marília de Dirceu está botando dinheiro pelo ladrão. E o ladrão, no caso, é ele.
(O Globo – 04/12/2005)
QUEM É JOSEF DIRCEU?
Ao contrário do meu bilau e da taxa de juros, que nunca caem, Josef Dirceu caiu! O ex-todo-foderoso homem de Lula agora amarga um doloroso ostracismo político. Mas a pergunta que não quer calar é: quem é Josef Dirceu, o homem, o líder, o minto?
Josef Vassarianovitch Djugashvili Dirceu nasceu em Passa-de-Quatro, cidade típica mineira, onde já era conhecido como Menino Maluquinho. Politizado desde a mais tenra infância, ainda criança já se indignava com a desigualdade social na escola: enquanto os meninos ricos levavam pão de queijo para a merenda, o pequeno Dirceuzinho tinha apenas uma mísera paçoca para comer no recreio. E a mesma paçoca tinha que durar o ano inteiro. Nas peladas de rua, só jogava na ponta esquerda.
Indignado com os zeros que carregava no boletim, criou o seu primeiro grupo esquerdista, a VPR, Vanguarda Pré-Primária Revolucionária, que sequestrou a professora e expropriou os doces da cantina da escola. Zé Dirceu acabou expulso da cidade por conta das suas travessuras e do seu sotaque carregado.
Em São Paulo, Dirceu resolveu estudar Direito, que logo trocou pelo Esquerdo. Para não ter que estudar, virou líder estudantil e, com seus discursos inflamados e coquetéis Molotov, incendiava as massas. Com o enrijecimento da ditadura, Dirceu teve que entrar na clandestinidade. Entrou na Clandestinidade e em várias outras companheiras de militância, inclusive, acreditem, na ministra Dilma Roskoff, que naquela época ainda gostava de poder.
Dirceu também organizou o Congresso secretíssimo da UNE em Ibiúna, no sítio do Fernando Henrique Cardoso, o que é considerado a primeira invasão do MST da História. O Congresso só não deu certo porque, no primeiro dia, Zé foi na padaria comprar 3.000 sanduíches de mortadela, o que despertou o apetite e a curiosidade das gulosas forças da repressão. Anos mais tarde, essa piada foi roubada pelo humorista imperialista norte-americano Woody Allen, que a colocou, na mão grande, no seu filme Bananas.
Preso pela ditadura, José Perdeu acabou sendo trocado pelo embaixador americano Ronald Macdonald e um boneco Mug que pertencia ao Chico Buraque de Hollanda. Foi o deputado Fumando Gabeira quem resgatou Zé Dirceu das garras dos militares. Juntos, os dois fugiram para a Jamaica, onde deram início à reforma agrária na terra de Bob Marley fumando milhares de hectares de maconha. Um dia, Zé Dirceu resolveu ir pra Cuba comprar seda para apertar um baseado e nunca mais voltou.
Em Cuba, Zé conheceu o seu ídolo máximo: Fidel Mastro. Rapidamente ficaram amigos inseparáveis: Fidel era o cumandante e Dirceu era o pau-mandado. Formado em guerrilha na Universidade de Havana, Dirceu criou um novo grupo revolucionário, o Buena Bosta Social Club. Em seguida, para voltar ao Brasil clandestino, fez uma operação plástica e uma lipoaspiração. A lipo ele só fez porque estava se achando muito gordo. Com a sua nova identidade de Sylmara, Dirceu se escondeu numa pequena cidade do interior do Paraná. Para não despertar suspeitas naquela pequena e conservadora comunidade interiorana, assumiu um relacionamento lésbico e gravou um disco como cantora eclética de MPB.
Com o final da ditadura, Sylmara, quer dizer, Zé Dirceu, exausto de fazer sexo sem usar o seu bilau, revelou para a patroa sua identidade secreta e voltou para a política, onde arrumou um emprego de presidente do PT. Foi aí que o Zé Dirceu cometeu o seu maior erro político: pagou com um cheque sem fundos do Delúbio Soares a renovação da assinatura de VEJA. A partir daí, a revista semanal passou a persegui-lo implacavelmente, levando o Zé Dirceu à cassação pelo SPC e pelo SERASA.
E ainda dizem que não tem justiça no Brasil! Pelo menos agora, Zé Dirceu, o Chico Bento do PT, vai ver o PSOL nascer quadrado
Agamenon Mendes Pedreira é autobiógrafo não autorizado de Josef Dirceu
quarta-feira, 22 de abril de 2015
Brasil: corrupcao e desorganizacao, bem maiores do que o imaginado - Diogo Mainardi (O Antagonista)
Paulo Roberto de Almeida
A guerra suja da PF (1)
Diogo Mainardi / site O Antagonista
Brasil 21.04.15
A disputa entre a Procuradoria-Geral da República e os delegados da Polícia Federal, que resultou na suspensão temporária dos depoimentos dos políticos envolvidos na Operação Lava Jato, não é uma "guerra de vaidades", como escreveram jornalistas desinformados.
Assim como tantos outros neste país infeliz, é um embate entre o certo e o errado; entre o honesto e o desonesto; entre o Bem e o Mal, se quisermos ser épicos.
Quem primeiro soou o alerta foi o jornalista Claudio Tognolli, no seu blog. O Antagonista, que sempre esteve ao lado dos procuradores, leu com estupor o que Claudio Tognolli apurou e publicou. Fomos, então, ouvir nossas próprias fontes, não por desconfiança do jornalista -- um excelente repórter investigativo --, mas porque queríamos tentar ir um pouco além na verdade horripilante.
Antes de mais nada, elas confirmaram o que Claudio Tognolli publicou:
a) Os delegados federais da Lava Jato estão empenhados, muito além do que seria razoável, na aprovação de um Projeto de Emenda Constitucional (PEC) que dá autonomia funcional, administrativa e financeira à PF. Uma vez aprovada a PEC, os delegados seriam os máximos dirigentes de um "Quarto Poder" na República, completamente independente da Justiça.
b) Para a aprovação dessa PEC, o presidente da Associação dos Delegados de Polícia Federal, Marcos Leôncio estava no gabinete do senador petista Humberto Costa, investigado pela Lava Jato, quando o ministro Teori Zavascki atendeu o pedido de Rodrigo Janot, procurador-geral da República, para que os depoimentos dos políticos fossem suspensos.
c) Marcos Leôncio também fez lobby com dois investigados pela Lava Jato: os deputados Eduardo Cunha, do PMDB, presidente da Câmara, e Arthur Lira, do PP, presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, encarregada de levar adiante ou não a PEC que interessa aos delegados da PF. Cunha e Lira também são investigados pela Lava Jato.
O que foi prometido a esses políticos? Mais no próximo post.
A guerra suja da PF (2)
Brasil 21.04.15
O jornalista Claudio Tognolli publicou que os delegados federais da Lava Jato ofereceram ao senador petista Humberto Costa ouvi-lo sem a presença de procuradores e com perguntas entregues antecipadamente.
Pois bem, O Antagonista apurou que a mesma maracutaia foi oferecida aos deputados Eduardo Cunha, do PMDB, e Arthur Lira, do PP.
Diante dessas informações, Rodrigo Janot, acertadamente, pediu a suspensão temporária dos depoimentos.
A guerra suja da PF (3)
Brasil 21.04.15 17:17
O jornalista Claudio Tognolli publicou que os delegados da Lava Jato seguraram as informações sobre o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, durante a campanha eleitoral. Em troca do silêncio, arrancaram de Dilma Rousseff a assinatura da medida provisória que lhes garante privilégios nas promoções de carreira, em detrimento dos agentes e peritos da própria corporação.
Dilma Rousseff vendeu a ideia de que, assim, o seu governo fortalecia a PF, mas na verdade ela foi chantageada.
O Antagonista apurou que Dilma Rousseff não foi a primeira ocupante do Palácio do Planalto a sofrer achaque.
Ao balcanizar a PF desde o escândalo do mensalão, o PT criou um monstro. E esse monstro perdeu o freio. De acordo com um dos relatos ouvidos pelo Antagonista, delegados federais têm em seu poder diálogos de Lula, obtidos por meio de escutas telefônicas, que mostram sem nenhuma sombra de dúvida o papel do ex-presidente no esquema do mensalão.
A guerra suja da PF (4)
Brasil 21.04.15 18:16
Delegados da PF e representantes da associação que defende os interesses desse pessoal aproveitam-se da má fama de Rodrigo Janot, criada por jornalistas, para dizer que a interrupção dos depoimentos dos políticos da Lava Jato foi uma manobra do procurador-geral da República para atrapalhar as investigações. Que os delegados da Lava Jato que tentaram ouvir os políticos envolvidos, sem o conhecimento dos procuradores, queriam apenas acelerar o processo.
Balela.
O que Rodrigo Janot impediu foi que se replicasse na Lava Jato um modelo adotado sob o desgoverno do PT: o achaque sistemático de políticos, não importa o partido. O modelo pode ser resumido da seguinte forma, segundo as fontes do Antagonista: a prova aparece, negocia-se com o interessado, extrai-se a prova do inquérito, a prova é destruída.
"A coisa atingiu tal ponto ao longo dos últimos anos, que foi criada na PF um Departamento de Inquéritos Especiais, ao qual só alguns poucos têm acesso. Ali são guardados os inquéritos usados para achaque. O Departamento de Inquéritos Especiais é uma central do achaque", disse uma respeitada autoridade ao Antagonista.
A guerra suja da PF (5)
Brasil 21.04.15 18:53
No final da década passada, a Polícia Federal adquiriu maletas que, se localizadas próximas do alvo a ser investigado, podem realizar interceptações telefônicas. Isso elimina a necessidade de fazer escutas ambientais ou solicitar a operadoras que grampeiem telefones.
Agentes da PF relatam que, oficialmente, cinco maletas foram importadas. No entanto, vieram mais duas "de brinde" -- que nunca foram tombadas. Por quê?
A Polícia Federal do Brasil conta com uma maioria de profissionais abnegados e honestos, entre os quais os agentes que atuam na Operação Lava Jato, fazendo o trabalho de campo. A série que termina aqui não tem como objetivo miná-la. Pelo contrário, deveria servir para fortalecê-la. Mas, como voltamos a ouvir algumas histórias já descritas por Romeu Tuma Jr., no seu "Assassinato de Reputações", a situação está longe de melhorar desde a publicação do livro, em 2013.
Que a PF extirpe dos seus quadros quem mancha a sua reputação, tirando vantagem do conturbado quadro político-institucional vivido pelo país.
sábado, 21 de março de 2015
Petrolao: o verdadeiro tesoureiro dos petralhas (nao o oficial) e porque andou solto por ai e fica em silencio
Paulo Roberto de Almeida
Primeiro a notícia original de O Antagonista (falta verificar a data, que tenho nomeu computador)
Matando a cobra e mostrando o pau
O Antagonista
No contexto da Operação Lava Jato, uma das perguntas que permaneciam sem resposta era por que Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, foi solto por ordem do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal – e, depois, teve novo pedido de prisão preventiva negado por obra do mesmo Teori, que convenceu Gilmar Mendes e Carmen Lúcia a segui-lo na decisão.
Afinal de contas, está mais do que provado que Renato Duque, homem de José Dirceu e do PT, era um dos principais engenheiros do propinoduto que sangrou a estatal.
O Antagonista apurou com três fontes de alto escalão, para chegar à resposta. Renato Duque não está livre por falha de argumentação do juiz Sergio Moro e do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como pensam alguns. Esse foi apenas o pretexto. Renato Duque está livre por causa de Lula.
A prisão de Renato Duque, em novembro do ano passado, fez com que a sua mulher entrasse em desespero. Sem poder contar com José Dirceu, pato manco depois do mensalão, ela recorreu a Paulo Okamotto, o faz-tudo de Lula. Para acalmá-la, Okamotto afirmou que a situação se arrumaria num curto espaço de tempo, mas ela lhe disse que não cairia nessa conversa. Que, se fosse necessário, teria como reunir provas suficientes para provar que Lula sabia e participara do esquema do petrolão.
Diante da ameaça, Okamotto disse a Lula que ele deveria encarregar-se da questão pessoalmente. Lula encontrou-se com a mulher de Renato Duque e tentou persuadi-la de que o seu marido ficaria na prisão menos do que se imaginava. Em vão. Ela voltou a afirmar que implicaria o ex-presidente no escândalo, se Renato Duque não fosse libertado rapidamente.
Acuado, Lula pediu ajuda a um ex-ministro do STF de quem é muito amigo. Ele se prontificou a socorrer o petista. O melhor caminho, disse o ex-ministro do STF a Lula, era procurar Teori Zavascki.
Foi o que o amigo de Lula fez: marcou um encontro com Teori Zavascki, para lhe explicar como era urgente que Renato Duque fosse solto, porque, caso contrário, Lula seria envolvido “injustamente” num escândalo de proporções imprevisíveis para a estabilidade institucional. Teori Zavascki aquiesceu. Avisado pelo amigo ex-ministro do STF, Lula comunicou à mulher de Renato Duque que tudo estava resolvido
Foi assim que Renato Duque, passados pouco mais de quinze dias após a sua prisão, viu-se do lado de fora da carceragem da Polícia Federal em Curitiba
# # # # #
Carta Aberta de Paulo Okamotto em resposta ao blog O Antagonista
Senhores Diogo Mainardi e Mario Sabino,
Vivemos em um país democrático e, nele, as pessoas podem falar o que quiserem e até ganhar dinheiro com isso. É condenável, porém, que publiquem notícias falsas e deliberadamente caluniosas, como os senhores fizeram no blog O Antagonista em matéria intitulada “Renato Duque está solto a pedido de Lula”.
As informações contidas na matéria são completamente inverídicas, tanto no que me diz respeito quanto ao ex-presidente Lula. O que, aliás, os senhores comprovariam se tivessem tido a dignidade de me perguntarem antes, frente a frente, diretamente, o que queriam saber.
Mas não o fizeram, preferindo publicar injúrias não só contra nós, mas também contra o Supremo Tribunal Federal.
Paulo Okamotto – Presidente do Instituto Lula
# # # # #
Resposta do blog O Antagonista
Senhor Paulo Okamotto,
Vivemos em um país democrático, apesar das tentativas autoritárias dos governos do PT de cercear a liberdade de opinião e expressão, e, nele, certas pessoas podem falar o que quiserem contra a imprensa independente e até ganhar dinheiro público com isso, proveniente de estatais administradas pelo Partido dos Trabalhadores.
É condenável, porém, que essas pessoas publiquem notícias falsas e deliberadamente caluniosas, como ocorre nos blogs sujos patrocinados tanto pela administração Lula como pela administração Dilma.
As informações contidas na matéria “Renato Duque está solto a pedido de Lula” são completamente verídicas, confirmadas por fontes insuspeitas de quaisquer crimes.
No entanto, propomos ao senhor e ao ex-presidente Lula que tenham a dignidade de nos conceder uma entrevista, frente a frente, olho no olho, para que, além de darem a sua versão sobre o fato reportado por nós, esclareçam nossas poucas dúvidas a respeito dos seguintes assuntos: mensalão, a acusação de que o senhor ameaçou Marcos Valério de morte, petrolão, uso abusivo de cartões corporativos da Presidência da República, atuação de Rosemary Noronha como lobista, sucesso empresarial de Lulinha, financiamentos do BNDES a empreiteiras com contratos em países africanos, as ligações com o grupo JBS/Friboi e a ameaça de usar a turma do Stedile para promover um banho de sangue no país.
Agradecemos antecipadamente a atenção,
Diogo Mainardi e Mario Sabino
===========
Agora a notinha suplementar:
Bomba-relógio prestes a explodir
O Antagonista, 21/03/2015Renato Duque só rompeu o mutismo na CPI da Petrobras para negar um episódio relatado, duas semanas atrás, em O Antagonista: o de que sua mulher procurou Lula e Paulo Okamotto para exigir a soltura do marido.
Lauro Jardim, na Veja desta semana, publica a seguite nota:
“A mulher de Renato Duque, Maria Auxiliadora, é uma bomba-relógio prestes a explodir, na avaliação de quem conhece o casal”.
segunda-feira, 9 de março de 2015
Brasil: O Antagonista analisa o discurso da presidente
As mentiras e tapeações do discurso de Dilma
quinta-feira, 5 de março de 2015
CPI da Petralhabras: o roteiro de perguntas de O Antagonista
Para agilizar o trabalho da CPI
sábado, 21 de fevereiro de 2015
Flashes do banditismo explicito e da resistencia 'a bandidagem: impeachment - O Antagonista
Parece...
Paulo Roberto de Almeida
Viva a resistência à Mela Jato. Viva também a nossa explicação
ver mais
A boa estratégia de Sergio Moro e o erro dos procuradores
Brasil Comentários (68)De acordo com a Veja, Ricardo Pessoa está no seu limite físico e psicológico. "Posso pegar de 90 a 180 anos de prisão", tem dito ele...
ver mais
Um milhão de pessoas pelo impeachment?
Brasil Comentários (247) O movimento pelo impeachment pode reunir um milhão de pessoas. É o que diz Felipe Patury, na Época: "A consultoria Bites encontrou no Facebook 37 manifestações pela interrupção do mandato de Dilma, todas marcadas para o fatídico 15 de março. Mais de 1 milhão de pessoas confirmaram presença. A Bites checou seus perfis para evitar dupla contagem". O Antagonista apoia o movimento e tentará contribuir para seu sucesso.Um milhão - toc, toc, toc - de pessoas
ver mais
Impeachment? É pouco
Brasil Comentários (41) O impeachment de Dilma Rousseff. Na campanha de 2014, a UTC deu mais de 30 milhões de reais ao PT. O partido alega que esse dinheiro entrou legalmente em seu caixa, mas Ricardo Pessoa pode demonstrar que ele saiu ilegalmente da Petrobras, através de contratos superfaturados. Mais do que isso: ele pode testemunhar que o partido conhecia a origem do dinheiro.Dilma inaugura P-59: R$ 7 milhões foram para o PT
ver mais
O esquema de Lula, Delúbio, Dirceu, Wagner e Gabrielli
Brasil Comentários (37) O que Ricardo Pessoa, de acordo com a Veja, pode denunciar à Lava Jato? Primeiro: o esquema de propinas da Petrobras foi montado em 2003, assim que Lula - amigo do empreiteiro - tomou posse. Segundo: seu operador era Delúbio Soares.Lula (e Gabrielli) inauguram Cenpes: o PT embolsou R$ 1,7 milhões da UTC
ver mais
O PT implode
Brasil Comentários (48) Ricardo Pessoa, dono da UTC, estava prestes a denunciar Lula, Dilma Rousseff e José Dirceu. Exasperado, José Eduardo Cardozo procurou os advogados do empreiteiro e o acordo que ele negociava com os procuradores da Lava Jato foi suspenso.Lula inaugura Replan: aqui o PT embolsou R$ 2 milhões da UTC
ver mais
sábado, 14 de fevereiro de 2015
Marcha do Impeachment: seis crimes e contando...; precisa mais? - O Antagonista
Eles resolveram realmente antagonizar a soberana, que por enquanto só cometeu seis crimes passíveis de impeachment.
Pode ser que já esteja de bom tamanho, mas acho que cavocando, sempre se vai achar mais.
Ou vocês acham que eles só roubaram 1 TRILHÃO?
Eu acho que foi muito mais...
Comparo o governo ao Titanic, não por ser grande e bonito, luxuoso e muito eficiente. Pelo contrário: pelo fato de que ele também vai a pique, direto ao fundo, e vai arrastar muita gente consigo e deixar muitos outros boiando sem salva-vidas (salvo os espertos de sempre, como certo apedêuta, que tem não só uma lancha salva-vidas, mas um iate inteiro, com uisque, companhia, essas coisas de ricaço).
E o iceberg, vocês podem perguntar?
Bem, o iceberg só pode ser a corrupção.
Não porque seja gelada, e vai bater no Titanic.
Ele já bateu. Mas é porque, como os icebergs, só uma pequeníssima parte está emersa. A maior parte, e talvez seja até mais do que 9/10, está submersa, e vamos ter de mergulhar para medir o tamanho.
Brrrr, só de pensar me dá arrepio...
Paulo Roberto de Almeida
3 minutos e 42 segundos de desastres
É o título de um novo vídeo do Financial Times, que resume em três minutos e quarenta e dois segundos todos os desastres econômicos associados a Dilma Rousseff: incompetência, corrupção, estagflação, queda das vendas no varejo, risco de rebaixamento por parte das agências de rating e a ameaça de impeachment por causa do escândalo na Petrobras.
A propósito da Petrobras, o Financial Times cita aquilo que John Kenneth Galbraith chamou de "Bezzle" - a quantidade desconhecida de fraudes dentro das empresas. Não está na hora de investir no Brasil. O que está ruim pode piorar.
Caiu até aqui, mas deve cair ainda mais