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sábado, 27 de fevereiro de 2016

Goebbels-Santana, tudo a ver? Editorial de Carlos Jose Marques, diretor IstoE

 ISTOÉ Online |  26.Fev.16 -
Editorial: As desventuras do Goebbels brasileiro
Carlos José Marques, diretor editorial

O marqueteiro João Santana atuou nos últimos anos como um ministro da propaganda dos governos petistas de Dilma e Lula. Foi ele quem na ultima eleição presidencial em 2014 conseguiu com enganosas peças de campanha ludibriar a opinião pública. Vendeu promessas de um futuro dourado. Escamoteou as falcatruas e deslizes grosseiros do Governo. Apelou para táticas de terror contra os adversários de Dilma. Construiu enfim o clima de guerra eleitoral maculando impiedosamente a reputação daqueles que se interpunham ao projeto de perpetuação no poder do Partido dos Trabalhadores. Foi uma espécie de Joseph Goebbels, o dirigente das comunicações de Hitler que ajudou a difundir a ideologia nazista e seus falsos anseios de prosperidade para a Alemanha.
Aqui no Brasil Santana fez o diabo, como pediram seus chefes! E saiu regiamente pago pela tarefa. Somente na disputa de 2014 embolsou extraordinários R$ 88,9 milhões e conseguiu recolocar sua pupila no Planalto para um segundo mandato. Desde então Santana foi tratado como o principal estrategista, o “cérebro” por trás da imagem de Dilma e conselheiro-mor do restrito círculo de confiança da presidente. Na semana passada, Santana e sua mulher, Mônica Moura, foram parar atrás das grades, acusados de receberem irregularmente cerca de US$ 7,5 milhões em contas no exterior. A polícia suspeita que o dinheiro tenha saído diretamente do caixa da Petrobras, numa triangulação que pode confirmar as graves irregularidades no financiamento da campanha presidencial de Dilma. Em sua defesa o casal admitiu o crime de caixa dois, mas tentou desvincular tal receita dos trabalhos de marketing executados aqui para o Partido. Documentos da força-tarefa da Lava-Jato mostram, no entanto, que ao menos nove depósitos do operador de propinas da Petrobrás, Zwi Skornicki, foram feitos na conta do marqueteiro. Três desses repasses – cada um da ordem de US$ 500 mil – teriam sido realizados entre julho e novembro de 2014, em plena disputa presidencial. Procuradores da justiça dizem que nunca haviam conseguido provas tão contundentes quanto às dessa fase das investigações. Anotações dos envolvidos que falam em liberar dinheiro para “Feira” (codinome do baiano João Santana, dada a sua origem na cidade de Feira de Santana) e que “a conta na Suíça pode chegar a ela” (numa referência direta a presidente), engrossam o caldo de documentos que pode levar a cassação do mandato. O juiz Sergio Moro já havia encaminhado ao Tribunal Superior Eleitoral um relatório demonstrando o uso de dinheiro desviado da Petrobras para financiar as campanhas petistas. As criminosas movimentações financeiras de Santana entram nesse contexto como mais um elo da cadeia. Com ele, a Operação Lava Jato sobe em definitivo a rampa do Planalto, apontando o uso de recursos ilícitos para a eleição de Dilma. Mais grave: coloca o TSE na incômoda situação de ter, à revelia, servido de “lavanderia” a recursos superfaturados do petrolão - cujas sobras iam diretamente para o pagamento de gastos “legais” de campanha como a do marqueteiro. Inúmeros governadores e prefeitos já perderam seus mandatos por bem menos. Ignorar as evidências de abuso de poder econômico justamente na campanha presidencial de 2014 – e deixar de punir exemplarmente os beneficiários -, pode arranhar de maneira irreparável a credibilidade do Tribunal. O marqueteiro e sua mulher, Mônica Moura, repetiram agora os mesmos métodos do antecessor Duda Mendonça, que admitiu ter recebido via caixa dois, também em conta no exterior, o pagamento pelos serviços prestados na primeira eleição do ex-presidente Lula. A crônica e sistemática propensão a práticas criminosas por parte desses senhores, ao longo dos anos de gestão petista, só pode ser explicada por uma forte sensação de impunidade que se alastra no Partido. O sorriso escrachado da senhora Mônica, ao ser presa, como a zombar de todos os brasileiros, é o retrato perfeito desse sentimento. Nem Goebbels faria melhor! A sociedade só espera que nunca mais o Brasil seja saqueado pelo Partido dos Trabalhadores, como acontece há mais de uma década, quando tesoureiros, marqueteiros, presidentes da sigla e candidatos eleitos transformaram a agremiação num bando de larápios sedentos por destruir o estado, as estatais e a dignidade da Nação. 

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Brasil: o que eu faria se fosse presidente por um dia?

Uma postagem de 2013, completamente esquecida, mas que me foi lembrada por um leitor.

domingo, 20 de outubro de 2013

O que eu faria se fosse presidente por um dia? Boa pergunta... - Estudantes pela Liberdade

Recentemente deparei-me na internet com o anúncio deste encontro promovido pelos Estudantes pela Liberdade, um movimento que marcha contra a corrente atual no Brasil, que considero ser a da construção do fascismo, com o apoio ativo dos movimentos "sociais" em geral, e da União Nacional dos Estudantes em particular (todos eles na folha de pagamento do lulo-petismo, justamente o poder que está construindo o fascismo no Brasil):

O cartaz do evento, já realizado, encontra-se neste link:
http://epl.org.br/files/2013/10/1371371_668276043183990_800365458_n.jpg

Conheço os palestrantes, mas desconheço o que eles disseram. Procurei na página do epl.org.br, mas não encontrei nada sobre o encontro.

Mas, no meu caso, o que eu poderia dizer?

Bem, começaria dizendo que um dia é pouco para realizar o imenso rol de tarefas para consertar o Brasil, uma tarefa gigantesca não só em virtude dos impedimentos, barreiras e obstáculos constitucionais, mas também em função da mentalidade atualmente em curso no Brasil, um verdadeiro complô generalizado, em todas as classes, em favor de mais Estado, de mais políticas públicas, de mais favores governamentais, enfim, de mais dirigismo, o que eu reputo totalmente contrário ao que seria preciso fazer para começar a consertar o Brasil.
Tarefa difícil, portanto, inclusive porque o presidente pode muito mas não pode tudo, e depende do Congresso para aprovar inclusive mudanças no âmbito do próprio poder executivo, o que parece normal (menos normal é o fato de o Congresso e o Judiciário administrarem seus orçamentos em total independência, impondo gastos crescentes ao país e ao próprio poder executivo).

Acredito que eu começaria reduzindo a máquina pública, ou seja, de uma penada reduziria os ministérios à metade, voltando ao padrão normal dos anos 1970, e extinguiria dezenas, senão centenas de entidades estatais criadas nos últimos anos pelo poder lulo-petista. Demitiria sumariamente dezenas, centenas, milhares de contratados sob cargos de confiança, pois eles podem ser tudo, menos de confiança, justamente, e são absolutamente desnecessário. Eles estão ali para recolher dinheiro para o partido totalitário que tenta controlar a sociedade, e ainda não conseguiu seu intento (mas já se apossou da máquina do Estado).

Não daria para fazer mais, em um dia, mas tentaria encaminhar ao Congresso algumas dezenas de novas emendas constitucionais redutoras, ou seja, extinguindo metade dos absurdos e esquizofrenias ali constantes, e remetendo tudo à legislação ordinária (quando houvesse estrita necessidade, pois muitos dispositivos poderiam ser extintos, deixando a própria sociedade resolver questões de bens e serviços pela via do mercado).
Não creio que haveria aprovação congressual, mas pelo menos suscitaria debate em torno da questão principal, que é o fato de o Brasil possuir uma Constituição que simplesmente impede o crescimento do Brasil.
Formulei algumas dessas críticas num artigo recente, que vou disponibilizar neste espaço:


“A Constituição brasileira aos 25 anos: um caso especial de esquizofrenia econômica”, Digesto Econômico (vol. 68, n. 474, Julho-Agosto 2013, p. 64-74; ISSN: 0101-4218). Relação de Originais n. 2505b; Relação de Publicado n. 1105. 

Paulo Roberto de Almeida